– Nós não queremos abrir mão da nossa menininha. - respondeu uma senhorinha baixa e com os cabelos grisalhos
– Não estou pedindo para abrirem mão da Amy, só estou pedindo que ela fique mais um tempo com a Teresa, por favor - suplicou Patrick
– Meu jovem, minha filha era tudo o que eu tinha, o pai da Amy arrancou ela de mim e escondeu que eu tinha uma neta por 3 anos, eu sofri muito. Agora que eu sei que ela existe e que está bem, não vou deixá-la só por que você está pedindo, entendeu? - explicou o avó de Amy
– Olha, não estou pedindo para vocês darem a guarda da Amy, só estou pedindo que a deixem mais um tempo com a Lisbon, elas se apegaram muito, Amy está triste desde que soube que iria para a Flórida, pelo amor da sua neta, deixem ela ficar. Não tirem da Amy quem ela mais se apegou - Patrick tinha uma intensidade no olhar, Deus! Se ele precisasse se ajoelharia ali - Ela não se apega tão fácil assim à uma pessoa - acrescentou ele depois de uma pausa - Tem que entender, as duas passaram muita coisa difícil juntas, não podem separar assim do nada, vai partir o coração dela e não sei se vou conseguir juntar todos os pedaços se vocês tirarem a Amy dela agora
– Meu jovem, não é com a Amy que você está preocupado, não é? - perguntou a senhorinha tocando no ombro de Patrick
Jane apenas deu um sorriso tristonho e baixou a cabeça, como ela parecia pesada.
– Steve, nós podemos ficar mais alguns dias em Austin, não podemos? - perguntou ela ao marido que sisou o rosto - É por um homem apaixonado, você já esteve assim! - insistiu ela
Steve desfez a cara de bravo e sorriu em concordância
– Eu ainda estou. Vamos ver se conseguimos ajudar esse rapaz -disse respirando fundo e tocando no ombro de Jane

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

************************************************

– Esses são seus avós, Amy - apresentou Lisbon os dois idosos que esperavam sentados no sofá de Lisbon
Amy se escondeu atrás de Lisbon deixando apenas os olhinhos a mostra
– Não precisa ter medo, sou sua vovó, eu que cuidei da sua mãe - disse ela se aproximando para tentar tocar em Amy, que recuou mais
– Hey, vamos lá. Não precisa ter medo, sabe que eu traria ninguém aqui que fosse te fazer mal - encorajou Lisbon pegando Amy no colo
a pequenina se encolheu ao máximo no colo de Lisbon e a abraçou com força
– Eu não quero ir. Fica comigo - pediu Amy com a voz abafada e iniciando o choro
– Eu não vou te tirar da senhorita Lisbon, Amy - disse a avó
– Não?! - perguntou Lisbon abrindo um sorriso
– Claro que não, vamos ficar uns dias em Austin
– Umas duas semanas - acrescentou Steve
– Isso, ai depois vamos ver o que acontece
– Eu vou poder ficar com a Teresa? - perguntou Amy enxugando as lágrimas
– Isso é o que você vai decidir, talvez você goste da Flórida
– Eu quero ficar com ela. Não gosto da Flórida
– Como sabe? nunca foi lá - disse Steve
– Lá não tem a Teresa.
– Mas e se ela estivesse lá?
– A gente pode levar a Teresa?
Lisbon riu, a pequena dizia como se Lisbon fosse um objeto que podia ser carregado por onde quisesse
– Que tal vocês três se conhecerem um pouco? - sugeriu Lisbon
– Acho uma ótima ideia! - Começou a avó - Meu nome é Elena e eu tenho 56 anos. Eu nasci no Texas, mas fui morar na Flórida quando ainda era mocinha.
– Quando casou comigo - explicou Steve
– Isso mesmo, eu estava esperando sua mãe aqui - disse Elena pondo a mão na barriga
– Como era minha mãe? - perguntou Amy descendo do colo de Lisbon
– Ela era linda, tinha os olhos iguais aos seus
E assim o diálogo continuou. Lisbon ficou apenas observando, por alguns instantes não queria aquela aproximação, parecia que a cada palavra trocada Amy dava mais um passo para longe de si. Mas era preciso, ela tinha uma família, uma família que a amava e a cuidaria muito bem.

Passaram-se duas semanas e Amy já estava muito bem acostumada com os avós, deixava o avô bem cansado fazendo-o correr com ela sobre os seus ombros, era o dia da partida.
– Vovô disse que nós vamos vir te visitar no natal - disse Amy baixinho abraçada com Lisbon
– E eu vou assim que eu tiver férias. Sempre que eu puder vou te ver. - sussurrou de volta e em seguida beijando a cabeça da pequena
– Você promete que não vai me esquecer? - pediu a menina
– Nunca - prometeu ao ouvido de Amy
– Já está na hora de ir, Amy. - intrometeu Elena
– Temos mesmo que ir? - perguntou descendo do colo de Lisbon
– Sim, temos. Nós vamos voltar muitas vezes ainda, o vovô vai se aposentar ano que vem e nos vamos viver aqui em Austin
– Nós vamos morar aqui? Pode ser na casa da Teresa? - perguntou empolgada - Teresa, você deixa a gente morar aqui não é?
– Calma, calma, Amy. Foi maneira de dizer, vamos vir aqui sempre que der.
– Ah... - suspirou decepcionada - A gente pode voltar amanhã?
– Não - respondeu Steve rindo - Mas vamos voltar logo, agora andando, ou vamos perder o voo. Quanto mais cedo chegarmos na Flórida mais cedo voltamos para Austin.
– Então vamooooos. Tchau, Teresa - se despediu Amy voltando para Lisbon que se abaixou - Eu te amo - acrescentou em um sussurro
Lisbon até agora havia segurando muito bem o choro, mas essas três palavrinhas a fizeram desabar.
– Eu tsmbém te amo - confessou ela
Ela abraçou Amy com toda a força que pode, seu coração gritava para que ela ficasse, sua vontade era roubá-la e fugir com ela para qualquer lugar, que dor é essa no peito? Essa dor que parece estar quebrando tudo? E esse choro que não para de sair?
– Agora vão, antes que eu não deixe vocês irem
Os três entraram no táxi e Amy olhava da janela, seus olhos roubaram as lágrimas dos olhos de Lisbon. A pequena estava conformada com a partida, contudo a partida ai dividia o coração.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Ela vai ficar bem - consolou Jane chegando por trás e assustando Lisbon
– Desde quando você está aí?! - perguntou ela ofegante sem saber se enxugava as lágrimas ou se recuperava-se do susto
– Desde que eles chegaram
– E por que não apareceu antes?
– Sabe que eu não gosto de despedidas, e aliás, esse momento era de vocês duas - explicou ele a abraçando e deitando a cabeça de Lisbon em seu ombro
– Ela vai fazer muita falta. Já sinto saudades - confessou segurando de todas as formas possíveis as lágrimas
– Eu também - concordou beijando a cabeça de Lisbon - Mas quem sabe...
– Quem sabe o quê? - perguntou Teresa ainda apoiada nele
– Nada
– Agora vai me contar - repreendeu Lisbon batendo de leve em Jane
Ele apenas sorriu.
– Nada. Só estava pensando, talvez... quando a Amy voltar... Talvez devesse ter um bebezinho para ela brincar
Lisbon ergueu a cabeça e o olhou com um misto de confusão e felicidade
– O que foi? Só estou dizendo - perguntou ele

********************************************************

– Vamos vovó, rápido! - exclamou Amy
– Calma, ela não vai fugir, Amy.
– Anda, anda, anda - continuou Amy puxando a avó
Elena tocou a campainha e esperou um pouco até que ouviu uma voz masculina pedindo que esperasse, logo depois Jane abriu a porta e sorriu vendo as visitas
– Paaatrick, cadê a Teresa? - perguntou Amy pulando em Jane
– Nossa como você cresceu! Deixa eu dar uma olhada em você. Quanto você esticou? Dois metros? - brincou Jane
– Eu cresci 10 cm - disse Amy orgulhosa
– Como vão? - perguntou Patrick aos avós de Amy
– Muito bem, cansados da viagem, mas bem.
– Dois anos fazem muita diferença.
– É, fazem - concordou Steve
– Patrick, cadê a Teresa? - insistiu Amy o puxando pelo braço
– Eu estou aqui - respondeu Lisbon descendo as escadas
– Hey, sabe que não pode descer as escadas sem mim - repreendeu Patrick indo ajudar
– Oh, quieto! Parece até que eu não consigo segurar minha barriga. Eu estou bem. - brigou Lisbon - Amy, que saudade de você!
– Teresa! - Exclamou Amy correndo para abraça-la - Mas... o que você comeu?
Todos riram da inocência da menina
– É meu bebê que está aqui, quer sentir? - Perguntou Lisbon pegando a mão de Amy e colocando na sua barriga
– Ele chuta! - disse Amy retirando a mão assustada
– Sim, e muito - riu Lisbon
– E não dói?
– Não.
– Vem ver o quarto dele - chamou Jane

E assim, todos seguiram para o quarto do novo bebê, uma nova vida que, mesmo sendo o primogênito, já tinha uma irmã.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.