Centenas de olhares, centenas de olhos de muitas cores, castanhos escuros e claros, verdes e azuis, pretos e mesclas de cores. Tantos olhares, tantos olhos. E os nossos tiveram logo que se encontrar?

Tantas pessoas, e meus olhos tiveram que parar nos dele? Foi o que aconteceu. Lembro deles. Castanhos. E pequenos. Puxados. E tristes. O cabelo preto e liso, a franja quase cobrindo o olho direito. Mas o que mais me marcou foram a suposta tristeza e lágrimas que eu vi neles.

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Os dele focaram os meus. Segundos antes eu dava risada então eles estavam alegres, um pouco fechados. Eles se fecham quando sorrio. E lacrimejam quando eu rio. Mas quando os nossos se cruzaram, foi como um leve choque. Positivo com negativo. Dá negativo. Como em câmera lenta meu sorriso se desmanchou. E meus olhos se abriram.

Ficamos assim. Nos olhando. Então ele engoliu em seco e desviou o olhar. Esses poucos segundos me deixaram curiosa. Por que tal tristeza? O que será que passava na vida dele? Tantas perguntas invadiram minha cabeça. Ele estava passando por problemas? Tendo um dia difícil? Não sei. Só sei que aquele olhar me atingiu como um balde de água fria.

Estranho, né? Enquanto eu estava tendo um momento feliz, alguém estava sofrendo. É... a vida é assim. Impossível todos estarem felizes ao mesmo tempo. Aquele garoto também devia estar pensando o por quê de eu estar rindo tanto. Deve ter me achado feliz. Coitado.

Me fez pensar: O que meu olhar, minha expressão facial, revela sobre mim?