E hoje

Aqui e agora

Eu morro

Aos poucos

E corro

De tudo que sempre me fez chorar

E outros

Acham que eu deveria parar

E enfrentar os meus medos

Mas eles não sabem

O quanto é difícil sangrar

E chorar

Todos os dias ao fim das tardes ensolaradas

Esqueceram-se de me avisar

Que a vida não é um sonho

E hoje

Aqui e agora

Eu morro

Aos poucos

Mas ninguém me vê

E acho que ninguém liga

Ser quem sou ou quem quero ser?

Vivo nessa infinita intriga

O que acha de partimos?

Só eu e você para bem longe?

E agirmos como criança

Já que na Terra do Nunca não é preciso crescer

Enquanto eu viajo sozinha

Nessa estrada sem fim

Ninguém tem a coragem

De nem olhar para mim

Que já machucada pela vida

Tropeça ao andar

Acho que é uma maldição

Todas as pessoas que amo afastar

Eu juro que não quis

E não quero te magoar

Mas se eu não for agora mesmo

Poderei me atrasar

E a Terra do Nunca me espera

Para como criança sempre ficar

E hoje

Aqui e agora

Eu morro aos poucos

Mas sou como uma criança

Que vai dormir

E se encontrará no eterno mundo dos sonhos

Para nunca mais voltar