Com as minhas recentes duas semanas em Hogwarts Rose adquiriu a mania de me acordar virando o colchão para que eu caisse no chão.

– Bora, Lynx! – Ela me gritou enquanto eu passava a mão na cabeça, meio perdida.

Eu não perco o amigo e nem a piada, há. É, um pouco depois daquela brincadeira tudo voltou ao normal sem nem citarmos, digamos que todos sabem como eu sou depois de passar as férias comigo e fora que ninguém vive sem mim, claro. Ou não. Sei lá.

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– Acordei, tá? – Falei me levantando e indo ao banheiro.

Todos meus amiguinhos da Grifinória provavelmente já estavam no Salão Comunal, então me apressei no banho e protestei mentalmente quando vi que teria que usar saia hoje, já que minhas calças estavam sujas.

– Bom dia raio de sol! – Frank falou me saudando quando desci as escadas do dormitório.

– Eae pessoa que tem a sorte de estar em minha companhia nesta manhã. – Falei e me sentei numa poltrona. Normalmente eu sento em cima do encosto do sofá em frente à lareira, mas não daria para fazer isso usando saia. Maldita saia.

– Sorte? Você é um karma, isso sim. – Lily falou brincando, eu havia ficado meio próxima dela e descoberto sua marotice já que eu sempre me perdia pelo castelo e encontrava ela faltando aula pelos corredores.

– Você sabe que me ama, pimentinha. – Falei piscando.

– Lynx? – James me chamou.

– Em carne, osso e perfeição. – Respondi levantando a mão como se estivesse em uma chamada de escola.

– Você está usando saia? – Ele perguntou estonteado.

– Estou. Vocês poderiam por favor parar de encarar minhas pernas e vamos tomar café? – Falei dessa vez para todos.

– Uhn? – Fred soltou desligado, olhando fixamente para a minha saia. Eu me levantei e seu olhar continuou na saia, me parei em sua frente estalei meus dedos praticamente na cara dele. – Desculpe, é que é raro.

– Eu sei. – Resmunguei e fomos finalmente ir comer.

Eu, James, Frank e Fred íamos um pouco atrás pensando em planejar alguma pegadinha. Os outros a nossa frente falavam animados sobre quadribol e nem percebiam, isso era bom.

– Acho que devíamos revelar os segredos marotos para a Lynx. – James falou e os outros concordaram. – Que tal agora?

Fiz um sinal para eles esperarem e fui para atrás de Rose, sussurando.

– Qual as nossas primeiras aulas?

– Estudo dos Trouxas e Herbologia. – Ela me respondeu prontamente, falando baixo.

– Okay, te vejo em Herbologia.

Voltei para os marotos, deixando Rose confusa. Nós entramos em um corredor qualquer que fazia bifurcação e seguimos para uma sala vazia. Logo ao chegarmos me sentei em cima de uma mesa.

– Espero que valha a pena faltar o café. – Resmunguei. Oh, a aula não, Estudo dos Trouxas é um dos conteúdos mais simples para mim, se eu quisesse poderia passar meses agindo como trouxa.

– A gente passa na cozinha assim que terminarmos aqui. – Frank falou dando de ombros.

– Merlin, vocês sabem onde é a cozinha e não me falaram até agora? – Protestei.

– A gente sabe onde é tudo e onde todos estão com isso, cara Lynx. – James falou puxando algo do bolso e colocando na minha mão.

Examinei o que ele havia me entregado.

– Uuuuuuh, que incrível! – Falei fingindo. – Um pedaço de papel velho. – Fiz uma cara de “ah, sério?”.

– Um pedaço de papel qualquer até que “Juro solenemente não fazer nada de bom” – Fred falou apontando para o papel, fazendo com que letras aparecessem nele. – é pronunciado.

Os srs. Aluado, Rabicho, Almofadinha e Pontas,

fornecedores de recursos para feiticeiros malfeitores,

têm a honra de apresentar

O MAPA DO MAROTO

Olhei contemplada para aquilo.

– Eles são seus parentes, não é? – Perguntei, abrindo o mapa e o explorando.

– Tecnicamente só o Pontas que o avô do James. – Frank falou. – Aluado é Remus Lupin, pai do Teddy. Rabicho era Pedro Pettygrew, um traidor se quer saber; e o Almofadinhas era Sirius Black, padrinho do pai do James.

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– E o cara com o meu sobrenome. – Completei, fazendo graça. – Afinal, o que são esses pontinhos com nomes?

– O mapa não mostra só Hogwarts inteira como onde cada um está em tempo real. – Fred falou e apontou para uma sala. – Esses somos nós.

– Caraca, isso é incrível! Por isso todos falam que vocês nunca são pegos.

– Bom, nós também temos a capa da invisibilidade, mas como ela é relíquia de família a Lily e o Alvo dividem-a comigo, mas eu peguei o mapa no escritório do meu pai antes que qualquer outra pessoa saiba, então ele é só nosso. – James falou e eu assenti.

– Acho que deveríamos comemorar esse momento de novas descobertas com uma marotagem, já tenho até uma ideia. – Comentei e eles sorriram marotamente em resposta. – Mas podemos falar no caminho da cozinha?

~*~

Combinamos todos os detalhes e ainda conseguimos comer. Frank me acompanhou até as estufas, já que ele queria cumprimentar o pai e estava em horário vago mesmo. As aulas seguiram normais e Rose estava mais emburrada que nunca já que havia tido que fazer a primeira aula com Scorpius, Alvo havia dormido demais aparentemente.

Eu estava com a cabeça meio longe, ansiosa para o jantar, em que uma marotagem iria acontecer, insira risada maligna aqui. Rose não parava de reclamar o quanto “a loira albina Malfoy” havia a incomodado na primeira aula enquanto eu tentava traduzir uma frase de runas, sem sucesso.

– Weasley e Black, quietas. – O professor nos repreendeu apesar de estarmos falando baixo.

Rose se aquietou, mas eu não estava afim de parar de falar. O professor nos repreendeu de forma rude dessa vez.

– Desculpe professor, mas você pediu para que traduzissemos as frases e estamos fazendo isso enquanto conversamos baixo. – O professor me olhou me medindo e então se levantou da mesa até o quadro.

– Está traduzindo? Então me diga a tradução correta da um. – Eu li o que havia escrevido no meu pergaminho e ele me olhou torto. – Traduza essa frase. – Ele se virou e escreveu uma frase de runas no quadro.

Bufei e olhei para frase e eu sabia o que estava escrito, mas eu não gosto de professores rudes.

– O professor é um mal amado que acha os alunos são robôs que não devem ter vontade própria e só copiar a matéria. – Fingi ter lido isso na verdade e sorri inocentemente.

– Detenção, às sete aqui e nenhum pio a mais. – O professor falou e eu revirei os olhos, dessa vez ficando quieta.

– Eba, primeira detenção. – Sussurei muito baixo, nem eu mesma havia ouvido direito.

– A semana inteira por isso, srta Black. – Dessa vez bufei alto e voltei às traduções, cara ninja.

Que saco. Ao menos no jantar tudo vai voltar ao seu brilho, literalmente. Entrei no Salão Principal acompanhada de Alvo, Scorpius e uma Rose emburrada. Nossa última aula havia sido transfiguração com o Teddy, e ele resolveu colocar a Rose com o Scorpius. De novo.

– Está tudo certo? – Perguntei pro Fred ao chegar na mesa Grifinória, que sorriu em resposta.

– Apenas coma e relaxe o show. – Ele me respondeu, me puxando pela mão e me fazendo sentar entre ele e James. – Nós temos visão privilegiada.

Comemos como sempre, mas às seis e meia exatamente uma pequena nuvem surgiu dentre o teto do salão principal, talvez por entre uma janela, mas a lógica da coisa havia ficado por conta do James e do Frank. A melhor parte, a ideia, havia sido minha. Fred arranjou o material. Bang.

Essa pequena nuvem era levemente dourada e seguiu diretamente para a mesa da Lufa-Lufa, parando em cima de Kemi Jones, uma menina mais chata e sistemática que escola inteira junta. Então a nuvem escureceu e algo começou a cair da nuvem como chuva: purpurina. Pior, purpurina mágica que só saia uma ou duas semanas depois. Jones ficou toda brilhando, e ela tentou levantar de onde estava para ir pra longe da nuvem, que a seguiu. De repente a purpurina parou de cair a nuvem fez puf para algumas palavras aparecerem no ar.

“Agora você pode pensar que tem metade do meu brilho. Sinceramente, mrs Bobcat”

Sim, Kemi Jones era sem noção e além de me encarar nos corredores espalhava que eu não era nada para andar com Os Marotos e bláblá. Sem noção. Bobcat era um apelido que Lily havia me chamado uma vez sem querer, já que Lynx é Lince em inglês, que também pode ser Bobcat. Ninguém além dos Marotos, de mim e da Lily (ela havia deduzido pela assinatura e me mandado um olhar em que eu respondi confirmando) sabia que era eu, mas todos explodiram em gargalhadas. Todos do corpo docente, já que os professores ficaram visivelmente irritados.

Respirei fundo e me virei pros meus amigos.

– Terminei por aqui e tenho uma detenção para cumprir agora, alguém quer me levar lá?

– Detenção? – Fred me questionou.

– Lynx respondeu lindamente o professor hoje, uma semana de detenção. – Rose respondeu por mim.

– Não cai no fim de semana não, não é? Sábado tem Hogsmeade e domingo tem a escalação pro time. – James perguntou.

– Graças que não. – Respondi me levantando. – Quem vai comigo?

Fred respirou fundo e se levantou.

– Vamos logo. – Sorri para ele e saimos do Salão, onde Jones ainda brilhava como um enfeite de natal.

– Obrigada por ter vindo. – Falei pra ele que então passou seu braço pela minha cintura.

– Não podia de deixar de lhe acompanhar em sua primeira detenção, momento memorável. – Ele falou brincando e eu ri.

– Espero não ter que limpar algo meticulosamente, só não hoje. – Reclamei e me apoiei em seu ombro. – Eu estou morta.

– Nem me diga, a senhorita poderia parar de pesar no meu ombro por isso, eu também estou cansado. Okay? Okay. – Ele falou eu ri.

– A culpa é da purpurina. – Ri debilmente lembrando do livro trouxa, apesar do escritor ser bruxo.

– Talvez o nosso “Marotagem” seja o nosso “sempre”. – Fred fez piada e eu neguei com a cabeça.

– Não, por favor, apenas não. – Resmunguei e nós rimos, já estávamos na metade do caminho.

De repente aparece um James ofegante que parecia ter corrido uma maratona.

– Lily pediu para eu te entregar isso, acho que chegou no correio hoje de manhã e ela pegou e não teve como te dar. – Ele me estendeu a carta.

Vi o remetente: Charles Olivaras. Sorri e dobrei a carta, a guardando no meu bolso para ler mais tarde. Ergui uma sobrancelha para James.

– Já que estou aqui vou ir com vocês. – Acenei para ele e seguimos o caminho fazendo mais palhaçadas.

Cheguei a sala de Runas e entrei sem bater. O professor recolheu minha varinha e me falou para organizar os livros de runas por título em ordem alfabética e saiu da sala, me trancando lá dentro. Suspirei e me sentei no chão, abrindo a carta do Charles.

Ele sabia que eu havia ido pra Grifinória e blabla. Então me chamou para ir em Hogsmeade com ele no sábado. Pirei? Não, mas estava ansiosa para responder. Guardei a carta de novo no bolso e me levantei para organizar os livros.

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A detenção havia até que passado rápido, e logo eu cheguei ao dormitório. Fui direto pro meu quarto, onde vi Rose sentada em cima da minha cama, me esperando. As outras garotas não estavam lá ainda.

– Eu sei que foi você, Lily falou para mim. – Rose logo falou. – Não se preocupa, ela não falou pra mais ninguém, mas ninguém espera isso de alguém que não seja você.

– Claro, eu sempre sou a diva que todos querem copiar. – Falei e ri em seguida. – Isso foi uma citação de Valesca Popozuda, depois te mostro a música direito. O importante é que agora todos sabem do meu brilho incomparável.

Rose me olhou desconfiada, mas saiu da minha cama. Pulei direto pra cima do meu travesseiro e me aninhei ali, de uniforme e tudo.

– Boa noite, Rosita. – Fiz um sotaque meio mexicano.

– Lynx, você não sabe falar espanhol. – Ela me respondeu.

– Eu sei.

E então, eu dormi.