Arrendel, quarto de Elsa. 1701. ( Cinco anos antes)

一 Mãe por que tenho que aprender isso? – Uma menininha loira, usando um vestido azul de mangas compridas e luvas marfim, dizia ríspida.

一 Logo você será coroada rainha, Elsa. – Dizia uma mulher de cabelos castanhos presos em um coque no alto da cabeça. – Aprender o latim, a língua oficial da igreja, é essencial.

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一 Mas é uma língua morta. – A menina sentada em sua mesa de madeira, cruzou os braços e suspirou pesadamente, irritada fixava olhar aos inúmeros livros.

A linda mulher suspirou, sentou-se ao lado da menina fez menção de acariciar seus cabelos, porém assim que percebeu essa intenção, a menina recuou arisca ao toque. “Encobrir, não sentir”. A mãe sabia que desde o incidente com a porta congelada, a menina não aceitava ser tocada. O medo de congelar alguém sem querer a consumia.

一 Filha. – Usou o seu tom de voz mais amável. – Um dia descobria incríveis coisas além desses muros, por isso aprenda tudo que puder agora. – Completou com um sorriso doce.

As palavras em enigmas, naquele momento, foram muito bem guardadas em seu coração.

Arendelle, Porto. 1706.

“Clave, da mihi”

Elsa agradeceu mentalmente o dia em que aprendeu latim graças a isso sabia sua tradução: “dê-me a chave.” Compreendeu a qual língua derivava, mas mesmo tendo a tradução não sabia como aquelas palavras se encaixava na cena: um dragão rugindo palavras que só a rainha entendia e o que era essa chave?

Mas não teve muito tempo pra pensar sobre verdadeiro sentido das palavras. O monstro farejou o ar arregalou os olhos carmim ao captar o cheiro de vida, a sede de destruição corroeu suas veias. Estendeu suas gigantescas asas, esticou sua cabeça em direção do cheiro de vidas humanas que vinha do castelo.

A rainha precisava fazer algo, apontou os dedos trêmulos em direção a fera, tentando atingi-lo com sua magia. Não foi o bastante para congelá-lo, mas foi o suficiente para chamar sua atenção. O Colossal monstro virou em direção à rainha bateu as enormes asas erguendo seu corpo do telhado e voou em sua direção.

Elsa correu para o embarcadouro de madeira, tentando, inutilmente, afastar-se da criatura que logo a alcançou. Ela deteve ao chegar ao final da plataforma de madeira agora só lhe restava à água do mar, em contra partida, o dragão ficou a terra, aspirou o ar e urrou.

“claves est vobis?”

Novamente o som incompreensível aos ouvidos humanos, pode ser entendido pela rainha: “você é a chave?”. Novamente o termo “chave” qual significado disso, por que ela entendia o que o dragão urrava. A confusão em sua mente não durou muito, com as garras poderosas o dragão destruiu a plataforma de madeira. Elsa saltou rapidamente quando o chão abaixo de seus pés cedeu e agarrando uma pilastra próxima, evitando uma queda no mar.

A pilastra de madeira começou a tombar. O medo que Elsa sentia fez que, inconscientemente, congelasse a madeira. O gelo correu até a base, que ficava submersa, uma camada de gelo fluiu pela água formando uma superfície solida, congelando ate mesmo cascos dos navios mercantes atracados.

Coluna não resiste e finalmente fica totalmente suspensa, Elsa não conseguindo mais se segurar desliza caindo desajeitada sobre a superfície solida do fiorde. Um forte dor em seu pulso, por culpa de sua queda, nas melhores hipóteses estava deslocado, mas isso seria algo que teria que averiguar depois. O dragão aspirou o ar, e a rainha pode ver sua bocarra aberta e a chama laranja nascer em sua garganta. Rapidamente fez crescer uma barreira de gelo, a tempo de o monstro cuspir o fogo de seus pulmões.

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Torrente de lava laranja borbulhante saía da boca da fera, ainda que a mesma estivesse estagnada na terra acertou perfeitamente seu alvo. Somente parou quando o ar de seus pulmões acabou, Elsa tentou levantar, aturdida e apavorada pode ver que se o fogo tivesse durado mais tempo ela teria sido queimada, igual aos barcos ao seu redor. Sua barreira de gelo estava quase que completamente derretida.

Correu sobre a água, a cada passo que dava uma nova placa congelada surgia. É claro que o pavor que brotava do coração da menina congelou toda a superfície da água e gerando também uma nevasca a sua volta. Por mais distante que estivesse podia visualizar o dragão a beira da praia. Segurou a respiração quando, novamente, o viu levantar vôo.

Sobrevoando no alto céu, somente era possível ver seu vulto pelo brilho prata que a lua emanava. Bolas de fogos caiam em direção. Com rápidos movimentos criava barreiras do gelo sobre usa cabeça, enquanto tentava desviar delas correndo pelo mar.

O dragão enrijeceu o cenho, pois nenhuma de suas bolas a havia acertado. Isso só aumentou sua cólera. Decidindo ser mais direto, recolhe suas asas, gira o corpo despencando do céu, com uma velocidade assombrosa. Elsa só consegue desviar pouco antes de acertá-la jogando seu corpo o mais longe o possível. A criatura, com seu peso e velocidade, conseguiu atravessar a superfície sólida de gelo, espirrando enormes blocos de gelo e água em todas as direções. O local em que Elsa jogara seu corpo quebrou, blocos oscilaram, graças às ondas submersas, arremessando ela a metros de distância caindo entre as fendas e parando no mar. Ela não sabia nadar, nunca saiu do castelo para poder aprender e mesmo se o fizesse quando tocasse a água ela congelaria instantaneamente, pelo seu medo de afogar. O tormento das ondas e dos pequenos icebergs que submergiam e emergiam amedrontaram a loira, que desesperada, agarra-se a primeira coisa que lhe aparece à frente, um cubo gelo que subia a superfície.

Prendendo o ar em seus pulmões, com a visão turva da água agitada, conseguiu distinguir o vulto negro que vinha do fundo do mar. Soube no mesmo instante que era o dragão prendeu-se com toda força no iceberg.

O Animal subiu quebrando novamente a camada de gelo que havia se formado voltou a ficar no céu. Voltando a procurar a garota por todos os cantos, mas não a viu pela superfície congelada do mar. Elsa abriu os olhos vagarosamente, seus cabelos molhados e congelados chicoteavam sua face, o vento intenso balança sua trança a desfazendo. Finalmente voltando a si percebera que estava na costa da enorme fera. Piscou frenética, o dragão ainda não a notou, segurou o grito de pavor em sua garganta.

A fera voou em circulo algumas vezes ainda procurando o inseto irritante, desistindo em seguida acreditando que ela desapareceu no fundo do mar congelado, voltou sua atenção para o castelo e pode vislumbrar perfeitamente a majestosa proteção de cristal. Elsa percebeu que a intenção do monstro de destruir as pessoas no castelo, decidiu agir, seu medo e insegurança deixou que fossem enterrados em algum lugar obscuro em seu coração, onde sempre colocava as emoções desagradáveis.

Esticou os dedos sobre as escamas do monstro. “Vamos ver o quanto aguenta” pensou. Apontou a mão que não doía para uma de suas poderosas asas de seus dedos fluia brilhos azuis celestes, seu olhar fixo nela. As escamas pareciam serem feitas de metal fundido e custaram muito poder para começarem a congelar, e ergueu então a mão dolorida, ainda conseguia mexer os dedos, talvez a dor, quase insuportável, indicasse fosse só um pulso deslocado e não quebrado, uma rajada azul congelante esvaia de ambas as mãos, tentando assim intensificar seu poder congelante e parar o voo da criatura. O dragão a essa altura já percebera a presença da menina em sua costa, tentou livra-se dela dando rodopios no ar. Graças a magia de gelo, Elsa prendeu sua outra mão com gelo nas costas da fera, isso a ajudou a afirmar em meio aos looping.

Sua insistência em congelar uma das asas finalmente surte efeito, com uma das asas imobilizadas a fera sucumbiu desabando em direção a cidade. Percebendo a queda eminente, Elsa salta do monstro e a metros de distância de atingir o chão criando uma camada de neve fofa o suficiente para amortecer sua queda.

O impacto da queda do dragão gerou uma onda de destruição ao seu redor derrubando as casas. Elsa que estava a pouco mais de cinco quarteirões de distância do monstro e pode sentir o tremor da terra, tentou ficar de pé afastando de seu travesseiro de neve fofa. Ela estava ilesa nesta quedam, contudo não teve tempo para alívio, voltou-se em direção ao dragão, desejou que as casas já estivessem vazias e que ninguém estivesse ferido com o impacto.

O ser colossal a fitava, com ódio intenso, um ser insignificante, como um humano, o deteve. Tudo a volta da fera sumira, seu único alvo era a loira de vestidos turquesa. Ignorou a dor da asa que havia se partido ficando bizarramente pendurada por filete de pele. A respiração saia em fumaças por suas narinas delatadas. Não lhe importava mais nada somente matá-la.

Com uma garra em frente à outra passou a persegui-la a pé, ao perceber a aproximação da fera a menina foge, precisava ganhar tempo para pensa no que fazer, por sorte conseguiu mudar o inicial alvo, entretanto o novo alvo era ela.