Bijuu Slayer

Capítulo XV. A Mão Prateada


Para um suspeito de vampirismo, o velho que os tinha recebido era bastante gentil e atencioso. O interior de sua casa era simples, mas confortável e elegante, com uma mobília que sem dúvidas não era nada barata.

Um tapete macio vermelho-escuro forrava todo o piso, de modo que eles tiveram que tirar os sapatos, mesmo que o velhinho tinha insistido que não tinha problemas. Robustas prateleiras de mogno estavam lotadas com livros de aparência antiga, desde tão simples quanto livros de receitas, até antigos livros de magia. Duas mesas e uma escrivaninha, lotados com pergaminhos e outros livros, inclusive um em branco e uma pena com a ponta manchada de tinta seca.

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– Então, o que posso fazer por vocês? – o velho sorriu, sentando-se numa poltrona dourada com detalhes de coloração vermelha.

Para alguém tão rico, ele era bastante simples; usava óculos de lente redonda e uma túnica cor de areia. Seus pés estavam descalços, e em sua mão direita havia um anel de prata com um rubi. No pescoço, usava um amuleto de ouro com uma pedra roxa incrustada. Mas a peça de roupa mais notável do velho era um chapéu festivo de papel na cor azul, que era feito no formato de uma coroa.

– Sentem, sentem. – disse ele, indicando dois sofás de almofadas amarelas. – No que posso ajudá-los?

Sasuke esperou que Erza falasse algo, mas ela parecia um pouco nervosa. Limpando a garganta, o Uchiha falou:

– Er... – ele parou, incerto sobre o que devia falar. – Isso pode parecer estranho, mas nós queríamos saber o que o senhor sabe sobre... vampiros.

O velho olhou-os curiosamente, mas sua expressão não mudou muito após isso. Ele sorriu e endireitou o corpo, preparando-se para falar.

– Vejamos... eu devo ter me encontrado com alguns vampiros quando eu era mais jovem. – ele esfregou o queixo sob a barba branca. Sua pele era pálida, mas era mais provavelmente por causa da idade. – Eles vivem principalmente fora de Fiore, mas dentro do reino principalmente em locais escuros e úmidos. Locais com magia negra. Muito fracos por causa do Sol, obrigados a dormir durante o dia, é mais provável que eles tenham sido isolados do resto do grupo por algum motivo.

– Existe algum aqui por perto? – perguntou Erza, um pouco rápido demais. Por algum motivo, a presença do velho a deixava nervosa.

– Oh, vocês estão falando sobre aquele rumor bobo de que existe um vampiro na mansão fora da cidade. Isso é besteira. – ele acenou com a mão distraidamente. – Eu já estive lá várias vezes, e posso garantir que não existe nenhum vampiro. Se me lembro bem, a história é que o dono da mansão praticava magia negra... Necromancia. Ele se isolou na mansão, e nunca mais foi visto. Décadas depois, o terreno se tornou maligno e impregnado de energia negra. Não sei qual parte é verdade, mas existe algum tipo de magia maligna ali, embora não seja nada preocupante.

– Por que ninguém faz nada pra remover a magia negra dali?

O velho suspirou, levantando-se. Endireitou o chapéu e moveu a mão. Num passe de mágica, uma antiga foto se materializou.

– Porque o dono da casa não deixa, é claro. – respondeu. – Não se sabe quanto tempo depois da morte do dono da mansão, um homem a invadiu e encontrou a escritura perdida da mansão. Seu bisneto ainda vive lá. Se me lembro bem, ele era um membro do Departamento de Desenvolvimento Mágico, mas foi expulso por se envolver com magia negra. Atualmente, ele se isolou lá dentro e está pesquisando sobre a magia negra no local. Besteira, mas a casa é dele.

Sasuke e Erza se entreolharam. O Uchiha revirou os olhos, como se dissesse Eu falei, mas permaneceu em silêncio.

– Aqui, se vocês quiserem.

Num movimento de sua mão, um livro voou da prateleira. O velho agarrou-o, e o livro se abriu sozinho numa página.

– Este livro pode ajudá-los com a sua caça a vampiros.

– Oh, agradecemos muito, senhor – disse Erza. – Mas não podemos aceitar. Precisamos ir.

– Oh, certo. – num passe de mágica, o livro sumiu. – Se precisarem de ajuda novamente, eu estou aqui. Sabe, depois que eu me aposentei, a vida ficou muito entediante, então é sempre bom falar com jovens magos.

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Sasuke percebeu nesse momento que jamais conseguiria enganar aquele velho. Desde que entraram na casa, ele estava suprimindo ao máximo seu poder mágico, mas o velho simplesmente ignorou isso e mesmo assim o identificou como um mago. Ele liberou o poder mágico suprimido, e imediatamente se sentiu completamente sufocado, como se estivesse debaixo d’água.

Com sua magia suprimida, ele não tinha percebido isso, mas agora finalmente notou o motivo do nervosismo de Erza: o poder mágico do velho era imenso. Parecia literalmente cobrir todo aquele quarto. Era como estar no fundo do oceano, e ele podia jurar que se o velho quisesse, ele poderia destruir toda aquela vila num estalar de dedos.

– N-N... – ele limpou a garganta, tentando acalmar a respiração. Seu coração batia tão rápido que parecia estar tentando saltar para fora do peito. – Nós precisamos ir.

##############

– Não... acredito... nis-... Kyaah! – Sakura gritou, saltando para trás, mas não havia nada ali.

– C-Calma S-Sakura, deve ser só nossa imaginaç-...

Uuuuuuh.

Um vulto passou voando pelas janelas.

– Aaah! – Naruto gritou, rapidamente afastando-se da janela.

– N-Naruto, v-vamos sair daqui.

– N-Nós não podemos, temos que continuar.

Eles continuaram caminhando. A cada poucos passos, olhavam rapidamente para os lados, como se alguém os estivesse observando. Das janelas, dos antigos quadros nas paredes, das estátuas em ruínas, das armaduras medievais. Tudo parecia segui-los com o olhar.

Tump.

Um som abafado no andar de cima. Os dois deram um pulo com o ruído abrupto, mas rapidamente se recompuseram.

– Lá encima? – murmurou Naruto.

– Por que tem que ser assim? – Sakura suspirou.

As escadas eram antigas, e o corrimão parecia que poderia desabar com o peso de um pedaço de isopor. Na base da escada, uma estátua em ruínas parecia segui-los com o olhar.

– Eu odeio esse lugar.

##############

– A-Aquele velho... – Sasuke murmurou, ainda respirando num ritmo acelerado. – Se ele for nosso inimigo... nós já perdemos...

Erza pensou em falar algo, mas sabia que era verdade. Ela nunca tinha visto o Uchiha desse jeito; sua pele estava pálida, e sua respiração acelerada. O suor brilhava em seu pescoço. Ela não estava muito melhor: sua visão tinha estado um pouco turva por alguns segundos depois de sair da casa, e mesmo agora ela se sentia como se uma bolinha de papel pudesse nocauteá-la por dias.

– Torça para ele não ser o tal do vampiro... – disse ela.

Pela primeira vez, os dois concordaram em algo. Sasuke teria zombado dela, mas estava cansado demais para isso.

– Precisamos-...

– Ggh... – um gemido lhes chamou a atenção.

Do lado da casa, um homem vestido numa armadura de malha prateada sob uma couraça marrom escorou-se. Em sua cintura, uma espada de prata estava presa.

– Ei, ele é um dos bandidos.

O homem pareceu ouvir isso e levantou o olhar, desalinhando as sobrancelhas.

– Bandidos? – ele perguntou. – Nós não somos bandidos, sua dupla de imbecis. Vocês nos nocautearam.

– Vocês estavam atacando a vila! – disse Erza.

– Não! – respondeu o homem. – Nós estávamos atacando aquela mulher!

##############

Quando chegaram ao topo da escada, Naruto e Sakura viram apenas um longo corredor com uma única porta no fim.

– Pelo menos aqui não tem estátuas... janelas... e... – Sakura murmurou.

Naruto concordou com a cabeça, andando poucos passos na frente.

– Preste atenção atrás. – disse ele. – Nós precisamos ter certeza de que não tem nenhuma... coisa... vindo atrás de nós.

Embora Naruto não pudesse vê-la, Sakura acenou com a cabeça e se virou.

Eles estavam a poucos passos quando a porta repentinamente se abriu. Sakura virou-se, movendo as mãos. Naruto canalizou magia para os braços. Do interior do quarto, uma silhueta saiu até revelar...

– Um velho?! – Naruto gritou.

O homem fora obviamente pego de surpresa pela presença dos dois ali. Com um pulo, o velho olhou-os.

– Ei, o que estão fazendo na minha casa?

– S-Sua casa? – Sakura perguntou, confusa. – Não sabíamos que alguém morava aqui.

O velho bufou. Sua pele era enrugada e ele era magro, com cabelos brancos bagunçados e um óculos quadrado. Estava vestindo um jaleco branco de cientista sobre uma calça negra e uma camisa larga branca. Em suas mãos, usava luvas brancas.

– É claro que não. – resmungou. – Vocês veem uma mansão assim e pensam Seria tão legal explorá-la! logo de cara. – no segundo seguinte, um sorriso se abriu em seu rosto. – Eu entendo vocês, eu amo esse lugar.

– Espere, espere. Você é o vampiro? – perguntou Naruto.

– Vampiro? Onde? – perguntou o velho. – Ah, vocês estão falando daquele rumor idiota da vila que o dono original da casa virou um vampiro? Que idiotice, ele era um necromante, mas ele morreu faz séculos. É claro, o terreno e a propriedade continuaram assombrados pela magia negra e pelos mortos que ele trouxe de volta à vida, mas é só saber lidar com eles.

– Basicamente, viemos aqui pra nada? – Sakura suspirou.

– Ei, não se desanimem. – disse ele. – Eu também adoraria a oportunidade de conhecer um vampiro e estudá-lo, mas a sorte nem sempre está a nosso favor. Eu me contento estudando as propriedades mágicas na mansão... é fascinante, sabe. O proprietário original desse lugar era um gênio.

– Merda. Então viemos aqui pra nada. – Naruto confirmou. – Obrigado e... hã... desculpe por invadir sua casa, senhor...

– Arwell. – disse o velho.

– ... Arwell. – terminou Naruto. – Vamos, Sakura.

– Já vão? – o velho riu. – Eu acho que não. Meu detector de magia ficou louco com o poder mágico de vocês. Quero estudá-los, e... eu odeio coisas vivas.

– E como você vai nos deter?

Grrrr...

Repentinamente, o corpo do velho ficou cinco vezes maior. Pelos o cobriram, e sua fisiologia mudou para a de um... lobo?... humanoide. Longas garras, negras como obsidiana, e caninos da cor do luar. Seus olhos eram amarelos.

– Merda, por que isso acontece com a gente?

##############

– Vocês estão caçando a Helga? Então por que me atacaram? – perguntou Erza.

– Ora, porque você nos atacou! Pensamos que estava tentando defendê-la. – respondeu o “bandido”, que na verdade era membro de um grupo de exterminadores.

– Na verdade, eu estava. Por que querem matá-la?

– Como eu disse, eu sou membro de um grupo chamado A Mão Prateada. Somos caçadores de vampiros, lobisomens, demônios... coisas do tipo. A propósito, meu nome é Édolon. – disse ele. – Quanto ao motivo de querermos matar aquela mulher...

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– Eu entendi agora. – disse Sasuke.

Num instante, ele desapareceu do local onde estava.

– Onde ele...

KRAKOOOM!

Um relâmpago vermelho caiu no local, abrindo uma pequena cratera. Quando a poeira baixou, Sasuke segurava uma mulher pálida pela gola da camisa.

– Achamos o vampiro. – disse o Uchiha que, soltando Helga, girou e chutou-a no estômago pouco antes da mulher cair no chão. Com a força do golpe, ela voou longe e bateu as costas numa árvore.

CRACK. – com um estalo, o tronco se partiu e a árvore desabou.

– Ghh... – Erza estremeceu como o chute a lembrou do ataque que tinha recebido de Naruto. – Sasuke, ela pode ter se machucado...

– Hahaha. Então vocês me acharam.

Erza olhou para a direção de Helga, mas Helga não estava mais ali. Um homem de pele tão branca quanto uma folha de papel levantou-se. Em sua mão direita, segurava um cetro negro, e vestia um terno preto com gravada roxa e calças sociais pretas. Sapatos pretos elegantes e uma capa preta com fundo roxo e um cabelo bem penteado.

– Samael Ruthven. – disse Édolon. – Fundador da vila, e proprietário original da mansão... Vampiro mestre em necromancia.

– Vocês já estão perdidos. – disse o vampiro, levantando a mão para alisar o cabelo, que na verdade já estava bastante liso. Um anel de prata com a aparência de uma lua reluziu em um de seus dedos. – Vou gostar de me alimentar do seu sangue.