Os Últimos Passos de Um Homem

Capítulo 12: Retorno


Os dias passaram e traziam consigo a hora que tudo acabaria. Todos os dias, Gaara olhava pôr-do-sol pelas grades da cela e via diferentes desenhos que as nuvens formavam no céu. Alguns deles eram fáceis de saber o que simbolizavam, outras porém só mesmo o observador via o que dizia ver. A verdade é que o tédio estava presente até na raiz dos cabelos vermelhos do Gaara. A única hora que se sentia feliz era quando a Ino vinha visitá-lo, e agora que ela passava um tempo sem vir um vazio enorme o dominava. Assim, em plenas três da tarde ele estava dormindo, o que era raríssimo ele fazer durante a tarde. O irônico é que a Ino veio justamente nesse dia que ele dormia à tarde. Ela entrou, sentou ao lado dele na cama e, não resistindo, deu-lhe um beijo no rosto. O ruivo acordou na hora, pois nunca conseguia dormir profundamente durante o dia.

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– Acorda preguiçoso! – disse Ino sorrindo.

– Finalmente voltou. Senti saudades. – respondeu Gaara sentando na cama.

– Eu disse que iria passar um tempo sem vir.

– Eu sei. Mas não faça mais isso. Isso aqui sem você fica muito chato.

Ino sorriu com a última frase. Gaara continuou:

– Aliás você disse que demoraria a voltar por uma boa causa. Hoje acaba o mistério?

– Mistério? Quem fez mistério aqui?

– Não sei... – respondeu ironicamente – Quem será?

Ultimamente as conversas entre os dois têm sido cada vez menos “profissionais” e cada vez mais sentimentais e divertidas não sendo raras as vezes que riam enquanto conversavam.

– Tudo bem, tudo bem. Agora vá se vestir.

– Pra que? – perguntou Gaara com cara de quem não entendia.

– Não discuta comigo. – disse Ino empurrando-o para o banheiro.

– É uma ditadora mesmo...

Gaara se vestiu e foi conduzido para fora da cela.em uma certa sala colocaram-lhe duas tornozeleiras rastreadoras e o levaram à uma viatura da polícia. Ino chegou logo em seguida trazendo consigo o violão do ruivo.

– O que significa isso? – perguntou Gaara.

– É que... nesses dias que não vim te visitar era porque eu estava tentando fazer com que te deixassem passar um dia em casa. E eu consegui.

– E o violão?

– Como você esqueceu eu o trouxe. Além disso você vai cantar aquela música pra mim.

O que estava acontecendo era fora do comum. Nunca um condenado à morte recebera permissão para deixar a prisão para qualquer lugar que fosse. Essa conquista da Ino foi muito comentada na universidade onde ela estuda, nas ruas e chamou a atenção até do governo já que essa foi uma decisão inédita no país.

– Está certo. Já que você faz tanta questão...

– Com certeza faço.

Entraram na viatura e saíram. A pedido da Ino o policial Naruto estava ao volante. Atravessaram parte da cidade e Gaara passou todo o caminho olhando para aquela garota ao seu lado que além de sempre ir visitá-lo conseguiu que ele pudesse estar em sua casa pelo menos mais uma vez. Ino notou que era observada, mas não se importou, no fundo estava adorando aquilo.

Chegaram à casa e tocaram a campainha. Temari abriu a porta e tomou um susto.

– Gaara?!? – exclamou ela já que não sabia que ele viria.

– Acho que sou eu. – brincou Gaara.

– O que faz aqui? – perguntou depois de abraçá-lo.

– A Ino conseguiu que eu ficasse aqui hoje. Mas estou sendo bem vigiado. – mostrando as viaturas e as tornozeleiras.

– Entrem logo. Hoje vamos aproveitar então.

Entraram e sentaram no sofá. Conversaram empolgadamente por algum tempo até serem interrompidos pela Ino.

– Gaara.

– O que foi?

– Canta a música agora?

– Música? Que música? – perguntou Temari.

– A música que ele fez lá na prisão. – respondeu Ino.

– Eu também quero ouvir.

Não tendo outra opção Gaara pegou o violão e ficou a testá-lo tocando alguns acordes. Com tudo em ordem, ele tossiu um pigarro e começou:

Não quero imitar Deus ou coisa assim

Só quero encontrar o que é melhor em mim

Ser mais do que alguém que sai num jornal

Mais do que um rosto num comercial

E não é fácil viver assim...

Se eu quiser chorar, não ter que fingir

Sei que posso errar, que é humano se ferir

Parece absurdo, mas tente aceitar

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Que os heróis também podem sangrar

Posso estar confuso, mas vou me lembrar

Que os heróis também podem sonhar

E não é fácil viver assim...

Seja como for agora eu sei

Que o meu papel não é ser herói no céu

É na Terra que eu vou viver.

Eu não sei voar, Isso é ilusão

Não se pode andar com os pés fora do chão.

Sou só mais alguém querendo encontrar

A minha própria estrada pra trilhar

Apenas alguém querendo encontrar

A minha própria forma de amar, de amar...

De amar...

E não é fácil...

Viver...

Assim...

Ao terminar as garotas estavam boquiabertas. Parecia uma história contada em forma de música, o que realmente era. Ali Ino o que realmente ele sentia e que o “herói” com a qual ela o chamou um tempo antes encaixou-se perfeitamente na letra que ele escrevera. Depois dos aplausos ao “cantor”, Temari pediu licença e saiu para comprar algumas coisas. Enquanto isso Gaara e Ino voltaram à sala e ficaram a conversar.

– Que música linda. – disse Ino.

– Gostou mesmo?

– Muito. Não sabia que você fazia musicas.

– E não faço. Essa foi a primeira e única.

– Bom, mudando de assunto... gostou de voltar pra casa?

– Nem tenho como agradecer Ino. – tocou a mão dela firmemente, sendo retribuído por ela.

– Não... não precisa. – gaguejou a loira.

Chegaram mais perto um do outro e se olharam bem nos olhos. A atração ficava mais forte e suas bocas começaram a chegar mais perto e mais perto... Sentiam a respiração do outro e quando seus lábios se tocaram eles ouviram a maçaneta da porta girar e a porta abrir: era Temari que acabara de chegar em casa. Eles rapidamente se afastaram e recuperaram o fôlego mesmo sem ter beijado. Temari ao ver a cena fez uma cara de “Ih! Cheguei na hora errada.” Mas aquele era só o começo desse dia fora da cadeia que começou especial e tinha de tudo para se tornar cada vez mais inesquecível.