O.V Lisa

Eles estão quase se devorando aqui! Joey está com as mãos na cintura dela e Cat passa seus braços pelo pescoço dele e corresponde o beijo com tudo. O que esse tarado idiota pensa que está fazendo com a minha melhor amiga?! A inocência dela está indo embora, eu estou vendo daqui os fios brancos no ar mostrando que agora ela entrou para o mundo malicioso e cruel! Vou acabar com esse garoto antes mesmo que terminem esse maldito beijo! / Se depender disso, você pode demorar quanto tempo precisar. Esse beijo não está nem começando / Pela segunda vez, você esta em qual lado?! Devia me apoiar, sua voz maligna! / Voz o caralho, pensei que já tinha aceitado que sou sua amiga imaginária, pobre garota iludida.

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– Finalmente os dois se assumiram. – Abbie suspirou sonhadora, tinha um sorriso bobo nos lábios. – O romance que eu tanto shippei virou real! Eles são tipo... Rony e Hermione!

– Então eu vou dar uma de Harry e acabar com a festa dos dois ali! – Procurei Cody pelos lados e percebi que não estava perto. – Não faça um escândalo.

Aproximei-me dos dois sem que percebessem / E daria para perceber? Eles estão “ocupados”/ e quando estava de frente para o ‘casal’, peguei a bebida que Cat fez o favor de ainda não ter finalizado e a joguei nos dois. Ambos deram um pulo, provavelmente assustados pela vodka em seus corpos. Fuzilei meus amigos com o olhar e eles apenas revidaram com o mesmo olhar.

– O que você pensa que está fazendo?! – Cat me perguntou enquanto passava a mão no braço molhado. – Quer saber? Eu vou chamar o Cody e acabo com essa sua festa, criatura abençoada por Lúcifer!

– Toalhinha? – Ofereci para os dois, sorrindo cinicamente. Aceitaram e começaram a se limpar. – Isso foi apenas para ficarem sabendo que é proibida a prática de cenas obscenas nessa bagaça! Entendido?!

– Nós apenas estávamos nos beijando. – Joey fez um bico. – O que isso tem demais?

Tomei a toalha vermelha de suas mãos e comecei a bater em seu braço enquanto respondia. Pontuava minhas palavras com toalhadas.

– O que isso tem demais?! Ela é minha melhor amiga, e você é um tipo de amigo! – Joguei em sua cara novamente a toalha. – Não me digam que estavam escondendo isso de mim?! Seus malditos!

– Você escondeu de nós três que havia fugido da faculdade para caminhar pelo parque. – Abbie gosta de ver a merda de o circo pegar fogo né?!

– Isso não é esse o ponto. – Ergui o dedo, explicando.

– É exatamente esse o ponto. – Minha loira jogou a toalha em mim. – E não venha com seus ataques de pelanca agora, pensamos em contar para vocês hoje, mas não era bem desse jeito...

– Que bom, pois ver meus dois amigos se agarrando é um péssimo jeito de saber de algo.

– Você está nos devendo uma, acabou de jogar vodka na gente!

Respirei fundo. O que eu fiz não é nada demais, apenas queria que voltassem para a realidade. Tem coisa melhor para acordar alguém do que jogar vodka na pessoa? Eu acho que não.

– Ok! – Ergui os braços em rendição. – Mas saibam que se vir os dois de agarração, jogo é fogo da próxima vez!

– Feito. – Joey estendeu a mão para que eu apertasse. – Posso te chamar de cunhadinha?

– O seu cu, loira burra. – Virei a cara para o garoto. – E se me derem licença, tenho trabalho para cumprir, bando de desocupados!

Voltei a atender pessoas, ignorando totalmente os olhares apaixonados trocados entre Cat e Joey, além dos comentários nada discretos e recatados de Abbie. Ótimos amigos esses que eu arrumo.

...

O tempo foi passando e terminou que “Feel La Piña Colada” se tornou nosso ponto de encontro. Toda sexta feira e sábado à noite nós quatro nos reunimos aqui e ficamos jogando conversa fora, mas é claro que quando Cody aparece preciso fingir que estou trabalhando arduamente e que nada pode distrair a minha pessoa.

Até hoje não tive nenhum problema relacionado com as pessoas, se havia alguma discussão no bar os seguranças apareciam e tiravam as pessoas do estabelecimento, não me importava pela falta de educação das pessoas (Será que dói muito falar um “por favor” e “obrigado”?) e quando ocorria de algum cliente resolver desabafar comigo seus problemas eu apenas escutava e assentia a tudo que ele comentava. Quando algum rapaz ou homem tentava me cantar eu apenas lançava um olhar frio e dizia palavras gentis, mas ao mesmo tempo firmes.

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Hoje é um sábado comum, o clube não está lotado, mas tem uma movimentação boa e a já consegui me acostumar com a música em minha cabeça. Joey, Cat e Abbie dançavam na pista, enquanto o casalzinho sorria um para o outro, Abbie estava sendo rodeada por vários garotos e dava atenção para todos. A castanha era engraçada chamava atenção de muitos, mas só dava verdadeiras chances quando se interessava, se algum daqueles forçasse algo ela saberia exatamente como afastá-lo.

Fui servir alguns clientes que se sentavam no balcão. Distribui sorrisos gentis e moderados para todos que me chamavam e os tratava com educação e respeito.

– Muito bem, Lisa. – Cody se aproximou. – No início pensei que precisaria demiti-la, preciso dizer que não via futuro em você nesse trabalho.

– Obrigada pelo apoio. – Falei irônica. – Além dos elogios, tem algo para me dizer?

– Afiada como sempre. – Revirou os olhos. – Apenas quero que continue com o bom trabalho, seria uma pena ter que tirá-la daqui, além do mais, seria uma dor de cabeça fazer novas entrevistas e testes. – Foi andando.

– Também te amo. – Suspirei pelas palavras super encorajadoras de meu supervisor.

Cody continuava sendo o chato de sempre, a diferença era que agora tentava me elogiar. Mas seus “elogios” sempre saiam em forma de insultos e ameaças, mas é a vida.

Reconheci a nova música que começou a tocar, começo a cantarolar, posso fazer isso pois o barulho é tanto que ninguém me ouviria. Viro-me para minha bancada de bebidas e vou admirando-as, são tantas marcas e gostos diferentes em um só lugar que me emociono gente! Claro que ainda não conheço todas as bebidas, mas estou estudando e pesquisando como fazer para poder ser uma bartender melhor. Já fiz alguns cursos online e a cada dia melhoro. As pessoas que mais estão gostando disso são Cat e Michele, já que as duas são minhas bonecas teste.

– Uma ‘Margarita’, por favor. – Pediu um cliente.

– É pra já. – Falei enquanto pegava o necessário.

Preparei tudo com rapidez, enquanto cantarolava a música. Muitas pessoas pediam esse drink, então minhas mãos se mexiam no automático enquanto ligava o pequeno liquidificador e colocava os ingredientes dentro do mesmo. Poucos minutos depois coloquei a bebida em uma taça e sorri pelo meu desempenho.

– Aqui está! – Virei para entregar ao cliente. – É o que?!

– Elizabeth? – Liam me perguntou meio confuso.

Coloquei a bebida no balcão e fiquei o encarando tão confusa quanto ele. Isso é tão injusto caras! Eu estou de boas no meu sábado, trabalhando feliz e saudável, mas esse coiso precisa aparecer para estragar nem que seja um por cento de minha diversão! Acho que meu carma está voltando com tudo...

– Você trabalha aqui? – Perguntou pegando a bebida.

– Pelo que pode ver, sim. – Falei emburrada, fazendo um bico. – E os fatos apontam que professores também tem vida social.

O moreno me lançou um olhar de repreensão.

– Parece que não importa onde eu lhe encontre, sempre estarei um cargo acima. – Bebeu um pouco do líquido e depois me lançou um sorriso maligno. – Estou correto, Elizabeth?

Cerrei os dentes e apertei meus punhos. Não era nenhum segredo para o mais velho que eu o detestava, então para que forçar um sorriso?

– Não é Elizabeth, é Lisa. – Semicerrei os olhos. – E não preciso responder suas perguntas.

– Não importa quantas vezes diga que “terá volta”, nunca consegue ganhar. – Riu.

Ah, esse filho da puta está pedindo tanto para eu pegar aquela garrafa de Ice e quebrá-la nessa cabeça oca!

– Cuidado Liam, tudo que vai volta. – Peguei um pano e fui limpar a bancada. – E a sua conta está lotada.

– Tem certeza, Elizabeth? – Arqueou a sobrancelha.

– Absoluta, minha vingança será linda. – Sorri. – Talvez eu ganhe um Oscar pela vingança do século! Serei conhecida como Lisa, a vingadora! Serei o novo Batman!

Novamente, vi aquele olhar superior aparecer em meu professor.

– Alguém que se compara com um herói de quadrinhos, nunca ganha uma guerra. – Terminou a bebida e deixou a taça na bancada.

Puta que pariu, eu ainda mato esse filho da puta!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.