Golden Girl

Eu sou só uma humana


Olhei envolta da sala de Dumbledore e vi que há várias coisas quebradas no chão.

─ O que aconteceu aqui? ─ perguntei

─ Harry precisava... Extravasar ─ Dumbledore disse ─ Sente-se Alison.

─ Prefiro ficar de pé ─ disse

Ele assentiu e encarei meu namorado. Ele permaneceu de costas para mim e respirei fundo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

─Antes Alison, eu gostaria de falar que você pode voltar a estudar em Hogwarts e suas notas nos N.O.Ms não foram alteradas depois que você foi expulsa ─Dumbledore disse

─Muito obrigada! ─disse

Dumbledore assentiu. Olhei de novo para Harry.

─ Harry, eu estou pronta para te contar tudo ─ disse.

Ele ficou de pé e ficou de frente para mim. Seu olhar era frio.

─Pode começar, Alison ─Harry disse com toda a frieza possível.

Deu um passo para trás e o encarei chateada.

─Antes Harry quero que você entenda que Alison é especial. Ela estuporou a mãe dela sem uma varinha e sem saber o que estava fazendo com apenas 3 anos. Eu vi com meus próprios olhos, pois foi na casa dos avós maternos dela e nesse dia eu estava lá. Eu já havia visto essa habilidade antes e é bem rara ─ Dumbledore disse

─ Tudo bem, eu entendi, mas como você entra na história? E como você saiu de Beauxbatons? ─ Harry perguntou

─ Dumbledore conversou com Madame Maxime e ele conseguiu minha transferência para Hogwarts ─ disse

─ Alison, por que você veio para Hogwarts? ─ Harry perguntou

─ Eu... ─ eu simplesmente não sabia como falar

─ Alison! ─ Harry disse perdendo a paciência

Suspirei e fechei os olhos. Eu não conseguiria encara-lo.

─ Eu vim para proteger você ─ disse

Um silêncio se instalou na sala e eu abri meus olhos. Harry evita me encarar e suspira.

─ Por isso você ficou na minha frente ─ Harry disse ─ E foi por isso que você começou a namorar comigo. Seria mais fácil. Foi tudo um plano, certo?

Ele parecia decepcionado e me senti um lixo.

─ Não, isso não é verdade. Quando vim para Hogwarts eu sabia que precisava te proteger, então Dumbledore me ensinou coisas como oclumência e feitiços não verbais ─ disse ─ Eu não precisava me aproximar de você, por dois anos eu nem tentei, mas as condições mudaram. Eu me aproximei de você por causa da Ordem e...

─ Outra coisa que precisamos conversar. Qual foi o argumento que você usou para convencer seus pais que você poderia ir com eles nos “salvar”? ─ Harry disse me interrompendo

─ Harry, a meses atrás eu entrei para Ordem. Eu sempre quis ajudar as pessoas e essa foi uma oportunidade única e incrível ─ disse

Harry encarou Dumbledore, mas continuei encarando meu namorado.

─ Por que você não deixou ela me contar, Dumbledore? ─ Harry perguntou parecendo irritada

─ Porque eu sabia que se ela contasse, você e os gêmeos Weasley também me pediriam para entrar. A única pessoa recomendada a entrar na Ordem que ainda está na escola é a Alison porque eu mesmo a treinei ─Dumbledore disse

─ Isso é injusto! ─ Harry gritou

Me encolhi e me afastei. Ele me encarou novamente.

─ Mais alguma pergunta? ─ sussurrei

─ Por que saiu da escola naquele dia? ─ Harry perguntou sem hesitar

─ Fui à casa da Kimberly. Tentei trazer os pais dela para o nosso lado e bem, eu consegui ─ disse.

Seu olhar estava tão... Magoado. Estava doendo tanto em mim

Coloquei a mão no rosto dele e acariciei sua bochecha. Mas ele simplesmente tirou minha mão do seu rosto. Isso quebrou meu coração, mais do que ele já está quebrado.

─ Eu sabia que Voldemort estava aprontando algo principalmente pelo o que aconteceu na Câmara Secreta, mas eu também sabia, ou melhor, sei que você pode derrota-lo. Meu trabalho é só mantê-lo vivo até a hora certa ─ disse.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

─ Como você sabe que posso derrota-lo? ─ Harry perguntou

─ Porque eu vi esperança em você. Eu não sei o porquê, mas eu sempre vi esperança em você, eu sempre acreditei em você. Eu sempre soube que você é especial ─ disse colocando a mão no braço dele

Ele não fez nada dessa vez, mas suas palavras me machucaram mais do que qualquer gesto.

─ Como eu vou acreditar em você? ─ Harry disse

─ Não sei ─ disse com sinceridade e fitei meus pés ─ Me desculpa

─ Harry, eu tenho uma parte da culpa. Eu pedi que ela guardasse segredo. Eu sabia que se ela te contasse, você não aceitaria o fato de ela ter que dar a vida por você se fosse necessário ─ Dumbledore disse

─ ELA TERIA QUE FAZER O QUE? ─ Harry gritou

─ Harry... ─ Dumbledore disse

─Você não deveria ter deixado uma garota dessa idade fazer algo assim e EU SEI ME CUIDAR SOZINHO. NÃO PRECISO DE NINGUÉM PARA ISSO.

Senti um pouco de raiva.

─ Tá dizendo que não sou capaz de fazer isso? ─ disse

─Eu nunca diria isso, mas...─Harry começou a dizer

─Você deveria ser mais agradecido. Eu estou salvando a sua vida, ok? ─disse ─ Eu só tenho 15 anos. Eu não deveria passar por coisas assim, mas eu faço isso por você. E eu faria tudo de novo porque eu não me arrependo de nada que fiz, mas agradecer seria bom. Nenhum de nós da Ordem somos obrigados a fazer isso. Não aja como um idiota.

─Eu não vou agradecer por isso. E no dia que eu te perder por culpa minha? Alison, eu não posso perder você também ─ Harry disse ─ O que você está fazendo é nobre, mas eu não preciso disso.

Uma lágrima saiu do seu olho e eu a limpei com o polegar.

─Você não vai me perder, mas você não pode me impedir de te proteger. Eu só prome... ─Comecei a dizer, mas ele me interrompeu,

─Não prometa algo se você não sabe se pode cumprir ─Harry disse.

Suspirei. Ele tinha razão.

─Eu vou tentar, mas Harry isso não quer dizer que vou parar de salvar a sua vida ─ disse

─ A Kimberly sabe que você é minha protetora? ─Harry disse

─ Nem a Amber sabe.

Ele me encarou claramente surpreso, mas depois ficou sério de novo. Harry encarou Dumbledore.

─ Não é justo ─ Harry disse ─ Ela é só uma garota. Ela é só uma adolescente que deveria estar aproveitando a vida.

No fundo ele tem razão, mas eu já escolhi o meu lado na guerra e não vou parar de lutar até vencermos. Proteger Harry faz parte da luta.

─ A vida não é justa, Harry. Você deveria parar de reclamar. Você não é o único que está sofrendo aqui ─ disse ríspida

─ Eu nunca vou entender porque você está fazendo isso e eu sei muito bem Alison que não sou o único que está sofrendo ─ Harry disse

─ Eu estou fazendo isso para voc não acabar como meu pai! ─ gritei

Ai sim a ficha caiu. Dizem que algo só se torna real quando você diz em voz alta.

Uma dor insuportável invadiu meu peito e meus olhos se encheram de lágrimas. Está cada vez mais difícil segurar as lágrimas

─Alison? Você está bem? ─Harry perguntou

Neguei com a cabeça. Era como se eu pudesse ver em minha mente aquela vadia duelando com meu pai.

Harry tentou segurar meu braço, mas o empurrei e sai correndo. Abri a porta da sala de Dumbledore, desci as escadas e sai da sala.

Esbarrei com Kimberly e ela me encarou.

─ O que aconteceu? ─ Kim pergunta

─ Pergunta para o Harry depois ─ disse tentando arrumar uma desculpa para sair dali

─ Vocês brigaram? ─ Kim pergunta

Suspiro.

─ Meu pai está morto, Kim. Eu preciso ficar sozinha ─ disse e ela me encarou visivelmente chocada

Sai correndo até chegar no lugar que eu desejava. Uma parede lisa sem nada especial.

Fechei os olhos e senti algumas lágrimas saindo dos meus olhos. Assim que abri meus olhos vi uma porta na parede. Olhei para os lados e pude ver que ninguém prestava atenção em mim. Sem hesitar abri a porta.

Enquanto a adrenalina estava em minhas veias, eu não senti nada. Mas quando ela saiu e eu admiti o que tinha acontecido, a dor veio. E essa dor é einsuportável.

A sala se parecia com o escritório da minha casa. O lugar onde minha mãe guarda o albúm de casamento dela com o papai. O lugar que eu entrava escondida quando era pequena só para ver as fotos do papai.

Fechei os olhos com força e me permiti chorar. As lágrimas saiam dos meus olhos descontroladamente e a dor não passava de maneira nenhuma. A dor da perda.

Minha visão está turva. Apoiei minhas mãos na mesa do escritório e senti um soluço escapar da minha boca.

─Ele não poderia ter me deixado! ─gritei

Joguei de uma vez só todos os objetos que estavam na mesa no chão. Agora a raiva me atingia. Ele não podia ter feito isso comigo.

Chutei a mesa, mas ao invés de derrubá-la no chão, senti uma dor forte no pé. Murmurei um palavrão e sentei no chão.

Abracei minhas pernas e continuei chorando. Chorar não diminuía a dor, nada diminui a dor.

Segurei o colar que meus pais me deram de Natal. A única coisa que sinto nesse momento é saudade. Saudade de alguém que nunca mais vai voltar.