Bolinho De Limão

Extra: No escurinho do... Stand-up?


Era enfim o dia de "folga" do programa que Izzy e Manuke administravam, conhecido também como BL. As garotas chamaram seus assistentes, Alexy, Ikki e Armin para assistirem a um show de stand-up na casa de shows do centro da cidade.

– Nós vamos passear no bosque... – cantarolava Izzy, saltitando ao lado de Manuke, os garotos atrás das duas, de hora em hora revirando os olhos com as baboseiras das duas.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Não, não vamos – Manuke deu um safanão não muito efetivo nas costas da outra, meio que se encolhendo logo em seguida – A gente veio ver um show e ponto.

Izzy mostrou a língua num gesto nem um pouco infantil e cruzou os braços, não conseguindo conter a empolgação e soltando uns risinhos contidos.

– Afinal, Manuke-sama – interveio Armin –, quem é que vamos ver, exatamente?

Manuke deu de ombros.

– Não faço ideia.

– Como assim, não faz ideia, sua mula decrépita? Não era você que tanto queria ir? – Izzy exclamou, alterando a postura para algo semelhante a um gorila civilizado.

– Ué, é um stand-up, vão ter várias pessoas se apresentando, dã! – Manuke respondeu, revirando os olhos.

– Pelo menos eu peguei a lista dos participantes – disse Alexy calmamente, entregando um folheto para as garotas.

Manuke o fuzilou com o olhar e nada sutilmente arrancou o papel das mãos dele.

– Não pense que é por isso que eu vou te odiar menos – disse ela, empinando o nariz.

– Afe, criatura, deixa ele fazer o agrado em paz!

– Tanto faz, eu só não quero saber de agarrações no escurinho do cinema – Manuke cantarola o final da frase, fazendo Izzy e os outros rolarem os olhos.

– Tudo bem então – Ikki disse enfim, como quem fecha um acordo.

– Tá. Vamos ver logo quem vai se apresentar – Izzy pegou o folheto junto de Manuke, analisando nome por nome dos comediantes.

– Por que eu não tô vendo ninguém dos Barbixas aqui? – Manuke indagou – Isso é preconceito! – ela atirou os braços ao ar.

– AH!

– O que foi, mulher?

– Izzy-sama?

– AIMEUDEUS! NUKE!

– O que foi, diabo do meu ódio?!

Izzy apontava freneticamente para um nome da lista como se fosse um botão.

– Gustavo Pereira?

– É!

– Espera aí...

– É!!

– AIMEUDEUS!

Armin e Alexy trocaram olhares confusos, cada um pensando pela milésima vez o quanto suas empregadoras eram esquisitas.

– O que houve? – perguntou Ikki, finalmente.

– GUSTAVO PEREIRA!

– É ELE!

– EU VIVI PRA ISSO!

– ARI-CHAN!

– O QUE É?

– O GUSTAVO PEREIRA!

– EU SEI!

Ambas davam gritinhos dignos de uma fangirl e pulavam de mãos dadas.

– Será que dava pra não surtar no meio da rua? – Armin olhou sem graça para os lados.

– VOCÊ NÃO ENTENDEU? É O GUSTAVO PEREIRA!

– Tá, e o que tem de tão especial nesse cara? – Alexy perguntou no lugar do irmão.

– ELE É O SOLUÇO! – Manuke urrou mais soando como um urso com diarreia.

– Hã?

– E O FERB! – Izzy completou numa voz aguda estridente.

– Foda-se o Ferb, ele nem faz nada de importante – a menor interrompeu o devaneio abanando uma mão.

– Foda-se você, eu gosto do Ferb.

– Quem você acabou de mandar se foder? – Manuke sorriu de um jeito psicopata.

– Você, sua kenga.

– Por favor, não comecem! – Ikki implorou, lá de trás do grupo.

Manuke e Izzy viraram suas atenções para o pequeno, que se escondia atrás dos gêmeos.

– Awn, desculpa, tá? – Manuke se acalmou tão rapidamente que parecia ser algo anormal – A titia Manuke não vai mais te assustar.

– De novo em terceira pessoa... – Izzy sussurrou para o vento.

Após um tempo de caminhada, o grupo virou uma esquina e finalmente encontrou a fachada da casa de shows.

Armin se pôs na frente do grupo e pegou o os ingressos, entregando-o para o senhor atrás da cabine da bilheteria da entrada.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Gustavo Pereira...! – Izzy continuava murmurando.

– Pára com isso, criatura! – Manuke deu um cutucão na barriga da maior – Parece que tá fazendo macumba...

– Pronto – Armin voltou para o grupo, entregando os tickets de entrada um a um – Agora vamos enfim!

– Uhul! – Manuke e Izzy exclamaram juntas.

– Quais são os seus assentos? – Alexy perguntou, enquanto se encaminhavam para o salão, com Ikki logo ao lado.

– Eu peguei o 24 – diz Izzy após olhar o ticket.

– Hummm sei. 24, né? – Manuke fez "aquela cara" para Izzy, que retribuiu o olhar e as duas começam a rir – Eu fiquei com o 25. Do lado da Ari-chan, ê!

– Ari-chan é o teu zegaborof... – Izzy se interrompeu assim que se lembrou de Ikki – ... Então, né? Qual o seu assento, Armin?

– O meu é o 26 – disse ele, mostrando o ticket para o moço da ponta da fila de entrada, que o pegou com aquela cara de "que bosta de emprego..."

– Que estranho... – Ikki olhou o ticket de Alexy antes do maior entregar os seus para o moço – Nós ficamos com o 127 e 128.

– Ué, como assim? – Alexy estreitou os olhos.

Izzy deu de ombros.

– Eu pedi pela internet, vai ver me enganaram... Mas pelo menos conseguimos os malditos ingressos! – ela deu um soco no ar.

– Eu quero ficar na frente! – Manuke interrompeu, apertando o braço de Izzy como uma criancinha.

– Ai! Eu também, mas não precisa me aleijar!

– Foi mal...

– Alguém quer trocar? – Armin perguntou.

Alexy e Izzy trocaram um olhar cúmplice e a garota assentiu em silêncio, suspirando logo em seguida.

– Tá, nada de trocas.

– OI? Como assim, tá doida? – Manuke se exaltou, gesticulando exageradamente – Eu não quero esses dois sozinhos juntos no fundo, não!

– Calma, esqueceu do trato? – Ikki olhou inocente para Manuke.

– É, e ainda tem outra: vai ter um monte de gente ao redor – Alexy concluiu.

– Sei não... Não conto muito com seu senso de pudor...

– Afe, Nuke, deixa isso de lado por um dia! A gente veio aqui se divertir, não? Deixa eles se divertirem também, do jeito que lhes convier.

– Tá. Mas não pense que é por que você fez biquinho que eu cedi.

– Cof cof tsundere cof cof cof – Armin começou a rir.

– Eu não fiz biquinho, fiz?

– Deixa pra lá.

Alexy segurou Ikki e o irmão, dando passagem para as garotas, depois Armin e entrando em seguida com a mão apoiada no ombro de Ikki.

– Acho que é por ali – Armin apontou para uma mesa com três cadeiras vazias na segunda fileira depois do palco.

– Achei as nossas – Alexy segurou a mão de Ikki – Até mais – e se dirigiu à uma mesa mais afastada com o pequeno logo atrás.

– Awn...! – Izzy fez biquinho ao olhar a cena.

– "Awn" nada – Manuke cutucou a cintura da outra – Anda, vem.

– Afe, pára de me cutucar!

Manuke e Izzy seguiram Armin que já estava bem à frente. Izzy e Armin se sentaram cada um em uma ponta, com Manuke no meio.

– O Gustavo Pereira é o terceiro, né? – perguntou Manuke, mexendo na decoração da mesa.

– Não, é o segundo – respondeu Armin, sorrindo.

Izzy tirou o folheto da bolsa e deu mais uma olhada rápida nele.

– É, é o segundo – ela revirou os olhos, vendo que o rapaz estava certo – O primeiro é um tal de...

– Tanto faz, o Gustavo Pereira é o segundo!

Izzy revirou os olhos novamente.

– Vão querer beber alguma coisa? – uma garçonete de idade apareceu ao lado da mesa deles.

– Pode trazer uma Sprite – disse Armin.

– Guaraná – Izzy e Manuke responderam juntas, rindo em seguida.

A garçonete anotou os pedidos num caderninho e saiu logo em seguida.

– Essa mistura de teatro com restaurante é bem convencional, não? – disse Armin distraidamente.

– É... – Manuke respondeu sem prestar muita atenção, virando o corpo para trás na tentativa de encontrar Alexy e Ikki.

– Pára de olhar para trás, Nuke! – Izzy soltou um muxoxo – Não é como se eles fossem aproveitar qualquer momento livre para se comerem.

***

– Tem suco de uva? – perguntou Ikki ao garçom assim que ele chegara.

– De uva só temos Fanta. E vinho – ele respondeu.

Alexy viu que o menor se empolgou ao ouvir a última opção e tomou a palavra antes dele.

– Pode ser uma Fanta mesmo.

– Mas... – Ikki começou a protestar.

– E para o senhor? – o garçom interrompeu, se dirigindo a Alexy.

Ikki dirigiu um olhar suplicante a Alexy, que entendeu a mensagem e cedeu, suspirando relutante.

– Pode ser o vinho, o mais fraco que tiverem.

– Sim senhor – o homem anotou os pedidos e saiu.

Alexy voltou a colocar o braço ao redor do pescoço de Ikki.

– Por que você quer tanto o vinho? – ele suspirou, baixando a cabeça para o garoto.

– Eu só queria provar...

– Vai ser só um golinho, então, viu?

– Tá! – Ikki abriu um sorriso entusiasmado e pulou no assento.

O apresentador enfim chegou ao palco, fazendo alguma piada de abertura e anunciando o primeiro participante logo em seguida.

– Eu nunca fui a um show antes... – Ikki disse quase num sussurro por baixo da voz do comediante se apresentando no microfone.

– Eu também não. Quer dizer, eu já fui num show de música, mas nunca de stand-up – Alexy sorriu para o pequeno e alisou sua bochecha com o polegar – Mas já vi alguns pela internet. São divertidos, você vai gostar.

– Certo! – Ikki sorriu inocentemente.

O comediante número um apareceu no palco fazendo piadas sobre Rio-SP.

Mesmo assim, Ikki não conseguia tirar os olhos do trio sentado à frente, Izzy e Armin se matando por Manuke. Ou quase isso.

***

– Só eu que tô entendendo essas piadas? – Izzy continuava rindo das piadas como se sua vida dependesse disso.

– Lógico, talvez porque você é de São Paulo? – Manuke deu de ombros e riu das risadas espalhafatosas de Izzy.

Armin pegou a latinha de Sprite e a sacudiu, abrindo um sorrisinho prepotente logo em seguida.

– Afe, acabou...

Izzy e Manuke continuavam distraídas com a apresentação enquanto Armin se levantava para jogar a latinha na lixeira e retornava.

– Cara, não sabe jogar basquete não? – perguntou Izzy para Armin assim que ele se sentou.

– Alguém disse basquete? – Manuke olhou para os lados.

– Só se for num console – Armin deu de ombros e pegou o Guaraná ainda pela metade de Manuke, dando um gole.

– Ei! – a garota exclamou.

Izzy pegou prontamente a lata da mão do rapaz e a tirou dele, fazendo um pouco do líquido escorrer pela boca do moreno.

– Afe!
– Agradeça por ter caído na mesa, não na sua roupa – disse Izzy sem olhar para o maior.

Armin bufou e cruzou os braços, olhando para o apresentador que anunciava agora o segundo participante.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– AIMEUDEUS, É AGORA!

Izzy e Manuke se abraçaram, dando pulinhos nos seus respectivos assentos.

– ... fiquem com ele, Gustavo Pereira! – o apresentador anunciou e a plateia aplaudiu, Izzy e Manuke mais espalhafatosas do que qualquer outro ali presente.

"Afro-Deus da dança é ciclope..."

– Ah, foi mal, é o meu – disse Armin, pegando o celular no bolso.

– Me dá isso aqui! – Izzy pegou o celular das mãos de Armin, que acabara de tocar, só não tão audível por causa do barulho dos aplausos.

– Ei!

Izzy colocou o celular no silencioso e viu a mensagem que acabara de chegar.

"De: 'O meu lado viado'

N se matem, 2bj

– Há: menos de 1 minuto"

Izzy riu e revirou os olhos, olhando para trás, para Alexy.

***

Alexy ria agora com Ikki no colo.

– Esse cara é engraçado! – Ikki riu, falando do comediante – Mas eu não acho que ele tenha cara de virilha.

– É só pra fazer piada, Ikki, não tem muito a ver com a realidade.

Alexy sorriu para o pequeno e bebericou o vinho.

– Me dá mais um pouco, Alexy-san? – Ikki pediu, fazendo biquinho.

Alexy revirou os olhos e colocou a taça de volta à mesa, o olhar severo.

– Se você continuar me chamando de "-san", eu não dou.

– Desculpa...

– Não tem problema – Alexy farfalhou a mão pelo cabelo de Ikki – Mas é o ultimo, tá bom?

– Eba!

Ikki pegou a taça, pronto para dar o segundo e último gole, quando Alexy riu de uma das piadas, fazendo um pouco do vinho cair da taça direto na blusa listrada do garoto.

– Ah! Alexy!

– Ai não...! Desculpa, Ikkinho, sério! – Alexy tirou o menor do colo, angustiado.

– Tudo bem, dá pra lavar... – Ikki se levantou, ignorando o jeito como fora chamado pelo maior e cutucando o tecido.

– Não, não dá! – Alexy se levantou de supetão – Ah... Desculpa, é que mancha de vinho é triste de sair...

– Então vamos dar um jeito nisso logo!

Antes que o maior pudesse protestar, Ikki saiu para fora do salão, e Alexy foi junto.

– Espera!

Ikki entrou no primeiro banheiro masculino que encontrou, parando apenas de frente para os espelhos, encarando o estrago feito pela bebida.

– Ikki!

Alexy entrou logo atrás, já arfando, no banheiro vazio.

– Tá legal – disse ele pegando um punhado de papel toalha e umedecendo-o com sabão – Eu não sou nenhum expert em manchas, mas acho que não vai adiantar muita coisa.

Ikki entendeu de imediato o que Alexy pretendia e esticou a blusa no seu corpo assim que o maior se ajoelhou, deixando-o esfregar o punhado de papel nela.

– Ah... Ah! Faz cócegas! – Ikki riu, se contorcendo e atrapalhando Alexy.

Ele soltou um riso nasalado da reação do menor. Se levantou novamente e pôs o papel empapado de sabão em cima da pia. Em seguida, segurou a barra da blusa do menor e a puxou para frente, fazendo menção de retirá-la.

– Eh?

– Tira ela – disse Alexy, convicto – Vou tentar de outro jeito.

Ikki assentiu, um pouco corado, e rapidamente tirou a blusa, entregando-a para o maior, deixando o cabelo antes arrumado, todo bagunçado de um jeito fofo.

– Desculpa estragar a roupa que você comprou para mim... – Ikki sussurrou, baixando a cabeça.

– Ah, que é isso... A gente pode comprar outra ainda mais bonita – Alexy disse, abrindo um sorriso, mas ainda encarando a mancha na blusa enquanto a esfregava – Além do mais, eu vi você olhando para aquela camiseta de gatinho... – ele voltou a atenção para o garoto. Algumas mechas azuis escuras dele formavam algo parecido com orelhinhas de gato – Ficaria perfeita em você.

– Você acha? – disse Ikki, levantando o olhar, o rosto levemente corado.

Alexy, num instante de inconsciência, deixou de lado a blusa e se ajoelhou novamente de frente para o pequeno, alternando o olhar do orbe azul para o roxo, a mão esquerda debaixo do queixo dele.

– Qualquer coisa... – disse ele, mais para si do que para Ikki, encarando-o de um jeito distante – ficaria bem nesse seu corpo tão... delicado...

Alexy sussurrou a última parte antes de segurar as bochechas do menor delicadamente e pousar seus lábios sobre os dele.

Ikki arregalou os olhos, surpreso, mas logo cedeu e abriu levemente os lábios, dando passagem à língua atrevida do maior.

Alexy segurou a cintura nua de Ikki, puxando-a contra si, fazendo o pequeno arquear as costas. O heterocrômico tentou empurrar Alexy inutilmente, então afastou a cabeça em busca de ar.

– A-Alexy-sa... – ele abanou a cabeça – Não podemos aqui... Mesmo sozinhos...

– Podemos sim... Não estamos no salão, estamos? – Alexy tomou Ikki nos braços e o colocou sentado na parte seca do balcão da pia, encostado-o todo encolhido na parede. Ikki arquejou com o contato gélido das costas com a parede fria no exato instante em que Alexy abocanhou seu pescoço.

– Mmh...!

O maior segurou novamente a cintura de Ikki com uma mão, evitando que o menor se encostasse na parede, apoiou a outra sobre os joelhos dele e aproveitou a vulnerabilidade daquele corpo esguio para acariciar a pele desnuda.

– Shh – Alexy censurou o menor, logo em seguida tomando posse de seus lábios novamente, sugando-os com vontade com sua boca gulosa.

Ikki inspirou profundamente antes de beijar de volta, segurando com firmeza os ombros de Alexy e encostando aos poucos as costas na parede, deixando que as mãos do maior percorressem seu contorno. Sem ou por querer, o pequeno mordiscou de leve o lábio dele, puxando-o, o que fez Alexy sibilar durante o processo. A mão direita do rapaz desceu pelas pernas até alcançar o fundilho da bermuda de Ikki, alisando suavemente ali.

– Aahn! A-Alexy... – o pequeno gemeu manhosamente, apartando o beijo e estremecendo com aquele toque suave e estimulante.

Alexy sorriu de canto e tocou sua testa com a dele, encarando o garoto ternamente.

– Tão inocente... – ele sussurrou, levando a outra mão aos mamilos, alisando ali, então dando o seu melhor olhar 43 – ...e tão erótico ao mesmo tempo...

Ikki tentou evitar o olhar animalesco que Alexy lhe dirigia agora, soltando as mãos dos ombros dele e deixando-se levar pelas suas carícias.

Alexy esticou um pouco o pescoço, roçando seus lábios quase imperceptivelmente. O menor abriu a boca, pedindo por um beijo, mas Alexy apenas sorriu de canto e afastou o rosto, deixando o pequeno sem saber o que fazer.

Ikki corou violentamente assim que sentiu a mão de Alexy abrindo os botões da sua bermuda.

– A-anh...! – ele arquejou – Alexy... O-o que você...

Antes que Ikki pudesse completar a frase, ela fora entrecortada pelos lábios do maior, que lhe deu um selinho apressado e voltou a encará-lo.

– Eu finalmente cheguei até aqui, por favor não me pare agora... – ele praticamente ronronou, os olhos cheios de súplica.

Para Ikki, se o Gato De Botas tivesse uma personificação azulada, seria a cara de Alexy naquele instante. Compreendeu instantaneamente onde ele queria chegar e, não resistindo àquele pedido, assentiu levemente com a cabeça, abrindo um sorriso inocente. Alexy sorriu de volta, aliviado e desfez o sorriso do menor com um beijo suave e delicado, sua mão agora abrindo o zíper daquela peça de roupa tão inútil no momento.

BAM

– EU SABIA! – uma voz esganiçada ecoou pelo banheiro vazio.

Ikki soltou um grito encabulado, tentando cobrir o tórax com os braços inutilmente, e Alexy se virou bruscamente para a porta.

Armin encarava os dois com um olhar que misturava raiva e surpresa.

– Irmão?! – Alexy gaguejou – O-o que você...

– Eu é que pergunto! – Armin o interrompeu – A Manuke-sama me pediu pra vir procurar vocês!

– Nn... – Ikki gemeu em resposta já imaginando a bronca que levaria.

Alexy rapidamente pegou a blusa do menor e cobriu o corpo dele com ela, deixando exposto apenas o rosto completamente vermelho.

– Ah... – Alexy tentou encontrar uma desculpa plausível para sair daquela situação – E você deixou aquelas duas sozinhas? Elas devem estar se comendo agora mesmo!

– Pelo menos não seria como vocês! – Izzy entrou no banheiro atrás de Armin com um sorriso perverso no rosto. Algo nos olhos dela fez Alexy imaginar que a qualquer momento ela exibiria um polegar de joinha satisfeito para ele ou começaria a aplaudir.

– ELES 'TAVAM SE COMENDO?! – gritou Manuke, entrando aos tropeços no ambiente.

– Por que vocês estão no banheiro masculino? – Interveio Alexy, encobrindo Ikki com seu corpo, tentando desviar o rumo da conversa.

– A pergunta é – Manuke levantou um dedo contra ele –: POR QUE VOCÊ NÃO APRENDE, SEU MONGOL?

Ikki se sobressaltou.

– Não, não – disse Izzy segurando o ombro de Manuke antes que ela partisse para cima do azulado – A verdadeira pergunta é – ela se pôs de frente para Armin, tentando empurrá-lo para fora – POR QUE VOCÊ INTERROMPEU, SEU DOENTE?

– Mas eu...

– Ele estava cumprindo uma ordem minha, sua caraponga!

Izzy voltou o olhar para a garota, com um sorriso estranho esboçado nos lábios.

– Ah, se pois é assim... – ela levantou o punho, pronta para ir para cima da outra, quando foi impedida pelo grito estridente de Ikki:

– PAREM!

Alexy pulou para o lado com o susto. O ambiente tornou-se completamente silencioso após o eco do grito, não fosse pelos soluços contidos quase inaudíveis do pequeno que cobria o rosto com as mãos.

– Ikki...? – perguntaram Alexy e Manuke ao mesmo tempo.

Manuke se apressou e correu até o garoto, empurrando os outros em meio ao processo. Alexy tomou a mão dele nas suas, a preocupação evidente.

– Ikki? – o maior tomou a palavra, repetindo a pergunta.

– Por favor... – Ikki começou, a voz saindo trêmula – ...parem com isso...

– Ikki, o que foi que ele fez? – Manuke perguntou, segurando a outra mào dele.

Izzy e Armin se aproximaram um pouco.

– Nada, Manuke-sama – o heterocrômico finalmente encarou a garota – O Alexy não me fez nada de mais, nunca!

Manuke continuou parada ali, esperando algo convincente o suficiente para culpar Alexy por algum tipo de vandalismo inexistente. O rapaz também não fez menção de interromper o menor.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Nuke... – Izzy se aproximou e tocou o ombro da morena, esperando que ela não estivesse tendo alguma crise emocional interna.

– Eu queria que você parasse de me tratar assim... – Ikki continuou – ...como se eu fosse um cachorrinho, só por algum ódio bobo com o Alexy – ele respirou fundo, já esquecendo-se de chorar para chamar a atenção.

– Awn... – Manuke deu um abraço nele – Se era assim que você se sentia, desculpa! A Manuke não vai mais agir assim, tá?

Ikki teve vontade de rir. Ele olhou para Alexy, que o abraçou também logo em seguida.

– Seria mais gratificante se vocês se abraçassem, e não a mim.

Alexy arregalou os olhos. Manuke soltou o pequeno. Ambos olharam incrédulos um para o outro e para Ikki.

Izzy e Armin soltaram um riso frouxo de trás do trio.

– Por favor – Ikki sorriu, também com vontade de rir – Por mim.

– Err... – Manuke se virou para o maior e olhou para o lado, abrindo os braços. Alexy soltou o pequeno, incrédulo, e encarou a garota – Tá esperando o quê? – ela quase sussurrou, ainda não olhando o azulado nos olhos.

Alexy piscou várias vezes, como se estivesse acordando de um transe e, relutantemente, envolveu a menor com seus braços, ela que o segurou as costas num abraço desajeitado.

Ikki soltou uma gargalhada prazerosa, junto de Izzy, que observava a cena com a mão no queixo.

Então um carinha entrou no banheiro, se dirigindo aos mictórios.

– Será que eu posso mijar em paz?

Manuke e Alexy imediatamente se soltaram.

– Eh, então, né...

– Pois é...

E se dirigiram para fora do local, seguidos de Armin e Izzy segurando o riso e Ikki vestindo a blusa ainda molhada.

Alexy e Ikki deram as mãos não se importando com alguns olhares curiosos que lhes eram dirigidos, Armin ao lado do irmão.

– Já que a gente perdeu mais da metade do show – Izzy comentou com Manuke, as duas atrás dos garotos – Eu tive uma ideia.

– Fale.

– Eu vou contratar outro assistente – disse ela simplesmente.

– HÃ?! – Manuke quase caiu no chão, não fosse por Izzy que a tivesse segurado pelas costas.

– Calma! – ela disse antes que a menor pudesse retrucar – É que você tem dois assistentes de palco, eu quero dois também.

– Eu posso ter dois, mas o Armin é inútil!

– Eu ouvi isso – disse Armin, sem se virar para as duas.

– Olha – Izzy continuou, sem se importar muito com o comentário do rapaz –, confia em mim, eu sei o que estou fazendo.

– Hm... Sei não...