The Promess
Promise me
O garoto encarou o trem, a tristeza era muito presente em seus olhos. Ele não entendia. Ela havia dito que iria, e ela sempre fazia tudo que dizia. Então, por que ela não estava ali? Por fim, admitiu a si mesmo que ela não iria.
Despediu-se de sua avó, e começou a caminhar, a passos lentos e desanimados, até o trem. Então, sentiu dois braços ao redor de seu pescoço, braços finos, delicados e possessivos. Ele não teve dúvida, Victorie. Ela estava ali.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Vickie! – exclamou, enquanto abraçara a melhor amiga. – Você veio! – uma gargalhada alta saiu dos lábios da garotinha.
- Claro que eu vim, eu disse que vinha. – o menino abriu um largo sorriso, enquanto a apertava mais forte.
- Por que demorou tanto? – perguntou. – E cadê seus pais? – podia sentir que seu cabelo estava em um tom claro de azul agora, não escuros, como antes.
- Louis não parava de chorar, então, estavam tentando faze-lo parar. – deu de ombros. – Mamãe ficou para cuidar dele, e o papai... – suspirou – está em algum lugar, cuidando para que Nique não faça nenhuma magia maluca. – os olhos do mais velho se iluminaram.
- Ela fez sua primeira magia? – a mais nova assentiu. – Nossa, ela foi tão cedo. Eu demorei a... – logo percebeu que a menina fechara a expressão, e lembrou o porquê.
- É, eu sei. Só com oito anos. – cruzou os braços, os dois lembravam bem daquele dia. Victorie não havia gostado nada de ficar com o cabelo azul, e chorara como uma criança, ou melhor, ela era uma criança, já que tinha apenas seis anos.
O trem apitou.
- Vickie, eu tenho que ir. – disse animado, a garotinha cruzou os braços e fez um bico.
- Não quero que vá! – exclamou tristemente.
- Por que? – por essa ele não esperava.
- Porque eu só vou te ver no natal e você é meu melhor e... – franziu o nariz antes de continuar. – Único amigo. – terminou indignada.
- Oh Vickie, mas daqui a pouco você vai estar lá também! – afirmou.
- Você vai me trocar pelos seus amigos mais velhos. – ele negou com a cabeça, nunca faria isso.
- Nunca faria isso. – a menina fungou.
- Vai sim, não vai mais lembrar de mim. – o semblante do garoto iluminou.
- Não vou. – disse com convicção. – Eu te mandarei cartas, e assim manteremos contato. – a loira abraçou o melhor amigo mais uma vez, antes de se afastar bruscamente e apontar seu pequeno dedo no rosto dele.
- Cartas toda a semana... – pensou melhor sobre isso, e se corrigiu – Não. Cartas todos os dias. – mordeu o lábio com força, pensando no próximo passo. – Serei sempre sua primeira opção, nenhum amigo nunca vai ser mais importante que eu! – o sorriso do garoto era enorme. – Prometa já! – o garoto colocou a mão sobre o peito.
- Prometo que vou te mandar cartas todos os dias, que você vai ser sempre a minha primeira opção. Nunca te abandonarei e nunca te esquecerei. – prometeu à garotinha.
- Como sei que você não vai quebrar a promessa? – cruzou os braços novamente, Victorie sempre tinha aquela postura mandona e decidida, diferentemente de Teddy que era carinhoso e responsável.
- Eu dou a minha palavra! – afirmou o garoto, a menina negou.
- Não é o bastante. Precisa ser algo mais forte que isso. – o mais velho balançou a cabeça, pensando no que poderia dizer.
- Não confia em mim? – Victorie bufou.
- Confio em você, mas eu vivo dando a minha palavra para a Nique, e nem sempre eu cumpro com ela! – explicou. O garoto de cabelos azuis franziu o cenho.
- Que tal Pink Promess? – o loira colocou as mãos na cintura.
- Quantos anos acha que tenho? Cinco? – balançou a cabeça. – Muito infantil. – mordeu o lábio com força.
- Nenhum de nós pode fazer um voto perpetuo ainda... – pensou alto. – Que tal um pacto de sangue? – ofereceu o garoto.
- Eca Teddy! – balançou os ombros. – Além de ser nojento, é assustador! – o menino assentiu, concordava com aquilo. Mas, o que poderia ser?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Podíamos usar pulseiras iguais, ou algo do tipo... – a loira, mais uma vez, negou.
- Iria demorar, precisamos selar o acordo agora, antes que você entre nesse trem. – os dois se entreolharam, aquilo era mais difícil do que parecia, principalmente quando o relógio corria daquela forma.
A loira vasculhou o lugar com os olhos, pensando nas possibilidades. Pensou em cravarem o nome no chão, ou algo assim, mas alguém poderia apagar, e ela queria algo que fosse eterno. Ou de trocarem os cadarços dos tênis, mas não teria como ter certeza que Teddy iria usa-los. Foi então que ela o viu. Neville estava lá, com sua esposa e filhos. Esse seria o primeiro ano dele como professor. Neville beijou os lábios da esposa e a cabeça dos filhos, antes de ir até o expresso.
- JÁ SEI! – exclamou a garota, fazendo o garoto se assustar. – Um beijo! – o menino arregalou os olhos.
- Como assim um beijo? – disse o garoto, confuso.
- Tipo, meu primeiro beijo e seu primeiro beijo. Nosso primeiro beijo! – apesar de achar aquilo esquisito, achou uma boa ideia, afinal, era algo importante, sútil, delicado e inesquecível. Mas, eles eram tão novos para isso. Ele estava realmente em dúvida.
- Tem certeza? – as orbes âmbares encararam as orbes azuis da garota.
- Certeza. – nenhum dos dois ousava piscar, era um momento importante.
- Agora? – a mais nova assentiu.
- Agora. – os dois se olharam curiosos, sem saber o que fazer.
Então, Teddy tomou coragem. Respirou fundo, fechou os olhos, e selou os lábios da garota. A garotinha arregalou os olhos e prendeu a respiração. Foi rápido, doce e incrível. Foi apenas um segundo, mas o suficiente para fazer com que aquilo gravasse na memória dos dois e acelerasse seus corações.
Quando voltaram a se encarar, os dois estavam vermelhos como tomates, e não faziam ideia do que dizer. O expresso apitou mais uma vez, e o garoto sorriu bobamente.
- Promessa selada. – a menina disse, ainda com as bochechas coradas. – Me escreva quando chegar. – o garoto assentiu.
- Todos os dias Vickie. – abraçou a melhor amiga mais uma vez. – Até o natal.
- Boa sorte. – ela sussurrou. Ele beijou a bochecha dela, e correu em direção ao expresso.
A promessa estava selada, e ela havia sido o início de algo muito maior, algo que resultou em várias promessas cumpridas, pergaminhos rabiscados e escrituras em árvores.
Que sempre significavam a mesma coisa.
“Teddy + Victorie = Forever”
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