O vento passava pelos seus cabelos. O quarto estava abafado e mesmo com o ventilador – que, aliás, estava em voltado para seu rosto- ligado, nada disso mudava a situação. Ela também mantinha a janela fechada. Talvez desejando elevar ao máximo seu isolamento. Estava sozinha em casa. De férias, inclusive. Sua rotina altamente inversa. Para começar eram quase cinco da manhã e ela não pensava em dormir. Acordava por volta das três. Parecia que aquilo tudo lhe fazia muito mal. Contudo, não era uma novidade para ela.

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Segurava o celular com cautela. Digitava as palavras e sempre tinha uma estranha sensação de estar ao mesmo tempo se esquecendo de falar algo e de estar falando demais. E finalmente chegava a hora. Tinha colocado o ponto final de apenas uma frase. A última frase ali. E as coisas continuarão depois e por um bom tempo. Sentada em sua cama, olhava para o nada e sorria.