Vai ficar tudo bem
Capítulo 3 - Não faço a mínima ideia.
– Vai me contar o porquê de você estar assim? - perguntou calmamente, enquanto passava a bandagem pelo machucado que havia limpado.
– N-não... - respondeu a garota com a voz falha, abaixando a cabeça.
Natsu repousou delicadamente o braço da amiga no colo dela. Abaixou a cabeça também e encaixou-a na frente da loira, fazendo-a com que olhasse em seus olhos. Logo tratou de levantar a cabeça - sem deixar de olhar nos olhos do garoto.
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Era por isso que Lucy queria que o nakama tivesse ido embora antes. O olhar dele era intenso e tinha muito efeito sobre ela. Era difícil aguentar aqueles olhos ônix que exalavam preocupação - mas era ainda mais difícil quebrar o contato.
– Natsu... eu... - tentou desviar o rosto, mas o amigo fora mais rápido e colocou a mão em sua bochecha, fazendo que ela continuasse a olhar para ele.
Lucy não queria esconder sua insegurança - pelo menos não dele -, mas não queria preocupa-lo, e também, sabia o que ele diria sobre aquilo.
Em meio aos seus devaneios, Natsu, em um movimento repentino, abraçou a amiga.
– Confie em mim - suplicou, com a voz um pouco rouca.
O coração da garota deu uma pequena falhada e ela soltou um sorriso involuntário, levando suas mãos às costas dele, trazendo-o para mais perto.
E com isso Lucy deu-se por vencida. Não teria mais forças para esconder, não depois desse "golpe baixo" dele.
– Tudo bem - disse por sim, em meio a um suspiro.
Natsu apoiou as duas mãos no ombro da amiga e afastou-se o suficiente para que pudessem ficar cara a cara. Sorriu seu sorriso mais verdadeiro - o que fez a loira corar um pouco.
Mesmo não admitindo em voz alta, ela amava aquele sorriso.
– Eu tenho treinado... - disse com a voz levemente mais baixa e virando rosto -obtendo sucesso dessa vez.
O garoto fitou-a, a confusão estampada em sua cara.
– Você... Quê?
– Eu tenho treinado numa floresta aqui perto da cidade...
– Pra quê?
Pelo visto ela não conseguiria evitar o porquê da coisa toda.
– Bem, eu queria ficar mais forte, fisicamente falando.
– Por...?
– Preciso mesmo falar? - perguntou a maga, fazendo bico.
U-uau, pensou Natsu, Q-que fofa, corando com o pensamento, mas não deixou de balançar a cabeça, afirmando.
Outro suspiro da garota, que levantou da cama e afastou-se um pouco, ficando de costas para o amigo.
– Porque eu sou fraca... - disse, tão baixo que um humano normal não ouviria. Para o azar de Lucy, o nakama não era normal.
– Lucy, de onde caralhos você tirou essa ideia?
–É que eu estou sempre sendo salva, sempre dependendo de ajuda. Me sinto...inútil, e fraca - forçou um sorriso.
– Lucy, você não -
– Mas é isso que eu acho - interrompeu.
– Por que você não disse nada?
– Sabia que vocês falariam que é besteira da minha parte ou coisas do tipo...
Nesse momento, foi a vez de Natsu suspirar e levantar-se da cama. Andou até a cozinha, pegando alguns ingredientes no armário e abrindo a geladeira.
– O que você está fazendo? - perguntou a dona do apartamento, encarando-o, confusa.
– Pegando umas coisas, não tá vendo? - respondeu o mago de fogo, como se fosse a coisa mais óbvia de todo o mundo.
– Como você sabe onde ficam as coisas?! - exclamou. Recebeu um simples dar de ombros como resposta - Pra que você ta fazendo isso?
– Vou cozinhar alguma coisa - disse baixo, mas o suficiente para que a amiga entendesse.
– Você? Cozinhar? Desde quando? - arqueou uma sobrancelha, desacreditando totalmente nele.
Tá certo, já devia passar das duas horas da manhã, mas a garota não comia decentemente fazia um tempo, então não se incomodou.
– Eu arrisco alguma coisa... - coçou uma bochecha, um pouquinho envergonhado - Além do mais, eu não vou pegar leve amanhã! - completou, virando o rosto em direção à loira.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!E então, outro daquele sorriso - lindo, pensou Lucy - que só ele sabia dar, apareceu.
– Espera... quê? - a garota estava totalmente confusa.
– O que foi? - Natsu agora encontrava-se procurando uma panela em outro armário.
– Como assim "não vou pegar leve amanhã"? - respondeu, fazendo uma imitação barata da voz do amigo.
– Pelo visto você não vai mudar de ideia, então eu vou te ajudar a treinar - respondeu simplesmente, colocando algumas coisas numa frigideira.
– Mas eu não quer-
– Lucy, eu vou te ajudar - virando o rosto novamente. E lá estava o sorriso de novo.
Com as bochechas rosadas, a maga estelar suspirou.
– Acho que não há nada que eu possa fazer pra mudar isso, né?
– Não - continuou a sorrir.
Outro suspiro, mas dessa vez foi seguido por um sorriso tímido que surgia no canto dos lábios da loira.
Lucy andou até a cozinha e parou atras do garoto, observando por cima do ombro o que ele fazia. E não demorou para que o perfume de Natsu invadisse suas narinas: gengibre. E lá estava ela tentando conter um impulso muito grande de mergulhar seu rosto na curvatura do pescoço dele só para sentir mais seu perfume. Como aquela garota amava gengibre.
– O que você tá fazendo? - perguntou ela.
– Não faço a mínima ideia.
– Como não sabe?! - exclamou. Aquele garoto - ok, boa parte de seus amigos também, mas em especial ele - tinha a incrível capacidade de deixa-la de cabelos em pé.
– Brincadeirinha Luce - ela adorava quando ele a chamava assim, tal como ele adorava chama-la desse jeito.- Quando estiver pronto você vê o que é - completou, pousando uma mão na cabeça da amiga e bagunçando o cabelo loiro.
Suspirou e foi sentar-se na mesa. Colocou um cotovelo sobre a mesa e apoiou o rosto na mão, observando o mago trabalhar. Era estranho vê-lo concentrado daquele jeito, mexendo a colher com agilidade. Riu internamente, afinal, a última coisa que ela pensaria sobre suas habilidades é que ele saberia cozinhar.
Passado alguns minutos, Natsu pegou dois pratos e colocou neles o que preparou, levando para a mesa logo em seguida, com dois pares de hashis.
– Pronto, espero que goste - sorriu, sentando-se de frente para a amiga.
Lucy pegou alguns legumes que estavam no prato e colocou na boca. Surpreendeu-se com o sabor.
– Natsu, isso está ót- Coma devagar!
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