A Odalisca

Capitulo 28


TV BBC NEWS

“Hoje o Egito despertou com uma triste notícia.

Morreu aos 54 anos, a matriarca da família real dos Al Badim.

“ Rainha Esme Al Badim, era casada com o rei Carlisle Al Badim e deixa dois filhos, Príncipe Edward e futuro herdeiro do trono e a rainha Alice, casada com o rei Jasper da Turquia.”

“ De lá de Cairo, falamos com nosso correspondente local, Laurent Losekan. – aparece a imagem do repórter na frente do Palácio, em Cairo. Vários repórteres também aparecem espalhados tentando cobrir a noticia. - Laurent, você nos escuta? – pergunta a jornalista.”

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—“ Sim...escuto – aperta o fone no ouvido - É verdade, Anna Stewart. Bom dia a todos aí da BBC News e todos nossos telespectadores. – respondeu o repórter no microfone – Não só o Egito como o restante do mundo, acordou com essa notícia que causou uma comoção geral. A rainha Esme era conhecida por ser bem direta e afável com seus súditos. Tornou-se rainha com apenas 28 anos depois de casar-se com o emir. Ela era filha do então falecido, ministro Aleksander Knorfy e da duquesa Kéfera Sanya, herdando assim o título real. A ultima imagem que temos dela é essa – aparece a rainha numa foto oficial com a família. – onde a Rainha Esme aparece ao lado do marido, o emir Carlisle e os filhos, a poucos dias atrás, no segundo casamento do príncipe sheik Edward Al Badim.”

— “E sobre a morte Laurent?- questiona a repórter – É verdade esses rumores sobre envenenamento?”

—“ Então Anna, até agora não se sabe as causas da morte, mas segundo a própria polícia já se fala na hipótese sim de envenenamento.”

— “É uma noticia chocante, não é mesmo? Ainda mais nessas condições tão...tão... como eu posso dizer...absurdas!”

— “É sim. Todos estão chocados com essa possibilidade e fala-se inclusive em atentado terrorista, embora nenhum grupo tenha assumido ainda a autoria.”

— “O que torna ainda pior é que isso ocorreu dentro do Palácio, quer dizer, onde a segurança estaria mais presente; um dos locais mais vigiados aí do Egito.”

—“ Sim...sim. Porém ainda não foi até o momento uma noticia digamos oficial, até porque várias autoridades mundiais estariam presentes no Palácio para a cerimônia do casamento do príncipe Edward. Então isso poderia gerar um conflito ainda maior.”

— “Só um minuto aqui Laurent....nós recebemos algumas postagens de lideranças mundiais que não puderam comparecer aí em Cairo e enviaram mensagens de consolo a família real. – a repórter pega um papel – o presidente da França, Marllon Olande diz abre aspas: “ A França está em luto profundo com a perda de uma mulher excepcional, não só para o Egito como para o mundo. Principalmente por ser um ícone da luta pelos direitos das mulheres no Oriente. Uma perda inestimável!”fecha aspas.

“Já o presidente dos EUA, Franklin Johnson, que estava com reações estremecidas desde a morte do general Collins disse, abre aspas: “ O Egito perdeu hoje, um mulher que honrou seu povo de todas as formas cabíveis e possíveis. Minha solidariedade à família do emir Carlisle Al Badim e todo a nação egípcia.”- a repórter comprimi os lábios em lamento, permanecendo em silêncio por alguns instantes. “Voltamos com você Laurent.”

— “Ontem a noite e nas primeiras horas da madrugada, o corpo da rainha permaneceu apenas com os parentes e amigos mais íntimos e agora a pouco, as 7 horas, foi aberto ao público para que pudesse se despedir. De lá o corpo da rainha seguirá para o jazigo real da família, já que segundos os costumes judaicos não é permitida a cremação. O cortejo até o local está com o horário marcado para saída aqui do Palácio as14:00hs e o horário para o enterro será as 15:30hs, apenas com a presença da família.”

Pov Isabella

Estava deitada com Alice na cama. Ela conseguiu dormir depois de engolir escondido dois calmantes. Ela não tinha intenção de fazer isso. Só que quando disse que não teria forças para ver a mãe em um caixão, não tive argumentos para impedi-la.

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É claro que por ser também uma rainha, era também seu dever não faltar a este compromisso. Sempre o dever. O dever e obrigação nos quais Edward tanto falava. Por isso não a impedi quando concluiu que só se a levassem carregada para a despedida. Pegou, com os olhos inchados e vermelhos, um pequeno frasco em sua bolsa. Tomou os dois comprimidos e se deitou. Agora já dormia profundamente. Apenas algumas horas de descanso, até que acordasse.

Quando acabou o enterro, Edward pediu que eu esperasse aqui no quarto da irmã. Ele e Jasper seguiram para o escritório de Carlisle. E lá estavam a algum tempo.

Me levantei rápido quando ouvi as batidas na porta. Era Jacob. Trazia uma enorme bandeja prata coberta.

— Não sabia que além de babá, professor, segurança, agora também era garçom. – brinquei um pouco ele. Jacob fez uma leve careta. Colocou a bandeja sobre a mesa e destampou. Varias mini tigelas com diferentes caldos e acompanhamentos.

Edward já havia me informado de que de agora em diante eu comeria apenas o que Jacob me trouxesse. Nenhum outro alimento vindo de qualquer outro empregado do palácio,era para eu aceitar.

Lembrar daquilo me causava arrepio.

— São ossos do ofício. – ele respondeu.

— Não estou com fome. – tampei a bandeja.

— Então depois coma. O sheik precisa mais do que nunca de você agora. E você enfraquecida só lhe causaria mais problemas.

Soltei um suspiro.

— Sei que preciso me alimentar, mas acho que não consigo. – lembrei do que havia escutado mais cedo, de que talvez a rainha tivesse sido envenenada.

— O problema é que ninguém esperava que o inimigo pudesse está tão perto.

— E ele? – perguntei me referindo ao tal inimigo. – o rei Aro, já partiu?

— Sim. – respondeu Jack. – Ele não ficou até o final. Já seguiu direto para o aeroporto.

— Se eles já suspeitam que foi ele porque não...

— Por quê são suspeitas. Até que consigam provar. – ele olhou para Alice.

— E ela, como está?

— Muito triste. Tenho medo de que quando acorde se sinta ainda pior.

Ficamos ali meio perdidos em nossos pensamentos até que meus pensamentos voltaram para o dia passado. Algo não se encaixava. Depois de tanto tempo, porque matariam a mãe de Edward agora. Até onde sei, ela e Rosalie se davam bem.

— Jack. – o chamei com uma lembrança que me atormentava nessas ultimas horas. – Foi você que encontrou a rainha Esme, não foi? – ele me encarou imaginando onde eu queria chegar.

— Foi – disse desviando o olhar.

— E onde a encontrou?

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Pov Edward

— A ocasião é delicada, mas... dadas as circunstâncias. – meu pai continuava insistindo naquele assunto. Agindo como se tudo estivesse normal.

Providenciou todos os detalhes para o enterro, não permitindo que nem eu ou Jasper o ajudasse em nada e agora essa reunião.

— Está dizendo que me entrega o reino de Omã?!

— Sim. – afirmou. Jasper me encarou também sem entender.

— Faz poucas horas que tive que enterrar minha mãe. Poucas horas que ela foi assassinada aqui, dentro de nossa casa, embaixo do seu nariz. – estava furioso com aquela atitude dele. Estava agindo como um covarde - E essa é a hora que vem me dizer que me proclama rei daquele país? – esbravejei. Minha voz saiu trêmula. – Temos que ir atrás dele. Fazê- lo pagar! Declarar guerra contra ele!

Meu pai me encarou com os olhos frios e vazios, como se não tivesse ouvido o que acabara de dizer.

— É inadequado fazer celebrações gigantescas tão pouco tempo depois dessa perda para o país. Então não será nada muito grandioso. – Pegou alguns papéis e começou a assiná-los. – Você partirá com sua esposa Amirah pra lá logo depois da coroação.

Esfreguei as mãos no rosto sem acreditar.

— Por que está fazendo isso? – segurei seus ombros o sacudindo – Porque está me afastando agora? Logo agora? – Jasper me segurou.

— Por que eu não vou permitir que mais ninguém os machuque!- meu pai berrou se livrando de mim. – Não vou deixar que nem você nem sua irmã pague pelo modo que venho governado o Oriente!

— Do que está falando? Sabemos que foi ele o culpado!- gritei me referindo a meu sogro – Ele tentou matar Isabella! Não permitirei que ele saia impune disso! Eu mesmo irei atrás dele e irei matá-lo!

— Não irei desperdiçar vidas!– meu pai disse rudemente.

— Vamos atrás dele! Somos mais forte. Nosso exercito é maior em numero e ...

— O farei pagar por isso. – sua voz era ameaçadoramente calma. – E quero que neste dia vocês estejam ao meu lado. – olhou de Jasper para mim. Conheci a verdade quando olhei em seus olhos. Iríamos nos vingar, juro por Alá. - Antes iremos nos preparar.

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3 DIAS DEPOIS

POV ROSALIE

— Sua incompetente! – Rosalie gemeu ao sentir os pontos apertarem pelo esforço.

— Acalme-se senhora. Alguém pode nos ouvir. – Victória pediu olhando para a porta.

— Infeliz! Como pode ser tão burra. Era para ter dado fim a vida daquela vadia. E você... – gemeu novamente com a dor.

— Foi o que eu fiz senhora. Coloquei o liquido na jarra e a criada encarregada dela a levou direto para o quarto. Eu estava escondida, mas vi quando ela entrou e deixou no quarto.

— Alguém mais viu a empregada que levou o chá?

— Acho que sim.

— Você acha!?

— Sim. Havia um segurança com ela. O mesmo que reconheceu a mulher de ter levado a jarra.

— Isso foi tudo culpa sua! – ela de repente esbravejou.

— Como assim? Eu lhe avisei que aquela quantidade toda poderia matá-la.

— Cale a boca! Veja seu tom de voz para falar comigo! O que pensa que eu sou?

— Sinto muito princesa. – Victoria tinha as duas mãos unidas e a cabeça baixa.

A ex odalisca não parecia ser mais tão útil para ela. Sabia muita coisa a seu respeito. Havia a possibilidade da criada algum dia traí-la. Principalmente se estivesse com sua vida em risco. Antes, Rosálie pretendia arrancar tudo o que Victoria pudesse saber ou fazer para ajudá-la e quando estivesse em seu auge se livraria dela. Tentou se ajeitar melhor na cama

— Por hora não precisamos nos preocupar com isso. Menos mal.

Victoria levantou um pouco a cabeça encarando a amada, sem saber se ficava impressionada com seu sangue frio diante da situação ou horrorizada com tanta hostilidade saindo da boca de uma princesa.

— E meu marido? Onde está o sheik? Já estou aqui há três dias e até agora não veio me ver.

Victória ponderou por um tempo, pensando se deveria ou não ser portadora de mais notícias ruins.

Rosalie a encarava aguardando.

— Na noite passada o emir, o rei Jasper, o príncipe e outros ministros – ela começou – tiveram uma reunião de emergência e essa manhã, o sheik partiu para Omã.

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O rosto da princesa ficou vermelho.

— Não pode ser!- sibilou sem acreditar – E ele me deixou aqui!

Victoria quis morder a língua para não dizer qualquer coisa que pudesse chatear ainda mais a princesa.

Mas não conseguiu.

— O emir entregou o reino para ele. O sheik Edward antes de partir, foi coroado o rei de Omã.

— Como? Diga como isso pode ter acontecido?

— Com a morte da rainha, o Conselho e o emir ponderaram que seria melhor ter o representante legal no país para que não ocorresse nenhum levante de forças rebeldes, aliadas ao exército terrorista.

— Meu marido pensa que pode tirar tudo de mim: meu título, meu poder. Tudo. Acha que eu entregarei de bandeja para aquela que ele vadia que ele chama de esposa. Rosalie manteve o olhar firme - Pensando por um lado, isso saiu melhor do que eu esperava.

Victoria a observou em silêncio por um instante. Não sabia onde a amante queria chegar com aquela declaração.

— Eles suspeitam que ela foi envenenada.

— Isso agora não é problema meu. O que tem que fazer é apenas continuar agindo como sempre agiu. – sorriu com frieza – a criada que levou o chá..

— Foi Leila.

— E ela suspeita de algo? Viu quando você colocou o líquido?

— Não. Haviam outras pessoas na cozinha também. Ela está presa.

— Então pronto. Não tem com o quê se preocupar. – o sorriso se estendeu ainda mais - Ande – estendeu a mão – me ajude a levantar.

— Não pode. Os ferimentos ainda estão recentes. Podem abrir.

— Não seja tola! Agora mais do que nunca preciso me recuperar o quanto antes. Sem a rainha para comandar o palácio, logo eu assumirei meu lugar de direito. Muito em breve partirei para Omã. Sou a primeira esposa e isso nem Edward, nem o Conselho poderão me impedir.

Victória ofereceu o corpo para que Rosalie pudesse se apoiar e ficar de pé. Sentiu as dores a atingirem com força. A amante da princesa notou sua careta de dor. Inoportuna

Com muito esforço, a princesa conseguiu se ergueu. Alisou a camisola de seda e ergueu o queixo. Chegara sua hora. Aquela que tanto esperara. Com um sorriso nos lábios disse.

— Rainha morta, rainha posta.