O príncipe, a cientista e o plebeu

A cegonha faz seu trabalho


O primeiro projeto da Cápsula 3 já estava incrivelmente bem adiantado em apenas três semanas de trabalho em cima dele. Seria apenas uma questão de tempo partir para o segundo projeto, graças à ajuda do Sr. Briefs. Bulma se dedicava com afinco a esse projeto que podia ser chamado de “o maior desafio de sua vida como cientista”. Estava realmente empolgada com tudo aquilo, além de estar tendo uns “encontrinhos noturnos” com Vegeta.

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Mas... Na última semana não andava se sentindo tão bem assim.

― Bulma... Você nem tocou no seu sanduíche. – a Sra. Briefs disse preocupada. – O que está acontecendo com você?

― Nada de mais, mamãe. Não se preocupe, é só uma indisposição estomacal. Você sabe que tenho isso de vez em quando.

― Oh, tudo bem. Mas ainda acho que é muito estranho uma indisposição durar tanto tempo.

Quando sua mãe se retirou, Bulma suspirou consigo mesma:

― É... Ela tem razão... Será que essa indisposição não está demorando demais pra passar?

A tal da “indisposição” englobava alguma moleza no corpo, um pouco de tontura e enjoos. Isso havia começado há cerca de vinte dias e na última semana os sintomas estavam aumentando de intensidade, a ponto de nem ter tocado no sanduíche que sua mãe lhe deixara no laboratório. Seu apetite andava reduzido, por isso se levantou do banco e decidiu levar o sanduíche para a cozinha, a fim de guardá-lo para depois. Já estava na hora de sair mesmo um pouco. Tinha hora marcada no cabeleireiro e estava cansada dos cabelos longos quase indo à cintura.

Guardou o sanduíche e dirigiu-se ao quarto. No entanto, quando estava no corredor, teve que se escorar na parede. O estômago começava a revirar mais uma vez, só que era bem mais forte. Igual à tontura que sentia no mesmo instante. Sentiu que poderia desmaiar a qualquer momento, por isso fechou os olhos e respirou mais devagar. Apesar disso, a sensação de que tudo estava girando não passava. Respirou fundo mais uma vez e, por fim, entrou no quarto para sentar-se na cama.

Agora aquilo não queria passar. Sempre passava, por que agora não passava? Com a cabeça pesando, passou a mão no telefone que era extensão do telefone da sala. Discou um número qualquer e aguardou até ser atendida.

― Alô? Sou eu, a Bulma. Eu gostaria de poder cancelar o meu horário de hoje aí no salão... É que não estou me sentindo muito bem. Não se preocupe, depois eu remarco. Muito obrigada! Tchau!

Colocou o fone de volta ao gancho e se jogou para trás na cama. Aquele mal-estar não passava de jeito nenhum.

― Bulma! – a Sra. Briefs a chamou do corredor. – Você não vai almoçar?

― Não, mamãe, eu não vou... Tô me sentindo horrível e sem apetite nenhum.

― Mas o que você tem, filha? – a loira já estava mais preocupada.

Bulma não conseguiu responder. Levou a mão à boca e correu ao banheiro. Voltou mais pálida e abatida.

― Hmmm... Acho que entendi... Enjoos, tontura... Aqui, entre nós... – ela falou em tom mais suave. – Você andou tendo algum “encontro” com alguém a não ser o bonitão do Vegeta?

― Não, eu... Peraí! Como pode dizer que tô com o Vegeta?

― Bulminha, dá pra perceber pelo seu olhar quando o vê... Pelo seu comportamento quando ele está por perto e por outras coisas... Além disso, não se esqueça que, sem querer, já te vi com ele aos beijos e amassos e, depois, juntinho com ele na cama.

Agora a ficha caía para Bulma:

― Então você já sabe que...

― Oh, sei, sim. – ela respondeu com naturalidade. – E acho que você e ele formam um belo casal. Mal vejo a hora de ganhar algum netinho... Pelo jeito, não demora muito!

A jovem ficou catatônica:

― Hã...?! Você acha que eu tô...?

― Talvez. Mas marque uma consulta com um médico e faça um daqueles testes de farmácia! Só por via das dúvidas!

― Tá... Tá bom... Vou seguir o seu conselho, mamãe.

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*

Estava aborrecido. Logo agora que estava começando a se acostumar às “aventuras noturnas” com a terráquea, ela estava indisposta. E ao que parecia, à medida que os dias passavam ela estava mais estranha. Justo agora que havia descoberto uma forma de descarregar suas tensões e relaxar... Além de acalmar seus desejos. Não que Vegeta não gostasse dela, mas... Divertia-se com os “encontros” que tinham, isso tudo o fazia se sentir mais disposto a treinar.

Mas aquela “maluca” – como ele dizia – não estava em seus dias normais.

Notou que ela não estava tão irritante quanto era de costume. Por vezes, ela estava pálida e até mesmo com olheiras. Ela estava estranha e algo mais chamava-lhe a atenção, deixando-o intrigado. Não sabia ao certo o que era, mas esperaria o momento certo para descobrir o que estava acontecendo.

Iria usar a sua paciência de estrategista para conseguir seu objetivo de momento.

*

Dia seguinte.

Mais uma vez Bulma ouvia o despertador tocar. A disposição para se levantar era praticamente zero, mas tinha que se levantar. Tinha que ir ao laboratório fazer os exames que a médica lhe havia solicitado.

Isso seria um esforço imenso de sua parte, dadas as circunstâncias atuais.

Desligou o despertador e levantou-se, indo ao banheiro quase se arrastando. Tomou um banho rápido e foi à pia, para escovar os dentes. Assim que sentiu o gosto da pasta de dentes na boca, sentiu mais um forte enjoo que a obrigou a botar tudo para fora mais uma vez. Mas, o que tinha em seu estômago para botar para fora? Praticamente nada e ainda assim a ânsia permanecia, além do estômago revirando e das vertigens constantes.

― Droga... – murmurou. – Por que isso não para...?

Olhou para seu reflexo no espelho. Estava medonha, pensava. O rosto pálido, um par de olheiras e a expressão cansada a assustavam. Mas precisava descobrir o que estava acontecendo consigo. E logo. Assim que saiu do banheiro e se trocou, a porta se abriu de repente, assustando-a, a ponto de ela soltar um grito.

― Deixa de ser medrosa! – era Vegeta. – Quero que conserte os mini-robôs do meu treinamento.

― Infelizmente não vai dar, Vegeta. – ela respondeu. – Vou ter que sair pra fazer alguns exames.

― O que você tem?

― Sei lá! É pra isso que vou fazer esses exames.

― Vai demorar?

― Não sei.

― Então deixa de enrolar e vai logo! Preciso desses mini-robôs pra hoje!

Ela levou a mão à cabeça e se encostou à parede. A tontura voltava mais uma vez. Tudo aquilo chamava mais uma vez a atenção de Vegeta.

“Tem algo errado com ela... Posso sentir isso.”

Ela logo percebeu o olhar intrigado do saiyajin:

― Não se preocupa, já está passando...

Saiu do quarto e foi até o aerocarro de seu pai, que a levou até o laboratório. Enquanto ela saía, o saiyajin murmurou intrigado:

― Você está muito estranha... Até mesmo o seu ki está diferente.

*

Nova consulta com a médica, agora com os resultados dos exames em mãos. Bulma não escondia o quanto estava tensa e ansiosa para saber o que estava ocorrendo.

Logo ouviu seu nome sendo chamado de dentro do consultório.

A cientista entrou e se sentou diante da médica logo após cumprimentá-la. Entregou-lhe os resultados dos exames que havia feito. A médica abriu um por um, percorrendo os olhos em cada letra e em cada número enquanto a mulher de cabelos azuis a olhava cheia de expectativa. Dra. Yuuki – esse era o nome da médica – pousou os papéis sobre a mesa e ajeitou os óculos de armação delicada. Tinha 35 anos de idade, pele clara e cabelos cor de chocolate. Parecia um pouco jovem para sua idade. Era três anos mais velha que Bulma.

― Senhorita Bulma – ela começou a dizer. – Analisei cada detalhe dos seus exames, mas eu não encontrei nada de anormal. Na verdade, você é uma pessoa bastante saudável.

― Então, por que eu tenho esses enjoos, essas tonturas e todo o resto?

Dra. Yuuki pegou um dos papéis que estavam sobre a mesa. Ajeitou novamente os óculos e disse:

― Na última consulta você se lembra de que eu perguntei se você teve relações com alguém?

― Sim, por quê?

Yuuki sorriu, mas Bulma não entendeu a razão do sorriso da médica.

― Você está muito bem, a sua saúde está excelente! Neste momento eu gostaria de dar os parabéns à futura mamãe que está à minha frente! – disse com ar mais simpático.

― Hã...?! – a cientista estava sem reação alguma.

A médica explicou:

― Você me relatou que estava com esses sintomas, então desconfiei de que poderia estar grávida e logo pedi um exame para confirmar minhas suspeitas. E vejo que deduzi bem, o seu exame deu positivo!

Bulma estava totalmente em choque e apenas conseguiu balbuciar:

― Positivo... Eu... Tô... Tô grávida...?!

Dra. Yuuki assentiu com a cabeça:

― Sim. E já está com três semanas!

E assim a cegonha fez seu trabalho. Agora que sabia que estava de fato grávida, sua cabeça passava a trabalhar a mil.

“Ai, e agora...?”, pensou. “Como vou contar isso aos meus pais? E mais... Como o Vegeta vai reagir? Ele é tão imprevisível...!”