Brincando Com Fogo

Capítulo 6 -De todas as psicólogas do mundo eu não escolheria você


–Quem ela pensa que é? –perguntava meu pai irritado andando de um lado para o outro da sala, ele também fazia isso quando estava irritado.

Emma...quero dizer, minha mãe, já havia ido embora e desde então meu pai andava de um lado para o outro indagando e praguejando.

–Não estamos loucos! Não precisamos de um maldito psicólogo! Isso é estupidez! Ela não tem o direito de entrar na minha casa e falar o que eu tenho que fazer!

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–O que vamos fazer? –sussurra Marvel em meu ouvido, observando-o andar de um lado para o outro. –Ele vai pirar.

–Olha pelo lado bom. –sussurro de novo. –Ao menos ele finalmente vai tirar as fotos dela do quarto.

Ele da de ombros se afundando ainda mais no encosto do sofá. Marvel também não parecia muito feliz com a ideia de ter um psicólogo. Admito que eu também não estava. Realmente não queria gastar meu tempo contando meus problemas para alguém que eu não conhecia. Isso nunca me pareceu uma ideia viável, mas ela colocou em risco a guarda de meu pai e isso não era uma coisa boa.

Nem Marvel, nem eu estávamos gostando da ideia de ter que ir morar com ela e seu novo namorado.

Apoio a cabeça no ombro de Marvel e suspiro. Às vezes desejava que as coisas voltassem a normal como eram quando os dois ainda estavam casados. Tudo parecia mais simples. Mais fácil. Pelo menos eu tinha Marvel, ele era meu irmão mais novo irritante e chato, mas é o único que sabe o que eu estava passando. Eu tinha ele, não preciso de um psicólogo

Meu pai finalmente para de falar e se joga no sofá e suspira profundamente.

–O que acham dessa ideia? –pergunta ele, finalmente se dirigindo a nós.

–Loucura. –respondemos.

–Mas se é o que ela quer. –continuo. –Talvez uma ou duas seções a acalme, e tudo volta ao normal.

–É, talvez você tenha razão.

...

Eu seria a ultima a entrar. Meu pai já havia saído e Marvel estava lá dentro. Olhava para minhas botas, entediada. A sala de espera estava quase vazia, e acho que Marvel estava demorando de mais. Cada seção tinha em media uma hora, e ele havia entrado há uma hora e meia.

Meu pai lia uma revista de fofocas, que era a única coisa que tinha para ler naquele lugar.

–Consegue acreditar que Selena Gomez e Justin Bieber se separaram? –pergunta.

Olho feio para ele.

–Isso é serio mesmo? Nunca achei que falaria com meu pai sobre o namoro de duas celebridades. –ele abaixa a revista rindo. –E desde quando sabe quem é Selena Gomez e Justin Bieber?

–Seu pai é mais moderno que você imagina.

–Okay...

A porta finalmente se abre e Marvel sai. Sua cara era de pura e total felicidade e isso é realmente muito estranho.

–Clove, já pode entra. –diz a mulher na recepção.

Assim que entro no consultório, apenas uma pergunta vem em minha mente.

Por que havia uma supermodelo dentro da sala?

Ela era loira, vestia uma blusa larga e sorria para mim. Um sorriso branco e radiante, e eu podia jurar que já o tinha visto em algum lugar. Talvez ela realmente fosse uma supermodelo e por isso reconheci o sorriso.

A mulher se levanta e aperta minha mão.

–Como vai, Clove? Sou a Dra. Adams, mas pode me chamar de Holly. Pode se sentar, ou deitar de preferir. –diz ela me guiando até o sofá de couro preto. Holly se senta em uma cadeira ao lado do sofá e pega um bloco de notas. –É a primeira vez que vem a um psicólogo?

–É sim. –respondo.

–Nervosa?

–Não, na verdade não.

E mesmo que estivesse não responderia já que estava muito ocupada tentar matar a charada: ela era ou não uma supermodelo disfarçada de psicoloca?

–Isso é muito bom, podemos começar com você me contando algumas coisas sobre você. –sugere ela.

–Tudo bem.

–Como são suas notas?

–Ah... boas, só não vou bem em matemática.

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Ela começa a fazer anotações.

–Tem amigos?

–Sim, alguns.

–Alguns? –uma de suas sobrancelhas de levantam e ela da um leve sorriso.

–Bom, acho que nunca fui muito sociável, mas tenho alguns amigos. –mas isso me fez pensar. Eu ficava sozinha antes de Katniss aparecer.

–Seu pai disse que seu relacionamento com ele é bom, você também acha?

–Uhum, claro. –afirmo. –Meu pai é gente boa.

–E seu irmão?

–Brigamos muito, mas acho que isso é comum, não é?

Ela ri.

–Muito. –diz ela. –Mas chegam a brigar a ponto de se agredir ou algo do tipo?

–Não, só discutimos e ficamos nos sem falar, nada demais.

Ela respira fundo antes de fazer a próxima pergunta e seus olhos azuis me encaram cuidadosamente.

Aqueles olhos azuis...

–E em relação a sua mãe? Sei que sua vida deve ter dado uma revira volta e tanto depois que seus pais se separaram. Ainda mantém contato com ela?

Mordo o lábio.

–Não nos falamos muito, ela sempre esta ocupada com o trabalho...

–Ela é editora não é?

–É, é sim. Foi assim que eles se conheceram, ela foi uma das pessoas que rejeitou um dos primeiros livros dele.

Dra. Adams assente enquanto anotava alguma coisa em seu bloco de notas.

–Clove, seu pai disse que você é muito boa em redação... pensa em escrever profissionalmente?

–Não! –respondo rapidamente. Como eu odiava quando tocavam nesse assunto! –Nunca. Eu não escrevo bem... nem gosto de escrever, então não, esta totalmente fora de cogitação.

Isso parece ser interessante já que ela olhou fixamente para mim durante toda a frase.

–E por quê?

–Porque eu odeio livros e odeio escrever, odeio o trabalho da minha mãe é ridículo.

–Desde quando pensa assim?

–Há uns três anos atrás...

–Na época em que seus pais começaram a brigar.

Sinto um nó em meu estomago, e não entendo porque ele esta ali.

–Isso não foi uma pergunta. –acuso-a.

Ela apoia os cotovelos nos joelhos e aproxima um pouco o rosto.

–Já pensou, que todo esse o seu ódio por escrita não venha por causa de tudo que andou acontecendo? Quero dizer, você pode ter começado a culpar a escrita e os livros já que sempre estiveram presentes na sua vida com os seus pais, e quando eles se separaram você sabia que a culpa não era de nenhum deles, mas como uma jovem de quinze pra dezesseis anos precisava de alguém pra culpar e começou a culpar o trabalho deles.

–A culpa foi de minha mãe. –solto e me arrependo no momento em que ouvi as palavras saindo.

–De sua mãe? Por quê?

Finalmente me deito naquele maldito sofá.

–Não quero falar sobre isso, podemos mudar de assunto?

A Dra. suspira e volta a sua posição inicial, com a postura reta e pernas cruzadas.

–Tudo bem então, você tem namorado?

–Não, e não pretendo ter tão cedo.

Ela da uma risada. O que era tão engraçado afinal?

–Pode me falar sobre aquele briga que teve no colégio? Com aquele garoto, Cato.

–Marvel que começou. –suspiro, já cansada de falar sobre aquilo. –Mas esse pateta, o Cato, estava praticamente matando ele, então eu entrei lá pra tentar fazê-los parar, mas não era o que o idiota queria.

–Hum, entendo. E sua relação como Cato vem piorando, não é? Soube que você e sua amiga fizeram uma montagem dele com sua professora de francês.

–Sim, fizemos...vem cá, minha mãe te contou tudo é? –pergunto voltando a me sentar e olhar para seus olhos azuis brilhantes e agora eram extremamente familiares.

–Não, não sua mãe. Meu filho.

–E quem é seu filho?

–O pateta, Cato Ludwig.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.