A little merry christmas, um pequeno feliz natal

Estavam próximos do Natal.

Hogsmead se encontrava completamente enfeitada para as celebrações de fim de ano e os alunos de Hogwarts, naquele último fim de semana antes do feriado, estavam na vila para fazer as últimas compras. Scorpius e Rose já haviam terminado as suas havia algum tempo e agora aguardavam Albus comprar o presente para Lily Luna, sentados em um banco na frente do Três Vassouras. Depois de uma longa conversa sobre a prova de Transfiguração de sexta-feira, o silêncio havia se instaurado entre eles - um silêncio confortável, quebrado somente pela brisa gélida do inverno.

Rose soltou um pequeno gemido ao lado dele.

“Eu odeio o inverno.”

Essa foi uma afirmação que o surpreendera.

“Não fazia ideia disso.” Scorpius franziu o cenho. “De fato, lembro-me de você ter dito a mesma coisa sobre o verão.”

Rose se abraçou, tremendo levemente com o frio.

“Eu odeio. Frio demais e calor demais, céus, não entendo o porquê do exagero.”

Scorpius riu com o mau humor costumeiro da amiga. Aquele jeito dela chegava a ser bonitinho. Além disso, ele pensou carinhosamente, aquela era a Rose. Se ela não fosse como era, não sabia se gostaria tanto assim dela. Ele a olhou de relance, percebendo uma mexa ruiva na frente de seus olhos. Rose tentava, em vão, soprá-la para longe - provavelmente para não ter de tirar as mãos dos bolsos quentinhos - mas o cabelo insistia em não sair do lugar. Com a melhor das intenções e sorrindo com as tentativas falhas da amiga, Scorpius se inclinou para ajudá-la.

E, então, parou.

O rosto de Rose estava a milímetros do dele, suas respirações condensando na ponta de seus narizes. Daquela distância, Scorpius conseguia ver pequenos pontos mais escuros nas íris da garota e suas sardas formavam desenhos disformes nas bochechas dela. Ele também conseguia ver o sorriso dela aumentar em seus olhos.

Foi então que ele a beijou.

Scorpius não sabia exatamente há quanto tempo tinha vontade de fazer isso, mas pelo jeito como a beijava - avidamente, passionalmente, desesperadamente - parecia fazer tempo. Uma vida esperando por este momento - e, talvez, fosse isso mesmo.

Beijar Rose Weasley - sua melhor amiga, companheira e confidente - era como a realização de um sonho de infância.

“Céus, vocês não poderiam ter esperado até que estivéssemos em Hogwarts e eu bem longe daqui?” Exclamou um Albus ligeiramente irritado, mas com um tom de divertimento na voz.

Os dois se separaram, sorrindo abertamente um para o outro. Deram-se as mãos e, rindo, mostraram as línguas para Albus.