– Al. – Chamei uma vez o garoto que estava focado no livro. – Al. – Repeti mais alto.

Depois de ter perguntado a alguns quadros, ao Pirraça e finalmente à Madame Pince eu havia encontrado o Alvo, além do literal, Alvo Potter. Como Scorpius havia relatado, ele estava ficando louco com os estudos. Okay, depois daquele sábado ele parou de ficar obssesivo e voltou a estudar o necessário, mas eu precisava chamar ele. E logo na hora que ele estava estudando. Ah, dane-se, ele precisa tanto estudar mesmo?

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– ALVO POTTER! – Gritei chamando sua atenção e levando uma bronca da Madame Pince.

– Que é? – Ele resmungou tirando o olho do pergaminho, que presumi ser o dever de transfiguração.

– Vamos comer brigadeiro? – Propus com uma felicidade infantil.

– Você parou meu dever pra isso? – Ele questionou no seu melhor modo irônico.

– Bora. Aposto que você nem sabe o que é Brigadeiro, você precisa provar. – Falei e puxei seu braço, o fazendo cair da mesa.

– Não. – Ele falou se sentando na cadeira de novo.

– Pooor favor, você vai gostar! Vaaaai. – O sacudi pelos ombros.

– Por que você não chama o Fred? Ele iria com você super feliz. – Ele falou tentando ajeitar seu material pra voltar a escrever.

– O sétimo ano da Grifinória está tendo aula de poções, e ele, o James e o Frank vão pra cozinha depois. Roxanne, Lily, Nick, Rose e Hugo já estão indo pra lá. BOOOORA! – Gritei e o sacudi mais abruptamente, levando outra censura da madame Pince.

– Eu preciso terminar esse dever. – Ele contestou e mergulhou a pena no tinteiro.

– Você copia da Rose. Eu fiz isso, mas mudei algumas palavras, claro. – Falei. Ele bufou e escreveu mais uma palavra, eu o chachoalhei levando-o a bater com o braço no tinteiro derrubando todo o conteúdo no pergaminho e na mesa.

– MEU DEVER! –Ele gritou e eu gritei em susto pelo berro dele.

– Desisto! – Madame Pince gritou. - Vocês dois, fora. – Ela apontou pra porta da biblioteca.

Alvo olhou pra mim com raiva e recolheu seu material, tendo recuperado o exercício com o feitiço Evanesco, que absorveu a tinta. Ah, a tinta do dever inteiro, até o que ele havia escrito.

– Podemos ir na cozinha agora? – Perguntei piscando os olhos de um modo falso-inocente.

– Espero que esse “Birgahdeiró” seja bom mesmo.

– É sim! Você vai amar, bora!! – Falei e o arrastei dali, nem me importando em o corrigir.

*

Depois de pedir os ingredientes para os elfos, chamei um que achei super simpático pra me ajudar a cozinhar. Na verdade ele iria me observar fazer pra aprender, ele mesmo que pediu.

– Ai você coloca o leite condensado na panela e mexe até aparecer bolinhas. – Expliquei pro elfo, que havia se apresentado como Dopey.

– Dopey pode mexer, senhorita Lynx Black. – Ele falou já subindo em uma base lá de madeira para alcançar o fogão. Dopey era o menor elfo dali, presumidamente o mais novo também.

– Obrigada Dopey. Qualquer problema me chame, sim? – Falei pra ele que corou, assentindo com uma reverência exagerada. Sorri e voltei pra onde o pessoal todo estava, uma mesa perto da porta.

Os elfos iam e vinham, começando a preparar o jantar. Desviei de uns dois, que pediram desculpa e voltaram a se apressar carregando uma enorme travessa.

– Lynx, tem certeza que você tá fazendo direito? – Perguntou Rose quando cheguei na mesa deles.

– Ei, não é só por quê eu já estorei um caldeirão na aula de poções não signifique que eu não saiba fazer brigadeiro. – Roxanne e Hugo arregalharam os olhos, enquanto Rose e Alvo que haviam presenciado reviravam os olhos - Eu não sei cozinhar, okay, mas é praticamente obrigatório pra um brasileiro que tenha mínimo contato com trouxas saber fazer brigadeiro.

– Eu já ouvi falar e mal feito ou não, quero provar. – Lily falou e deu de ombros.

Ri internamente lembrando do “Mal feito feito”.

– Você disse que também tinha um assunto importante pra tratar aqui. – Dominique disse e eu assenti.

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– A menos que você ache que os 15 anos de uma menina devem ser passados em branco... – Comentei levianamente.

– Você vai fazer 15? – Rose perguntou e eu assenti. – Uuh, que dia?

– Dia 21 de novembro.

Lily soltou um gritinho.

– Mesmo dia que o Al!

– Então faremos uma festa dupla de arromba, isso ai! – Levantei a mão e fiz um “hi-five” com ela. – Quem tá dentro?

– Vai ter fogos? – Hugo perguntou.

– BOA IDEIA! – Gritei intusiasmada.

Fogos, um tanque com golfinhos treinados, um bolo feito pelo Cake Boss, open bar, uma jacuzzi, fosso de enguias elétricas pros penetras, pilhas e pilhas de presente, um gogo boy saindo do bolo, participação especial d’As Esquisiton-

– Espera! – Gritou Rose. – Antes que vocês imaginem mil e uma coisas pra essa festa, pensem no possível, por Merlin, e perguntem o que o Alvo acha!

– Por mim tudo bem. – O Potter disse, com um tom indiferente. Discretamente, fiz um sinal de “yeah”, mas acho que não foi tão discretamente assim pois a Nick fez uma palm face.

– Ainda acho que devemos pensar em tudo antes. Dentro do castelo não dá pra fazer fogos, e precisamos acertar tudo como o lugar, se vamos pedir permissão pra Mimi ou fazer clandestinamente... – Rose falou.

– Isso é verdade. – Rox concordou com ela.

– Okay, okay. Vocês duas cuidam dessa parte chata, tá? Eu arranjo os gogo boys. – Falei em tom leviano, fazendo Lily rir.

Nessa hora, a porta da cozinha que na verdade é um quadro se abriu, revelando os três que faltavam: Fred, James e Frank.

– Qual foi a piada? – Perguntou Frank.

– Nenhuma, Lynx só tava falando que tava pensando em contratar o James pra uma festa ai. – Roxanne falou e ai sim, quem já estava lá (inclusive eu, claro) riu mais que bêbados.

– Pagando bem que mal tem? – James falou e deu uma piscadinha, se sentando no banquinho da mesa, Fred e Frank já haviam sentados.

– Até como gogo boy? – Hugo ergueu as sobrancelhas.

James pigarreou e fez um gesto para Fred e Frank se levantarem com ele.

– Música, por favor. – Ele pediu.

– Vai começar... – Alvo reclamou com um tom de “naaaaaaaaaão!”.

– Nós não estamos reclamando. – Nick disse e fez um gesto com a varinha que logo aquela música do “Macho Men” começou a tocar baixinho.

Em sincronia com a música, os três começaram a dançar em uma mistura de gingado e rebolado (nada como os funkeiros, claro) e levantando de leve a barra da camisa. Quando James, que estava no meio, já estava a ponto de desabotoar a camisa do uniforme e exibir o tronco definido por causa do quadribol Hugo interrompeu.

– Cheeega! Já provou seu ponto, James, o emprego é seu. – Ele reclamou e fez um aceno com a sua própria varinha para a música parar.

– Aaaaaah, não! – Reclamei. Aquela vista estava tão legal... Caham, ele têm uma pele bonita, sabe? Uma pele legal, é, isso. Os três se sentaram de volta, Fred jogou um sorrisinho para mim.

– Mas que festa vai ser? – James perguntou.

– Lynx e Alvo. Sabia que eles nasceram no mesmo dia? – Rox falou.

Logo todos estávamos envoltos no assunto, e só paramos de planejar como queríamos a festa quando Dopey apareceu com uma tigela enorme cheia de brigadeiro, afinal eu fiz em quantidade triplicada.

– Obrigada Dopey! Você quer provar? – Perguntei para o elfo, que pareceu ter carbonizado de tanta vermelhice. – Por favor, leve. – Peguei uma das colheres que tinha ali dentro e enchi, entregando para o elfo, que logo foi embora.

– Ô Lynx.. Tem certeza que isso tá direito? A cor é estranha, parece uma coisa estanha viu... – Dominique falou estirando o pescoço para encarar o brigadeiro que havia ficado em cima da mesa, assim que desviei o olhar do elfo pude ver um Hugo com uma colher na boca suja e olhos arregalados.

Ele tirou a colher da boca.

– ISSO. É. O. PARAÍSO! – Ele falou euforicamente e pausadamente. Eu ri.

– Vamos, todos, proveem! – Obriguei-os e logo todos estavam com as colheres na boca, saboreando o doce. – Pois é, gringos perdem o melhor da vida... – Sussurei para mim mesma em português.

– Você deu sua colher pro Dopey. Como você vai comer agora? – Perguntou Lily pra mim.

– Assim. – Falei e tirei a colher do Fred da mão dele, pegando uma enorme colherada pra mim do brigadeiro e colocando na boca.

Fui comendo assim, roubando a colher do Fred periodicamente, que reclamava mas não me impedia. Logo estávamos todos satisfeitos e alguns atrasados pro treino de quadribol.

– MERLIN! O treino! Boooora, James e Fred. – Arrastei eles de lá e dei tchauzinho pro resto da trupe de longe mesmo.

James é uma ótima pessoa. Odiável capitão. Okay, ele sempre queria o melhor pro time, mas Merlin, ele era meio obssesivo. Sai moida do treino, e assim que terminei de tomar uma ducha e colocar uma roupa qualquer embaixo da minha capa da Grifinória eu me deitei no meio do campo, descansando.

Aos poucos o time foi indo embora do vestiário, alguns passando pelo campo ou não.

– Ei, Hank! – Gritei pro nosso batedor. O menino se virou para mim. – Você foi incrível hoje. Continua com essa força que no primeiro jogo o time todo contrário vai estar no chão antes mesmo da goles chegar nos aros. – O elogiei e dei uma piscada.

– Obrigado, Lynx. – Ele agradeceu e foi embora. O menino é realmente bom, pra alguém do segundo ano.

Fechei os olhos por um tempo e inspirei o ar puro do campo, sentindo a grama tocar minhas mãos, era uma sensação ótima, mágica. Os bruxos em especial estão tão acostumados pela magia os cercar que nunca param pra pensar que o fato de existirmos é uma mágica pura.

– Ei. – Falou uma voz conhecida, e eu abri os olhos, vendo o Fred. – Não vai ir jantar?

Neguei.

– Eu comi brigadeiro demais. – Comentei.

– Sei como é, também me esbaldei. – Ele falou e logo se deitou do meu lado.

– Não consigo evitar, Brigadeiro e chocolate são as únicas coisas que me impedem de pirar na tpm.

– Opa, você tá de tpm? – Ele perguntou em um tom temeroso, provavelmente sendo cauteloso pra eu não começar a ter ataques de fúria e etc.

– Nem vem, eu não sou tão horrível assim na tpm. E isso é normal.

Passamos um tempo em silêncio.

– Por que estamos deitados no meio do campo de quabribol? – Fred perguntou.

– Você eu não sei, eu estou celebrando a mágica da existência. – Falei.

– James pegou pesado e você tá descansando?

Eu ri, ele me conhecia bem.

– Também.. Mas você não acha incrível o fato de estarmos aqui? Da magia existir? De tudo isso - estiquei os braços como se tivesse me alongando – estar aqui?

Fred deu de ombros.

– Eu não paro pra reparar nisso.

– Nem eu. – Nós rimos.

De repende ele estendeu a mão para cima, deixando só o polegar levantado.

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– Se eu fechar um olho... – Ele sussurou e colocou o polegar na direção do olho aberto.

– O que você está fazendo? – Perguntei sussurando, rapidamente me virei de bruços pra ficar na direção da cabeça dele, olhando por seu dedão.

– Tapando aquela estrela. – Ele comentou. – Ela é o Sirius, da constelação Cão Maior.

– Hmm. – Falei e o imitei.

– Sabia que tem uma constelação com seu nome? Mas eu nem sei se dá pra achar. Só sei essa por que o Sirius é a estrela mais brilhante do céu noturno. – Ele falou, em tom divertido.

Lembrei de um filme trouxa que uma antiga colega de quarto costumava ver toda a noite, Querido John.

– Fred.. Você está flertando comigo? – Perguntei pra ele inocentemente.

– Por quê? Se sente seduzida?

– Bom.. É que você está fazendo errado, se deve tapar a lua. – Eu falei e ri alto.

Ele rolou para cima de mim, me preensando no chão e se erguendo pelos braços que se seguravam no chão em volta de mim.

– Nós não somos pessoas normais, por que deveriamos tapar a lua como todo mundo? Estrelas são mais legais. – Ele falou e eu pude sentir a pressão da sua respiração sob mim.

Sem aviso prévio, ele pressionou a boca dele na minha em um beijo. Nem lento, nem radical, mas um beijo normal, com baba e lábios se movendo, sabe? Antes que você pense, nenhuma faísca voou dentro de mim soltando fogos, pois não é assim que acontece. Mas parecia que ele estava me passando algo por aquilo que me tranquilizava, era bom.

– Por que você fez isso? – O perguntei, por mais curiosidade que nada.

– Eu senti vontade. – Ele me falou me encarando, com medo de ter feito algo errado.

– É uma boa desculpa. E agora que você abriu a curiosidade, aguente.

Coloquei minha mão atrás de sua nuca e o puxei novamente.