Meu sonho

Ops


Quando voltamos do recreio, veio uma boa notícia: os professores dos próximos horários não vieram. Cara, isso é uma surpresa combo. Eu nomearia hoje como o melhor dia da minha vida!! É, não exatamente o melhor, mas um dos melhores.

– Galera, vamos ir para biblioteca até a diretora resolver nos liberar – sugeriu Rosa.

Assentimos e fomos para lá. O bom é que não é muito longe da nossa sala, é ao lado (literalmente).

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Não pense que Rosa já foi pegando seu livro, porque ela não pegou. Acho que o Rafinha está mexendo com a cabeça dela ou ela quer curtir um pouco conosco.

Sentamos em uma mesa e ficamos conversando sobre ontem até que o assunto Rafael chegou.

– O Rafael é o cara dos sonhos – falei me lembrando da pizza. Thomas me olhou feio, fiz uma careta para ele.

– Mas ele não é para seu bico – respondeu a Rosa. Era aí mesmo que eu queria chegar.

– Então admite que está afim dele? – Sorri malicioso para ela.

Rosa deu um suspiro e Thalia começou a rir.

– Eu mal conheço o menino!! Quem me garante que ele não é um estuprador? – Reclamou ela.

– O Marcelo garante – Thalia apontou o dedo para Marcelo, o mesmo deu um beijo em seu rosto.

– Rosa, fique tranquila... –Thomas disse.

– Meu filho, como eu posso ficar tranquila enquanto estou confusa? – Respondeu ela. – Além disso, tudo que vem fácil, vai rápido e vice-versa!

– Tudo bem, mas dá uma chance para ele... sei lá, tenta conhecer ele.

– Como eu vou conhecer ele se não tenho o contato dele e... – O celular de Marcelo havia apitado e assim, cortando a fala de Rosa.

Marcelo fez uma cara estranha, que eu nem sei descrever.

– O que houve? – Perguntou Thalia.

– Rafael me mandou uma mensagem...

– O QUE? POR QUE VOCÊ DEU SEU NÚMERO PARA ELE? – Rosa gritou.

A bibliotecária fez uma cara feia. Depois disso, abaixamos o tom de voz.

– Rosa, eu tenho esse número faz muito tempo e acho que ele não excluiu – Marcelo falou.

– O que ele queria? – Perguntei.

– Eu irei saber.

Marcelo foi para sacada e ligou para Rafael.

Ainda estou com uma pulga atrás da orelha...

– Ele está nos convidando para ir em uma churrascaria amanhã – disse Marcelo com o celular ainda perto do ouvido.

– Ele que irá pagar a despesa? – falou Rosa.

– ROSA!!! – Eu e Thalia gritamos em uníssono.

A bibliotecária chamou nossa atenção. Rosa começou a rir da nossa cara.

– Eu não sei... Esse convite está muito em cima da hora e nós já saímos ontem... – Thalia falou.

– Nem me diga. Não sei se mamãe vai me dar mais dinheiro – fiz uma cara de decepcionada. – Por que ele não te liga mais tarde? Assim, nós todos daremos uma resposta.

Marcelo pareceu concordar e passou as coordenadas para Rafael.

Estou torcendo muito para que mamãe deixe... É uma churrascaria, cara!!

Depois que Marcelo voltou, voltamos a nos entreter com o fato de Rafael estar gamado por Rosa.

– Rosa, sua linda – comecei. – Você vai, não é?!

Ela semicerrou os olhos e cruzou os braços.

– Eu – ela fez uma pausa – Não – fez outra pausa – Sei – a última pausa. Ufa! Não aguento esses dramas adolescentes.

– Você vai! Nem que para isso eu pegue o celular do Rafael, ligue para ele e obrigue ele a te buscar!!!!! – Falei cruzando os braços também. Rosa é uma pessoa difícil.

– Bom mesmo – Thalia falou.

– Vou beber água – eu disse enquanto saia da mesa.

– Quer que eu te acompanhe? – Perguntou Thomas. Não meu querido, eu sei o caminho e não preciso de um guia.

– Não, valeu – respondi apenas isso.

Desci as escadas cantarolando qualquer música que veio na mente.

Quando eu desci o último degrau, alguém havia puxado meu braço. Olhei para a cara do indivíduo, já querendo armar um soco. Me soltei depressa e segui caminho. Mas, todo vagabundo é insistente.

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– Olívia, pelo amor! Deixe eu conversar com você – dizia o maldito. Sim, era o babaca do Iago.

– Iago, vai procurar algo de útil!!

– Eu quero te fazer feliz, não sabe como meus dias estão chatos.

– Faz o seguinte – me virei. – Compre um cachorro e seja feliz!! Ele te dará amor, carinho, irá te proteger e mesmo quando você pisar na bola com ele, ele continuará te amando. Captou a mensagem? Legal, agora me deixe em paz.

– Olívia, por favor...

– Meu Deus do céu, Iago!! DÁ UM TEMPO – aumentei o tom de voz. - Até malandro dá um tempo e você não!!! – ele me encarava. – Se me der licença... – assim que me virei, Iago pegou em minha mão e me puxou para perto dele. Quando ele aproximou sua boca da minha, tampei a minha boca, logo em seguida, dei outro tapa na cara dele.

– Eu não merecia isso... – ele passou a mão na bochecha que eu havia batido.

– Merecia, seu IDIOTA!

Subi as escadas correndo, nem quis beber água. Esse menino é um chato, aonde eu estava com a cabeça quando me apaixonei por ele? Deve ser por isso que a Fernanda vazou. Eu que não fico mais perto dele.

Havíamos nos retirado da biblioteca, afinal, a diretora nos liberou. Ótimo, preciso de paz!

Chegando em casa, atirei meus tênis longe e deu para ouvir meus pés cantarem de emoção.

– Não sou obrigado e sentir esse chulé, Olívia! – Resmungou Thomas.

Olhei para ele e dei um sorriso, peguei minha meia e sai correndo atrás dele pela casa.

Lucas ainda não havia chegado.

– Não, não!!! – Gritou ele quando o encurralei entre a parede e o sofá.

– Tire a mão do nariz!! – ele me segurava e ao mesmo tempo prendia a sua respiração. – Diga suas últimas palavras, Thomas.

– UMA ARANHA!

– Que??? – Olhei para cima.

Ele tirou a meia da minha mão e me segurou e assim, fazendo que nós caíssemos junto no sofá. Droga!

– Você me enganou – falei. Eu estava em cima de Thomas, uma cena completamente estranha.

Ele beijou a ponta no meu nariz e me abraçou. Pude sentir seu coração pulsar forte, eu estava completamente corada.

– Thomas... – eu tentava falar em meio aquele alvoroço. Poxa, Thomas, poxa...

Eu tentava me afastar mas ele me puxava para perto. Colocou uma de suas mãos em meu rosto e o acariciava.

– São como veludo - ele dizia enquanto me fitava com um sorriso bobo.

Eu me sentia perdida naqueles olhos claros. Thomas colocou suas mãos em minha cintura e beijava meu pescoço. Eu sentia suas mãos descerem perto das minhas coxas, um pouco para cima até acharem o local que procuravam.

Thomas... - Era a única coisa que eu conseguia dizer.

Nossos lábios se encontraram e eu pude sentir novamente como era amar e ser amada. Thomas me beijava calmamente, o que me deixava mais apaixonada por ele.

Eu pensei em tentar pela segunda vez sair de cima dele, com medo que Lucas chegasse e nos visse naquele modo. Entretando, foi só um pensamento mesmo.

Nosso beijo estava mais intenso, então eu me afastei para ganhar ar. Deitei ao lado dele naquele sofá pequeno e estreito. Coloquei minha cabeça em cima do peito de Thomas e me entregava ao jeito que ele mexia no meu cabelo. Não tínhamos pressa de sair daquela posiçao, senti-lo perto de mim era uma sensação maravilhosa. Poderíamos ficar assim a tarde toda ou o dia todo e...

– OLÍVIA!!!!

Essa voz, essas sacolas caindo no chão... Oh, não! Mamãe...

Viramos de pressa e eu saí em cima do Thomas, assim como um bandido corre ao ver a polícia.

– Mãe, gata, linda, diva... Chegou cedo hoje, não?! – Tentei amenizar a situação, mas quando vi ela tirando a sandália do pé... – MÃE, POR FAVOR NÃO MATA!!!! – Berrei. – DESCULPE!!

Ela me deu um tapa no braço.

– Deixa de ser pamonha, menina!! – ela estava brava. – Eu não posso deixar vocês sozinhos que essa pouca vergonha acontece!!!

– Marjorie, eu posso explicar...

– E Thomas, logo você??

– Mamãe, me escuta – eu estava quase chorando. – Eu...

– Eu estou apaixonado pela sua filha! – Thomas me interrompeu. – Eu sinto muito a senhora ter descoberto dessa maneira. Tudo o que aconteceu aqui foi um acidente – ele abaixou o olhar. – Marjorie, eu a amo e quero o melhor para ela. Sei que não sou o cara dos seus sonhos e que acabei de fazer uma besteira, mas por favor, não brigue com ela ou nos afaste, eu só quero que a senhora aceite. Prometo que serei a melhor pessoa para ela, não farei ela chorar e nem deixarei ela em mãos erradas, irei cuidar dela na enfermidade e trarei felicidade – Ele pausou. Eu estou sem palavras. – Apenas...

– Thomas... – eu ainda continuava sem ter o que falar. Pedia a Deus para as palavras de Thomas tocarem o coração da mamãe.

– Olha – começou minha mãe. – Desde que você pisou nessa casa, eu vi o quanto era um bom menino. Olívia é muito irritada, se estressa fácil e tem uma personalidade forte, mas eu sabia que no fundo, no fundo ela era doce, então sabia quem iria encontrar esse doce... Sim, você foi o premiado, Thomas – ela sorriu. – Eu tenho que confessar que deixei vocês dormindo no mesmo quarto para que as coisas dessem certo, e deram – Mamãe parecia contente e eu mais ainda. – Então, eu aceito.

– Mamãe, quem deve aceitar sou eu!! – Pronunciei. Estou certa ou não?

– Fica quieta, pastel! – Minha mãe e seus lindos apelidos carinhosos. – Aceito esse namorico de vocês desde que não durmam mais no mesmo quarto e contem logo para o pai da Olívia.

Vi Thomas levantando as sobrancelhas. Coitado, irá enfrentar o leão. Boa sorte, amorzinho, te vejo no céu daqui um tempo.

– Mamãe, pegando esse embalo...

– La vem essa menina, diga – ela cruzou os braços.

– É que...

– Hoje, um amigo meu me chamou para a festa dele e eu gostaria de ir com a Olívia, é em uma churrascaria e – meu celular apitou cortando a fala de Thomas.

– Não é mais. Rosa acabou de me enviar uma mensagem dizendo que será na casa dele – falei.

– Ok, eu deixo – mamãe falou. Mas que rápida! O que deu nela? – Irei fazer o almoço e os senhores tratem de arrumar a casa. Sem agarração desta vez!!

– Sim, senhora! – Exclamei.

– Positivo e operante! – falou Thomas.

Eu e as garotas decidimos sair às 18 horas. Mal sabiam elas que nesse horário eu estava procurando uma roupa. E mal eu sabia qual roupa vestir... Bem-vindos a minha realidade, galera!

Enquanto eu me arrumava, ou melhor, enquanto eu bagunçava meu guarda-roupas, Thomas me olhava impaciente.

– Filha, ainda não acabou com isso? – Falava ele enquanto eu jogava uma meia na cama.

– Me dá um tempo!

– Você é muito desorganizada, olha só essas roupas espalhadas.

– O problema é de quem? Ah, é meu.

Ele deu aquele sorriso maravilhoso e meu deu um breve beijo na testa. Logo em seguida, tirou uma mecha dos meus olhos e colocou atrás da minha orelha. Deu uma última olhada em meus olhos e me beijou com ternura.

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– Posso saber o que está acontecendo aqui??

Sim, era minha mãe. Obrigada, mãe, por estragar esse momento tão precioso na minha vida!

Fim do capítulo 28.