POV Clary.

– E então? - Perguntei, rodopiando em meu próprio eixo, procurando por aprovação. Era a quita peça de roupa que Isabelle me fazia provar, dessa vez um vestido até o joelho cor-de-rosa. Sinceramente? Era horrível e infantil demais, mas eu não disse nada. Ela estava tentando ser gentil e, por mais que gentileza não fosse uma palavra do meu cotidiano, eu tentaria retribuir.

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Izzy inclinou a cabeça e franziu o nariz, depois vasculhou o monte de roupas que estava acima de sua cama e me jogou algo azul e macio.

– Não combinou, tente esse aí. - Afirmou, examinando as unhas bem-feitas pela milésima vez.

Eu voltei para o banheiro daquele quarto e troquei a roupa. Era vulgar demais para mim, então quando saí dali eu fiz um sinal negativo com a cabeça.

– Ok, Ok. - Isabelle concordou. - Isso não te realça em nada. Mas é uma das poucas coisas daqui que vão caber em você, Clary.

Mesmo sendo nascida e criada na Inglaterra, Izzy não tinha um sotaque muito marcado, de modo com que seu nome saísse na pronuncia americana. Clary em vez de Claire (n/a: Lê-se Cler).

Isabelle mordeu a ponta do dedo e pareceu pensar em algo particular e depois abriu um daqueles sorrisos sinistros.

Ai meu Deus! Como eu não pensei nisso antes...? – Divagou, correndo até o armário e tirando de uma das gavetas uma caixa branca. De lá ela tirou um vestido rosa-claro - Talvez um pouco curto demais. Ele deveria bater na metade da coxa dela, mas em mim ficaria até quase o joelho. - Clary, ponha isso aqui vai. Vai ficar lindo em você.

Bufei, contraditória.

– Isso é muito curto, Isabelle. Nem pense que vou usar isso.

Izzy vasculhou por sobre a cama novamente e buscou por algo branco-transparente, me entregando junto do vestido. Parecia nem ter ouvido minha reclamação, apenas me empurrou em direção ao banheiro.

– Se você pôr a meia-calça, vai ficar decente, senhorita certinha&conservadora.

Por fim, me dei por vencida e me troquei. Por ser um vestido de Isabelle, até que ficou decente. A meia ajudou um pouco, de modo com que eu não me senti tão mal assim por estar usando algo que eu não gostava. Porque: 1- Era um vestido; 2- Era rosa e; 3 - Era um vestido. Eu já falei o quanto eu odeio vestidos? Mas, mesmo estando decente, eu não me sentia... legal. Eu me achei estranha de vestido, algo não natural. Minhas pernas eram finas demais e eu não tinha altura.

– Anda logo, Clary! - Exclamou Isabelle do outro lado da porta. - Deixe-me ver como é que você está.

– Eu estou ridícula! - Afirmei, saindo do banheiro.

– Você está linda! - Ela contradisse, caminhando até a penteadeira entulhada - me arrastando pela mão. - Senta aí. - Eu obedeci, sentando na cadeira. Isabelle pegou um vidro de base e passou em um algodão. - Minha sorte é de você ser tão pálida quanto eu. Nunca vi uma americana tão pálida quanto eu.

Eu revirei os olhos, mas deixei ela fazer o que tinha que fazer. Por que eu estava aqui mesmo? Por que eu sequer cogitei a possibilidade de sair com ela e não ficar em casa - sem vestidos ou maquiagens? Ah é... Eu tenho que... fazer amigos. Eu até tentei convencer o meu pai de não me deixar vir, mas ele disse que eu tenho que me - Abre aspas- "Socializar".

Depois de me arrumar, o que era um desperdício, já que eu não ficaria bonita nunca, Isabelle me jogou sapatos de bonequinha (Serio, ela jogou mesmo os sapatos em mim) e me fez colocá-los. Tive que quase implorar de joelhos para que ela não tirasse meu tão amado dragão de minha orelha e ela disse que, se eu deixasse o cabelo solto e o escondesse, o dragão poderia ficar.

Por fim, eu estava assim. Meus cabelos desciam por todo o comprimento de minhas costas, parando na cintura. O vestido estava encoberto por um sobretudo marfim, já que fazia frio em Chelsea. Os sapatos não eram muito altos, de modo com que eu não me desequilibrava tanto para andar.

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– E então, Claire, onde você morava? - Perguntou Jessicah - Uma menina de cabelos castanhos em tom avelã e olhos pretos. Ela tinha cara de ser uma pessoa maneira, mas seu sorriso era meio falso. Jessicah estava de mãos dadas com seu namorado - Will, que olhava para mim de um jeito curioso. Ao meu lado da mesa, estava Izzy e Jessamine - Uma garota extremamente quieta e tímida. Do outro lado da mesa daquele Point adolescente em Chelsea estavam Jessicah, Will, Becca, Andrew e Kelsey.

Isabelle havia me arrastado para o The Loop - um bar que servia de Point adolescente - Isabelle conhecia praticamente todos os jovens daquele lugar, que estava lotado. O The Loop ficava na Dering St. , uma viela ligada à Oxford Street. Foram uns 35 minutos de ônibus - Sim, eu andei naquele veículo vermelho de dois andares porque Isabelle disse que faria parte da experiência de se visitar Londres.

– Ahn... No Brooklyn. - Respondi.

A tal de Jessamine sorriu para mim, tímida.

– É um bom lugar para se passar a infância? - Perguntou a mesma, com a voz calma e baixa.

Dei de ombros e ajeitei os óculos inúteis.

– Eu não sei. - Falo, bebericando o meu chá gelado. Eu sei, eu sei... Vir a um bar e pedir um chá é um crime, uh-oh, me algeme Policial!

– Mas você não morou lá? - Perguntou Becca, com seu típico entusiasmo.

– Sim, mas eu me mudei para lá com dez anos. - Expliquei pacientemente, ciente de que não precisava ser grossa. E, antes de fazerem mais perguntas, eu me levantei. - Preciso ir ao WC... Isabelle?

– Ah, claro! Vamos, Clary. - Declarou, rodeando meu braço com o seu e me guiando ao banheiro. - O que foi? - Perguntou, assim que adentramos o local.

– Eu quero ir para casa... - Antes que ela pudesse falar, tapei sua boca com a mão. - Não é que eu ache seus amigos chatos, nem nada parecido. Mas é que... eu não me sinto confortável. Eu prefiro ficar em casa, arrumando minhas coisas.

Isabelle bufou e afastou minha mão de sua boca.

– É por causa de Jessicah? Se for por causa dela, saiba que ela é assim com todo mundo porque o Will trai ela e isso a deixa maluca...

– Não, não é por causa da Jessicah. - Afirmei. - Eu só quero ir embora mesmo, mas eu posso ir sozinha, não se preocupe.

– Oh, nada disso. - Falou. - Sebastian já deve estar vindo com o resto do pessoal, fique e eu peço para Alec te levar para casa.

– Hmm... Sebs está vindo para cá? - Perguntei, inquieta.

– Ér... É claro, eles se apresentem aqui todo Domingo à noite. Você sabe... Ele tem uma banda e...

– Sim, sim. Eu conheci a BoyBand "Sebastian e os gatinhos". - Respondi, com um sorriso mínimo. Era o Eufemismo do ano chamar os garotos de Gatinhos.

– Oh, não. Eu acho que a banda deveria se chamar: Sebastian & os gatinhos & Jace. - E riu.

Eu pisquei, sem entender direito a piada.

– Quem é Jace?

– Ora, você não acabou de dizer que conheceu a banda? - Perguntou, com confusão no olhar.

– Sim e eu conheci. Eram quatro além de Sebastian: Magnus, Jordam, Alec e Jonathan. Não conheci nenhum Jace.

– Atá... Jace deve ter ganhado de Sebastian no videogame. Toda vez que isso acontece, Sebastian fica o chamando de Jonathan por uma semana.

– Oh. - Disse e então compreendi. - Mas por que ele não seria enquadrado no "Gatinhos"? - Senti meu rosto esquentar só em pensar no loirinho perigoso.

Isabelle riu um pouco e me olhou de um jeito meio desconfiado, mas não falou nada pois seu celular tocou. Era o barulho de uma dessas musicas POP que parecem tudo a mesma coisa aos meus ouvidos. Ela vasculhou dentro da bolsa preta que carregava e tirou o aparelho lá de dentro, o atendendo.

– Alô?... Quê? Claro que não, Alec. Nós estamos aqui... E por que eu mentiria?... Ah, vá se ferrar, Jace! Diz pro Sebastian que ela está aqui comigo, cacete!... Não, não é da sua conta!... Eu já falei que ela está aqui comigo, no The Loop... Não, no banheiro. Nós estamos... retocando a maquiagem. Não ria Sebastian, eu estou falando sério!... Inferno, nós já estamos saindo... Ah, vá se foder, Jace. Tchau. - E desligou na cara do individuo. Sua expressão demonstrava raiva. - Jace me irrita tanto...

– O que aconteceu, Izzy?

– Os "Gatinhos" chegaram e não nos viram. Sebastian pirou, Jace fez piada, Alec tentou solucionar o problema. - Respondeu, segurando minha mão. - Agora vamos, eles já vão começar...

Nós saímos do banheiro e rumamos em direção ao pequeno palco que havia ali no local. O The Loop estava lotado agora, o que fez com que eu me perguntasse quanto tempo nós passamos dentro daquele pequeno ambiente.

Jonathan/Jace/Side Show Bob/Qualquer que seja seu nome estava debruçado por sobre uma mesa, flertanto com algumas garotas - que se derretiam.

O purpurinado estava bebendo algum tipo de veneno colorido.

Jordam estava conversando com Sebastian e um cara baixinho e barrigudo que aparentava ser o dono no The Loop.

E Alec estava no canto, afinando uma guitarra. Caminhei até ele e me sentei na cadeira ao seu lado.

– E ai? - Puxei assunto, tirando sua atenção da guitarra.

Ele olhou para mim e sorriu antes de voltar seu olhar para as cordas, testando-as, sentindo a afinação. E estava meio desafinada.

– Oi, Clary. - Disse, enquanto esticava ainda mais a corda do violão. Ele parecia ter dificuldade para afinar a guitarra, então eu resolvi ajudar.

– Deixa que eu faço isso para você. - Ofereci e vi um alívio em sua expressão enquanto ele me entregava a fender Stratocaster Branca.

– Obrigado. - Agradeceu, com um sorriso tímido. - Eu sou péssimo com guitarras.

– Ér... Hmm, eu... percebi - Provoquei, enquanto afinava a guitarra. - É uma guitarra linda. Sua?

Ele negou com a cabeça.

– É do meu irmão. - E indicou com um gesto para Jonathan/Jace, que ainda estava flertando com as meninas. - Meu lance é no teclado. - Um sorriso de canto tímido surgiu em seu rosto e refletiram em seus olhos .

– É um instrumento muito bonito. - Me vi afirmando. - Eu queria saber tocar alguma coisa.

– Ora, você não sabe tocar guitarra?

– Ah, sei sim. - Balancei a cabeça quando me lembrei de Simon e dele me ensinando a tocar. Si era Baixista da Milenium Lint e guitarrista nas horas vagas. - Mas saber tocar e tocar bem é uma coisa totalmente diferente. - Ajustei a ultima corda e Pronto. Toquei algumas notas desconexas para testar e entreguei a Fender ao Alec. - Prontinho.

– Obrigado. - Agradeceu novamente.

– Não há de quê. - Respondi com um sorriso verdadeiro. - E então, que música vocês vão tocar?

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– É surpresa. - Afirmou, com um sorriso malicioso (Não no mau sentido, Okay gente? Suas Pervas!).

– Você não pode me contar nem um pouquinho? - Juntei o polegar ao indicador para indicar a pequena quantidade.

Alec só balançou a cabeça e riu.

– Então você não vai contar mesmo? - Suspirei pesadamente e me fiz de abatida.

– Já falei, é surpresa. - Disse. - Uh, deixe-me adivinhar... Isabelle que te arrumou?

Meu sorriso se transformou em uma careta.

– Eu sei, eu sei. Falei para ela que eu estava ridícula, mas Isabelle parece um furacão que sai arrastando tudo pela frente. - Dei de ombros, me acomodando no sofá.

Alec coçou a cabeça e corou, de modo com que suas bochechas já rosadas típicas dos Ingleses ficaram de um vermelho Power ranger (Porque essa é a nova definição de vermelho e que ninguém ouse me contestar). - Deve ser alguma coisa relacionada ao clima Inglês.

– Hey, não há nada de errado em nosso clima. - Defendeu, com falsa pompa.

Eu soltei uma risada.

– Ah, não? Tudo por aqui é errado! - Afirmei. - A batata frita de vocês vem com peixe.

– É um prato clássico. - Declarou.

– É um prato horrível. - Contestei.

Ele ergueu o dedo e estava pronto para falar algo, mas Sebastian fez-se presente.

– Alec, temos que ir logo. - Declarou, abaixando-se para depositar um beijo na minha testa logo antes de sair.

– Bom, você ouviu Sebastian... Acho melhor você ir antes que os outros três gatinhos se juntem a ele e te linchem.

Gatinhos?

– Ér... Esqueça, é uma brincadeira minha e de Izzy. - Falei, me levantando e estendendo a mão para ajudá-lo a levantar.

Alec aceitou minha mão e se ergueu, segurando o corpo da guitarra.

– Deseje-me sorte. - Pediu, caminhando em direção ao palco.

– Quebre a perna. - Digo, sorrindo de um modo bobo até vê-lo se afastar de fato. Procurei por Izzy e logo a encontrei, "agarrada" a um garoto que mais parecia um modelo. Resolvi não atrapalhar e me escorei na parede para ver "Sebastian e os Gatinhos" cantarem.

Quando todos se acomodaram em seus devidos instrumentos - Jordam na bateria, Magnus com uma guitarra, Sebs com o baixo, Alec em um violão e Jace com outra guitarra, o loirinho perigoso se aproximou de seu microfone e apresentou a banda.

– Heeeey, Pessoaaal! - Jace gritou no microfone e todo o pessoal do bar fez barulho. - Nós somos a Undefined e estamos aqui para abalar a noite. Sebastian, é com você!

Boulevard of Broken Dreams & Wonderwall - Green Day feat Oasis

(Part Eminem & Aerosmith)

Sebastian começou a tocar a introdução no baixo, até que Alec juntou o som ao dele, criando um ritmo calmo e constante. Jace começou a cantar.

I walk a lonely road / Eu ando em uma estrada solitária

The only one that I have ever known / A única que eu conheci

Don't know where it goes / Não sei para onde vai

But it's home to me anda I walk alone / Mas é um lar para mim e eu ando só

E então, Jace parou de recitar suas palavras, deixando que Sebastian cantasse enquanto fazia um simples coro.

Today is gonna be the day that / Hoje será dia que

they're gonna throw it back to you / eles vão devolver isso para você

Sebastian encerrou seu trecho e Jace voltou a cantar.

I walk this empty street / Eu ando nessa rua vazia

On the Boulevard of Broken Dreams / Na Alameda dos Sonhos Destruídos

Where the city sleeps / Onde a cidade dorme

And I'm the only one and I walk alone / E eu sou o único e eu ando só

Sebastian voltou a cantar e Jace apenas tocou a sua guitarra cintilante.

By now you should've somehow / Por enquanto você já deveria, de algum modo,

Realized what you gotta do / Ter percebido o que deve fazer

I don't believe that anybody / Não acredito que alguém

Feels the way I do / Sinta o mesmo que eu sinto

About you now / Por você agora

Jace começou a cantar o refrão.

My shadow's the only one that walks beside me / Minha sombra, é a única que anda ao meu lado

My shallow heart's the only thing that's beating / Meu coração superficial é a única coisa que está batendo

Sometimes I wish someone out there will find me / Ás vezes eu desejo que alguém aí fora me encontre

'Til then I walk alone / Até lá, eu ando só

Magnus ficou fazendo coro até que Alec começou a cantar, de um jeito tímido e muito diferente da pose de astro do rock de Jace.

Every day I wake up and it's Sunday / Todos os dias eu acordo e é domingo

Whatever's in my head won't go away / O que quer que está na minha cabeça não vai embora

The radio is playing all the usual / O rádio está tocando o habitual

And what's a Wonderwall anyway / E o que é um protetor afinal?

Sebastian voltou a cantar e pude ouvir uns gritinhos nada decentes vindo da multidão.

Back beat, the word is on the street that / Andam dizendo por aí

The fire in your heart is out / Que o fogo no seu coração apagou

I'm sure you've heard it all before / Tenho certeza que você já ouviu tudo isso antes

But you never really had a doubt / But you never really had a doubt

I don't believe that anybody / Não acredito que alguém

Feels the way I do / Sinta o mesmo que eu sinto

About you now... / Por você agora

A voz melodiosa e perfeita de Jace se fez presente, junto com sua presença de palco de Astro de Rock'n'Roll.

I'm walking down the line / Estou andando na linha

That divides me somewhere in my mind / Que me divide em algum lugar na minha mente

On the border line / No limite da margem

Of the edge and where I walk alone / E onde eu ando sozinho

Sebastian novamente cantou seu trecho.

Today is gonna be the day that / Hoje será o dia que

they're gonna throw it back to you / eles vão devolver isso para você

E Jace pronunciou-se.

Read between the lines / Leia nas entrelinhas do que

What's fucked up and everything's alright / Está ferrado e o que está tudo bem

Check my vital signs / Checo meus sinais vitais

To know I'm still alive and I walk alone / para saber se ainda estou vivo
E eu ando só

Chegou a parte de Sebastian.

Today is gonna be the day that / Hoje vai ser o dia que

they're gonna throw it back to you / eles vão devolver isso para você

By now you should've somehow / Por enquanto você já deveria, de algum modo

Realized what you gotta do / Ter percebido o que deve fazer

Dessa vez fora Sebastian quem cantou o refrão.

And all the roads we have to walk are winding / E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas

And all the lights that lead us there are blinding / E todas as luzes que nos levam até lá nos cegam

There are many things that I would like to say to you / Existem muitas coisas que eu gostaria de te dizer

But I don't know how / Mas não sei como

Jace voltou a cantar.

I walk this empty street / Eu ando nessa rua vazia

On the Boulevard of Broken Dreams / Na Alameda dos Sonhos Destruídos

E Sebastian prosseguiu.

Today is gonna be the day that / Hoje será o dia que

they're gonna throw it back to you / eles vão devolver isso para você

Jace repetiu o trecho anterior.

I walk this empty street / Eu caminho por esta rua vazia

On the Boulevard of Broken Dreams / No Boulevard of Broken Dreams

Sebastian continuou a cantar.

By now you should've somehow / Por enquanto você já deveria, de algum modo

Realized what you gotta do / Ter percebido o que você deve fazer

Jace deixou a guitarra pendurada em seu braço pela alça e segurou o microfone com as duas mãos.

Where the city sleeps / Onde a cidade dorme

And I'm the only one and I walk a... / E eu sou o único e ando s...

Jace se interrompe no meio da palavra para cantar o refrão junto de Sebastian enquanto Alec e Magnus fazem o coro. (N/A: As partes de Sebs estão entre parênteses)

My shadow's the only one that walks beside me / Minha sombra, é a única que anda ao meu lado

(maybe, you're gonna be the one that saves me) / (Talvez, você vai ser o único que me salva)

My shallow heart's the only thing that's beating / Meu coração superficial é a única coisa que está batendo

(maybe, you're gonna be the one that saves me) / (Talvez, você vai ser aquele que me salva)

Sometimes I wish someone out there will find me / Ás vezes eu desejo que alguém aí fora me encontre

(maybe, you're gonna be the one that saves me saves me) / (Talvez, você vai ser aquele que me salva me salva)

'Til then I walk alone / Até lá, eu ando só

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

E então, apenas Jordam e Magnus cantaram, suavemente, a última estrofe.

Sing with me; sing for the year (Sing it!) / Cante comigo, cante pelo ano (Cante!)

Sing for the laughter, sing for the tear / Canta pelas risadas, cante pelas lágrimas

Sing with me, just for today / Cante comigo, só por hoje

Maybe tomorrow, the good Lord will take you away... / Talvez amanhã, o bom Senhor o levará embora ...

Quando eles terminaram de tocar, eu explodi em palmas - o que levou a multidão a explodir em palmas junto. Jace estava com os cabelos grudados à testa pelo suor, Alec estava guardando o violão na case, Jordam estava rodando as baquetas por entre seus dedos, Magnus estava bebendo outro veneno colorido e Sebastian... estava encarando Isabelle.

Jonathan/Jace disse algo sobre a banda e eles se apresentarem todos os domingos e desceu do palco, mas eu ainda olha furtivamente para a troca de olhares entre meu irmão e minha nova amiga (que estava se agarrando com um modelo poucos minutos atrás), nem vi o loirinho perigoso se aproximar de mim.

– Buu! - Ele disse, cutucando minhas costelas com o indicador.

Não preciso nem comentar sobre o puta susto que eu levei. Xinguei e me virei para a coisa loira parada à minha frente.

– Meu Raziel, qual é o problema de vocês? São acostumados a dar sustos nas pessoas? - Resmunguei.

Jonathan/Jace ergueu uma sobrancelha.

– Por falar em vocês, no que você está se referindo?

– A vocês... Ingleses. - Respondi, fechando os olhos e massageando as têmporas.

– Isso é xenofobia? - Perguntou, com um leve tom de indulgência misturado ao provocativo.

– Não, isso é ser realista. – Murmurei, dando um passo à frente em sinal de um falso confronto. - Eu não acredito que eu estou tendo esse tipo de conversa novamente, mas já vou citar um exemplo que me deixa indignada: A Batata frita de vocês vem com peixe. Isso é nojento, estranho e esquisito.

Ele ergueu as mãos e sorriu de um jeito tão lindo que a batida do meu coração descompassou.

– Eu poderia dizer que é uma especiaria ou algo esplêndido, mas - na verdade - eu não ligo. - Declarou, olhando ao redor antes de se aproximar para falar ao meu ouvido. - Você quer sair daqui?

Me afastei um pouco e pensei no assunto. ...Não seria uma má ideia, mas tinha Sebastian...

– Hmm... Eu não sei. Você não me parece muito confiável, Jonathan-Jace.

Jace semicerrou os olhos e depois ergueu a sobrancelha, mas não fez a tão esperada pergunta sobre seu nome. Apenas riu um pouco e jogou o cabelo para trás.

– Então, façamos um acordo: - Disse, seu sorriso cafajeste se ampliando. - Eu te levo para um lugar único e te mostro um pouco desse país tão-melhor-que-os-Estados-Unidos. E se, em vinte minutos, você me disser que não está se divertindo, eu te levo direto para casa.

– E se, hipoteticamente é claro, eu aceitar e me divertir? O que acontece?

– Você me faz companhia até às... - Olhou para o relógio em seu pulso. - Nove e trinta e sete.

– 21:37? Por que os sete minutos fora do padrão?

– E por que não os sete minutos fora do padrão? - Devolveu, com um olhar sereno. - Então, topa ou não topa?

– O que você é? O Silvio Santos? - Desenhei, mas dei de ombros, aceitando a mão que ele me estendeu. - Espero não me arrepender de aceitar isso.

– Ah, isso eu te garanto...

******************************************************

Eram Nove e trinta e dois. Jace e eu estávamos na rua da minha nova casa, caminhando em direção à ela. Ele tinha razão, eu me divertira muito. Fomos até Jardim das Rosas e vimos um pequeno grupo de músicos de rua que tocavam flautas e clarinetes. Depois ele me levou à um pequeno Pub vazio e me fez provar pão com maionese e batata frita (Eu sei, eu sei. Era algo nojento, mas até que era bom...) E, em todo o momento, Jace foi um perfeito cavalheiro. Não tentou se aproximar, não tentou gracinhas e nem nada. Apenas conversamos e compartilhamos pensamentos e fatos sobre nós mesmos.

– Então... - Comecei. - Se você pudesse escolher entre a Paz mundial ou ser um personagem de algum anime, qual personagem você seria?

– Hmm... Eu não sei, não assisto nada relacionado à televisão.

– Wow, então você nunca assistiu O Santuário do Anjo, Naruto, Death Note, Mirai Nikki ou Zero no Tsukaima? Como assim?

– Bem... Isso é mais para Alec do que para mim. Quando éramos pequenos, ele pedia à Maryse e Robert mangás. Eu pedia por livros mais... sérios, como línguas, Introdução da Soberania x Direitos Humanos, Física aplicada para mentes avançadas... Enquanto Alec pedia um videogame, eu pedia por uma casa na árvore. Nunca fui muito adepto da tecnologia. Além, é claro, do celular. Mas é mais por necessidade do que por outra coisa.

Assenti e tirei os óculos, eles estavam machucando minha cabeça.

– Hey, ponha isso! Não quero me responsabilizar se você tropeçar e acabar quebrando a cara.

Deferi um tapa em seu braço, forte o suficiente para vê-lo passar mão contrária sobre o lugar.

Ai. Isso doeu, baixinha.

Dei outro tapa.

– Primeiro, qual é o seu problema? Segundo, eu não sou cega, Polly Pocket.

– Oh, não é cega não. Só usa óculos por precaução. - Desdenhou, me empurrando com um dos braços. Me distraí com o vapor que saía de sua boca. Estava tão frio assim?

Praticamente joguei os óculos em seu rosto.

– Use-os. Ponha meus óculos e morda essa língua, Jonathan-Jace.

Ele me encarou meio desconfiado, mas assentiu e os colocou. Pude ver o espanto em seu olhar quando ele descobriu que meu óculos era sem grau.

– Mas... Por que?

– E por que não? - Contra-ataquei, do mesmo jeito que ele fez lá no The Loop. Enfim chegamos à minha casa. - Bom, eu me divertir. Acho que você teve uma missão cumprida.

Um sorriso de canto apareceu em seus lábios. Ele era muito presunçoso! Dei mais um tapa em seu braço e peguei meus óculos de volta.

– Ai. Já te falaram que você é agressiva? - Perguntou, aborrecido.

– Não. Porque ninguém queria levar outro tapa.

Jace riu, jogando o pescoço para trás e expondo a garganta e, coincidentemente, a ponta de uma tatuagem negra e curvilinear. Quando se aprumou e se endireitou, ele se aproximou de mim, mas plantou um beijo em minha bochecha - bem no cantinho do lábio - antes de se afastar.

Dei mais um tapa em seu braço.

– Agressiva! - Resmungou, pondo as mãos no bolso.

– Abusado! - Retruquei, ajeitando os óculos. Ele sorriu e se afastou, fazendo uma breve reverência e indo para a casa ao lado. - Ah, aliás, bela tatuagem.

Ele se virou e sorriu.

– Eu sei.

Sem esperar por mais nada, eu me virei e entrei na minha mais nova casa. Sebastian ainda não havia chegado e Valentim levara Lilith para jantar - na tentativa de amenizar a situação. Então só minha mãe estava presente, sentada no sofá da sala, lendo um livro.

Era suspeito demais.

– Pode parar de encenar, mãe. Eu sei que você estava espiando pela janela.

Ela largou o livro e sua expressão foi de desinteressada para animada.

– Você sabe que eu não posso evitar! - Afirmou. - Mas que gato, minha filha! Eu jurava que você iria escolher o moreninho das tatuagens, mas você fez uma excelente escolha. Já estou contando nos dedos os dias que faltam para você...

Liguei meu Modo Foda-se.

– Boa noite, mãe. - Digo, subindo as escadas e indo em direção ao meu novo quarto. Ignorei mesmo o que ela falava e ignorar-ia novamente.

Meu novo quarto precisava urgentemente de uma remodelagem. Era todo rosa-claro. Eu iria endoidar ali dentro. Apostava que fora Lilith que o decorara.

Corri para a janela e a abri, precisando de um pouco de ar. Me inclinei e puxei meus fios ruivos enquanto tinha uma crise.

– Maldita Lilith! - Rosnei.

– Está tudo bem aí? - Aquela voz me pegou de surpresa, de modo com que eu dei um pulo e quase caí da janela. Do outro lado estava Jace, olhando pela Janela do que parecia ser seu quarto.

– Não, não está nada bem. - Declarei, me afastando um pouco para que ele pudesse ver o que havia ali dentro. - Veja só isso! Eu estou presa a um quarto... ridículo. Aquela cobra!

Jace soltou uma gargalhada.

– Lembre-se: O segredo é respire-inspire, respire-inspire...

– Ah, vá se foder, Jonathan-Jace.

– E ainda dizem que nosso dia não pode melhorar...