Blood Curse
Faca de Dois Gumes - Final - Volta ao Lar
– Blood... Curse...?
Rain sussurrou. Sentiu sua respiração falhar por um segundo e seu coração acelerava periodicamente.
– Leve esse livro com você. – afirmou a menina.
Rain olhou para ela com um ar interrogativo.
– Não posso ajudá-la. – a menina desviou o olhar. – Nem se eu quisesse. Não sei o que isso significa.
– Você havia dito antes que essa era a minha magia...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Não é uma especialidade mágica! É uma maldição!
A morena mordeu o lábio inferior.
– Ouvi falar de um caso na Índia, há dezenas de anos atrás. De um homem que foi amaldiçoado por Sangria. Bom, ao menos foi o que contaram. – Castiel apoiou-se na mesa – Falaram que o sangue dele transformou-se em água em poucos minutos.
– Leucemia?
Castiel deu de ombros.
– Esse é o termo mundano. Para os humanos, há alguma espécie de cura, acho eu. Ainda assim, a morte é lenta. Para nós, a morte é bem rápida.
– Vá até o local onde ele disse que viu o texto. Deve ter algo lá que ajude você. – interferiu a menina.
– Quais as chances de eu entrar no castelo dos pais de Nathaniel? – Rain soou perplexa.
– Dê o seu jeito. Já estou ajudando bem mais do que deveria.
– Ainda assim é só uma suposição. – intrometeu-se Castiel – Mesmo que ela entre lá, o que eu particularmente acho quase impossível... – ele suspirou e deixou-se cair novamente na cadeira – É uma péssima ideia.
As velas se apagaram em um sopro frio do vento que entrou por lugar nenhum. A temperatura baixou, e os pelos do corpo de Rain arrepiaram-se.
– Ela voltou... - a menina murmurou – Se quiserem sair daqui vivos, é melhor irem depressa. Agora! Pelo o que eu a conheço, ela é extremamente vingativa e deve estar super irritada pelo tiro que você, doce vampiro, a deu.
Castiel sorriu sarcasticamente e se levantou. Andou até a cadeira que Rain estava sentada e repousou sua mão direita no ombro esquerdo da garota.
– Como saímos desse lugar? – ele indagou.
A menina suspirou.
– Não, não precisa nos dizer. Nós achamos o caminho por nós mesmos. – Rain interveio – Não sei como agradecer a você. Você deveria estar me atrapalhando, como a sua mãe, mas resolveu me ajudar.
– Não agradeça. – a menina se levantou – Apenas vá. O mais rápido possível, por favor.
– Ainda assim... A sensação que conheço você de algum lugar não me sai. Nós já nos vimos antes?
As prateleiras iniciaram a cair uma sobre as outras, como um dominó, fazendo um barulho estrondoso.
– O mais rápido possível, você disse? – perguntou Castiel.
O ruivo agachou-se e levantou a morena em seus braços. Antes de Rain se dar conta do que estava acontecendo, ele já a estava pondo no chão novamente, mas, dessa vez, em frente a porta de entrada do colégio. Rain estava levemente tonta, mas logo se estabilizou.
– Agradeceria se avisasse da próxima vez. – ela ajeitou alguns fios bagunçados do cabelo.
– Você deseja tão fervorosamente assim uma próxima vez? – Castiel sorriu.
Rain ruborizou.
– É apenas um modo de falar. – as luzes piscaram – Não acredito que ela já está por aqui! O que houve com a menina?
– Melhor nos preocuparmos com a gente primeiro e sairmos daqui, não acha?
Rain abriu a porta de madeira corrediça com a mão direita – enquanto segurava o livro antigo com a mão esquerda - e os dois atravessaram. No entanto, para a surpresa de ambos, eles não estavam na floresta, mas sim no corredor dos feiticeiros no dormitório de Sweet Amoris.
Na frente da porta do quarto dos feiticeiros gêmeos.
– O que... Houve?
Rain indagou perplexa. Castiel simplesmente deu de ombros e sentou-se no chão. Logo levantou-se, e passou a andar pelo corredor, na direção das escadas.
– Para onde você vai?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ele parou e olhou para ela por cima do ombro.
– Tomar um banho. Vem comigo? – ele sorriu.
Rain olhou para o livro em suas mãos.
– Vai na frente. Já eu vou.
Castiel gargalhou e acenou.
*
Rain abriu a porta do seu quarto e entrou. Tudo parecia bastante parecido desde a noite passada – última vez que estivera ali. Apenas uma ou outra coisa fora de lugar. Ela jogou o livro em cima da cama e dirigiu-se ao seu banheiro para banhar-se. Depois, sentou-se em sua cama e folheou o livro com cuidado até achar a página desejada e ficou a fitar a imagem do homem com o cálice de sangue em mãos.
– Duvido achar algo sobre a Maldição de Sangria na internet. – murmurou, e bufou.
A morena acabou adormecendo, e, quando acordou, o Sol já se punha no horizonte. Ela escondeu o livro em cima do guarda-roupa e saiu. Não sabia exatamente para onde iria, mas queria espairecer depois da horrenda imagem do suicídio de Melody assombrar seus sonhos.
Ela desceu as escadas, e parou. Escutou a voz conhecida de alguém vinda do meio do corredor. Imediatamente, Rain lembrou-se da situação de Nathaniel, e a insistência daquela cena em sua cabeça deu-lhe ainda mais vontade de visita-lo, e foi o que fez.
Ela reconheceu a voz que escutara no corredor.
Rosalya.
– Rosa? – Rain chamou por ela.
Os olhos de Rosalya arregalaram-se instantaneamente ao perceberem a presença de Rain, e a garota correu em sua direção, abraçando-a.
– Você voltou!
– O que? – Rain soltou-se – Duvidou que eu voltaria?
– De início não, mas depois de três meses confesso que sim.
Rain franziu o cenho.
– Como? Três meses?
– Sim. Hoje faz três meses que você foi mandada para o outro lado. Falando nisso, encontrou Castiel por lá? Ele pulou no meio do Ritual e acabou indo também. – ela suspirou – Não me surpreenderia se ele tiver chegado lá em milhões de pedacinhos.
– Sim, eu me encontrei com ele... – Rain afastou-se de Rosalya – Três meses? Não, eu tenho certeza que passei apenas algumas horas naquele lugar. As piores horas da minha vida, mas ainda sim...
– Em certas dimensões o tempo passa de um modo diferente ao nosso. Acho três meses um absurdo, mas ao menos você voltou para nós. – Rosalya sorriu sincero – Então, ainda é uma feiticeira?
– Bem, eu acho que sim. – Rain olhou para suas mãos – Não me sinto diferente.
– Não acontece assim. Descobriu a sua especialidade mágica? Como foi o seu outro lado? Como aconteceu tudo lá?
– Uma pergunta de cada vez, por favor. – elas riram – Eu descobri, e ao mesmo tempo não. Encontrei um livro, mas até mesmo a menina do outro lado não sabia o que significava.
– Você interagiu com eles?
– Apenas com a menina, na verdade. – Rain soou receosa – Ela esteve me ajudando o tempo todo. E Castiel também me ajudou bastante! Acho que não teria conseguido sem ambos...
– Talvez não. Ou talvez sim. Não se intimide, Rain.
Ela deu de ombros.
– Acho que-
A porta na qual elas estavam em frente se abriu. Rain olhou na direção da mesma. De dentro, saiu um rapaz alto, lindo, e com a pele tão branca quanto pó de arroz que a olhava com olhos brilhantes tão dourados quanto seus fios de cabelo. Tão dourados quanto ouro puro.
– Na-thaniel...
Rain sussurrou.
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