POV Dorcas:

– Bom dia mãe. – Eu falei nem um pouco animada. Quarta feira de manha é osso.

– Bom dia meu amor. – Ela me deu um beijo na bochecha e eu me sentei.

– Onde está o Andrew?

– Está dormindo no meu quarto. – Ela disse passando um pouco de geleia na torrada.

– E meu pai?

– Está no quartinho dos fundos procurando alguma coisa. – Ela mordeu a torrada. Mas antes de ela acabar de engolir, eu já tinha acabado o meu. – Dorcas! Sua gulosa! – Ela riu e eu ri também.

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– Tenho que ir. Estou atrasada para a escola, tchau. – Eu dei um beijo na sua testa e fui para o ponto de ônibus mais próximo da minha casa.

Depois de uns quinze minutos esperando, ele finalmente chegou.

– Oi! – Falei para o motorista, que já me conhecia.

– Bom dia, Srta. Meadowes! – Ele disse alegre e logo colocou o ônibus para andar de novo.

Nessas ultimas semanas, tudo o que eu faço é estudar, estudar e estudar.

Provas finais são um saco!

Mas, outra coisa está me perturbando muito. Andrew está doente vai fazer uns dez dias, e o pior é que eu dou remédio para ele e ele não melhora.

E também tem outra coisa. Eu e Remo não estamos nos falando.

Isso mesmo!

Mas não pense que a gente brigou. Tá, a gente brigou, mas dessa vez eu não quero falar com ele.

Eu quero beijar ele, dá licença!

Mas eu não posso, porque ele levou uma detenção.

É.

É complicado. Mas um dia vocês entendem.

Logo que cheguei na escola, vi ele e Pedro conversando. Quando iria passar do seu lado, ele não deixou e me puxou pela cintura.

– Oie. – Ele disse indo me dar um selinho, mas eu me desviei dele, que me olhou bravo. – É sério isso? Só vou poder te beijar na ultima semana de aula?

– Sim. – Eu disse fofamente.

– Fala sério... Desse jeito, vou ter que terminar com você. – Ele disse e... Como?

– Como? – Eu perguntei já com a cara fechada e a sobrancelha arqueada.

– Isso mesmo que eu falei. – Ele disse tranquilamente.

– Então faça como quiser, Lupin. – Eu sai de perto, e ele percebeu a cagada que fez.

– ESPERA! DORCAS! – Ele saiu correndo atrás de mim, mas eu já tinha entrado em um bolo de gente e o tinha perdido de vista.

Eu sabia que ele só estava brincando. Mas eu também sei brincar.

Eu o amo, mas ele que pediu.

– Oi, Dorc’s! – Marlene me tirou dos meus pensamentos. Ela estava vestindo uma roupa bem... Provocante se posso dizer.

Um short jeans branco e uma blusa amarela transparente, e All Star’s vermelhos.

– Quem quer impressionar? – Eu perguntei pegando meus livros no armário.

– Hum... Não sei. Me deu vontade de vir assim e... Ok, tá legal! Eu quero ver se o Sirius tem ciúmes de mim, ou não. – Ela disse marota e eu ri. – mas o que aconteceu com você e com o Remo, porque eu acabei de ver o coitado todo esbaforido correndo pelos quatro cantos daqui.

– Ele acha que eu estou brigada com ele, e na verdade eu estou. – Eu disse divertida.

– Coitado...

– Sabe, Lene... Você me deu uma ideia. – Eu falei. – Quero ver se o Remo tem ciúmes de mim ou não... – Eu disse marota e ela riu.

– Boa sorte. – Marlene falou e saiu andando. Sirius vai ter trabalho, porque todos os garotos olharam para ela quando ela entrou no elevador.

O sinal bateu. Aula de matemática.

Quando entrei na sala da aula, Remo estava lá, me esperando.

– Dorcas... Me perdoa, por favor! – Ele se ajoelhou enquanto eu me sentava na minha carteira.

– Oras. Vocês não queria terminar comigo? – Firme Dorcas! Não se derreta pela cara seduzente do seu namorado!

– Eu NUNCA quis terminar com você. Só estava brincando. – Ele se apoiou na minha perna.

– Nunca mais brinque desse jeito, ouviu? – Eu me aproximei dele e depois lembrei que eu não podia.

(...)

A aula acabou, graças á Merlin. Hora de começar a jogar... Credo, tô parecendo aquele bonequinho dos Jogos Mortais.

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Quando passei no pátio, fiz questão de andar rebolando, e parece que está funcionando. Um carinha da Lufa-Lufa derramou suco na roupa quando estava me olhando. Não sabia que estava podendo desse jeito, não!

Encontrei Lilian lendo um livro embaixo da árvore, e decidi me sentar junto a ela.

– Tudo bem? – Perguntei.

– Tudo. Eu estava vendo o monte de meninos te olhando. Tá poderosa, hein? – Ela falou divertida e eu não pude deixar de rir.

– Estou vendo se o Remo tem ciúmes de mim. – Eu disse me levantando e a ajudando a levantar. – Marlene está tentando fazer o mesmo com o Sirius. Depois fala que não gosta dele... – Eu disse.

Quando estávamos quase entrando no prédio, Lily parou.

– Eu acho que certo alguém viu o que você está causando nos meninos daqui, e pelo jeito ele não gostou nada disso.

– Quem? – Perguntei.

– Seu namorado. Quem mais? – Ela disse e saiu andando, logo eu avistei Remo me encarando em um canto do pátio de decidi ir até ele.

– Oi, Remo. – Eu disse feliz, mas ele apenas arqueou a sobrancelha. – O quê?

– Por que aqueles caras estavam olhando a sua bunda? – Ele perguntou sério, ou seja, bravo.

– Sei lá! – Eu sou completamente inocente disso!

– Não quero isso, entendeu. – Ele disse me olhando nos olhos.

– Remo... Você está com ciúmes? – Eu perguntei divertida e ele desviou o olhar. – Remo... – Eu o chamei e ele olhou para mim.

– Não posso ter ciúmes da minha namorada?

Porque tão fofo?!

– Desse jeito, não vou conseguir não te beijar! – Eu falei tentando me controlar.

– Mas é assim que eu quero. – Ele disse se aproximando, mas eu recuei. Sim, eu sou maldosa.

– Vamos ver até onde você chega – Ele mordeu minha orelha e saiu de perto.

Depois que encontrei as meninas, vi que Alice e Mary estavam todas sem graça para cima de mim.

– Podem me contar o que aconteceu? – Perguntei e elas riram igual duas bobas.

– Sabe aquela greve... – Mary começou.

– Nó meio que mudamos as regras dela sabe... – Alice disse sem graça.

– Peraí. Não precisa falar nada. Não aguentaram e agarraram eles, não é mesmo? – Eu disse colocando as mãos na cintura.

– Mas só um pouquinho... Sabe aquela parte da greve, que diz que nós não podemos... Você sabe... Bem, não vai acontecer nada disso. – Mary ficou vermelha, mas não mais do que eu.

– Não vou ter problemas com isso. – Eu disse de cabeça baixa.

– Como assim? – Alice perguntou, mas logo depois a ficha dela caiu. – Ah, você e o Remo nunca...

– EU nunca. Ele sim, eu tenho certeza. – Disse baixinho.

– Hum... Mas ele nunca quis... – Mary tentava achar as palavras.

– Já sim, mais de uma vez. Mas eu pedi um tempo. – Disse indo para minha próxima aula.

– Sabe que essa hora vai chegar, né? – Alice disse distraidamente.

– Sei.

(...)

Graças aos deuses do Olimpo, as aulas já acabaram por hoje. Finalmente vou poder ir para casa!

– Tchau, gente. – Eu disse indo para o estacionamento, onde eu prometi a Remo que o esperaria lá.

Depois de uns dois minutinhos, eu o vi tirando as chaves do carro do bolso.

– Oi. – Eu disse cansada.

– Oi. – Eu pensei que ele iria entrar no carro, mas ele parou na minha frente. – Soube do que aconteceu com as meninas?

– Sim. – Eu falei e não esperei ele responder e já o beijei.

– Sentia falta disso. – Ele disse despois que parei de beija-lo.

– Só estávamos sem nos beijar por dois dias. – Eu disse com meus braços ainda no seu pescoço.

– Não tenho culpa se você é minha droga. – Ele disse e eu fiquei vermelha. – Está corada.

– Não tenho culpa se você é fofo. – Dei um selinho nele e entrei no carro.

(...)

– Tchau. Obrigada. – Dei um selinho nele e entrei em casa.

Como é bom sentir o cheiro da sua casa né?

Mas quando eu entrei, a única coisa que senti foi o cheiro de pinga. Pinga barata.

– Que cheiro é esse? – Eu perguntei para mim mesma, mas eu comecei a ouvir gritos do andar de cima.

Eu subi, mas parei perto da escada, no final do corredor, meu pai estava tentando arrombar uma porta, e pude ouvir Andrew chorando e minha mãe pedindo para ele parar.

– O que está acontecendo aqui? – Eu perguntei, mas ele não parou de esmurrar a porta. – Pai! Para! – Eu falei mais alto e ele se virou para mim.

– Cale a boca! – Ele avançou em mim e me deu um tapa na cara, o que me fez gritar de dor.

Nisso eu ouvi minha mãe abrir a porta com Andrew no colo. Meu pai se virou para ela, e percebi que estava chorando também.

– Fique longe do Andrew! – Minha mãe gritou e saiu correndo. Meu pai estava tão bêbado, que só foi perceber que minha mãe passara correndo do seu lado quando eu e ela já estávamos descendo as escadas.

– Filha. – Minha mãe parou quando já estávamos na cozinha. – Seu pai ficou maluco! Leve o Andrew daqui. – Ela me entregou meu irmão.

– Para onde? – Perguntei desesperada ao perceber que meu pai já desceu no andar debaixo.

– Longe daqui! Leve seu celular e um pouco de dinheiro. Vai! – Ela me abraçou e foi em direção a meu pai.

Sai correndo pela porta dos fundos, onde me encontrei em uma rua deserta. Caminhei até uma avenida mais próxima, e foi só ai que percebi que estava de noite.

Comecei a chorar, e percebi que Andrew ainda chorava, mas baixinho. Passei perto de uma vitrine e pude ver que a marca da mão do meu pai ainda estava em meu rosto.

– Andrew... Vamos dormir fora hoje. – Eu sussurrei para ele, que estava quase dormindo, mas ainda sim, chorando.

– Onde? – Ele perguntou soluçando.

– Ainda não sei, mas vamos achar um lugar legal, tá? – Falei.

Mas ele parecia nem prestar atenção, estava olhando para o outro lado da rua, onde estava o parquinho que ele adora brincar.

– Pode? – Ele perguntou e eu assenti.

– Vamos. – Se era para ele esquecer do que ele viu e ouviu, eu poderia deixa-lo brincando a noite toda.

– Quero balança! – Ele falou apontando para o balanço.

Eu o coloquei e fiquei balançando levemente, ele não ria como de costume, para já me tranquilizava saber que ele não estava mais chorando.

– Dorcas? – Alguém me chamou, mas não consegui saber de quem era a voz, e nem de onde vinha. – Dorcas.

Eu olhei pro lado, e vi Remo caminhando até mim.

– Remo... – Eu comecei a chorar de novo, só que dessa vez ele me abraçou.

– O que está fazendo aqui? Dorcas, o que é isso no seu rosto? – Ele segurou meu rosto e me encarou.

– Meu pai... – Eu simplesmente falei antes de enterrar minha cabeça em seu pescoço.

– Seu irmão está aqui?

– Sim. – Eu apontei para onde ele estava balançando e Remo foi lá busca-lo. Foi a conta de Remo o pega-lo no colo e ele dormir.

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– Não vai para a sua casa? – Ele perguntou acalmando Andrew.

– Não posso.

– Vem. – Ele me puxou para seu carro, mas estava cansada demais para protestar alguma coisa.

Antes de ele dar partida no carro, ele mandou uma mensagem para alguém.

– Passa a noite na minha casa, tá? – Ele disse e eu não protestei.

Seria difícil achar um lugar para dormir tão tarde assim.

A casa dele era tipo... Não... Pera... Não era uma casa, era uma MANSÃO!

Dava um quarteirão de tamanho, só pode.

– Minha mãe está lá na sala. Vem. – Ele disse saindo do carro.

Peguei Andrew no colo e o segui.

A sala era toda branca, com os móveis de mármore negro. Definitivamente, era a sala mais linda que eu já vi.

– Olá. – Uma senhora de cabelos castanhos claros e olhos verdes me cumprimentou e eu sorri em resposta. – Remo me falou que iria dormir aqui, você deve estar cansada, vou pedir para arrumar um quarto de hóspedes para você, o do seu irmãozinho já está arrumado, e vejo que ele não esperou chegar aqui. – Ela sorriu docilmente. – Se quiser, eu posso leva-lo. – Ela já o pegou no colo e o levou para o andar de cima.

– Fique calma. Minha mãe sabe o que faz. Já está tarde, vamos para o meu quarto enquanto o seu não fica pronto.

Não, eu não levei malicia, e ele também não estava com malicia.

O quarto dele havia apenas duas cores: azul marinho e branco. E fora que era gigante.

Me deitei na cama de casal dele, e a ultima coisa que vi foi uma foto no criado, ele e o pai em um navio.