Os Três Winchester's
Por Uma Janela
— Ei, Kath - chama Luke.
Durante toda a aula, os alunos continuaram fazendo discretas insinuações a respeito de Katherine.
Porém Luke, atento, reprimira a todos com insinuações ainda mais discretas. Nenhum olho ou ouvido menos atento, ou ainda qualquer um que não tivesse visto o que acontecera antes, perceberia aquela espécie de batalha silenciosa.
Kath só fazia sorrir enquanto a aula se passava. Ela aprendia a matéria com facilidade, e mal podia esperar para as aulas concentradas.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ao fim da primeira aula, ela sabia que as próximas cinco seriam piores do que qualquer coisa pela qual já tivesse passado naquelas semanas, pois, afinal, era o que acontecia quando se reprimia algum instinto - como, por exemplo, o da provocação constante.
Mas ela não ligava. Eram apenas mais cinco aulas. Nada nunca a fizera sentir-se mais em paz do que aquela previsão de um fim logo em breve.
Quando o sinal tocou, todos se precipitaram para fora, mas ela não se apressou; guardou as coisas devagar e calmamente.
Quando ia sair, porém, seu novo professor a chamara.
— O que foi, psôr? - ela pergunta, se virando. Abraçando seus livros contra o peito e com aquele inocente sorriso no rosto, ela parecia ainda mais jovem. Seus olhos brilhavam e ela estava feliz como não estivera em muito tempo. Era uma bela imagem de se ver.
— Eu acho que isso aqui é seu - ele responde, tirando de um espaço debaixo da carteira de professor o caderno de lazer de Katherine.
O rosto dela ficou momentaneamente surpreso e assustado; não se lembrara dele, mas a primeira coisa que ele trazia à sua memória era os momentos doentios que passara com ele nas mãos erradas.
Mas então sorriu, pois viu que isso também tivera um fim.
— Obrigada - agradece, aproximando-se agilmente e pegando o caderno com sutileza das mãos do professor.
— Não agradeça. Afinal de contas, ele é seu. Só o devolvi. - ele responde.
— E não faz ideia de como isso me ajudou. - a outra respondeu, sua mente viajando para os últimos dias de aula.
Ela percebe o quanto a semana fora triste e seu rosto se torna subitamente melancólico, o que atrai a atenção do professor.
— O que foi?
Ela suspira, tentando não transparecer.
— Uma semana para lá de complicada. - ela responde, simplesmente, o que, de certa forma, cobria todos os acontecimentos recentes.
— Quer falar sobre isso?
Ela se lembra daquela noite, na chuva, quando ele perguntara quase a mesma coisa.
— Seria bom... - ela admite.
— Então, sente-se. Depois posso explicar seu atraso para sua professora.
Kath duvidava que a professora seguinte fosse aceitar qualquer desculpa, mas nada poderia ficar pior para ela do que já estava.
Então, ela se sentou na carteira à frente do professor e baixou os livros na mesa.
.
Mais tarde, naquele dia, Sam dispara em direção à sala de Kath.
Ele se lembra do pai, dizendo para dar-lhe espaço.
Ele já fizera isso, com Dean, mas agora era diferente. Não fora um controle mental, mas um mal-entendido enorme. Ela não podia deixar que Kath pensasse que ele realmente achava tudo aquilo dela, quando nada podia estar mais longe da verdade.
Ele finalmente reconhece o corredor da sala da caçula.
Ele vira e anda. Logo enxerga a porta, e quase a quebra ao quase chocar-se com ela, na pressa de entrar. Felizmente, ele gira a maçaneta bem a tempo...
E adentra a sala bem a tempo de ver o vulto da garota, salntando pela janela diretamente do segundo andar da escola.
Ele corre até lá, e só pode ver quando a garota cai, flexionando os joelhos ao chocar-se com o chão até quase cair de cara, mas aparando o movimento esticando um braço e firmando-o no chão sob seu corpo, para amortecer a queda.
E logo depois disparando pelo gramado do colégio, até um carro já estacionado na rua à frente.
Fale com o autor