Havia uma floresta que era cruzada por um rio largo, escuro e rápido. E nessa floresta morava uma jovem Coruja que amava voar alto. Um dia ela encontrou uma Borboleta pousada desanimadamente em um galho qualquer. Ao se aproximar contou para ela da beleza que era ter asas e voar por aquela floresta tão rica de coisas. Mas a Borboleta não lhe deu atenção e disse apenas que viveria pouco demais pra ver tudo que queria e resolveu ficar ali, parada, esperando que seu tempo passasse e que o destino chegasse até ela.

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A Coruja não desanimou, queria ajudá-la, e a incentivou descrevendo da melhor forma as maravilhas que já viu. A Borboleta ficou imaginando cada coisa que a ave descrevia e a questão do que havia depois do largo rio a contaminou, deixando-a curiosa ao ponto dela se apaixonar pela ideia de tentar ir além do que qualquer outra Borboleta já tinha ido, mesmo que levasse toda a sua vida para isso.

Após dar esperança para a Borboleta a Coruja se uniu a ela para descobrirem o além do mundo que eles conheciam.

No dia de atravessar o grande rio turbulento, escuro e frio a borboleta quis desistir, dizendo a sua amiga que já lhe bastava ter visto tudo até ali. Mas a Coruja persistiu e lembrou a Borboleta do sonho que ela tinha quando começaram a aventura. Então elas foram voando sobre o rio mal humorado, recebendo as gotas frias e sentido o vento gelado que os envolvia. Por momentos a borboleta teve medo, por vezes ela se sentiu corajosa e orgulhosa de ter chegado até onde estava, mas em nenhum desses momentos ela tinham chegado aonde realmente queria.

No fim da jornada, quando estava quase tocando a água e cedendo ao corpo cansado, a Borboleta chegou a outra margem e caiu sobre uma parte de terra úmida e fria. A Coruja ficou preocupada e foi até ela, e viu que a Borboleta sorria com toda a alegria que possuía.

Após o esforço, e ter visto tanta coisa, elas apenas apreciaram o verde das folhas e o céu distante que eram iguais ao do outro lado. Com sua voz baixa a Borboleta agradeceu á coruja pela amizade, pela aventura e pela companhia constante. E em seus últimos fôlegos de vida acrescentou que estava tão feliz de ter sido uma Borboleta, com a vida curta como a de qualquer outra, mas ter conseguido seguir um sonho, usar suas asas como nenhuma outra e ido além do que tantas outras Borboletas não acreditavam que podiam ir.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.