Assassin's Creed: Legacy
- O Credo.
No sonho, Natasha estava sozinha em uma sala escura. No centro da sala estava lá uma bola dourada e estranha, do tamanho de uma tangerina. Ela soltava um brilho estranho e fraco.
– Criança, pegue-a. - Ela pode escutar a voz de seu pai pedir a bola. - Dê para seu pai.
Virando-se pode ver o homem que a criou agachado ao chão, completamente ensanguentado.
– Papai. - Gritou, mas o homem não ligava. Apontava para o objeto, desesperado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!De repente alguém a agarrou por trás, abraçando-a fortemente. Virando-se assustada pode ver Misha, assustado, ele também pedia a bola.
– Tem de pega-la para os Cavaleiros. - E a abraçou novamente.
Enquanto olhava para o objeto, que brilhava um pouco mais forte que antes, o homem que a abraçava tornou a falar.
– Não temos tempo, amore mio. - Falou com um belo sotaque italiano.
Natasha franziu o cenho, livrando-se do abraço para fitar o homem. Era Ezio, sem muitas surpresas.
– Deve escolher, rápido, de que lado vai ficar. - Acariciou-a no rosto, fitando-a de jeito pesaroso.
– Do lado do seu pai, por ele tê-la criado - Uma voz feminina e estranha falou, mas ela não era humana - ou do lado da verdade e da justiça, pela honra. - Era o objeto. Ele brilhava e falava!
O brilho da bola se tornou tão insuportável que fez Natasha acordar assustada. Ela levantou-se, ou tentou levantar, antes mesmo de acordar completamente, o que a fez ficar tonta.
Sentada e ofegante, sentiu a dor do pulso que estava amarrado. Fitou-o, percebendo que o movimento havia feito a corda queimar seu pulso.
– кошмар.былпросто кошмар.
– Que se passa? - Perguntou Ezio absorto, afiando a espada.
– Nada - Respondeu em inglês ruim, deixando claro a mentira nas palavras.
– Seja o que for, foi só um pesadelo. - Acalmou-a enquanto arrumava algumas coisas que estavam jogadas pelo meio do "acampamento".
– Onde está seu amigo? - Nat perguntou, lembrando-se do que queria perguntar para Ezio - O russo?
– Preparando as montarias - Fez pouco caso, ainda concentrado na arrumação.
Olhando para seu lado direito, pode ver Leonardo dormindo e fazendo caretas de desaprovação. Seria o momento oportuno de tirar suas dúvidas.
– Posso te fazer uma pergunta? - Perguntou no tom mais doce possível.
– Já fez uma pergunta. - Sorriu infantil.
– идиот - Revirou os olhos.
– Tudo bem, me fala o que isso significa que eu respondo sua pergunta. - Falou cruzando os braços e sorrindo torto.
– Significa idiota.
Ezio revirou os olhos, fazendo Nat rir.
– Agora a pergunta.
Ela mordeu o lábio inferior, como perguntaria aquilo? Não havia parado para pensar, pois pressentia que ele diria que não era da conta dela. Mas de fato, Ezio era uma pessoa pouco previsível.
– Ontem quando estávamos "discutindo" e você perguntou o porque de os Cavaleiros não gostarem de mim... Você pareceu... Estranho, distante.
Ezio pareceu pensar, e Anya soube, quando o sorriso dele desapareceu, que ele se lembrava do motivo. Ela esperou ele dar a palavra por alguns segundos, mas o Assassino simplesmente respondeu:
– Não sei do que você está falando.
– Está mentindo.
– Não, não estou.
– Claro que está.
– Não estou.
– Olha na minha cara e me diga que não está mentindo.
– Me obrigue.
– Me desamarre.
– E o que vai fazer depois que eu desamarrar você?
– Ora, obrigar você a me responder.
Ezio deu um sorriso torto malicioso.
– E como pretende fazer isso, tesoro?
Natasha deu um sorriso maldoso.
– Tudo bem, não me responda então.
E depois de um momento de ambos se encarando:
– Não vai desistir, não é mesmo?
– Não.
– Não vai valer à pena. Mi ascolti. É problema pessoal.
– Desculpe se ainda não percebeu, mas eu não tenho mais nada de interessante para fazer, amor.
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– Faça o que quiser então, não vai descobrir. - Falou Ezio, dando às costas e andando para um lado da floresta com trouxas amarradas.
– Veremos.
Mais algumas horas à cavalo, novamente amarrada, amordaçada e imobilizada, e chegaram a um local onde estava um barco à remo. Metros atrás, no alto mar, um barco que ostentava uma bandeira negra.
Natasha tirou a mordaça escura com ajuda dos pulsos amarrados e encarou perplexa o navio.
– Que foi agora? - Perguntou Ezio, enquanto remava.
– Um barco pirata?
– Navio. O Capitão prefere navio.
– Tanto faz... - Revirou os olhos.
– Não diga isso perto dele...
– ... Se não ele me joga ao mar?
– Exato.
Ela fez bico e virou a cara, pensativa.
– Dá pra parar de fazer isso? - Pediu Ezio rindo.
– Isso o que? - Franziu o cenho.
– De ser infantil.
– Eu não sou infantil.
– É sim.
– Não sou.
– É sim.
Quando Nat abriu a boca para continuar revidando a briga sem sentido o russo a interrompeu.
– Isso é sério mesmo?
– Af, deixa de ser bobão.
A essa altura Ezio já gargalhava e Leonardo soltava rizinhos.
– É Nikolai, deixa de ser bobão. - Falou Ezio enquanto ajeitava o barquinho para eles conseguirem subir ao navio.
– Não sou bobão - Falou de cenho franzido.
– É sim - O Assassino e a Templária falaram ao mesmo tempo.
Ezio e Natasha se entreolharam por alguns segundos.
– Tudo bem então... - Nikolai franziu o cenho, subindo pelas escadas da lateral do navio.
Ezio deu passagem para Leonardo e depois para Natasha.
– Não fique olhando.
– Olhando o que? - O Assassino fez-se desentendido.
– Para cima enquanto eu subo.
– Eu prometo - Falou revirando os olhos.
Ele não cumpriu, mas Natasha nunca soube disso.
Quando conseguiu atingir com dificuldade o topo da escada, Leonardo a ajudou ficar de pé
– Agradeço.
– Disponha. - Falou sorrindo fraco.
– Quem é essa? - Perguntou uma moça em alto e bom tom.
Examinando Natasha com os olhos, fez cara de desgosto e franziu o cenho.
Como ninguém respondeu, Ezio tomou a frente. Visivelmente desconfortável.
– Natasha.. Ana... Inovovi-che... - O Assassino mandou um olhar perdido para a Templária.
– Anya Ivanovitch Chekov.
– Isso o que ela acabou de dizer.
– Você é um doce. - Falou irônica, arcando uma sobrancelha.
– Eu seu disso. - O Assassino lançou um meio sorriso para a garota.
– Edaí? - Perguntou ainda insatisfeita a moça rude.
Anya certamente já conheceu muitas pessoas idiotas, mas aquela mulher estava ganhando o prêmio. O comportamento dela ganhava do das moças que idolatravam Misha. Claro, que só a tratavam assim pelas costas, pois ela era filha do Grão-Mestre Cavaleiro Templário russo de Derbent, porém era claro de que ali não contava a patente do pai.
Anya fez cara de desgosto, como o da mulher. Nikolai arcava as sobrancelhas. Leonardo fitava apreensivo. Ezio parecia um pouco surpreso, triste e com um pouco de raiva.
– Ela é filha de Ivan Nijinskyovitch, um dos nossos alvos. - Falou outro homem, este Anya reconheceu.
– Nicolau Maquiavel.
– Milady. Eu certamente tenho muitas perguntas para a senhora, se estiver disposta a responde-las.
– Não estou em condições de negar. - Respondeu simplesmente.
Nicolau lançou-lhe um olhar superior. Ele estava no comando, e gostava disso.
– Na verdade, a senhora não será molestada. Não se preocupe.
– Não me preocupo - Falou seca, lançando um olhar breve para Ezio -, mas não espere que eu lhe conte algo árduo sobre os Templários, eu não sei de nada. Eles são muito seletivos em questão de compartilhamento de planos.
– Entendo, milady, mas na verdade eu vou fazer perguntas em desrespeito à você.
Ela juntou as sobrancelhas.
– Que seja - Andou alguns passos em direção ao homem. - Quando mais cedo começa, mais rápido termina.
Nicolau a levou até um quarto no andar de baixo do navio, a lembrou de não fazer nada que se arrependeria depois e continuou:
– Você é um ponto de interrogação na minha mente, quero te excluir de lá. - Falou sentando-se na cadeira e apontando a cama para Natasha.
– Não sei do que posso valer à vocês.
– Muito. - Cortou-a - Por que você não aceitou virar uma Cavaleira Templária há alguns anos atrás.
– A formação de um Cavaleiro requer total confiança sob seu Clero. - Falou de sobrancelhas juntas. Mas que raio de pergunta era aquela?
– Não confia na sua Irmandade?
– Bom, não muito. Eu sou contra alguns métodos...
– Entendo. Não estava pronta. - Pareceu aliviado.
O que diziam de Nicolau estava certo. Realmente esperto e sagaz.
– Você acabou com os planos de seu pai na Roma... Por que?
Natasha franziu o cenho. Não sabia do que o homem falava.
– Eu fiz o que?
– Então você não sabe?
– Não sei o que?
– Seu pai, cara mia. É um dos Templários mais sujos de todo o mundo.
Nat franziu o cenho. Realmente existiam dois tipos de Templários: Os bons e os ruins. Os ruins eram os corruptos e Natasha tinha certeza que seu pai não era assim... Não poderia ser verdade.
– Não - Falou simplesmente, decidida.
– Então você também é vitima... Com isso, não tenho mais perguntas. - Não se importando com o estado sentimental da menina, ele saiu a deixando sozinha com seus pensamentos.
Não era verdade. Não se pode confiar em Assassinos.
Natasha franziu o cenho, sentando-se na cama e respirando fundo.
Iria aprontar muito com os Assassinos antes que tudo aquilo acabasse.
"Eu juro, papai", pensou "Juro em palavras, armas, forças e vidas que serei fiel ao lado certo".
E com isso, uma batida leve ressoou à porta.
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