Deixe-me te proteger
Pedido de ajuda
– Lúcifer, titio, quanto tempo - Yeva estava deitada com as costas no chão da cela que diferente da que esperava estava quente e bem climatizada - Quanto tempo, faz o quê sete séculos? - ela levantou a cabeça e ao certificar-se que o tio ainda estava ali voltou a deitar.
– Você é muito confiante, acho que é filha de Miguel e não do molenga do Gabriel - ele se aproximou da grade e a ultrapassou sem abrir.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Seus olhos estavam completamente negros, os dedos ossudos, cheirava a decomposição, as asas eram rasgadas e lembravam as de um morcego, os pés tinham longos dedos que terminavam com unhas afiadas como garras, dobrou-se sobre a sobrinha que o olhou fazendo careta.
– Sério? - ela questionou - Ele é um bom tio, deve ser um bom pai, melhor do que você, pelo menos. - ele fechou a cara ou que aquilo parecia ser.
– Eu não te assusto, garotinha?
– Garotinha - ela riu e se sentou - Você sabe tão bem quanto eu que não sou uma garotinha há muito muito tempo. - ele riu. - Mas o que quer comigo? Roubar algo de Miguel, matar algum super anjo que esteja atrapalhando seu plano... Sério a Calista deve ser uma imprestável para você sempre me pedir ajuda para essas coisas.
– Oi, priminha - Calista ultrapassou a grade, Yeva acenou - Não consegui o maldito anjo - Yeva os olhou - Aquele demônio desconfiou.
– Sua troca não foi nada discreta - Yeva sentou em um canto com as costas na parede - Será que já posso ir? - ela se concentrava ia abrir um portal.
–Não adianta - Lúcifer avisou - Essa cela é anti-magia, qualquer tentativa sua será frustrada. - ela o olhou e não acreditando tentou um truque básico, tentou criar orelhas de felino, fora um de seus primeiros truques e ele tinha razão as orelhas não surgiram. - E com isso poderemos levar uma conversa séria.
Calista saiu do lugar e ficou de guarda, muitos demônios costumavam frequentar aquele andar, e muitos tentavam contatar o senhor das trevas, mas não com ela ali, o plano de seu pai não falharia, não dessa vez, não com os truques que ele guardava.
– O que você quer? - ela o olhou, se levantava.
– Quero que nos ajude a derrubar a barreira - a feiticeira o olhou assustada - Isso mesmo, a barreira que prende Catástrofe e com isso ele irá dominar tudo o que conhecemos.
– Não vou te ajudar. - ela falou.
– Eu sabia que me diria isso, por isso... - Calista olhou pelo ombro e sorriu - queremos ter uma garantia de que irá nos ajudar.
– E que garantia é essa, já que nem aceitar aceitei?
– Seu filho - ela tentou conter a reação, apertou os braços, ali naquele lugar todas as memórias estavam de volta, toda a dor que sentira até aquele instante - sabia que reagiria a isso - Lúcifer sorriu - Acho que se seu filho for ameaçado você irá nos atender.
– Eu já perdi muitos - ela deu de ombros indiferente, o sorriso vitorioso de Calista e Lúcifer sumiram - Ele seria mais um.
– O quê? - Calista atravessou a grade - Você não se importa com seu filho? - ela mentia, se importava e muito.
– Você me amaciou, não ligo mais para perdas - voltou a dar de ombros.
– Dos seus filhos - Lúcifer voltou a sorrir - Mas e quanto ao anjo e ao demônio?
– Não me importo, eles sabem se proteger - ela apertava ainda mais forte o braço e se controlava para não morder o lábio, Calista a observou e reparou na pele vermelha, sorriu de canto.
– Não precisa falar mais nada - olhou o pai - Já a conseguimos.
Ela se retirou, Lúcifer a seguiu, nossa feiticeira correu até a cela e se debruçou, o rosto amassado.
– Vocês não farão nada, farão? - a ignoraram, Yeva ficou ali pendurada, estava preocupada agora.
Depois de pegar dois ônibus e o metrô corri pelas ruas e assim que cheguei a cafeteria olhei para os muros e o beco, fui até lá e agradeci minha memória, desbloqueei a proteção mágica, subi as escadas e toquei a suposta campainha a ouvi ecoando pela casa. Imaginei o que Carlos teria feito ao louco do Magnus, será que o teria matado? Eu espero que não, precisamos de alguém mágico como ele.
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– Trina! - olhei a fada, ele olhou para dentro e sorriu - Pode entrar, eu já o controlei.
–Obrigada. - entrei.
– Então, o que veio fazer aqui? - a fada perguntou.
– Precisamos dele, a Yeva foi...
– Sequestrada - Magnus surgiu me assustando. - Senti quando isso aconteceu, agora você quer minha ajuda e irá me suplicar e...
– Sua ajuda, sim, suplicar, não sonhe tão alto. - falei cruzando os braços - E eu sei que você irá nos ajudar.
– Como pode ter tanta certeza?
– Você quase nos matou porque quase a matamos - pensei - E eles devem estar fazendo coisas ruins com ela.
– Não, não estão - ele riu - Mas eu irei ajudá-los, realmente, mas não por você, mas porque ela me pediu ajuda.
– Ajuda?
– Ontem a noite - ele se sentou no sofá - Ela disse que estava presa em um lugar onde não poderia usar magia, mas descobriu que era apenas da cela para dentro, aproveitou os segundos que tinha sozinha e se conectou a mim, contou rapidamente o que pretendiam fazer e pediu para que eu os ajudasse.
– Como sabia que estávamos atrás dela?
– Porque eles estão atrás de vocês, e o fato de eu ajudá-los não é a resgatando e sim os protegendo. - ele bufou - Odeio dizer isso, mas irei com você, e vou protegê-los com minha vida. -sorri.
– Só preciso arrumar algumas coisas.
Ele fez livros, pedras e outros objetos misticos flutuarem e caírem em uma mochila.
– Tome conta da casa, Carlos.
– Sim, senhor.
Partimos para encontrar os meninos. Eu já estava cansada de pegar tantos transportes, eu ia para o ponto de ônibus, o sábio riu de mim e abriu um portal pelo qual podia ver o trio conversando sobre algo que eu não entendia, agradeci que ele soubesse fazer aquilo. Pulei e caí sobre alguma coisa, Magnus atravessou e olhou a todos.
– Trina, você está me machucando.
– Ah, claro, desculpa Julio. - eu me levantei e olhei os outros três que pareciam prestes a se matarem - Vocês dois - o anjo e o demônio me olharam - ele irá nos ajudar, vocês querendo ou não.
– Concordo que ele é a melhor opção - Julio falou - Eu não posso fazer nem metade do que ele faz.
– Acho melhor aprender logo para podermos nos livrar desse...
– Bonitão? Fortão? Verdadeiro amor da Yeva? - Magnus olhou os dois em desafio.
– Serio, - revirei os olhos - ela falou com ele - todos me olharam e então contei.
Ficaríamos mais aquela noite ali e então partiríamos.
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