Nós tentamos nos manter calmos,

E percebemos que as crueldades do mundo nos trazem prazer.

Nós nos escondemos,

E procuramos por um canto escuro para evitarmos a realidade.

Nós nos perdemos,

E fugimos para não termos que encarar os fatos.

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Nós matamos,

Para então não termos que morrer.

Mas, no fundo, já sabemos,

E um dia outros saberão.

Temos a noção de que a verdade está bem ali,

E ela não é água, portanto, não escorre pelos nossos dedos,

Porém, é vital para a nossa existência.

E o que queríamos evitar vem à tona,

Assim como uma bomba nuclear,

E nos destrói intensamente.

Nós podemos fechar os olhos,

Entretanto,

A ilusão nos devora e nos sufoca,

E chega a tal ponto que optamos a enlouquecer.

Nós mentimos,

E de tanto mentirmos acabamos nos enganando.

Mas, a nossa vida é como um espelho:

Irá refletir tudo, até mesmo o que não se quer ver.

E, então, nós descobrimos o que já sabíamos,

E choramos por isso.

Nós não queríamos aceitar,

E por isso dizíamos que os monstros não existiam.

Mas, no fundo, já sabemos.

Temos a noção de que há um monstro dentro de todos nós,

E por mais que se negue,

Esse monstro quer sair.

Ele está gritando, matando-nos e nos controlando.

Há uma guerra incontrolável sendo travada internamente.

E nós repetimos e repetiremos:

Os monstros não existem.

Mas, no fundo, já sabemos,

Já sabemos que os monstros não se escondem embaixo de camas ou armários,

E sim dentro de nós.