Garota Cafeína

Prólogo


– Anda filho, vai explorar o terreno, não é só porque nos mudamos pro meio no mato que não teremos vizinhos, da cozinha já avistei duas casas à nossa direita e uma à esquerda. - Minha mãe disse na porta.

Ainda na cama, olhei para a janela. Da minha cama dava pra ver as duas casas, me levantei e me encostei no batente conseguindo enxergar a outra casa que ficava à direita. Suspirei e fechei a janela, saindo pela porta e descendo. Minha mãe desceu atrás de mim e deu um beijo em minha testa abrindo a porta da cozinha para que eu saísse.

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Estava muito sol, mas só percebi quando saí porque minha casa estava com ar ligado. A poeira estava subindo, mas consegui perceber que o quintal era grande. Abri a portinhola que dava para o lado de fora. Entre às três casas, comecei à andar na direção das duas casas que eramquasegrudadas. Quando estava quase na porta da casa, dois meninos apareceram conversando. Ou, pelo menos, parecia uma conversa:

– Pare de ser estúpido, me dê logo este carrinho. - Um dos meninos gritou.

– Não, pare de ser babaca, este carrinho pertence à mim. - O outro envolveu os braços em volta do carrinho.

Parei onde estava e continuei escutando a briga que me impressionava, pois os meninos aparentavam ter a minha idade.

Quando me aproximei os meninos repararam a minha presença e ficaram de pé. Eles tinham a minha altura, ou talvez, alguns centímetros mais baixos. Eles me encaravam sem dizer palavra alguma.

– Quem é você? - O que estava com o caminhão na mão perguntou.

– Jonna!

– Como veio parar aqui? - O outro tomou palavra.

– Eu não vim parar aqui, eu vim até aqui. Sou novo morador, moro ali. - Apontei para minha casa.

– Não é possível. Você mora no casarão? - O de caminhão na mão perguntou.

– Sim. E quem são vocês?

– Eu sou Frank. - O de caminhão na mão se apresentou.

– E eu sou Julio. - O outro se apresentou.

Frank era loiro dos olhos castanhos. Era um pouco mais baixo que eu e mais magro. Já Julio era um centímetro menor que Frank, seus cabelos eram pretos assim como seus olhos. Ele era magrelo.

– Quem mora lá? - Apontei para casa que estava sozinha.

– Não vai querer saber. - Disse Julio.

Olhei para os dois, levantei uma das sobrancelhas e repeti a pergunta.

– Quem mora lá?

– Vai lá ver. - Disse Frank.

– Ok, tchau. - Falei e comecei a andar na direção da casa.