Zona Obscura
2º - Uma Ordem Em Forma De Proposta
Raven encara aquele desconhecido. Parece que apesar de cinco anos na prisão ainda era bem famosa cá fora.
– Vim buscar-te para a tua nova "casa".
Era demasiado esperta para aceitar algo de qualquer um e aquele com certeza vinha com segundas intenções.
– O que queres?
Ele sorri.
– O meu nome é Kadam...
– Não quero saber o teu nome para nada. Quem te mandou?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Eu pertenço a uma das dez famílias da Máfia da Zona Obscura e o meu chefe quer ver-te.
Zona Obscura era o nome dado à cidade tomada pela Máfia há muitos anos atrás. A cidade estava dividida em dez partes, cada uma pertencente a uma família sendo a parte central pertencente à família principal, cujo chefe ninguém sabia quem era, mas todos respeitavam, o chefe supremo.
– Máfia dizes tu... - Raven dirige-se ao cofre do Ferrari e tira um casaco de cabedal preto que veste. - Não estou interessada.
– Podias pelo menos ouvir primeiro a proposta.
– Eu disse que não estou interessada.
– Mas...
Raven interrompe-o apontando-lhe uma arma saída sabe-se lá de onde.
– Por acaso falamos a mesma língua? Eu disse NÃO!
Cautelosamente, Kadam tira um envelope do casaco e estende-o a Raven que o pega sem nunca tirar o dedo do gatilho.
– O meu chefe achou que podias precisar de um incentivo.
Dentro do envelope encontrava-se uma significativa quantia de dinheiro.
– Muito bem. Ouvirei o que o teu chefe quer. - Raven guarda a arma e o envelope.
Com um suspiro de alívio Kadam relaxa e sobe para a moto colocando o capacete.
– Segue-me.
Raven entra no carro, abre o porta luvas e tira os seus óculos de sol. Liga o carro e acelerando até aos 120km/h segue a moto pela ponte que a afastava daquele sitio.
***
A cidade parecia normal ao primeiro olhar mas quando se observava com atenção não dava para ignorar o facto de que toda a gente carregava uma arma consigo.
Tirando isso, para uma cidade cheia de bandidos até era bastante calma.
Raven vê a moto a parar e faz o mesmo.
Sai do carro e aproxima-se de Kadam.
– Isto até é bem calmo.
– Parecendo que não também vivem aqui crianças. A ideia dos corpos espalhados nas ruas e o sangue a escorrer nas estradas é em grande parte boatos.
– Vejo que sim. Estou desapontada.
– Não fiques, isto só é assim durante o dia. Depois verás.
Eles estavam estacionados à frente de uma mansão. Era a casa da família daquela parte da cidade.
Enquanto entram Raven repara nos olhares desconfiados que lhe eram mandados e isso fazia-a sentir-se bem. Era bom que tivessem medo dela, pois ela não estava ali para brincar.
Kadam deixa-a numa sala e desaparece. Minutos mais tarde volta acompanhado de um homem de cabelo verde com um tapa-olho.
– Bem-vinda a Green*. - Sorri o homem a Raven. - O meu nome é Bernard e sou o chefe desta "vila". Quero que faças parte desta família e trabalhes para mim.
– Muito bem. Direto. D. Bernard, a minha resposta é não.
– Tens a certeza?
– Eu não trabalho para ninguém e não faço conta de ser sua cadela.
– Estás a cometer um erro.
– Pensei que isto era uma proposta, por isso posso recusar.
– Achas-te forte? Não fazes ideia de onde te vieste meter.
– Isso é uma ameaça?
– Um aviso. Tu só és considerada a serial killer mais violenta da história porque és conhecida. Nesta cidade há bem piores que tu. A única diferença é que sempre estiveram aqui e por isso ninguém sabe a sua existência.
– Não me subestime. - Raven atira uma faca que passa ao lado de Bernard cortando-lhe uma pequena madeixa de cabelo.
Um dos homens presentes ataca-a mas ela desvia-se e imobiliza-o sem problemas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Kadam acompanha a Raven até à saída. - Bernard encarava-a tentando controlar a raiva.
Ela afasta-se da sala acompanhada pelo rapaz.
Chega à estrada e entra no carro. Kadam faz-lhe sinal e ela abre o vidro. Ele entrega-lhe um papel.
– Essa é a morada da zona neutra da cidade. Vai até lá e pergunta pela Informadora. Ela pode ajudar-te.
Raven consente e conduz para fora de Green, onde de certeza acabara de arranjar bastantes inimigos.
*Verde
Nota: Cada parte/família da cidade tem um nome que corresponde a uma cor.
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