Our Strange Duet
Decisão Perigosa
POV Erik
Ele havia deixado Antoinette e Celine conversarem a sós; podia imaginar o quão constrangedora devia ser a situação, para sua esposa, e sabia que ela não conseguiria contar o que lhe haviam feito se ele estivesse presente. Mas não ouvir a conversa não fazia com que ele não pudesse, em seus pensamentos, ver exatamente o que aqueles dois homens haviam feito com sua amada. E isso só contribuía para aumentar a raiva que fervia em seu peito.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Quando a porta do quarto de Antoinette – para onde ela levara a garota – afinal se abriu, Meg apareceu à porta e sinalizou a Erik para que entrasse. Celine estava sentada na cama, as pernas cruzadas, os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar: havia perdido completamente o relativo controle que conseguira mais cedo. Meg sentou-se ao lado da outra moça, envolvendo-a pelos ombros. A própria menina estava assustada com a violência cometida contra sua melhor amiga, e tentava confortá-la.
Antoinette, por sua vez, estava lívida de ódio: como mulher, e mãe de uma adolescente pouco mais nova que a esposa de Erik, aquilo a atingia tanto quanto se ela ou Meg houvessem sido as vítimas. Fechando a porta para não ser ouvida, ciciou:
– Eu matarei esse Barão com minhas próprias mãos, se tiver chance!
– Não precisará fazê-lo, Giry – respondeu o fantasma – será um enorme prazer estrangular esse garoto bêbado com minhas próprias mãos.
– Não. – A voz de Celine soou forte e firme, decidida. Ela se levantou da cama – Eu já chorei todas as lágrimas que tinha. Agora, vou agir. Vocês não farão nada contra o barão de Toulouse e seu comparsa: eles são meus.
– O quê?! – os três outros ocupantes pareciam incrédulos, e Erik perguntou:
– Ficou louca? Já se esqueceu do que lhe fizeram?
– Não, Erik, eu não me esqueci do que me fizeram. Mas é exatamente por isso que quero agir. – Ela cruzou os braços e olhou pela janela – Outro assassinato na Ópera faria com que os olhos se voltassem para você, meu amor; um crime nas ruas, por outro lado... Há muitos meliantes à solta em Paris.
– E como, raios você pretende matá-los?
– Ainda não sei; talvez um acidente com a carruagem a jogue no Sena. Talvez eu os mate durante o sono. Talvez os pegue de surpresa. De qualquer jeito, pegá-los-ei separados. Eles foram bastante valentes ao violentar uma garota; quero ver quão valentes serão para enfrentar as conseqüências.
O silêncio pairou sobre o aposento por longos segundos. Afinal, Antoinette falou:
– Celine... Você é bastante forte, e já matou antes... Mas está longe de ser uma assassina...
– Nunca disse que o era. Mas conheço um assassino bastante eficaz – seus olhos se voltaram para o Fantasma, que protestou:
– Eu não vou ensiná-la a matar com eficácia!
– A escolha é sua, Erik – retrucou a figurinista, teimosa – eu já fiz a minha: vou matar os dois. Quanto a você, pode escolher se vai ou não me ensinar; quer que eu me arrisque com base apenas em meus instintos?
O homem passou as mãos na cabeça, aflito: não queria que sua esposa fosse atrás dos atacantes! Por outro lado, sabia quão teimosa ela podia ser... E, pensando bem, não teria ela o direito de querer fazer a própria justiça? Em dúvida, perguntou:
– Por que não me deixa fazer isso? Eu os matarei fora da ópera, se é o que a preocupa.
– Não, meu querido. – Ela estava trêmula com a intensidade das emoções: raiva, ansiedade e tensão – Você não sabe, e nunca saberá por meus lábios, tudo o que fizeram comigo. Eu quero olhar em seus olhos quando expirarem; quero que saibam porque estão morrendo, e quem os matou. – ela continuou, antes que o fantasma a interpelasse – Teria você querido que outra pessoa matasse o cigano que o torturava? – Erik compreendeu o que ela queria dizer: era algo pessoal demais para ser entregue a outra pessoa. Anuindo, ele respondeu:
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Antoinette parecia chocada; acenando furiosamente com as mãos, perguntou:
– Mas vocês estão loucos?! Estão planejando um assassinato como se fosse um passeio! – ela se voltou para Celine – Você não é assim!
– Eu sou, sim, Madame – respondeu a jovem – Como disse a Erik, tempos atrás: eu não sou uma boa pessoa para todos. Apenas para os que merecem. Não gosto da matar, mas eu o farei assim mesmo: eles selaram seu destino quando optaram por me machucar daquele modo.
Erik viu que Antoinette parecia muito preocupada; pousando a mão no ombro da amiga, ele assegurou:
– Ela tem todo o direito. Você sabe que não haverá justiça, de outro modo. Atrizes e mulheres do teatro são consideradas o mesmo que prostitutas, fora destas paredes; se ela não fizer isso, o que impedirá que, amanhã, eles a ataquem novamente, ou que brutalizem Meg, Bruna, ou qualquer outra menina deste teatro?
A coordenadora de palco suspirou, reconhecendo a razão nas palavras do pai de sua filha; abraçando Celine, pediu:
– Apenas me prometa que não fará nenhuma temeridade. Tome cuidado, por favor.
– Eles é que têm de tomar cuidado comigo, Antoinette – a jovem eliminara o “Madame”, Erik pôde observar – Existe um novo Fantasma, e ele irá agir fora da Ópera.
O músico se viu inundado por sentimentos conflitantes: por um lado, preocupava-se com a segurança de sua mulher; por outro, sentia um orgulho infindável ao constatar o quão forte e decidida era a jovem que escolhera para sua esposa. A penteadeira de Madame Giry refletia apenas o rosto de Celine; usando a meia-máscara, os olhos parecendo em chamas, ela era, realmente, o segundo Fantasma da Ópera.
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