When I Was Your Man

Words, palavras


Mas, de vez em quando, gestos não são o suficiente.

Scorpius não estava satisfeito.

Quer dizer, seu relacionamento com Rose estava indo bem. Bem até demais, se possível. Os dois ficavam juntos a maior parte do tempo - isso é, com exceção das aulas que não compartilhavam. Eles se beijavam, expressavam todo seu carinho e afeto para quem quisesse ver. Scorpius já lhe dera flores, bichinhos de pelúcia, escrevera cartas, mas Rose, embora parecesse extremamente feliz com cada demonstração de amor dele, não parecia ter interesse em retribuir.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ele se sentia mal. Não queria obrigar Rose a fazer nada que não quisesse, mas a insegurança crescia dentro dele.

O que fazer quando quem você ama não parece te amar da mesma forma?

Por isso, naquela noite, ele a chamou para a torre de astronomia. As estrelas cintilavam no céu e seu coração retumbava no peito. Scorpius odiava admitir, mas estava tremendo de nervosismo. Assim que Rose chegou, os dois se sentaram em uma manta que ele arranjara mais cedo e ficaram observando o céu, enquanto ao ouviam os sons da floresta e da Lula Gigante no lago.

Rose apoiou a cabeça no ombro dele. A doce fragrância de morangos o fez sorrir - o cheiro de Rose era uma das coisas de que ele mais gostava nela; era doce, mas não ao ponto de ser enjoativo. Era perfeito, ele pensou pela milésima vez. E também era estranho. A insegurança parecia esvair quando estava junto dela. Assim, com Rose em seus braços, vendo-a voltar aqueles orbes azuis em sua direção, ele se perguntava como tivera a ousadia de duvidar do amor dela por ele.

Inclinando-se para ela, juntou seus lábios. Um beijo doce, de fazer o estômago dançar gostosamente na barriga. Scorpius riu levemente contra a boca de Rose e aprofundou o beijo, deixando para trás o pensamento infantil. Espantou-se quando a menina inclinou o corpo para trás e se deitou no chão, puxando-o junto. Ela passou os braços pelo pescoço de Scorpius e começou a beijar sua boca, seu rosto e pescoço, enquanto ele descia suavemente os lábios por sua bochecha e mandíbula.

O gosto de Rose era ainda mais perfeito que seu cheiro.

Ela suspirou.

“Scorpius,” murmurou suavemente entre os lábios do menino.

Aquilo pareceu despertar algo dentro dele. Aquela parte que aquecia sempre que estava junto de Rose. A parte que sussurrava eu te amo a cada mínimo gesto dela.

Antes que pudesse contê-las, as palavras voaram com fluidez de sua boca.

“Eu te amo.”

Scorpius não soube como, mas ele viu algo quebrar dentro de Rose. Algo profundo, muito profundo, que parecia ter sido colado e remendado muitas vezes antes. Os olhos dela ficaram desfocados, vazios; um brilho azul opaco que Scorpius jamais acreditaria poder ver nos olhos da garota que amava.

E, naquele instante, algo quebrou dentro dele também.

Rose empurrou Scorpius de cima dela e se encolheu para longe de seu toque questionador. Abraçando seus joelhos, ela começou a soluçar baixinho enquanto Scorpius assistia a tudo, impotente, embora ainda continuasse ali.

Era como assistir um filme.

“Eu não entendo,” Rose balançou a cabeça e ele pôde ver os cristais brilhantes das lágrimas que se formavam nos olhos azuis dela. Scorpius estava prestes a perguntar o que, diabos, ela não entendia, quando Rose emendou. “Por que você quer estragar tudo o que a gente tem, Scorpius? Por quê? Do jeito que estamos, não está bom para você?!”

Ele enterrou as unhas nas palmas das mãos, sentindo seu coração afundar em seu peito. Ele achava… ele tinha certeza

Não estava na hora de ficar confuso agora.

“Do jeito que estamos?” Scorpius não pôde conter a indignação em sua voz. “Pelos céus, Rose, explique-me qual é esse jeito!”

O rosto de Rose empalideceu.

“Eu… Eu…”

Chega, Scorpius pensou. Ele não aguentaria ouvir, de qualquer forma.

“Você nunca pensou nisso como algo sério, não é mesmo?” Murmurou, escondendo o rosto nas mãos. Ah, suspirou, por que eu fui abrir a boca? “Eu deveria ter imaginado.”

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

“Scorpius, eu…”

“Não, Rose, fique quieta. Não quero ouvir sua voz agora.”

“Mas, Scorpius…!”

“Calada! Saia! Deixe-me em paz!” Scorpius gritou. Que se dane se Filch e Madame Nora aparecessem! O homem estava tão caduco que era provável que só chegaria ali depois de muito tempo de Scorpius chorar todas as mágoas.

Chorar as mágoas, Scorpius pensou com ironia. Já estou até tirando sarro da minha situação.

Pelo canto dos olhos, ele viu quando Rose saiu, hesitante e silenciosamente, da torre. Parece que o suave baque da porta fechando era o que faltava para que, enfim, Scorpius desabasse.