Golden Girl

Meu nome é problema


─ Olá Alison! ─ uma voz arrastada diz

─ Olá Lúcio! Olá MacNair! ─ digo

Suspirei e girei os calcanhares virando de frente para os dois comensais. Entrei na frente de Amber e peguei a varinha que estava na jaqueta.

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─ Ninguém vai se machucar. É claro, isso depende de você ─ MacNair diz

─ O que querem? ─ pergunto

─ Nós não queremos nada ─ Lúcio Malfoy diz

─ Então vão embora ─ digo

─ Mas o Lorde das Trevas quer e não podemos sair daqui sem o que ele quer. ─ Lúcio diz

─ Nos deixe em paz ─ Amber diz

─ Olha, a garotinha é corajosa. ─ Macnair diz debochado

Macnair deu um passo para frente ficando mais perto de Amber e me coloquei entre os dois. Se ele pensa que vai machucar minha irmã ele está completamente enganado.

─ Você pode falar o que ele quer, mas independente do que for, ele não terá ─ digo

─ Você ainda não entendeu? Ele quer você. As pessoas da sua idade não tem suas habilidades e o Lorde sabe que é melhor ter você do nosso lado do que contra nós ─ Lúcio diz

─ Diga para ele que ele vai ficar querendo. Eu estou do lado do Harry e assim continuarei. ─ Digo

─ Então vamos ter que te levar a força ─ Lúcio diz

─ Alison, o que vamos fazer? Você não pode usar sua varinha fora da escola ─ Amber diz

─ Até que ela é espertinha ─ Macnair diz

─ Cala a boca, otário! ─ digo

─ Vocês... Não vão leva-la ─ Amber diz

Os dois comensais da morte riram. Eu não havia percebido a gravidade da situação até que o primeiro feitiço foi desferido contra Amber. Eu só tive tempo de empurra-la para o feitiço não acerta-la.

─ Você está bem? ─ pergunto para minha irmã sem tirar os olhos dos comensais

─ Mais ou menos ─ ela diz

Bem, eu a joguei no meio da rua. Não fui muito delicada.

Amber logo ficou de pé e eu fiquei nos protegendo com feitiços não verbais. Malfoy e Macnair eram bons, mas não o suficiente.

Estupefaça! ─ Malfoy diz e me protejo sem dificuldade

Impedimenta! ─ Macnair diz apontando para Amber

Nos protegi de novo. Olhei para Amber para ver se ela estava bem e ela apontou para frente.

Expelliarmus! ─ Malfoy diz

Minha varinha voa da minha mão e fico tensa. Como não consegui me proteger a tempo? Era só uma droga de um Protego. Não era difícil.

─ Estupore! ─ Macnair diz apontando para mim

Então uma coisa muito estranha aconteceu. Foi como se o feitiço do Macnair tivesse batido num escudo e voltado nele. Como se o Protego que pensei tivesse nos protegido. Será que é um tipo de habilidade desconhecida?

─ O que foi isso? ─ Amber sussurra e nego com a cabeça

─ Amber, corre de volta para a casa dos nossos avós ─ sussurro.

─ Não vou sem você ─ ela sussurra

Olho para ela e depois para minha varinha. Ela assente e corre para pegar minha varinha. Malfoy aponta a varinha para ela e diz “Impedimenta”. Eu não pude fazer nada.

─ Somos só nós dois agora ─ Malfoy diz

Sem varinha não tenho chance. Ele ergue a varinha e diz em alto e bom som.

Crucio!

─ Não! ─ Amber grita

Não consigo desviar e sinto uma dor que superava qualquer uma que já havia sentido. Meus ossos pareciam estar em chamas e eu gritava. Tanto que ele teve que fazer um feitiço silenciador em mim para que ninguém nos ouvisse. Era uma dor alucinante.

Então parou. Tentei levantar, mas não tinha forças para isso.

─ Menina tola, você se acha corajosa demais, esperta demais. Acho que pude te mostrar o que acontece com pessoas como você. Garota de ouro... ─ Malfoy diz e ri debochado ─ Você é uma piada, Alison.

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Já havia passado o efeito do feitiço que ele lançou em Amber e ela sentou ao meu lado.

─ Ali, por favor fala comigo! ─ Amber diz

─ Oi ─ digo

Minha voz estava rouca e fraca.

─ Eu preciso da sua ajuda. Esqueceu que eu sou a irmã fraca? ─ Amber diz e me entrega a varinha ─ Você precisa ser forte por nós duas. Como você sempre foi e sempre será.

─ Conhece as maldições imperdoáveis, Amber? Imperio, Crucio e qual é a outra mesmo? Ah lembrei ─ Lúcio diz

Dava para ver o desespero no olhar da minha irmã e algumas lágrimas já saiam de seus olhos. Ela estava com muito medo e eu precisava protegê-la.

─ Ava... ─ Lúcio diz apontando a varinha para ela

─ Estupore! ─ digo apontando para o Lúcio

Ele é jogado para trás e cai no chão desmaiado.

─ Foi por pouco ─ digo

─ Ela ia me matar. O que eu fiz para ele? ─ Amber diz

─ Esquece isso. Me ajuda aqui. ─ Digo

Amber me ajuda a ficar em pé e suspiro pesadamente.

─ Vamos embora ─ digo

Eu ainda estava meio abalada graças ao vadio do Lúcio Malfoy. Aquele idiota!

─ É melhor você não aparatar comigo. Você ainda está fraca. Vamos voltar para casa de vovó e podemos pedir uma chave de portal ─ Amber diz

─ Eu consigo. Prometo. ─ Digo

Ela segura meu braço e aparatamos para o Largo Grimmauld. Assim que chegamos na cozinha da casa do meu pai eu comecei a tremer de fraqueza e Amber ainda chorava.

─ Ali, o que aconteceu? Ali, você não deveria ter aparatado comigo ─ Amber diz.

─ Estou bem ─ digo

─ Vocês estão ai né ─ minha mãe diz entrando na cozinha ─ Nunca mais sumam assim.

─ Estávamos preocupados. Vocês demoraram muito. Espera, o que aconteceu com vocês? ─ Meu pai diz

Em questão de segundos todos estavam na cozinha. Harry, Hermione, Rony, Gina, Jorge, Fred, a Sra. Weasley… Até Lupin, Olho Tonto e Tonks estavam.

─ Onde vocês estavam? O que aconteceu? Por que você está chorando, Amber? Por que demoraram tanto? Por que a Alison está tremendo? ─ todos falavam ao mesmo tempo e minha cabeça doía muito

Segurei firme na primeira cadeira que vi. Minha visão estava escurecendo e eu estava tonta. Eu sentia que ia desmaiar.

Colocaram a mão nas minhas costas e me guiaram até uma cadeira. Olhei para a pessoa vi os cabelos castanhos do meu pai. Também vi os cabelos loiros da minha irmã que estava abraçada a ele.

─ Silêncio! ─ meu pai diz e todos param de falar

Todos me encaram e pisco algumas vezes para minha visão voltar ao normal.

─ Hermione dê água com açúcar para Amber. Talvez ela se acalme. Gina, pegue uma poção para a Alison. Aquela que dou para vocês quando vocês estão doentes. Está na minha mala ─ a Sra. Weasley diz.

Elas assentem. Gina sobe e logo volta com um frasco na mão.

─ Alison, querida, toma isso ─ a Sra. Weasley diz e me entrega

Tomo de uma vez só e me sinto melhor. A tremedeira passa e a dor de cabeça diminui. Mas ainda via a cozinha rodando. Fiz uma careta. A poção tinha um gosto horrível.

─ Amber, conte-nos o que aconteceu ─ Tonks diz encarando minha irmã.

─ Eu conto ─ digo

─ Filha, você não está bem ─ meu pai diz

Minha mãe sentou ao meu lado e segurou minha mão.

─ Podemos esperar vocês se acalmarem ─ Minha mãe diz

─ Não, eu vou contar agora ─ digo.

Todos sentam e eu olho no rosto de cada um antes de começar.

─ Lúcio Malfoy e Macnair aparataram perto de nós e começaram com um papo estranho... ─ conto tudo detalhadamente.

Quando terminei de contar todos nos encaravam e parecia que o ar tinha ficado mais pesado.

─ Ele... Ele te torturou? ─ minha mãe pergunta.

Ela parecia muito abalada. Talvez mais do que eu.

─ Sim ─ respondo.

─ Ele quase matou sua irmã? ─ ela pergunta

─ Sim, mãe. Você não ouviu a história? ─ respondo.

─ Eu quase perdi minhas meninas ─ minha mãe diz e aperta minha mão. Ela abraça Amber que estava mais calma.

Ouvi um barulho de vidro quebrando e vi que meu pai havia quebrado os copos e pratos que estavam no armário.

─ Pai... ─ Amber diz

Lupin ficou de pé e colocou a mão no ombro do meu pai. A Sra. Weasley com um feitiço concertou os copos e pratos.

─ Sirius, se acalma! ─ Lupin diz

─ Ele quase matou minha filha mais nova e torturou a minha filha mais velha. Eu vou matar esse Malfoy ─ Sirius diz ─ Por que você não fugiu, hein Alison? Era só aparatar.

─ Eu não ia fugir sem lutar. Eu não sou fraca. ─ Digo

─ Você é corajosa demais. Isso chega a ser tolice ─ Sirius diz ─ Ele poderia ter feito pior com vocês.

Eu automaticamente me senti culpada.

─ Suas filhas estão bem. O grande problema é que Voldemort está atrás da Alison ─ Moody diz

─ Bem, pelos menos agora não sou o único que está sendo procurado ─ Harry diz.

─ Vou precisar da mesma segurança que o Harry? ─ pergunto

─ Acho que você não precisa disso. Não por enquanto ─ Tonks diz

─ Alison está segura aqui e também estará em Hogwarts. Se acalmem ─ Lupin diz

Eles começam a falar sobre mim e sobre minha segurança. Gina, Rony, Hermione, Fred e Jorge já haviam saído de fininho. Harry ficou para escutar tudo e Amber também escutava tudo atentamente.

─ Vou descansar ─ digo de repente

─ Alison, precisamos conversar sobre... ─ meu pai começa dizer, mas o interrompo

─ Não! Meu dia foi intenso e eu realmente preciso deitar um pouco ─ digo ─ Vocês são os adultos. Vocês resolvam.

Logo que saio da cozinha ouço passos atrás de mim. Olho para cima do ombro e vejo que é só o Harry. Não falamos nada até entrarmos no meu quarto e assim que entramos sentamos na minha cama.

─ Harry, eu realmente gostaria de dormir um pouco ─ digo.

─ Quero falar com você sobre o que aconteceu na Sala Precisa ─ Harry diz

─ Harry, você não precisa me dar satisfação de nada ─ digo.

─ Eu sei, mas você estava chorando e eu me senti mal. ─ Harry diz ─ Eu não queria beijar a Cho. Ela tentou me beijar e quando eu ia me afastar, você apareceu. Fui atrás de você depois que saiu, mas não te encontrei.

─ Você não parecia estar querendo afasta-la ─ digo

Ele ri e o encaro.

─ Eu estava. Ela não faz mais o meu tipo ─ Harry diz

─ Você muda de opinião muito rápido ─ digo

─ Eu só estava enganado sobre tudo isso ─ Harry diz

─ Tudo o que? ─ pergunto

─ Eu sou um garoto. Não sou bom em decifrar sentimentos. ─ Harry diz

─ Então você não tem sentimentos pela Cho? Uau! Que descoberta interessante ─ digo ─ Nunca achei que ela fosse boa o suficiente para você.

─ Por que? Quem você acha é boa o suficiente para mim? ─ ele diz

Minha mente gritava para eu falar “eu”, mas ignorei isso.

─ Eu... Não sei ─ digo

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Ele me encara e vejo o quanto estamos próximos. Ela passa a mão na maça no meu rosto e sorrio. Como num instinto repentino, seus lábios aproximaram-se dos meus. Foi só um selinho, mas meu coração batia tão rápido que parecia que ia sair do meu peito.

Esse dia foi bem diferente do que pensei que seria.