Emboscada

Eu tinha que manter a calma, mas confesso que eu estava com medo, eu não sabia até onde a Bruna poderia chegar com isso.

– Prestem atenção, vamos começar a andar pela trilha, creio que todo mundo esta com a lista que o professor de vocês passou. Vamos todos ficar juntos porque nessa floresta é muito fáil de ficar perdido. Então vamos pessoal.

O grupo começou a andar, a Bruna me puxou e esperou até que todos passassem pra gente ficar no final.

– O que vocês acham da gente fazer um passeio pela floresta, meninas? – Bruna disse ironicamente

– Bruna por favor, eu já disse que não quero nada com o Marcelo, o caminho ta livre mas deixa o Fernando e eu em paz.

– Ah cala a boca Juliana, eu avisei e você não me ouviu e se você abrir essa sua boca pra falar qualquer coisa, você já sabe quem vai pagar. Agora vamos andando até o idiota do guia se distrair e a gente fazer o nosso passeio.

Eu não vou chorar. Eu não vou chorar. Eu dizia a mim mesmo. As amigas dela estavam atrás da gente, eu poderia gritar, tentar correr mas o que quer que eu fizesse o Fernando pagaria depois. Eu ficava calada e fazendo uma promessa a mim mesma de que tudo acabaria bem.

– Renata vai até os meninos e digam a eles pra começar uma briga, a festa vai começar! – Bruna deu gritinhos de felicidades

Em questões de segundos os meninos haviam começado uma briga e o guia e todo mundo havia se distraído. A Bruna me puxou pelo braço e a gente começou a se embrenhar no mato, eu olhei pra trás e os meus olhos se encontraram com o do Fernando, ele franziu a testa em confusão, mas antes que eu pudesse tentar mandar algum sinal a Manuela havia se agarrado a ele. Eu segui em frente e não olhei pra trás.

– Não sei onde você ta querendo chegar com isso Bruna

– Calma amor, logo você vai descobrir. – ela disse ironicamente

A gente andou por vários minutos, eu queria correr, meu coração batia forte eu podia sentir a pulsação, alguma coisa muito ruim iria acontecer. De repente eu puxei meu braço da Bruna e corri, mas antes que eu pudesse escapar as amigas dela me agarram com força.

–Não tão cedo – Renata disse

– Achou mesmo que eu ia vim pra cá sozinha com você, ai Juliana sua ingenuidade me irrita, acho que já aqui já esta bom, ninguém vai poder escutar o seus gritos daqui e além do mais da pra gente voltar sem ninguém perceber– Bruna sorriu maliciosamente

– O que você pretende fazer? – eu disse assustada

– Você vai ganhar uma surra pra nunca mais esquecer.

– Se vai me bater, porque não me enfrenta sozinha?! Precisa das suas amigas pra isso! – eu gritei

– Eu não iria poupá-las da diversão, não é meninas? – Bruna sorriu pra Renata e a Laura

– Você é uma covarde – cuspi as palavras

– Resposta errada.

Ela me acertou um soco e eu senti o sangue escorrer pela boca. Eu tentei lutar mas elas cravaram as unhas no meu braço. Quanto mais eu tentava revidar mais elas me batiam, eu podia sentir minha costela doer depois de tantos chutes. Eu pensei que ia morrer ali mesmo, elas nunca iriam parar, mas para minha surpresa, elas me largaram.

– Já chega meninas foi o suficiente, levanta agora sua idiota e se eu fosse você corria, porque eu queria te deixar desmaiada de tanto de bater, mas acho que você sozinha na floresta não dura muito e eu não vou sujar minhas mãos, e se você não correr, a gente termina o que começou – Bruna me olhava com raiva

Eu tentei levantar, mas minhas pernas explodiram de dor. Eu tinha que ser forte e esse momento era agora. Forcei o máximo que pude e comecei a correr pela mata, eu podia ouvir a risada delas. Eu estava perdida e sozinha. Minha cabeça doía tanto, todo meu corpo. Eu ouvi passos atrás de mim e corri ainda mais, tropecei em algo e acabei caindo. Minha visão começou a ficar turva e então vi um par de olhos azuis e apaguei.

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