P.O.V. BILL

Era a minha vez contra o Tom. Até agora o único que tinha conseguido vencê-lo no Guitar Hero foi o Georg, mas apenas uma vez mesmo.

- Pronto? – perguntou Tom com um sorrisinho no rosto. Estávamos sentados na mesinha de centro, como sempre fazíamos em nossas partidas de vídeo game.

Quando eu ia lhe dizer que mandasse ver, o telefone tocou.

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- PQP! Justo agora? – eu reclamava enquanto ia pegar o telefone para atender.

Da sala, ouvi todos rindo de mim.

- Alô? – eu disse ao telefone querendo ser o mais breve possível.

- Bill? – perguntou uma voz feminina e chorosa do outro lado da linha.

Ah, merda! Tomara que não seja outra fã doida que descobriu nosso número! Se for teremos que trocar DE NOVO!

- Quem é? – perguntei desviando de sua pergunta.

- É a Marie, amiga da Liza! – disse ela ainda chorando desesperadamente no telefone.

Fiquei confuso. Lizzie não deveria estar com essa amiga?

- O que houve, Marie? – perguntei curioso.

- É a Liza, Bill! Ela sumiu e na mesa onde estava só ficou um copo de Coca que pelo que disse a minha prima tinha drogas misturado! – disse ela desesperada.

Congelei. Lizzie tinha sumido. O copo que ela devia estar bebendo tinha drogas. O que será que houve com ela?

- Estou indo praí – eu disse e desliguei o telefone sem me despedir. Corri para meu quarto, calcei uns tênis e peguei um elástico para amarrar o cabelo. Acho que está começando a passar da hora de mudar o penteado.

Voltei para a sala e todos me observavam confusos. Fui até a televisão e desliguei-a, junto com o vídeo game.

- HEY! Por que você fez isso? – reclamou Tom enquanto me apressava para a cozinha e tentava achar as chaves do carro, ao mesmo tempo discava o numero da Lizzie, o problema é que só dava na caixa de mensagens.

- Lizzie sumiu. Marie acabou de me ligar e estamos todos indo para lá neste exato momento – eu disse ainda sem achar as chaves e sem conseguir sinal da Lizzie pelo telefone.

Houve um momento de silencio tenso e daqui a pouco logo ouvi todos se movimentando afobados e Tom reclamando:

- TINHA QUE SER A LIZZIE PRA ARRANJAR CONFUSÃO NA PRIMEIRA VEZ QUE SAI DE CASA SOZINHA!

Preciso lembrar que quando ela sai conosco ela TAMBÉM arranja confusão?

Eu e Tom entramos correndo no nosso carro enquanto Georg, Gustav e Claire entravam no carro do Georg. Obviamente eu e Claire fomos dirigindo cada carro, já que Gustav odeia dirigir à noite, Tom fica paranóico e parece um suicida no transito quando recebe noticias bombásticas e Georg fica parecendo uma mulher nervosa quando algo o deixa ansioso. Sem falar no seu péssimo hábito de ficar roendo as unhas quando o nervosismo chega.

E eu falo sério, até as unhas dos pés ele rói!

P.O.V. TOM

Eu não conigo acreditar nisso! Tinha que ser a Lizzie pra conseguir ser sequestrada! Garota burra! Não sabe que se drogar faz mal pra saúde?

E eu também me ferrei! Fiz tanta macumba pra Lizzie não se divertir nessa festa por não ter me levado junto que agora a garota sumiu e eu tive que sair do conforto do meu lar para procurá-la.

- Chegamos! Vambora, Tom! – disse Bill já saindo do carro e me deixando no vácuo.

Suspirei e saí do carro. Bill já tinha até entrado no bar que estava com a musica o mais alta possível e deixou eu e o resto para trás.

Nos olhamos todos e demos de ombros. Eu realmente queria ter um oitavo da energia do meu irmão.

Entrando constatamos que o local estava mais que lotado. Comecei a meio que me coçar, uma péssima mania que adquiri com o tempo para quando ficava muito nervoso.

Adentramos a multidão e acho que levamos uns dez minutos para finalmente achar Marie e o resto. Bill já conversava com uma garota que eu nunca tinha visto na vida, de certo a prima da Marie que eu não me lembro o nome apesar de Lizzie ter me falado. Aparentemente essa garota era a única com condições de falar, já que Marie se debulhava em lágrimas e Jane caminhava de um lado para o outro, esfregando o rosto com as mãos, visivelmente nervosa.

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- E aí, o que você sabe até agora? – perguntei chegando ao lado de Bill.

Ele me olhou com o olhar frustrado, sinalizando que não sabia de quase nada que pudesse ajudar.

- Apenas que antes dela sumir o ex namorado dela a encontrou já que ele é o baterista da banda que tocou essa noite e que sem duvidas o refrigerante dela tinha alguma droga – disse Bill.

- Eu falei pra ela que drogas fazem mal! Por que ela nunca me ouve? – eu disse frustrado.

Todos que estavam a nossa volta, inclusive meu próprio irmão me olharam com cara de quem pensa que eu sou idiota, até que Bill falou calma e pausadamente comigo, como se eu fosse um deficiente mental.

- Tom, não sei se você percebeu, mas é absolutamente certo que a Lizzie foi seqüestrada...

- E...? – perguntei, esperando que ele continuasse.

- E isso provavelmente faz com que ela tenha sido drogada e não que ela tenha se drogado, seu imbecil! – disse Jane impaciente.

Olhei para ela espantado, assim como todos. Não tinha a mínima idéia que a Jane, a relaxada e despreocupada Jane, pudesse ficar tão descontrolada.

- Eu preciso urgentemente de um cigarro! – disse Bill colocando a mão na boca para começar a roer as unhas, o que eu evitei lhe dando um tapão na mão.

Ele me olhou com uma cara ressentida e pôs as mãos para trás, para não cair novamente na tentação.

- Não vai adiantar de nada ficarmos parados aqui! Vamos ver se já o carro do Brandon ainda está aí fora, eu tenho quase certeza que foi ele que a pegou! – disse Michael aparecendo do nada.

- Amor, ele não veio de carro! – disse Jane tentando ser um pouco mais paciente.

Ele deu de ombros.

- Sei lá! Nunca se sabe! Vamos lá! – disse ele nos conduzindo para a saída dos fundos do barzinho.

P.O.V. BILL

É nessas horas que eu me pergunto: ONDE ESTÃO AS PORRAS DOS SEGURANÇAS?

- Bebendo na cozinha – respondeu Michael tranquilamente enquanto passávamos pelos fundos do bar em direção a saída.

Odeio essa minha mania de falar alto o que penso quando fico nervoso!

- Como você pode ter tanta certeza que foi o tal do Brandon que a raptou? – perguntou meu irmão.

- Porque quando a Jane e a Liz saíram do nosso camarim, o Brandon saiu atrás dizendo que precisava falar com a Liza sobre algo que eu não entendi e porque depois ele não voltou mais – respondeu Michael.

E só agora que ele nos avisa isso? ¬¬

Saímos porta a fora e qual não foi nossa surpresa ao ver uma loirinha com cara de doida e cheia de dreads e um cara moreno tentando enfiar um corpo aparentemente desacordado dentro do porta mala de um Mustang?

[Megan: http://fc07.deviantart.net/fs43/f/2009/084/0/0/Neon_dreads_2_by_SaRaToNiN.jpg ]

Olhei para aquilo boquiaberto, sem poder acreditar na demora para fazer a porra do serviço! Levamos quase uma hora para chegar aqui desde a hora em que Marie me ligou e eles ainda nem tinham colocado a Lizzie no carro?

- Eu não creio no que estou vendo! – disse meu irmão com cara de tacho, no mínimo a mesma cara que eu fazia nesse exato momento.

- EU VOU MATAR AQUELA VADIA LOIRA! ELA VAI COMER O PRÓPRIO CÚ DEPOIS QUE EU ACABAR COM ELA! – começou a gritar Marie descontrolada, fazendo com que Gustav tivesse que segurá-la.

- Não liguem para ela, a garota sempre fala essas coisas chulas quando está atacada! – disse Jane já um pouco mais calma.

No entanto, os dois amadores ouviram os palavrões da Marie e resolveram que não dava mais para esconder.

Não sei exatamente o que aconteceu na conversa dos dois, mas só ouvi quando a loirinha disse:

- Sai daí que eu vou fechar o porta malas!

Aparentemente o cara não entendeu direito o que ela tinha dito porque olhou para onde a voz dela vinha e ela sem prestar atenção nele fechou o porta malas como prometeu, batendo a tampa na cabeça do tal Brandon e fazendo-o cair desacordado no chão.

É, agora só faltava a gotinha escorrendo nas nossas cabeças de tão ridícula que foi a cena.

A garota olhou para onde estava o namorado e bufou, o que me surpreendeu, já que eu pensei que ela iria cair ao seu lado no chão de joelhos, começar a chorar e sacudi-lo tentando acordá-lo. No entanto, ela apenas soltou um:

- Nossa, meu! Que imbecil!

Eu e Georg nos olhamos assustados e ficamos sem saber o que dizer.

Pelo menos até o meu irmão partir correndo para cima da loira.

Eu juro, isso estava parecendo o legitimo show de comedia!

Realmente é necessário comentar que a garota estava indo abrir a porta do motorista e, sem prestar atenção no meu irmão, ela deu com a porta do carro no meio dele, que caiu no chão feito uma jaca podre?

- DEUS DO CÉU! Essa garota é um perigo com um carro por perto! Primeiro acertou o namorado com o porta malas, agora ela dá com a porta do motorista no meio do nosso guitarrista? VAI SE FUDER, DESGRAÇA! – disse Georg bem doido. O.o

A garota olhou apavorada pro chão onde o Tom estava inconsciente e, desesperada, entrou no carro, disposta a ligar e dar no pé, com a Lizzie no porta malas ainda!

O problema é que o carro não estava ligando. -.-‘

- Bill, me empresta sua bota, por favor – pediu Jane sem desviar os olhos da garota que nem nos olhava, focada em fazer o carro ligar.

Com todos os acontecimentos da noite, apenas lhe entreguei o meu sapato, achando esse um dos pedidos menos bizarros até agora.

Assim que ela pegou minha bota (a minha preferida, por sinal!), foi um pouco pra trás e simplesmente a lançou com toda a força, fazendo quebrar o vidro do carro e a loira soltar um grito de susto.

Nesse momento, Georg e eu saímos correndo em direção ao carro, Georg para pegar o Tom e eu correndo para o porta malas, querendo “salvar” a Lizzie.

Pela graça de Deus a doida estava muito assustada ainda com o vidro quebrando e o carro não querendo ligar, porque eu tenho certeza que se eu tivesse demorado apenas mais um minuto ela teria dado a ré e me atropelado, nem que seja por acidente!

Eu e Georg voltamos correndo para a proteção, longe do carro com a Lizzie e o Tom desacordados junto conosco.

- Hey! Como você conseguiu um lançamento com tanta força e precisão? – eu perguntei curioso enquanto calmamente saíamos daquele cenário bizarro.

- Eu fazia arremesso de pelotas quando eu estava no ginásio! – respondeu Jane calmamente enquanto olhava Lizzie inconsciente no meu colo. – Bill...

- Sim?

- Leva a Liza para o hospital! Eu não sei o que colocaram na bebida dela – disse Jane.

- Pode deixar – eu disse lhe dando um sorriso confiante. É, como se eu já não fosse fazer isso.

- Bill, você quer que eu, Georg e Gustav levemos Tom para casa? – perguntou Claire que tinha ouvido a minha conversinha com a Jane.

- Você se importaria de me levar para o hospital? Depois podem fazer o que quiserem com o Tom, mas eu realmente preciso ir para o hospital levar a Lizzie – eu pedi, torcendo para não abusar da boa vontade da Claire.

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- Claro, Bill! Não se preocupe! Eu vou dirigindo seu carro e Georg leva o Gustav e o Tom – disse ela sorrindo docemente para mim.

Agradeci mentalmente pela anta do Georg ter conseguido (não tenho a mínima idéia de como) uma namorada tão legal como a Claire.

P.O.V. Claire

- E aí, Bill, como ela está? – perguntei assim que ele entrou na sala de espera conosco. O coitado estava com uma aparência péssima, parecia que faziam dias que ele não dormia devido à sua preocupação com a Lizzie.

Mas também não era para menos! Tínhamos saído da tal festa quase três horas da manhã e já estávamos aqui a mais de duas horas! Logo o sol iria nascer!

- Ela está bem, só adormecida. Eles não descobriram exatamente o que lhe deram, mas ela não está com nenhum elemento tóxico no sangue. Eu vou ficar aqui até ela acordar, já que o médico pediu que ela permanecesse no hospital para alguns exames depois que ela acordasse, mas se vocês quiserem podem ir – disse Bill esfregando a cara, tentando afastar o sono.

- Obrigado, Bill. Nós vamos indo então! Se cuida, cara! – disse Gustav saindo, rebocando o Tom que estava adormecido e comigo e com Georg seguindo-o.

Essa fora uma longa noite.