Meu destino é você

Capitulo 19 - Gale-Final


E assim três semanas depois de deixar Jo no convento, eu fui para o aeroporto me despedir de John, Prim, Peeta e Cecilie. Foi uma despedida difícil, eu realmente passei a ama-los. E quando eles partiram eu comecei a planejar minha viagem para a França.

Ajeitei tudo com Peter para viajar e dentro de duas semanas eu estava dentro de um taxi passando pelas estradas de terra que levava até a fazenda da tia de Madge. Quando parei na porta eu pedi ao motorista que me esperasse. Talvez eu tivesse que voltar com ele mesmo. Ele riu me desejando sorte. E então eu peguei minha mochila ajeitei nas costas, arrumei o cabelo. Eu queria parecer bonito. Comecei a caminhar porteira adentro, avistei de longe um garoto cavalgando, ele parecia se divertir fazendo isso. Vi quando uma senhora apareceu na porta com a vassoura na mão. Era tia Sofie, creio que ela me reconheceu, pois de repente ela fez o sinal da cruz e começou a caminhar na minha direção.

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– Filho, eu pensei que você nunca chegaria. Você quase chegou tarde demais. – ela tinha lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

Corri a abracei, eu não sei por que, mas eu precisava daquele abraço. Eu precisava criar coragem para perguntar, porque eu teria chegado quase tarde demais.

– Tia Sofie, eu vim buscar Madge e Marlon. Onde eles estão?

– Querido, Marlon esta ali adiante brincando com seu cavalo, distraindo, esperando por você. Faz umas 5 semanas que Madge piorou e foi pra cama, e numa noite ela nos chamou e disse que logo você voltaria e ai tudo ficaria em paz novamente.

– Eu quero vê-la.

– Então venha.

Eu comecei a seguir Tia Sofie e ao mesmo tempo comecei a pensar, Johanna me disse que Madge tinha algumas sequelas, mas eu nunca perguntei quais. E agora ela estava de cama.

Parei na porta do quarto e Tia Sofie apenas me olhou como se estivesse me dando coragem, e com um suspiro, abriu a porta. Da porta eu a vi, ela estava dormindo tranquilamente. Sua aparência era de uma pessoa muito doente, lembrei-me de Jo, mas não, Madge estava pior que Johanna. Madge não tinha cor nenhuma. Próximo à cama dela havia muitas fotos nossas, das nossas famílias, e principalmente fotos de Marlon. Realmente Marlon era parecido demais comigo. Havia também algumas flores pequenas, coloridas em vasos branquinhos, uma cadeira de balanço azul num canto. E a janela estava aberta deixando entrar uma brisa fresca. Toda atmosfera daquele quarto exalava paz, tranquilidade, não combinada com a falta de vida dela.

Sentei na cama, alisando a colcha de retalhos que cobria seu corpo e antes que eu pudesse perceber eu estava chorando. Não de culpa, não compulsivamente, era um choro calmo, ameno, com saudade. Eu não sei por quanto tempo fiquei ali a observando dormir, lembrando do quanto fomos felizes. Ouvi a porta do quarto se abrir, e quando virei-me para ver quem era ele já estava em cima de mim. Meu filho chorava como um bebe, eu o coloquei no meu colo, beijei cada pedaço do seu rosto. Realmente ele era muito parecido comigo mas ele tinha os olhos da mãe, olhos meigos e com amor.

–Papai, eu tive muito medo de você não voltar a tempo. – ele disse entre baixinho na tentativa de não acordar Madge.

– Filho eu não vim antes porque eu estava muito doente, dormindo. Mas eu jamais deixaria você e mamãe fora da minha vida. E você achou que eu não voltaria a tempo de que?

– A mamãe está doente papai, ela me disse que os anjos do Senhor estão chamando por ela. E que ela logo terá que ir. Mas ela não queria ir sem ver você antes, sem que você viesse me buscar.

Era isso. Madge estava morrendo e sabia disso. Aconcheguei Marlon no meu colo e olhei para Madge. Ela estava nos olhando, chorando e sorrindo ao mesmo tempo. Segurou minha mão forte eu não conseguia parar de olha-la.

– Meu amor – a voz dela era um sussurro – ainda bem que você voltou. Eu sabia que você voltaria para nós.

– Querida eu tenho que te pedir perdão por...

– Shhhh. Não há tempo para relatar mágoas. Há muito tempo eu perdoei você. Agora eu só precisava ver você novamente, e perguntar se você já fez o que era certo?

Então eu contei para ela e para Marlon sobre a revelação de Johanna, e sobre o reencontro de Peeta com Cecilia e trágica morte de Katniss. Eles riram e choraram comigo. Nós éramos uma família. Quando eu terminei Madge apenas disse como se tivesse o poder de ver o futuro.

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– Gale, eu sinto que Katniss não morreu, ela ainda tem muito que fazer neste mundo pelas pessoas que ela ama. Ela vai voltar, ela vai ajudar você e Johanna a cuidar do Marlon.

– Madge, eu não disse, mas Johanna também está muito doente, em fase terminal...

– Não Gale, Jo está doente de amor há anos. O amor dela foi capaz de nos transformar. Foi capaz de nos dar Marlon e de salvá-lo, eu vou partir logo, quero que vocês dois retornem para ela. Ela sempre te amou.

– Madge eu amo você, é você quem eu amo. E sempre vou amar!

– Eu sei e eu sempre vou te amar, nosso amor já está eternizado através de Marlon, é uma chama que nunca se apagará. Mas querido, eu não viverei por muitos dias mais. E tão logo chegue o meu fim não tardem em procurar Jo.

– Eu sinto saudade da Tia Jo, papai. Eu não quero que ela morra também.

Naquela noite Madge com nossa ajuda levantou da cama. Jantou conosco, fez um milhão de recomendações sobre a educação de Marlon, nós o enchemos de beijos e de amor, colocamos ele na cama. E por fim, ela pediu para que eu dormisse com ela. Eu estava preparado para uma guerra quando cheguei aqui. Mas o tempo, já tinha transformado qualquer sentimento ruim que um dia existiu entre Madge e eu em amor. Não apenas um amor apaixonado, carnal. Naquela noite com ela em meus braços, eu percebi que eu a amaria além da vida. O tempo e a dor havia purificado nosso amor.

Então antes de fecharmos os olhos ela me confessou mais uma vez seu amor por mim e eu confessei o meu por ela. Beijei-a com toda ternura do mundo. Desejando mais dias como aquele. Mas no fundo, eu sabia que não teríamos. Madge nunca mais acordaria deste sono.