Ao Cair da Noite

Capítulo nove: Presentes


Capítulo nove: Presentes

Três meses depois...



Jake



Eu estava na casa da Lee esperando o Embry chegar para poder ir embora. Ainda não tínhamos encontrado o dono do rastro, mas ele se fez notar bastante. Dois campistas desparecidos e mais algumas pessoas ao redor de Seattle, era como se o terror estivesse voltando a nossa porta e não fossemos mais competentes o bastante para lidar com ele.
Eu me sentia bastante frustrado, mas a Lee sempre me animava assim como a Maika. Nunca imaginei que a Maika pudesse ser tão compreensiva, parecia outra pessoa de uns tempos para cá. Quando eu estava com a Lee ela ficava com o Sam ou com o Paul e a Rachel sem reclamar. Eu tinha medo de deixá-la sozinha, na verdade todos tinham. Emily, Rachel, Kim e Claire praticamente viviam juntas e escoltadas. A vida se tornava cada vez mais tensa.
- Eu fiz carne com batata. – a Lee disse suspirando e alisou sua imensa barriga.
- Você está uma graça. – eu disse olhando para sua barriga e ela me mostrou um dedo obsceno.
- Eu estou uma baleia. Acho que minha barriga vai explodir para o bebê sair. – ela disse enquanto se arrastava de volta para cozinha.
Levantei do sofá da sala e fui até o corredor onde ela estava. A ergui nos meus braços com imensa facilidade e ela começou a rir.
- Para mim ainda está bem levinha. – eu disse rindo e ela também riu.
- Tá bom, mas agora solta o saco de batata. – ela desceu do meu colo rindo. – Obrigada.
- Disponha.
Fomos para cozinha e eu apenas revirei a comida enquanto a via jantar. A hora avançava cada vez mais, mas nada do Embry. Em outras ocasiões eu não me preocuparia, mas como estávamos em estado de alerta qualquer atraso era alarde para mim. A chuva castigava a nossa cidade e o noticiário avisava que poderia haver tornado, isso só tornava minha preocupação maior.
- Acho que eu vou ligar para ele. – disse a Lee tão preocupada e tensa quanto eu.
- Melhor. – eu concordei.
Ela pegou o telefone sem fio e voltou para mesa. Depois de dois minutos com o telefone no ouvido ela o abaixou sem dizer nada.
- Ninguém atende. – ela disse e seus olhos marejaram.
- Calma. Deve ser a chuva. – ela limpou os olhos concordando comigo e alisou a barriga dando um suspiro incomodado. – Está sentindo alguma coisa? – eu perguntei preocupado.
- Sim. Mas é só um parasita que está vivendo na minha barriga há trinta e cinco semanas e MEIA. – ela frisou bem o “meia” e nós dois rimos. Ela terminou de limpar os olhos e sorriu de lado.
- Não chama o neném de parasita. – eu disse ainda rindo.
- Ele mora na minha barriga, come o que eu como. Depende de mim, me suga! – ela levantou rindo para colocar o telefone na base.
- Mas ele não fede. – eu falei com um sorriso e ela parou séria com a mão na barriga.
- É. – ela deu mais um suspiro pesado e isso me preocupou.
- Lee que foi? – eu a segurei quando a vi balançar como se fosse cair.
- Ele não para de se mexer. Mas de um jeito estranho, só dói aqui – ela indicou um lado da barriga – e não na barriga toda alternadamente como é o normal. – ela gesticulou o formato da barriga revirando os olhos de irritação, mas seu sorriso sumiu numa careta de dor.
- Acho melhor você deitar. – ela fez que sim com a cabeça e eu subi com ela no colo até seu quarto.
Coloquei-a deitada na cama e desci para tentar ligar para o Embry novamente. A chuva não parava e um galho de uma árvore atingiu a janela da cozinha espalhando vidro por todo canto.
- Merda! – fui para cozinha e quando abaixei para catar os vidros a luz acabou.
Respirei fundo para não xingar mais e ouvi um barulho no andar de cima. Voltei até a escada para subir. Provavelmente a Lee estava tentando levantar.
- Lee foi só a... – parei nos primeiros degraus sendo tomado pelo cheiro que impregnava o ar.
Estava escuro e na minha forma humana minha visão noturna não era tão boa. Concentrei-me no cheiro e subi as escadas fazendo força enxergar o máximo possível. Quando cheguei na porta do quarto pus a mão lentamente sobre a maçaneta, mas antes pudesse abri-la senti o corpo da Lee despedaçando a porta e sendo arremessado contra meu peito.
Nós caímos na escada e eu usei meu corpo para amparar sua queda nos degraus. Senti o chão nas minhas costas, mas logo mãos gelados estavam nos meus ombros e me vi voando até o teto da sala. Quando voltei ao chão vi a Lee caída na escada e uma silhueta se aproximava ameaçadoramente dela.
Explodi em lobo e parti para cima dele, mas antes que eu o alcançasse ele já havia desaparecido. A Lee estava desmaiada e eu sentia cheiro de sangue vindo dela, mas estava com medo de voltar à forma humana e ser pego desprevenido. Assim que tive esse pensamento meu medo foi confirmado. Ouvi minhas costelas partindo enquanto os pés do maldito me chutavam pelas costas.
Girei o corpo com a boca aberta e rasguei um pouco seu braço antes que ele se afastasse de mim. Eu estava levantando turvo do ataque quando senti um vento passando sobre mim e logo Embry estava rosnando feroz na minha frente. Levantei me sentindo melhor e menos tonto, mas as costelas estavam quebradas com certeza. O vampiro rosnou e vacilou entre um ataque e uma fuga antes de optar pela fuga. Eu queria ir atrás dele, mas tinha a Lee. Deixamos que ele fugisse.
- Lee? Amor fala comigo? – voltei a minha forma humana assim que ouvi Embry chorando em cima da Lee.
- Pega uma roupa! A gente tem que levar ela para o hospital. – eu segurei firme no ombro do Embry para ele acordar.
- As estradas estão fechadas por causa da chuva. – ele disse aos prantos.
- Então vamos correndo. – eu disse firme e ele fez que sim com a cabeça.
Voltei a minha forma de lobo e Embry me ajudou a colocar Lee nas minhas costas. Meus ossos quebrados reclamavam pelo esforço, mas eu não podia me deixar parar por isso. Ele a prendeu nas minhas costas com uma corda e colocou o cobertor por cima. Assim que sai vi que a chuva era pior do que parecia dentro de casa. Teríamos que ser rápidos e cautelosos. O vampiro podia voltar a atacar.
Enquanto eu corria com a Lee, Embry vinha atrás com as roupas na boca. Tentamos ir pelo caminho com menos árvores o possível, para evitar que galhos batessem na Lee. Chegamos aos fundos do hospital com certa rapidez e ele voltou à forma humana primeiro para tirá-la de cima de mim. Quando ele estava vestido e com ela nos braços fiz o mesmo. Corri atrás dele e os alcancei na recepção do hospital.
- O que houve com ela? E como chegaram aqui? – a enfermeira perguntou vendo o estado da Lee.
- Ela caiu da escada. – o Embry disse desesperado e enfermeira começou a gritar pedindo uma maca.
- Você também? – ela me olhou sem camisa e com uma imensa mancha rocha em cima das costelas.
- Eu tentei segurá-la. Mas eu estou bem, cuida dela. – eu a disse e coloquei a mão sobre a mancha.
- Toma isso e vão para lá. – ela me deu um cobertor e apontou algumas cadeiras na recepção lotada. A chuva trouxe muita gente para cá, com certeza.
- Eu não posso ficar com ela? – o Embry perguntou quase chorando vendo os enfermeiros levando a Lee embora.
- Agora não, eu sinto muito. – a enfermeira pareceu sentir a dor que ele sentia.
- Vamos esperar aqui. – eu puxei Embry pelo braço, mas também assisti desolado a maca sumindo no corredor.
Sentamos nas cadeiras vagas e uma garotinha estava sentada no colo da mãe brincando. A mãe parecia preocupada, mas a menininha era tão novinha que estava alienada da situação. Ela começou a rir para mim e vi que ela estava tremendo de frio. Sem que a mãe a notasse desceu do seu colo e sentou do meu lado se enroscando no meu braço. A mãe se deu conta da falta da filha e olhou para mim assustada.
- Desculpe por isso. – ela levantou e tentou puxar a garotinha, mas a menina segurou mais forte em mim.
- Tudo bem. – eu dei um sorriso sem graça, mas ela me olhou assustada.
Um frio desse, eu molhado e sem camisa. A filha dela me agarrando e eu falo tudo bem. O susto tinha razão. Eu também imaginaria que era um tarado ou algo assim.
- Toma. – dei meu cobertor para menininha, mas mesmo assim ela não me soltou.
- Você parece com meu marido. – a mulher disse chorando. – Amor, não é o papai. – ela disse e a garotinha fez bico de choro.
- Quer ouvir uma história enquanto você espera o seu pai? – a menininha com cara de choro riu animada e pulou no meu colo.
- Obrigada. – por fim a mãe da menina se sentou ao meu lado e começamos a conversar; ela, Embry e eu.
Conforme a noite foi adentrando a menininha dormiu no meu colo. E ficamos sem noticias da Lee todo esse tempo. Senti a criança no meu colo se mexer e meu coração apertou de forma violenta. Mesmo sendo horrível foi muito melhor Bella não estar aqui. De uma forma estranha, mas foi! Respirei fundo pensando nela e no nosso filho, pensar nela era coisa que eu evitava há algum tempo, e meu coração pesou. Medo! Meu coração pesou com o medo de que a ameaça não tivesse vindo só para cá. Eu espero mesmo que aquele sanguessuga sirva para protegê-la.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!



Bella



- Confere de novo. – a Rosalie dizia enquanto eu terminava de arrumar minha super mala. Gigantesca para dizer a verdade.
- Eu estou levando quase a minha casa aqui. – eu disse olhando para mala.
- Não seja boba. – ela ergueu a mala sem dificuldade e eu revirei os olhos.
Descemos as escadas e encontramos com Alice e Edward no carro.
- O Carlisle vai passar no seu quarto enquanto estiver de plantão. – Edward pegou minha mala e colocou no carro.
Alice me deu um breve sorriso e entrou no banco do motorista sem nada dizer. Suspirei derrotada quando ela o fez. Não estávamos brigadas esse tempo todo, mas não era mais a mesma coisa. Alice agia estranha comigo. Sempre distante o bastante para eu não dizer nenhuma estupidez que a machucasse.
Fomos em silêncio até o hospital e Edward ficava variando o olhar entre mim e Alice. A recepcionista nos recebeu com um sorriso e Edward pegou de volta a mala da sua mão quando ela quase caiu tentando segurá-la.
- Qualquer problema é só apertar aqui. Sua cirurgia será amanhã as nove. – agora tinha uma enfermeira que nos acompanhou até meu quarto me mostrando tudo.
O bebê era grande demais para um parto normal e eu teria que fazer uma cesariana. Eu não estava muito animada, mas Carlisle garantiu que mesmo não sendo natural era um parto seguro.
- Então, Senhora Black qualquer problema é só chamar. – a enfermeira disse sorrindo para mim da porta do quarto.
- É Swan. – eu disse tímida.
- Pois não?
- É Senhorita e é Swan. Não sou mais casada. – apesar de não ter me divorciado oficialmente do Jake era melhor aceitar os fatos.
- Desculpe. Suas fichas constam como Black. – ela disse ficando perceptivelmente envergonhada.
- Tudo bem. – eu respondi educada e ela saiu do quarto.
- Eu tenho que voltar a mansão. – o Edward disse e eu o olhei assustada.
- Eu pensei que... – logo cortei minhas palavras. Não queria que ele e a Tânia brigassem novamente, por mim.
- Alice fica com você. – ele disse e ela abriu a boca para falar, mas logo fechou.
- Fico né. – ela disse irritada e sentou na poltrona.
Minha vontade foi de começar a chorar compulsivamente. Alice era minha melhor amiga. Como a gente se afastou tanto?
- Não precisa. – eu disse limpando as lágrimas que fugiam por meus olhos e Edward se aproximou de mim, parando na minha frente.
- Não chora. – ele limpou meu rosto e olhou feio para Alice. – Vocês duas parem com isso agora! Vocês são amigas há muito tempo para ficar brigando desse jeito e eu sei que você queria mesmo ficar. – Edward olhou orrotado para Alice e depois calmo para mim. – Vai ficar tudo bem e amanhã à noite eu volto. – ele deu um beijo na minha testa e saiu.
Alice abaixou os olhos quando olhei em sua direção. Eu sentei na cama frustrada e me sentindo mal comigo mesmo.
- Ai. – eu murmurei quando senti uma pontada na barriga.
- Que foi? – no mesmo segundo Alice estava parada do meu lado me olhando preocupada.
- Só uma pontada. O médico disse que é normal. – eu disse sem a olhar diretamente e ela suspirou aliviada.
- Então tudo bem. – ela usou um tom irritado, bem mais a cara da Rosalie do que dela e voltou para poltrona.
- Alice, eu sinto muito mesmo. Nunca quis te magoar tanto assim. – eu disse de cabeça baixa, mas a vi se movendo na poltrona.
- Eu sei. Só que eu fico que nem uma idiota vendo você se magoando tanto assim. – eu levantei os olhos e vi Alice me encarando.
- Eu estou bem. – eu disse mentindo melhor do que em qualquer dia da minha vida.
- Eu queria que você conseguisse mentir para mim. – ela disse e se aproximou da minha cama.
- Alice você sabe que o que você queria que eu fizesse é impossível. O Jake já está até morando com aquelazinha. E... – eu suspirei sem conseguir mais falar e já estava chorando que nem uma idiota. – Eu não queria estar passando por isso sozinha. – admite por fim.
- Você não está sozinha. Eu estou aqui com você. Lembra? Amigas independente de qualquer coisa. – Alice segurou firme minha mão e limpou meu rosto.
- Lembro. – eu dei um sorriso em meio às lágrimas e ela sorriu também.
- Desculpa. Eu tenho te tratado como uma estúpida. – ela encostou a cabeça na minha e me abraçou de lado.
- Eu fui estúpida primeiro. – disse com biquinho e ela riu.
- Então uma estupidez anulou a outra e ficamos bem? – ela deu um imenso sorriso. Eu ia retribuir, mas a dor foi tão grande que não consegui.
- Chama a enfermeira. – eu consegui arfar. Alice correu para o corredor no mesmo segundo.
A dor ia e vinha cada vez com mais intensidade. Tinha horas que eu tinha vontade de gritar, mas me controlava. Logo a enfermeira estava no quarto junto com o médico, Alice voltou junto com eles.
- Boa noite, Bella. O que está sentindo? – o médico perguntou enquanto examinava minha barriga.
- Fome! Você é cego por acaso? – Alice disse irritada e o médico a olhou de cara feia.
- Acho melhor a Senhorita se retirar.
- Claro! Mas nem nos seus melhores sonhos. Vou ficar bem aqui. – Alice disse mais petulante e o médico voltou sua atenção para ela.
- Veja...
- Dava para vocês brigarem depois? – eu gritei já não suportando a dor e a enfermeira levantou meu vestido.
Tirando que essa foi à maior vergonha da minha vida, quando ela me mudou de posição a dor cedeu um pouco.
- Ela está em trabalho de parto. – ela disse e tanto o médico quanto Alice se calaram.
- Não tem como! Eu vou fazer uma cesariana amanhã e... – enquanto eu falava a dor me interrompeu.
- Eu vou preparar a sala. – a enfermeira disse e o médico veio terminar de me examinar.
Tudo bem! Mas quem vai me preparar? Eu não estou pronta para passar por isso, ainda mais sem o Jake.
- Eu acho melhor ligar para o Edward. – Alice disse nervosa quando viu o que o médico estava olhando em mim. O meio das minhas pernas deve ter virado um circo de horrores pela cara que ela fez.
- Eu vou pedir para colocarem você no soro. Acho que em algumas horas podemos fazer o parto, qualquer problema faremos uma cesariana de emergência. – o médico sorriu me acalmando e saiu do quarto.
- Amiga você está bem? – a Alice perguntou com uma careta de dor.
- Sim... Não sei. – eu comecei a chorar sem saber o que responder.
Em meia hora eu já estava pronta e com a camisola do hospital. O Edward chegou junto com a enfermeira que iria me levar para sala do parto.
- Já vamos levá-la. – ela disse para Edward que se aproximava da minha cama.
- Eu não posso ir? – ele perguntou e a enfermeira me olhou séria.
- Só o pai pode acompanhar.
- Mas o pai não vem. – eu disse ainda chorando. Na verdade eu não tinha parado de chorar desde que tudo isso começou.
- Sendo assim... – ela fez com a cabeça para que Edward nos acompanhasse.
- Leva a câmera. – a Alice gritou e entregou o celular para o Edward, que logo veio ficar perto de mim. Será que estava tão ruim assim que ela nem queria ver?
Primeiro me colocaram na sala e só havia os enfermeiros, mas logo o Edward e o médico entraram na sala. A dor só piorava, mas a enfermeira e o médico pediram para eu não gritar então eu evitava abrir a boca e só chorava.
- É linda a filmagem do parto. Agora não, mas depois você vai adorar. – uma das enfermeiras falou comigo e eu só balancei a cabeça concordando. Vi o sorriso do Edward pelos olhos dele e procurei me acalmar. Nossa! Eu queria tanto que o Jake estivesse aqui agora que eu acho que chorava mais por isso do que pela dor.
- Eu sei que você está sentindo dor, mas eu preciso que faça força quando eu disser. Ok? – o médico falando só me deixava mais nervosa.
O Edward olhou para mim do mesmo jeito que a Alice, mas logo voltou ao normal e começou a filmar. Será que estava tão ruim assim? Aí meu deus! A dor só piorava e na hora de fazer força eu sentia como se fosse desmaiar. Os minutos pareciam uma eternidade e chegou um ponto onde eu já não agüentava mais.
- Eu não consigo mais! Não consigo. – eu chorava sem ar ou força nenhuma e só sabia repetir isso sem berrar.
- É a última! Você consegue! – o médico me encorajava e Edward fez menção de se aproximar, mas a enfermeira o conteve.
Eu fiz força uma última vez, na verdade minha última gota de força, quando ouvi aquele ser perfeito mostrando vida.
- É uma menina e é linda. – a enfermeira disse e o médico olhou sem jeito para mim e para o Edward.
- Não é o pai. – a outra enfermeira que me trouxe disse e eu o vi sorrir com os olhos.
- Meus parabéns. – ele disse, mas a levaram para longe de mim. Não! Eu quero segurar minha filha agora!
- O pediatra vai dar uma olhada nela e daqui a pouco eu trago ela aqui. – a mesma enfermeira que falava com o médico percebeu meu desespero.
Eu não senti o médico dando os pontos, ele avisou que eu teria que ter alguns, mas eu queria mesmo era o meu bebê e nada mais. Depois de alguns minutos a pediatra veio com ele no colo.
- Está perfeitamente saudável. – ela me entregou o bebê e agora eu chorava de emoção.
Ela era tão linda e parecia tanto com o Jake. Até na cor ela lembrava o Jake. O Edward veio para mais perto e a filmou no meu colo.
- Ela é linda demais. – ele disse sorrindo também.
- É sim. Meu solzinho, minha Sunny.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!



Jake


Quando deu duas da manhã a chuva parou totalmente e menos de quarenta minutos depois Sue e Charlie chegaram com a Maika.
- Onde ela está? – Sue perguntou nervosa.
- Ainda não sabemos. – eu respondi e o Embry enfiou o rosto nas mãos.
Não queríamos ligar para Sue no começo, mas depois decidimos que seria melhor. Caso algo acontecesse com o bebê a Lee ia precisar da mãe.
- Eu imaginei que você ia estar sem camisa. – a Maika veio meiga para o meu lado e me entregou um casaco. Ela se assustou com a criança no meu colo, mas nada disse.
- Maika essa é a Melanie e essa é a filhinha dela, Mily. – apresentei a mulher sentada ao meu lado e a filha.
- Prazer, Maika. – elas se cumprimentaram e com isso a menina acordou.
- O papai já veio? – ela perguntou esfregando os olhos.
Quando a mãe ia responder um médico chegou à recepção. Todos levantamos tensos.
- Sra. Marco?
- Sou eu. – a Melanie respondeu nervosa.
- Pode ir ver seu marido agora. – ela respirou fundo e pegou a criança do meu colo.
- Obrigado. – ela disse para mim com lágrimas nos olhos e a garotinha acenou do colo da mãe.
- Um dia você vai ter que ficar com a nossa a noite toda no colo também. – a Maika segurou no meu braço e meu deu um sorriso tão singelo que eu não pude me ofender.
Essa não era a hora, nem o lugar de dizer que nunca teríamos filhos. Melhor me calar. Logo outro médico veio até nós.
- Sr. Call? – ele chamou e o Embry levantou as pressas.
- Eu. A Lee está bem? E o bebê?
- Calma! O bebê está ótimo e está no berçário, mas parece que há algo com a sua esposa. – ficamos todos preocupados. – Ela chegou com duas costelas quebradas e uma grande perda de sangue. Ela tinha escoriações por todo corpo e agora... – o médico suspirou e eu me aproximei mais.
- E agora Doutor? – eu perguntei nervoso.
- Bem, agora ela não tem nada. – ele disse coçando a cabeça. Provavelmente estava se achando louco.
- Podemos vê-la? – Sue perguntou se metendo entre mim e Embry e nos olhando de cara feia.
- Claro. Ela está meio irritada e disse que não vai fazer mais nenhum exame, mas acho que ela necessariamente não vai avançar em vocês. – o médico tentou brincar, mas vi que ele estava tenso.
Seguimos o corredor até o quarto onde a Lee estava e assim que chegamos há uns dez metros do quarto já podíamos ouvi-la.
- Se você tentar enfiar essa agulha em mim mais uma vez, eu vou enfiar ela no seu olho. E não vai ser no do rosto. – o enfermeiro se afastava dela andando para trás quando chegamos ao quarto.
- Amor você está bem? – o Embry quase se jogou na cama a abraçando com toda força. O enfermeiro aproveitou nossa chegada e saiu correndo do quarto.
- Acho melhor ligar para o meu pai. Ele pode resolver essa situação dos exames da Leah para vocês poderem ir para casa. – Maika se ofereceu com a maior boa vontade.
- Ah querida seria muito gentil da sua parte. – Sue disse e a Lee fuzilou a mãe com os olhos. Enquanto mãe e filha brigavam com os olhos Maika saiu do quarto com o celular.
- Eu estou bem, mas não me deixam ver o Harry. – a Lee falou e todos franzimos o cenho.- É um menino. Eu queria Harry, se você não se importar. – ela deu um sorriso largo e se virou para Embry.
- Claro que não. Harry é um lindo nome e aposto que ele é bonito que nem você. – Embry segurou o rosto da Lee e a beijou com carinho.
Estava todo mundo ali curtindo o momento feliz, mas eu não conseguia me sentir no lugar certo. Eu não queria estar aqui! Ver a Lee sem barriga só me fez lembrar que ela e a Bella engravidaram na mesma época e agora o meu filho ou filha podia estar nascendo eu nem sei aonde.
- Bom, meu pai já vem e disse que libera você e o bebê ainda hoje se puder. – Maika voltou sorrindo para o quarto com o celular na mão.
- Obrigada. – Sue disse e olhou feio para Lee que ainda torcia o nariz para Maika. – O telhado quebrou com a chuva, mas eu fico com você até o Charlie consertar. – a Sue disse e eu e o Embry nos entreolhamos. A parte do ataque de vampiro nós havíamos omitido. Dissemos que a Lee tinha caído da escada mesmo, não que ela tenha acreditado. Mas dissemos!
- A chuva estragou a porta de entrada e a janela da cozinha. – Embry disse e eu concordei.
- Fica lá em casa. A chuva não afetou em nada e nós temos um quarto de hospedes enorme. – a Maika logo se prontificou e todos se assustam.
- Não, eu...
- Vai ser ótimo, querida. Obrigada. – Lee olhou horrorizada para mãe, mas o olhar da Sue não deu brecha para contradição.
- Então vamos arrumar o quarto para Lee e para o neném. – ela me puxou pela mão e demos um aceno antes de sair.
Parei com ela no corredor e ela me encarou com um sorriso. Eu às vezes me assustava com a imagem que eu tinha dentro de mim da Maika. Será que eu estava errado ou agora ela estava fingindo? Não! Não dava para fingir tão bem assim.
- Que foi? – ela sorriu e me abraçou.
- Nada. Só quis te olhar. – eu segurei novamente em sua mão e ela se enroscou no meu braço.
- Vamos para casa. – ela disse sorrindo e começamos a andar nos mesmos passos.
Eu me calei quando ela disse casa. Era hora de começar a aceitar que onde ela estivesse seria minha casa. Um imprinting não podia ser tão errado assim, podia? De repente o que eu vivi com a Bella foi algum plano maior e... Não. Eu só estava procurando meios de me enganar. Casa, lar, tudo isso era algo que eu nunca ia ter mais, simplesmente a deixei me guiar.