Não sabia por que estava fazendo aquilo, apenas o beijei. Ele segurou minha mão, então pensei que tudo bem, seria normal beijar um cara em um encontro. Mas porque eu me sentia diferente?

Por mais que eu quisesse não conseguia parar o beijo, senti seus braços rodearem minha cintura me puxando para mais perto, nesse momento senti um frio na barriga, era como se algo mudasse dentro de mim.

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Parei o beijo lentamente, mas permaneci abraçada a ele. Stiles me olhava com cara de surpreso, deve ser porque realmente estava, assim como eu. Sem pensar duas vezes ele se inclinou e me beijou novamente, dessa vez quase me tirando do chão.

Dessa vez ele parou o beijo, mas não me soltou. Ele sorria para mim, retribui o sorriso. Sai dos braços dele e segurei sua mão, aquele momento parecia que seria para sempre, e por algum motivo eu queria que fosse para sempre.

– Você ta com fome? – ele pediu

– Um donut cairia bem agora. – respondi.

Ele segurou minha mão enquanto íamos em direção ao Dunkin Donuts. Conversamos um pouco durante o caminho curto até a lanchonete. Esse era com certeza o melhor encontro que eu já tive.

– Então, você faz isso com todos seus encontros? – ele perguntou sarcasticamente.

– Não seu bobo. – respondi.

– Então o que você geralmente faz?

– A maioria dos caras com quem eu sai apenas me levava para jantar e depois, bom... Você sabe.

– Na verdade não, mas entendi o que você quis dizer. – ele segurou minha mão com mais força, como se me desse apoio.

– Você foi o primeiro que eu trouxe para cá, isso era tipo um segredo meu.

– Considere seu segredo guardado comigo.

– E qual é seu segredo? – perguntei.

– Bom, o segredo é meu e da Ali. É bem pessoal.

– Isso tem a ver com vocês serem ligados?

– Sim, é sobre nossos pais.

– Pode me falar sobre a sua parte do segredo?

Ele hesitou por um momento, dando uma mordida no donut. Olhou pela janela, para a rua movimentada. Baixei os olhos para suas mãos, ele parecia contar os dedos, mas por quê?

– Stiles, porque você esta contando os dedos?

– É um truque que aprendi, sobre os sonhos.

– Como assim?

– Minha mãe me ensinou que nos sonhos nós temos dedos a mais, então quando eu fico nervoso sobre algo, conto os dedos para ter certeza de que não é um sonho.

– Você acha que isso é um sonho?

– Pra falar a verdade acho. Na minha antiga cidade eu nunca tinha encontros, nem saia com meninas. Digamos que não faço o tipo delas.

– E porque não, você é um garoto legal, bonito, engraçado. Um dos poucos que me fez rir.

– Allison dizia a mesma coisa quando estávamos no sétimo ano e agora somos irmão.

– Pode apostar que eu não vou ser sua irmã.

Rimos disso e continuamos comendo e falando sobre coisas sem sentido, sobre filmes que gostávamos e músicas perfeitas. Ele até me ensinou um jogo que ele fazia com Allison quando descobriram o Itunes.

– O jogo é assim, eu digo uma situação e você diz o nome de uma musica que te faz lembrar essa situação.

– Ok, pode mandar qualquer situação.

– Você estava em uma festa, ou melhor, um festa depois do time da escola ter ganhado o campeonato. O capitão do time decidiu que iria ter bebida alcoólica, já que os pais dele não estão, é sua primeira festa, qual musica?

– Essa é fácil, meu primeiro porre, me lembro de escutar Hangover, Flo-Rida.

– Sério, festa da escola?

– Sim, foi no começo do primeiro colegial.

– Ok, próxima. Essa é pessoal, você terminou com seu primeiro namorado por algo que ele fez, mas sempre que ele chegava perto você se arrepiava toda e ainda deu uma segunda chance.

– Mais fácil ainda, lembra de Here we go again da Demi Lovato.

– E esse mesmo cara mentia varias vezes.

– Love the way you lie, a versão da Rihanna é claro.

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– Você ta indo bem.

– Então continua.

– O momento em que você sente vontade de explodir e falar tudo o que pensa, sem pensar nas conseqüências.

– Acho que vou ficar com I wanna go, Britney Spears.

– Você é boa nisso, mas já to cansando então agora vai ser a ultima.

– Me surpreenda.

– Um baile de escola, o cara que você gosta te convidou para o baile e na música lenta você percebe que pode estar apaixonada por ele.

– Certo essa ainda não aconteceu.

– Como assim?

– Eu ainda não descobri o cara certo para a musica certa.

Depois disso mudamos de assunto. Terminamos nossos donuts e nossos capuccinos e fomos embora. Caminhamos por mais um tempo pela Time Square, olhando os artistas de rua que se apresentavam em cada canto.

Paramos para assistir um casal de artistas, ele tocava violão e ela cantava. Pareciam felizes com o que faziam, eles cantavam e sorriam. Nesse momento Stiles passou o braço pelo meu ombro e eu segurei sua mão. Estava muito bom ficar assim com ele, parecia até um sonho que acabei contando os dedos sem querer. Corei com essa atitude.

Fomos para casa, Stiles parou o jipe na minha porta e desceu do carro, abriu a porta para eu descer e antes de me deixar ir pegou minha mão, olhou para a minha casa e me beijou. Parecia que tínhamos doze anos e era nosso primeiro beijo.

– Como vai ser amanhã na escola? – eu pedi.

– Não sei.

– Não quero que as coisas mudem entre nós.

– E não vai. – ele disse me beijando novamente.

O abracei e entrei correndo. Subi para meu quarto e fui até a varanda olhar para fora, ele ainda estava lá, acenei e ele partiu. Havia sido a melhor noite da minha vida depois de tempos.