When I Was Your Man

Storm, tempestade


Os olhos cinza encontram os azuis do outro lado do corredor.

É como magnetismo.

Scorpius deveria imaginar que isso, mais cedo ou mais tarde, aconteceria. Afinal, desde o primeiro ano ele tinha conhecimento da influência que a presença de Rose surtia nas pessoas ao redor. Era impossível não notá-la.

Ele só não imaginava que a primeira vez em que a veria desde o término seria assim.

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Rose parecia bem. De fato, ela estava extremamente bem. Rodeada por suas amigas grifinórias, seu cabelo ruivo caindo levemente por seus ombros enquanto ela andava, soltando uma risada contagiante e fechando os olhos azuis por um momento. Quando ela virou para voltar a olhar para frente, azul e cinza se colidiram e Scorpius quis se jogar pela janela mais próxima.

Ela estava linda e ele, obviamente, acabado.

Scorpius se olhara no espelho alguns instantes atrás e não havia outra forma de classificar seu estado se não como deplorável. Um semi-círculo roxo debaixo dos olhos, a pele mais pálida do que de costume e ele, com certeza, deveria ter emagrecido alguns quilos. Ah, sim. Seu cabelo havia crescido e parecia quase com a juba do leão da Grifinória. Albus lhe dissera que estava exagerando, mas Scorpius realmente se sentia um caco.

Do outro lado do corredor, Rose parou de andar e ele se manteve prostrado no mesmo lugar desde que a vira.

“Você não vem, Rose?” Perguntou uma das meninas.

Rose desviou os olhos de Scorpius por um segundo, somente para lançar um sorriso para as amigas e dizer para elas seguirem em frente sem ela. Então, voltou a observá-lo atentamente.

Azul no cinza.

Que cor isso daria?

Lenta e hesitantemente, ela se aproximou. Passo após passo, ele desejava que ela parasse, que desse meia volta ou que simplesmente o deixasse em paz. Scorpius não queria passar por aquilo. Ele não queria, nunca mais, ter de vê-la ou conversar com ela, sentir seu cheiro ou até mesmo ouvir alguém falando sobre ela.

A partir daquela noite na Torre, Rose se tornara inalcançável.

Um limite que ele não estava mais tão disposto a cruzar.

“Hey,” em seu divagar, Scorpius não percebera que ela já o havia alcançado, afinal. Ele tremeu nas bases, tentando conter o monstro que se apossava de seu estômago e o embrulhava de forma dolorosa. “Como você está?”

Scorpius teve vontade de rir.

Sério?!

Ela terminara com ele depois de ele despejar seu amor e ainda tinha a coragem de perguntar a ele se ele estava bem?!

Sua boca estava quase se abrindo para soltar a risada quando ele notou.

Os olhos azuis estavam aquosos.

Rose piscou rapidamente e desviou os olhos dos dele, um leve rubor surgindo em suas bochechas. Pareceu murmurar algo para si mesma e então levantou a cabeça novamente, sorrindo um sorriso confiante para ele.

Por um instante, Scorpius ficou sem reação. Afinal, o que diabos fora aquilo? Mas, então, ele se lembrou de Albus lhe contando que Rose estivera preocupada com ele, do olhar ferido que ela lhe lançara naquela noite, de como ele a expulsou e das vezes em que ela sorriu para ele.

E então ele sorriu de volta.

Aquela era Rose, a garota que, apesar de tudo, ele ainda amava. A garota que o havia protegido, que o havia xingado, que o salvava quando se encrencava e que já lhe mostrara tantas versões diferentes de si mesma que ele chegara a se questionar diversas vezes de qual seria a real. Até o momento em que ele notara que não havia uma - Rose era todas aquelas em uma só. Ela era original e autêntica e, embora confusa, ele a amava assim mesmo.

“Estou um caco,” ele disse, rindo levemente. “E você, obviamente, é a culpada.”

Rose cruzou os braços, fingindo irritação. Entretanto, havia uma certa cautela em seus olhos e movimentos. Scorpius se sentiu grato por isso. A garota fez menção de que iria falar alguma coisa, abriu a boca, fechou-a e descruzou os braços. Balançou a cabeça.

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“Eu realmente sinto muito, Scorpius.” Seus olhos encontraram os dele novamente, um céu azul contra o céu cinzento.

“Não se preocupe,” ele suspirou. “Eu ficarei bem.”

Algum dia, eu espero.

Rose sorriu, mudou o peso do corpo para o outro pé e mordeu o lábio inferior.

Ela sempre fazia isso quando ficava nervosa.

Scorpius a observou levantar a cabeça novamente e, hesitante, estender-lhe a mão.

“Amigos?”

Ele sorriu. Desta vez, diferentemente de alguns anos atrás, não hesitou em pegá-la.

“Amigos.”

Scorpius só esperava que, depois da tempestade, viesse o arco-íris.