The Avengers: My Asgardian Prince Charming

Capítulo XIV - Cada Um Tem Suas Kriptonitas


– Um, dois... Pliél... três, quatro... Sissone!... cinco, seis... Arabesque!... sete, oito... Piroutte!... nove, dez... Grand-plié! - Lola fazia os passos à medida que os nomeava.

– Que coisa ridícula. - Loki balançava a cabeça com desprezo.

– Não é nada! Isso é lindo, e se chama Ballet! - Lola defendeu a coreografia fazendo mais um "Pirouette".

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– É uma dança medíocre e entediante como toda a humanidade. - Loki continuava banhado em repúdio.

– É uma dança ridícula, Steve? - Lola perguntou ao Capitão recostado na parede de braços cruzados.

Rogers se divertia cada vez menos com esses encontros insistentes de Lola com aquele asgardiano cruel. Ele balançou negativamente a cabeça para a pergunta dela e tentou forçar um sorriso.

– Por que está repentinamente empolgada com o Ballet? - Steve perguntou.

– Não é só o Ballet! São todas as danças! - Lola disse mais motivada fazendo mais passos. - Como não pude desfrutar do carro que Anthony me deu, ele resolveu me presentear com aulas de dança lá na Quinta Avenida. -.

– Por que você não pôde desfrutar do carro que ele te deu? - Rogers perguntou intrigado.

Lola parou de dançar no meio da sala, e Steve pôde ver um relance de frustração nela: um quadro de uma garota fragilizada com uma figura maligna sentada metros atrás dela, olhando-a com igual interesse para a resposta que sairia dos lábios da Stark.

– Eu... Eu... - Lola olhou o chão inspirando fundo, seus ombros caíram. - Simplesmente não estou pronta. Não sei se conseguirei dirigir um carro novamente. -.

– Oh! - Steve teve um vislumbre do motivo. - O seu acidente... Você ficou traumatizada com isso também?! -.

– Não tenho orgulho de dizer isso, mas... Sim. - Lola virou para encarar a parede.

– Fraca! - Loki exclamou.

– Como é que é?! - Lola o encarou surpresa pela acusação.

– Fraca!... Desprezivelmente fraca!... Humana nauseante!... Você deveria ter vergonha de si mesma! - Loki continuava seus insultos. - E ainda ousa dizer que seria uma boa Princesa das Trevas. Você humilha todos os antepassados que tiveram seu sobrenome um dia! -.

– Pare! - Steve exclamou, Loki o ignorou.

– Vocês humanos são apegados a sua própria fraqueza, veneram o sofrimento!... Tentam se enganar pensando que o "Amor" é o que os rege, mas a verdade é que o quê os move é a Dor e o Medo. Vocês temem seus próprios Deuses, temem a natureza, temem a morte, temem a si mesmos... São puro asco! E você... Você é um grande nada, que tenta se sentir especial na expectativa de esconder o vazio de sua vida insignificante... - O asgardiano continuava a expressar sua cruel opinião.

Lola prestava atenção enquanto era golpeada pela aspereza.

– Cale-se! - Steve advertiu se aproximando de Loki, o deus da trapaça tornou a ignora-lo.

– Fraca! Vulnerável!... Você vive seu presente temendo os acontecimentos de seu passado, e tenta esconder seu temor num mascaramento fajuto de alegria e bom humor. Você é uma péssima farsa... - Loki teve seu discurso interrompido pelo impacto de uma bofetada que uma mão do Capitão lançou nele.

– Eu disse para se calar! - Steve olhou em fúria para o rosto do prisioneiro que voltava para o lugar depois do tabefe com um sorriso perverso e satisfeito estampado.

Lola piscou apenas quando Loki foi atingido, havia perdido a noção de realidade enquanto estava inundada pelos insultos que a magoavam pela primeira vez. Ele tinha encontrado o ponto fraco dela e aproveitou disso.

Preocupado, Steve a pegou pelo braço carinhosamente e começou a guiá-la na direção da porta.

– Vamos sair daqui. - Ele disse. Lola não tentou protestar, permitiu ser afastada de Loki. - Não ligue para as coisas que ele falou. Você já passou tempo o suficiente perto dele para perceber que ele faz de tudo para atingir todos nós. - Rogers a confortava quando a porta se fechou atrás deles e os dois se encontravam no corredor com os guardas.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Lola bateu as pálpebras rapidamente dissipando a água salgada que havia se formado em seus olhos, impedindo-se de chorar.

– Mas ele está certo. Eu sou fraca. - Lola disse com amargura olhando o chão. As palavras de Loki doeram tanto porque quando se referiam a garota Stark (excluindo o discurso chulo sobre a humanidade) ela as consideravam verídicas em seu profundo interior consciente.

– Não é verdade. Você não é fraca, ok? - Steve começou a defendê-la de Loki e de si mesma.

– Não?! - Ela ficou em frente a Rogers esperando que ele comprovasse com argumentos o que Lola desejava fortemente acreditar.

– Não. - Steve desceu a mão que ainda estava no braço dela até a sua mão, e continuou seu discurso. - Desde pequena você foi obrigada a passar por coisas demais nessa vida... -.

Lola o olhava e ouvia tristemente.

– Você não teve um pai por tempo bastante... Você assistiu e sobreviveu ao massacre de grande parte da sua família... Você sofreu um acidente de automóvel que quase te matou... Você foi congelada e acordada numa época onde quase todos os seus entes queridos estão mortos. - Rogers narrava os piores acontecimentos da vida dela, e Lola voltava a encarar o chão. - É claro que haveria sequelas psicológicas, porque você é humana! Mas isso não tem nada a ver com fraqueza. Pelo contrário! É o seu subconsciente tentando sobreviver após tanta carga de sofrimento. Você não é fraca, Lola... Você é uma lutadora! - Ele disse, mas ela continuava frustrada olhando o chão.

– Você só está dizendo isso na tentativa de fazer eu me sentir melhor. - Lola fez uma observação.

– É claro que estou! Mas isso não diminui o fato de ser a verdade. - Rogers afirmou, e ela continuava tristonha.

Steve livrou-se do escudo que estava na outra mão, recostando-o na parede, e tocou o rosto de Lola erguendo-o para que ela o olha-se nos olhos; enquanto os dedos da outra mão apertavam a dela transmitindo força.

– Olhe para mim. - Ele disse e ela assim o fez. - Você pode ter os seus traumas que a impedem de viver tudo normalmente como as pessoas que nunca passaram pelas mesmas experiências que você, mas o que prova a sua força é sua capacidade de vencê-los aos poucos. -.

Lola franziu sua testa confusa. O que é que ela estava vencendo e não sabia?

– Uma vez você me disse que não poderia ser amiga do Capitão América. E bem... Aqui estou eu tocando em você, e não tentou me impedir por um segundo qualquer! Você disse que me odiava em uma época. E aqui está você querendo ouvir de mim o porquê de eu não te achar fraca... Olhe para mim! Estou vestindo o meu traje e você não está se importando... E lembro bem que quando você me viu pela primeira vez nele, pude ver o tamanho da sua repulsa através de seus olhos. Os dias foram se passando e a sua aversão transparecida neles foi reduzindo gradativamente, até agora que olho para eles e não consigo a encontrar... - Steve tentava fazê-la perceber a realidade.

Lola deu uma breve olhada e notou que ele estava mesmo todo trajado com a sua vestimenta oficial, até o capacete Steve usava, e ela nem tinha percebido; havia caído num hábito. Rogers prosseguiu com suas explicações.

–... Eu poderia muito bem te trazer aqui para ver Loki sem esta roupa, o escudo seria mais do que suficiente para tentar nos defender caso um contratempo ocorresse, e enquanto os outros vingadores não fossem convocados ao nosso auxílio pelas câmeras; mas eu preferi vir sempre vestido para provar a você que pode superar e está superando a parte dos seus traumas que envolve o nosso país. - Steve já sabia que o país era "nosso" e não "dele", porque Tony contou a Rogers que Lola não era cubana de verdade.

– Acho que o papai deveria ter gastado mais esforços tentando te trazer para me dar lições pessoalmente, ao invés de por meio daqueles filmes ridículos. - Lola brincou. Em seguida entristeceu-se de novo desviando o olhar de Steve.

Ele tratou de chamar a atenção para si outra vez.

– Você vê? Você é capaz de superar!... Mesmo que bem lentamente. Não é uma escrava das limitações causadas pelas coisas que a traumatizaram. Você É forte! - Steve queria enfatizar a atenção e colocou as duas mãos ao redor do rosto dela. - Não escute o que aquele infeliz disse. Ele sim é fraco! Escravo da própria perversidade cega. Você é humanamente... Linda... - Rogers notou de forma repentina o quão próximo havia ficado. Seu batimento cardíaco entrou em um colapso acelerado. Era o mais perto que ele já havia chegado.

Lola também percebeu a proximidade repentinamente, estava mergulhada na empolgação motivadora do Capitão. De início ela não soube bem como reagir, ficou paralisada, apenas expirando e inspirando de forma pesada.

O tronco dela estava colado no tronco fardado dele; ela até podia sentir a estrela branca em autorrelevo contra sua pele. A única coisa que os separava eram poucos centímetros entre as faces.

– Lola... - Ele disse parecendo que ia se desculpar pela aproximação, mas não se afastou.

– Steve... - Ela conseguiu sussurrar, era um pedido implícito e involuntário para que ele não se distanciasse.

Rogers varreu o rosto dela com os olhos. Lola engoliu em seco acompanhando o movimento do olhar dele. Steve acariciou uma bochecha da garota com um polegar e ousou deslizar uma mão até a nuca dela. A Stark o olhava com expectativa, suas mãos pousaram sobre as laterais das costelas dele.

Lola mal podia esperar. Seria agora, ela sabia! Seria agora o seu primeiro beijo. E por ironia do destino, quem a beijaria seria o Capitão América. Que se dane o destino! Ela queria beijar ele. Queria muito!

Nem Lola, e nem Steve parecia se importar com as duas colunas de agentes do lado de fora da porta de Loki, no corredor junto a eles, que podiam muito bem vê-los de camarote. Esses agentes eram tão cobertos e treinados para ficar imóveis, que a Guarda Real inglesa era menos estátua do que qualquer um deles.

Os dois se sentiam sozinhos ali e no mundo. Rogers fechou os olhos e se inclinou na direção dela. Lola fez o mesmo, enquanto apertava a farda azul embaixo de seus dedos. As respirações entraram numa mesma constância fundida e os lábios estavam a nanômetros de se encostarem, quando alguém pigarreou chamando a atenção dos dois, atrapalhando-os.

Steve e Lola quase pularam se separando. Acabaram encarando envergonhados Natasha Romanoff. Há quanto tempo ela estava ali os observando? Nenhum dos dois a notou chegar em momento algum.

– Está na hora do meu turno. - Romanoff explicou com um sorriso malicioso no rosto os olhando.

– Err... Ah... É... Eu já estava indo lá para cima almoçar! - Lola desapareceu num vulto pelos corredores sem olhar para trás.

Natasha olhou para Rogers com uma cara risonha.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Steve, Steve... - Ela o recriminava de brincadeira. - Você, Lola e fondue? - A ruiva provocou cruzando os braços.

– Não sei, talvez o Barton saiba. - Rogers devolveu a provocação pegando seu escudo.

– O que é que tem o Barton? - Natasha tentou fingir não entender.

– Não sei... Eu não sei de nada, me diga você. - Steve a olhou fingindo inocência sobre esse assunto.