Contágio

Estação 4 - Capítulo 68 - Cidade Amaldiçoada


— Arredores de Las Vegas –

Renata em plena noite estava andando na rua desarmada, com o pescoço marcado, sua calça jeans rasgada e o seu par de tênis totalmente desgastado. Aquilo não seria pior se Bel estivesse logo atrás dela com praticamente todo o comboio, para a infelicidade de Renata, que agora tinha mais um problema para resolver.

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— Ei, espera a gente! – Bel falou matando um zumbi com sua Glock. Boone, Bonnie, Danita e Horan - recém-acordado depois de sua experiência de quase morte – estavam logo atrás dela, todos os outros membros do grupo foram perdidos ou mortos enquanto tentavam fugir daquele lugar.

— Só pode ser brincadeira comigo – Renata falou para si mesma antes de se virar para Bel – O que eu falei sobre não querer mais fazer parte desse comboio?! Eu não mandei ninguém me seguir – A moça falou cruzando os braços.

— Ah qual é Renata, você quer discutir isso agora? No meio da noite?! – Bel disse inconformada com a californiana, Renata nos últimos dias estava tendo ideias muito esquisitas para quem era uma pessoa considerada inofensiva por muitos – Eles podem nos ajudar a sair da cidade enquanto temos tempo – Renata revirou os olhos.

— Está bom, mas... eu pedi ajuda? – Renata questionou, deixando Bel ainda mais irritada.

— Até parece que você vai conseguir sair daqui sozinha, com esses malucos perambulando as ruas – Boone falou vendo um pequeno grupo de zumbis saírem de um beco – Vamos ir rápido com isso antes que eles aumentem... – O rapaz segurava sua única arma, pronto para atirar em qualquer zumbi que se aproximasse dele.

— Não podemos ir agora, Monna e os outros estão muito atrás ainda – Danita disse no outro lado da calçada, matando um zumbi a marteladas – Eles podem morrer se a gente for embora! – A moça ficou com a roupa cheia de sangue após matar a criatura – E tem mais deles vindo – Ela correu para perto do grupo antes que mais zumbis chegassem perto.

— Eu estou bem! – Monna disse correndo até eles, mas ela vinha sozinha. Bel ficou aflita ao ver que a moça vinha sozinha – Os zumbis pegaram quase todo mundo! Pegaram o Jeffrey, Iara, Tommy... – Monna disse quase chorando – Até a Sallie que estava atrás de mim foi tentar ajudar, mas também mataram ela, não sobrou ninguém! – A moça disse desesperada, Danita colocou a mão sobre a boca, totalmente chocada. Boone ficou perplexa com a situação, quase todos os membros do comboio estavam mortos e só havia sobrado eles – Como está o Horan? – Olhou para o rapaz de pé ao lado de Boone, mas ele parecia meio grogue.

— Nós entupimos ele de remédio, mas ele consegue ir conosco, se não pegarmos mais um grupo de zumbis – Bel disse atirando em dois zumbis que estavam vindo na direção deles – Não precisa vir conosco se não quer, mas todos nós vamos sair da cidade antes que mais alguém morre – Bel disse para Renata. Ela virou o rosto e viu que Bonnie parecia estar em estado de choque com a situação – Está tudo bem?

— Isso, não pode ser verdade, éramos quase cinquenta há três dias! É inaceitável! – Bonnie olhou para Renata, que deu os ombros para a situação – Como você pode ser tão fria? Sabe, eu não entendo o que vocês todos viraram, parece que não há humanidade em nenhum de vocês – A moça dos cabelos castanhos estava segurando o choro – Maldita hora que fomos te seguir – Ela olhou para Renata, quem estavam nem aí para toda aquela coisa, ela apenas olhava para outra coisa.

— Eu até sei que vocês estão com muito ódio de mim e eu particularmente não queria estar com nenhum de vocês perto de mim, inclusive você Bel – Renata falou olhando a moça – Mas nós podemos nos refugiar em um lugar antes que as ruas fiquem cheias de zumbis... – Renata olhou ao fundo um cassino totalmente protegido. Um grande cassino. O cassino de Vasili.

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— O que você quer que a gente faça? Ter mais pessoas mortas? – Bonnie disse irritada.

— Não sua retardada, nós vamos manter nossa sobrevivência – Renata disse sem olhar para Bonnie.

— Eu definitivamente odeio essa mulher – Bonnie falou baixinho, cruzando os braços.

— Flashback –

Dia do Contágio. Enquanto Las Vegas estava em um completo caos naquela madrugada, Bonnie estava em uma cidade próxima, na casa de seu namorado Belic e o seu irmão mais novo, Lorenzo.

— Nossos pais não voltaram até agora... Belic disse sentado no sofá, abraçado a Bonnie, os dois olhavam o noticiário que mostrava Las Vegas em chamas – Será que eles estão lá, isso pode ser horrível! – Belic estava quase se exaltando no meio da sala, mas se lembrou que Lorenzo estava dormindo e não queria deixar o garoto assustado – Nós não deveríamos estar aqui enquanto Las Vegas está daquele jeito.

— Calma, não mandaram a gente sair de casa, então está tudo bem, você precisa ficar tranquilo – Bonnie falou e os dois ouviram batidas na porta principal – Mas quem será a essa hora? – A mulher perguntou.

— Eu te falei, deve ser os meus pais... espero que esteja tudo bem com eles – Belic saltou do sofá da sala e pegou as chaves da porta na mesinha de centro, que estava toda bagunçada com comida.

— Espera... acho que seus pais teriam a chave e... BELIC! – Bonnie gritou ao ver o namorado abrir a porta e uma mulher com o rosto todo desfigurado ir para cima dele, o derrubando. Rapidamente o rapaz teve o braço arranhado pela mulher. Bonnie correu até a mulher tirando-a de cima de Belic – Sua maluca! – Ela jogou a mulher para fora da casa e tentou fechar a porta, mas outra pessoa igual a mulher surgiu – MERDA!

Belic ainda estava no chão, gritando de dor devido sua lesão no braço, Bonnie correu para trás e só percebeu que o namorado não havia voltado quando os dois zumbis entraram dentro da casa e começaram a morder Belic.

— DROGA! ME AJUDA... BONNIE! – Belic estendia o braço para a namorada, enquanto todo o seu tronco era devorado por mordidas.

— Belic? – Lorenzo saiu sonolento do seu quarto, Bonnie estava do lado de seu quarto, enquanto assistia em estado de choque, Belic ser devorado até a morta por duas pessoas totalmente desfiguradas.

— Entra no seu quarto! Agora! – Bonnie empurrou Lorenzo para dentro de seu quarto, fechando a porta logo em seguida, quando percebeu que os dois infectados estavam vindo na direção deles. Bonnie colocou a mão no bolso de sua calça jeans, procurando seu celular para chamar a polícia, mas foi em vão – DROGA! – A moça gritou e deixou Lorenzo assustado – Lorenzo, você tem um celular ou alguma coisa do tipo?! – Os dois ouviam as batidas sem cessar na porta do quarto.

— Ali no canto... – Lorenzo disse baixinho, assustado com a situação. Bonnie correu para a mesinha de trabalho do garoto e pegou o telefone de mesa, discando o número da polícia, mas todos os setores de emergência estavam ocupados – ISSO É IMPOSSÍVEL! – Bonnie gritou jogando o telefone no chão. Lorenzo não sabia de mais nada e estava completamente apavorado, queria saber onde o irmão estava e num momento de distração de Bonnie, ele abriu a porta do quarto – BONNIE! – O menino gritou enquanto era arrastado para fora do quarto pelos zumbis, inclusive Belic, que agora havia estava reanimado como tal – Belic! Me ajude! – O garoto gritava de desespero enquanto era morto do mesmo modo que o irmão.

— Isso só pode ser um pesadelo... – Bonnie disse atordoada vendo aquilo tudo. A moça queria ter uma arma para tirar em sua própria cabeça naquele momento, mas a única coisa que tinha no quarto de Lorenzo eram brinquedos e coisas de crianças. Bonnie sem pensar abriu a janela do quarto do garoto e se jogou para fora, antes que ela também fosse pega.

Bonnie se levantou e começou a correr pelo quintal da casa, enquanto ouvia o barulho de zumbis ali por perto. A moça correu o mais rápido que pode e quando chegou no meio da rua, ela quase foi atropelada por uma fileira de ônibus escolares.

— Prefeitura de Las Vegas –

— Como vocês deixaram aquela porra daquela porta aberta! – Irina gritou desviando de um zumbi que tentava mordê-la. Ela empurrou a criatura e ela caiu no chão, chutou a cabeça da mesma até matá-la de uma vez.

— Pelo amor de Deus! As portas eram de vidro! Eles teriam quebrado elas a qualquer momento – Selena pegou uma cadeira que estava do lado e uma mesa de escritório e acertou na cabeça de um zumbi – Eles são poucos nós podemos desviar deles e sair daqui... – Mais outro grupo de zumbis entrou na sala de escritórios.

Jenny, enquanto isso, sabia que era suicídio continuar ali enquanto entrava zumbis sem parar e a opção de armas era mínima por ali.

— Não vamos conseguir matar todos! – Jenny falou andando para trás, não deixando de segurar a barra de ferro que a ajudava a matar alguns errantes. Irina e Selena foram até a moça. As três estavam encurraladas por zumbis e não havia mais o que fazer – Droga... iremos morrer agora.

— Se abaixem! – Kei apareceu na sala junto com Robert, Polly, Akio, Nitori e Tobbie, os seis atiravam sem parar nos zumbis que estavam indo contra o trio de mulheres. Em questão de segundos todos os zumbis ali estavam mortos e as três estavam a salvo – Finalmente encontramos vocês! – Kei disse aliviada.

— Como nos encontraram? – Selena perguntou enquanto abraçava Tobbie, ele largou a mulher segundos depois ao sentir o odor vindo dela.

— Ouvimos o barulho de coisas se quebrando aqui dentro enquanto passávamos, e também havia muitos zumbis entrando – Robert falou surpreendido por encontra-las – Além do mais, que cheiro é esse que está vindo de vocês? Entraram numa rede de esgoto por acaso?

— Foi isso mesmo – Selena respondeu.

— Como é? – Polly perguntou com uma cara de nojo.

— O que ela quer dizer, é que nós fugimos por uma tubulação de esgoto, quando nos sequestraram... – Jenny estava com diversas marcas de sujeira pela sua roupa – Era isso ou seríamos assassinadas por aquele psicopata.

— E quem é essa aí? – Akio perguntou olhando para Irina – Eu não me lembro de ter a visto no comboio.

— Eu era do grupo que atacou vocês... – Irina falou antes que alguma das meninas falasse por elas, contudo, viu as armas de Kei, Akio e Nitori apontadas para ela. Principalmente a de Nitori, que jurava vingança pela morte de Kled – Ei! Eu não tenho nada com eles, eu apenas trabalhava para eles em troca de segurança! – A loira falou com medo de ter uma bala alojada na cabeça.

— Podem abaixar... ela é de confiança – Selena falou tentando acalmar a situação.

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— Ela é de confiança?! – Ironizou - O grupo dela matou o Kled! – Nitori tremia de nervoso enquanto segurava a sua arma apontada para Irina. Kei e Akio não iriam atirar na moça, ela parecia estar tendo o mesmo medo que eles.

— Nós não vamos matar ninguém – Kei falou e Nitori olhou para a oriental, dando uma risada debochada – Ei! Se atirar nessa mulher você vai ter um problema muito grande conosco – Kei a ameaçou e Nitori permaneceu quieta – Se ela realmente fugiu do grupo deles com vocês duas, certamente ela sabe como ir para o lugar que eles estão alojados. Você sabe, não é?

— Eu sei sim... – A loira disse ainda nervosa.

— Espera, não iriamos sair da cidade?! – Robert perguntou angustiado com a hipótese de Kei querer matar mais alguém.

— Só vamos nos certificar que esse cara não vai mais fazer mal para ninguém – A oriental falou olhando para Irina – Se encontrarmos a Renata por aí, é ótimo, também vamos dar um jeito de tirar aquela ideia maluca da cabeça dela. Nós vamos eliminar nossos problemas de uma vez por todas nesta cidade amaldiçoada.