Minha vontade era pegar aquela mala e rolar pelas escadas, estavam realmente pesadas. Cheias demais, já que antes de preparar-me para it par’A Toca meu pai havia feito um feitiço indetectável de expansão, eu carregava mais do que devia ali dentro e isso tinha sua consequência: o peso. O feitiço expandia o interior, mas não anulava a massa das coisas ali dentro.

A minha preguiça estava tão grande que só tirei a varinha do cós da calça e a fiz flutuar atrás de mim.

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– Já pronta, querida? – A senhora Weasley me perguntou, colocando um prato com muitas panquecas empilhadas à mesa.

– Sim, senhora Weasley. – Respondi com um sorriso.

– Apenas Molly, Lynx. – Ela me sorriu de volta, fraternalmente.

– Okay vovó Molly. – Falei e ela alargou mais ainda seu sorriso. – Precisa de ajuda?

E, antes que Molly pudesse fazer qualquer objeção, fui para a cosinha pegar algo para trazer à mesa. Enquanto nós duas arrumávamos a mesa, comecei a cantarolar uma música antiga bruxa, Do The Hippogriff. Quando comecei a pensar na demora dos seres foi quando Hugo desceu. Ele logo começou a comer, e Molly me disse que todo ano era assim: ele se arrumava o mais rápido possível para comer até não poder mais antes de sair, se despedindo da comida de casa. Uma boa tradição.

Mas logo depois todos já estávam na mesa comendo enquanto James fazia piadinhas e nós ríamos, apesar de Molly II e Louis estarem meio tensos. Os dois iriam entrar em Hogwarts apenas naquele ano, assim como eu.

– Hey, calma, nenhuma pressão para a casa de vocês. – Fred falou, aliviando os dois.

– É, sem pressão! Está óbvio de que vocês devem ir para a Grifinória, mas o melhor que acontecerá é a Lufa-Lufa.

– JAMES! – Todos gritaram o repreendendo, menos eu que estava boiando com essa de “Grifinória” e “Lufa-lufa”.

– O que James fez dessa vez? – Disse um senhor baixinho com vestes formais e cabelo mesclando laranja e branco. O senhor Weasley, marido da Molly e avô de todos ali menos eu.

– Vovô! Vai nos levar à platarfoma? – Lily perguntou ao avô, de todos ali ela era a mais próxima a ele, nos dias que passei por lá ela sempre estava grudada no avô quando ele estava por perto.

– Não querida, vou lhes acompanhar até o Caldeirão Furado, seus pais estão por lá e eu preciso ir para o ministério. Podemos ir? – Ele perguntou e Hugo levantou a mão em um sinal de “espera ai”.

Quando olhei em sua direção o vi colocando muito comida na boca enquanto tudo descia por sua garganta como se ele não tivesse mastigado. Sentado à sua frente Rose colocava um grande pedaço de bolo em um pote.

Me levantei ao mesmo tempo que Dominique e fomos pegar nossas malas.

– Como nós vamos? – Perguntei para Arthur que ria de Hugo.

– Chave de portal, Shacklebolt liberou para gente já que é longe demais para irmos de carro.

– Ah. – Falei e coloquei minha mala aos meus pés.

– Vamos Hugo, essa não é a última vez que você vai comer na vida! –Roxanne reclamou arrastando o menino para fora da mesa.

Por fim, todos nos amoamos em volta de um tapete gasto e emporeilados junto ás malas fomos teletransportados para um quarto vazio, todo branco.

– Sala para aparatação? – Questionei. Alguns lugares adotaram a técnica de possuir uma sala apenas para isso e bloquear o resto do terreno levando em conta que aparecer em qualquer canto do lugar começou a causar confusão, tendo gente aparatando em cima de mesas, outras pessoas e até dentro dos banheiros, constrangedor.

– Yepe. – Fred respondeu me envolvendo em um meio abraço, me cercando pelos ombros. – Melhor sairmos daqui logo antes que mais gente chegue.

Todos pegamos nossas malas do chão e rumamos para a porta de madeira, que dava para os fundos do bar. Ouvi a risada exagerada do meu pai então logo me livrei de Fred, para a segurança do mesmo.

A família estava espalhada pelo bar, mas junto ao meu pai estava minha mãe, George Weasley e a esposa (que por acaso Fred não havia falado o nome mas se parece muito fisicamente com com a Roxanne), Harry e Gina Potter e Ron e Hermione Weasley. Todos conversavam animadamente, parecia que meu pai já era parte do grupo de amigos.

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Quando eu, Fred, James, Alvo, Rose, Hugo, Lily e Roxanne chegamos a mesa eles perceptivelmente mudaram o assunto, mas continuaram animados. Peguei o copo do meu pai e virei, sentindo o amargo do Whisky de Fogo.

– Ei! – Ele exclamou vendo seu copo vazio.

– Não é bom o senho beber essa hora, pai. Só estava lhe fazendo um favor. – Pisquei para ele, que bufou.

– Muito menos pra você, mocinha. – Minha mãe me repreendeu e eu fiz carinha de anjo, ela fez um gesto de negação com a cabeça.

– Se você quiser, eu posso vomitar. – Falei com tom expectativo, para ela me desculpar enquanto fazia cara de culpada.

– Esquece, Lynx.

Depois de mais rodadas de risadas partimos para King’s Cross, já estávamos em cima da hora. Nos dividimos entre os carros dos ali presentes e eu acabei indo no mesmo que James, Lily, Alvo, Fred e os pais do James. No caminho Fred me falou que iriamos encontrar Frank no trem, ele já estava guardando um vagão. Não se fizeram nem vinte minutos e já estavamos nos despedindo dos nossos pais no estacionamento da estação. Abracei minha mãe forte e ela me deu umas indicações como “não exploda nenhum banheiro”, “não bata em ninguém só por que a pessoa está usando vermelho” e “nada de falar que pegou catapora dragônica e faltar aula”. É, eu já fiz isso tudo, e ela sabia.

– Eu te amo, tenha um bom ano escolar e estude. – Ela falou e me deu um beijo na testa, me liberando para ir falar com meu pai.

Orion me abraçou e então sussurou de um modo para que minha mãe não percebesse.

– Tente maneirar as cartas e idas à diretoria, só com as pegadinhas mais legais, ok? Está sendo difícil esconder da sua mãe ultimamente.

– Pode deixar, capitão. – Sussurei de volta e logo nos soltamos.

Meu pai olhou para mim e suspirou.

– Eu sei que você está crescendo, mas é tão rápido que está sendo injusto. Esse ano ficar longe de garotos vai ser inevitável, então me mantenha informado que irei deixar meu facão afiado para qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo, me mande uma carta que eu vou correndo te ajudar. Estamos juntos, baixinha. – Ele falou e bagunçou meu cabelo.

Sorri e logo pulei pra cima dele de novo.

– Vou sentir sua falta, pai. – Confessei.

– Eu também, Lynx. – Ele falou e me olhou com expectativa. – Espero que você entre para o time de Quadribol.

– Não tem ninguém que me supere, você mesmo sabe disso. – Rimos alto, chamando atenção de todo mundo. É, tínhamos uma mania meio exagerada.

E então, deixei meus pais para trás e junto aos Weasleys (e Potters) entramos no lugar, indo pegar carrinhos e logo já estavamos os empurrando pela estação. Mentira, eu não estava empurrando o meu, eu havia empilhado o meu malão encima do malão de James e ele carregava o meu também enquanto eu estava sentada em cima do malão de Fred, com ele empurrando o carrinho.

– Ela é folgada, viu? – Fred reclamou enquanto andávamos.

– Shiu e continue empurrando, escravo. – Falei e me recostei na parte de trás do carrinho, James riu do desgaste do amigo.

– Qual é cara, ela não pode ser mais pesada que a mala dela. – Falou James, parando subitamente.

Concordei com a cabeça.

– True history. – E fiz uma cara tipo a do mene. – Meu malão tá mais cheio que o estômago do Hugo n’A Toca.

– Mas você é pesada. – Fred falou e eu me virei para ele, o fazendo parar.

– Você.Está.Me.Chamando.De.Gorda? – Sibilei pausadamente, começando a estapear o ombro dele.

– Vamos trocar de carrinho, então. – James propôs e logo Fred foi empurrar o meu malão e o de James enquanto o mesmo se preparava para me empurrar. – Se segure. – Ele avisou e eu logo prendi minhas mãos na gradezinha da parte debaixo do malão, o deixando seguro também.

James disparou pela estação e eu gritava animada, quase caindo do carrinho. Logo Fred disparou atrás de nós e começamos a disputar corrida. O resto do pessoal ficou para trás, mas então alguns decidiram correr conosco também e tentavam nos alcançar sem sucesso. Algumas pessoas apontavam para nós e riam (claramente turistas) enquanto a maioria apenas olhava desaprovando (nativos, por que britânicos são certinhos).

Fred ganhou. Mas só por que ele empurrou o James e o nosso carinho perdeu um pouco a direção, nos dando desvantagem. Humpft. Ainda sendo empurrada por James entramos na plataforma 9 ¾. Passar por aquela parede? INCRÍVEL MANO! E o filho de um Harry Potter ainda foi correndo né, e como até passarmos para o outro lado eu não sabia que era para fazer isso eu pensei que iria me esborrachar na parede. Divino.

Enquanto iamos em direção à uma entrada no trem muitas pessoas olhavam para nós e me encaravam, desde jovems até idosos.

– Por que tem tante gente nos encarando? – Questionei a eles e me levantei do carrinho, finalmente.

– É que eu sou incrivelmente lindo. – James falou e passou uma mão no cabelo.

– Aham, sei. – Falei debochadamente. – Jayjay, cê é gato mas nem eu chamo tanta atenção.

– Wow, essa é modesta hein. – Ele retrucou e eu apenas dei lingua pra ele. – Mas nós chamamos a atenção mesmo, essa coisa de herdeiro d’O Escolhido e blablablá.

– Oh, verdade. – Falei meio incomodada, muita gente ainda olhava pra gente. – A gente leva o malão pra cabine?

– Não, nós deixamos ele em algum compartimento para guardar, como aquele. – Ele apontou e eu acenei com a cabeça, abrindo meu malão e tirando uma mochila preta da Kipling de dentro, meu kit de sobrevivência já que me falaram que ficaríamos um bom tempo no trem.

Fiz Fred colocar meu malão no compartimento e logo entramos no trem, comigo apoiada no ombro dele. Olhávamos o vidro de todas as cabines pelo Frank, mas não achamos tão fácil. Avistei de longe Lizzie, e logo resolvi cumprimentar-la.

– HEY, LIZZIE! – Gritei para ela e acenei. Ela se virou e me olhou, sorrindo. Acenou de volta para mim, e logo a alcancei. – Tá procurando um vagão?

– Na verdade eu tô indo para o vagão dos monitores. Sou a monitora chefe! Incrível, não é? – Ela fala sorrindo enquanto me mostrava o distintivo na sua mão que havia tirado do uniforme.

– Parabéns! Acho legal que você seja minha amiga, sabe? – Pisquei pra ela, que riu.

– Lynx, Lynx... Sabe que não posso não te repreender se eu pegar algo. – Falou, e os meninos pareciam analisar ela, mas sem falar nada.

– Então qual é a vantagem? – Perguntei transtornada, mas ri. – Te vejo depois, boa sorte com isso tudo.

– Obrigada. – Ela sorriu radiante.

– Eai, Woodley? – James cumprimentou sorrindo com sua costumeira cara “É, você tem o privilégio de falar comigo, que tal? Eu não sou lindo? É, eu sou, e eu sei que você acha isso”.

Lizzie olhou para James dos pés à cabeça, com a sombrancelha arqueada.

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– Até mais, Lynx. – E saiu andando.

– Essa doeu hein? Mau jeito, James. – Falei rindo exageradamente com Fred enquanto James parecia meio atônito.

– Ela me ignorou? – Ele perguntou, perplexo.

– Não só, ela agiu como se você não estivesse ai. – Fred soltou e eu ri ainda mais.

– Há de ter “sims” e “nãos” na sua vida, calma. Muitos “Nãos” estão por vir. – coloquei com certa dificuldade um dos meus braços rodeando os ombros de James e apontei pro além, como se visse o “não” brilhando em neon. - Vamos, Fred acha que viu o Frank logo ali.