Zona Obscura

25º - A Visita Do Caronte


Raven encarava aquela mulher que a olhava com os olhos a rodar incontrolavelmente nas órbitas.

– Quem és tu?

Uma gargalhada, que enche o jardim assustando os pássaros nas árvores, ecoa da garganta da louca.

– Eu sou a Alice Yoru, idiota!

– É suposto eu saber o que isso significa?

– 'Tás a provocar-me? Hã?!

– Lamento mas não perco o meu tempo com pessoas como tu.

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Os olhos de Alice abrem-se à medida que o sorriso aumenta.

– A Raven vou matar, vou matar, vou matar! - Um tiro é disparado na direção de Raven que se desvia facilmente.

– Não sei quem és nem o que queres mas estás a enervar-me seriamente.

– Isso, isso! Mais raiva, mais ódio! Eu quero tanto matar-te!

– Muito bem, realizarei o teu desejo. Mas vamos para outro lado. Não quero sujar a estrada com o teu sangue imundo.

– Idiota! O teu sangue é que vai jorrar que nem uma fonte.

As duas mulheres afastam-se para um sitio onde se encontrava um comboio abandonado e entram lá dentro. Em momento algum desviaram os olhares uma da outra.

No corredor que separava os bancos do lado direito e esquerdo as duas serial killers procuravam uma abertura nas defesas da inimiga.

Um corvo grasna do lado de fora e elas jogam-se uma na outra.

Heiki Hanyou encontrava-se escondida atrás de uma árvore perto do local da luta.

As suas emoções convergiam entre a excitação e o nervosismo.

Estava a adorar aquele espectáculo. Duas serial killers ditas como violentas e invencíveis a confrontar-se pelo simples prazer da luta. Apesar de estarem ambas em condições equivalentes a diferença vinha do facto de Alice Yoru não se importar nem com a sua própria segurança, o único propósito era matar Raven o resto seria apenas uma pedra no sapato.

O sorriso de deleite de Heiki aumentava à medida que a luta se prolongava.

– Só espero que a Sam não descubra que fui eu.

– Não descubro o quê? - A voz da Informadora soa por detrás da vendedora de armas.

– Sam!

– Então foste tu que incitaste isto sua sádica de merda.

– Vá lá, não sejas cruel. Olha como é lindo, todo aquele sangue. - Os olhos de Heiki brilhavam.

– Gostas de ver sangue não é? Que tal veres o teu? - Uma arma é apontada à cabeça de Heiki.

– Desculpa mas estás a confundir sádica com suicida. Além disso devias preocupar-te com elas, estou a sentir o climax.

As duas mulheres olham para a carruagem abandonada.

As serial killers estavam cansadas, feridas e quase inconscientes, lutavam apenas com a força dos seus instintos. Ambas conseguem meter a mão às armas à muito esquecidas no chão. A luta terminava como começara. Os dedos estavam postos no gatilho e prontos a disparar. Os segundos passavam e...