Scorpius & Rose (vol. 1)

Capitulo 19 - Buscas


Scorpius & Rose

Capitulo XIX - Buscas

Já se passavam duas horas de busca e nenhum dos três conseguia encontrá-la. Ao se esbarrarem na entrada do castelo, combinaram de se separar para facilitar as buscas, mas ela parecia ter evaporado. Rose questionou o primo para lá de nervosa quando os três tombaram pela terceira vez sem nenhum sucesso, Scorpius quase ficou de olho roxo tentando evitar que o punho da namorada chegasse até o rosto do melhor amigo. Os alunos já estavam estranhando toda aquela correria, mas ninguém quis se meter.

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Quando tombaram mais uma vez, agora só o casal de namorados no corredor vazio do terceiro andar, Rose suspirou profundamente.

– Isso é perca de tempo – ela lhe disse – Ela vai aparecer uma hora. Estou cansada e precisando de um banho.

E era verdade, ambos precisavam. Ainda estavam vestidos com os uniformes de quadribol, a lama seca rachando em alguns pontos.

– Ele não lhe contou o que aconteceu?

– Nas vezes que nos esbarramos, você estava junto e viu que ele só queria saber de achá-la. Não faço ideia do que houve. – Scorpius lhe respondeu passando a mão na testa.

– O que será que aconteceu? Porque eu juro que se Albus Potter cometeu a proeza de quebrar o coração de Lara em menos de um minuto, eu o mato!

– Não creio que seja o caso, moça – o loiro dizia paciente - Do contrario ele estaria aproveitando a festa da vitória que está rolando nas masmorras.

– Ah! – Rose bateu a mão na testa – Nossa, quase esqueci das comemorações marcantes. Você deveria está lá. Sério, eu posso continuar procurando...

– Está louca? E deixar vocês nessa, deixar Albus sozinho nessa? Sem chance.

A ruiva sorriu sem mostrar os dentes para o loiro, logo depois suspirou mais uma vez baixando a cabeça e pondo as mãos na cintura.

– Estou cansada, não foi um jogo fácil, mas também não posso deixá-lo tão louco assim. Ele nunca se mostrou assim, por garota nenhuma. Você acha que ela é diferente?

– Eu tenho certeza, flor – Scorpius acariciou o rosto de Rose, fazendo-a olhar para ele oferecendo-lhe um meu sorriso – Temos que continuar.

– Se ao menos tivesse uma forma fácil de encontrá-la – Rose pensou alto tristonha.

Os dois se olharam um pouco. Estavam cansados, queriam um banho e talvez alguma comida e dormir, tendo sonhos tão brilhantes e reconfortantes quanto um Patro...

– E tem! – a ruiva gritou dando saltinhos, chegou até beijar Scorpius rapidamente e depois continuou pulando, mas agora com a varinha na mão.

– O que vai fazer? – Scorpius perguntou surpreso.

Então Rose parou, fechou os olhos e se concentrou. Logo sua mente se esvaziou e devagarzinho pontos prateados de luz voltaram a preenchê-la. Viu um pouco borrado o pequeno Hugo, um embrulho azul nos seus bracinhos pequenos, depois as imagens mudaram para o seu primeiro dia em Hogwarts e a sua seleção para a Grifinória e depois veio o beijo, doce e roubado preencherão sua mente.

Scorpius demorou a entender, mas apenas sorriu quando da varinha de Rose surgiu uma linda águia prateada e saiu voando por entre os corredores, não demorando a sumir ao atravessar uma parede deixando seu rastro de luz.

– Como não havia pensado nisso, antes? – perguntou ela radiante.

– Bom, só espero que funcione – ele sorriu beijando a testa suada dela.

A espera não durou nem segundos direito. A águia luminosa saiu de uma porta ao lado de Rose, rodopiou a ruiva com satisfação e voltou a atravessar a porta. Rose pegou a mão de Scorpius e o puxou para dentro do banheiro da Murta-Que-Geme. O patrono rodopiava lá dentro seguindo para o último boxe do banheiro, Rose correu até lá e abriu a porta fechada sem hesitar. Scorpius estava logo atrás, tendo de lhe servi de apoio para o que os dois encontraram lá dentro.

.:x:.

Aquela altura da noite era quase impossível haver alguém acordado nas masmorras depois da comemoração pela vitória no jogo de quadribol, mas era só quase.

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– Você acha que ela vai ficar bem? – Albus sussurrou para a cama ao lado.

– Você ainda não foi dormir? – Scorpius murmurou de volta.

– Sabe muito bem que eu não consigo.

– Escute, Potter. Não sei o que levou-a a fazer aquilo, mas Madame Pomfrey nos garantiu que ela ficaria bem. O que eu sei é que se quer realmente alguma coisa com Lara, você terá que ter uma conversa franca depois que tudo isso passar.

– Estou atordoado... Confuso pra caralho.

– Você está apaixonado – Scorpius quis muito rir, mas não poderia esquecer de mais três colegas de dormitório ali roçando – Mas ela precisa de ajuda, Albus. Tem certeza que quer entrar nessa?

– Não sei... – o outro sussurrou mais pra si mesmo do que para o amigo.

– Bom, não precisa pensar nisso agora. Hoje foi um dia cheio e amanhã temos que pegar o Expresso para ir pra casa, tente dormir.

Ninguém disse mais nada e Scorpius estava quase cochilando quando a cama de Albus rangeu ao passo em que ele se levantou xingando baixo quando os pés tocaram no chão frio, porém, mesmo descalço ele caminhou saindo do dormitório e seguindo para o salão comunal da Sonserina, se jogando em um de seus sofás.

Franzindo o cenho e relutante, Scorpius o seguiu.

– Potter, o que você está fazendo? – ele questionou se encolhendo em uma poltrona próxima do amigo. – Está frio pra caramba!

– Quando você soube? – Albus estava pensativo.

– Quando eu soube o que? Do que você tá falando?

– Quando você soube que era Rose, mesmo tento outras cem garotas atrás de você?

Fez-se silêncio por alguns segundos.

– Sempre achei que fosse ela a me perguntar isso, não você. – Scorpius disse.

– Não seja babaca, Malfoy. Apenas responda!

–Na verdade, eu nunca parei pra pensar nisso – Scorpius assumiu uma postura distante. – Sempre a vi como uma garota especial, Albus, isso não é novidade para você. Rose tem uma coisa nos olhos que passa um calor encantador...

– Que gay, sua marica! – Albus começou a rir, tendo que colocar uma almofada no rosto para não fazer muito barulho.

– Ah, seu cuzão! Cala a boca!

– Tá, tá... Foi mal, foi muito mal... Estou interessado, realmente interessado. Continue, por favor.

– Se você rir de novo, vou estuporar você!

– Só continua!

– Albus, eu não sei bem... Sua prima é diferente, ela não olha para mim como “Ah! É o Scorpius Malfoy!” – o loiro usou os dedos para fazer aspas enquanto falava a última frase – Eu sou só eu naqueles oceanos azuis, não tenho sobrenome pra ela, entende? Ela não me julga por eu vim de uma família que fez tanto mal a tanta gente e mesmo com muita raiva ela não me incrimina por ter tido uma fama de galinha, ainda que menor que a sua.

– Acho que estou entendendo...

– Fora que ela joga muito bem, uma jogadora a meu nível na caçada. E ela é inteligente e eu não sei ao certo quando eu soube que era ela ou o motivo exato, eu apenas soube.

E o silêncio se assentou mais uma vez. O moreno focava o teto mal iluminado pela luz amarelada das velas, inerte com seus pensamentos confusos e estranhos. Scorpius se pegou pensando no que tinha acabado de dizer, ele nunca havia parado pra pensar realmente naquilo. Estar com Rose não foi fácil, mas era a coisa mais certa a fazer aparentemente, ela era especial e talvez fosse para o resto da vida apesar de ser cedo demais para pensar nisso, mas era ela. Sempre foi.

– Então, você realmente a beijou? – O loiro perguntou depois de um tempo.

– Sim e ela correspondeu, o que só me deixa mais intrigado do porque ela saiu correndo e fez o que fez...

– A Lara nunca foi uma pessoa muito sociável, Albus... Lily, que se dá bem com todo mundo, mal consegue uma conexão estável com ela. E com quatro irmãos mais velhos bem sucedidos ela deve cobrar muito de si.

– O que você quer que eu faça?! – O moreno questionou.

– Se você gosta mesmo dela, você tem que ajudá-la... – A frase ficou com um ar de incompleta, Scorpius estava ponderando sobre continua-la ou não.

– Mas?

– O caso é que se você não gosta dela de verdade se afaste, ela não parece uma pessoa que teve muitas realizações na vida e acho que ela não precisa de uma decepção amorosa também.

Albus não disse nada. Os dois ficaram por ali mesmo, Scorpius não demorou a pegar no sono no fundo da poltrona, mas o amigo ainda ficou perambulando por entre seus próprios pensamentos. Ele repassou a cena que houve no campo de quadribol, um cena confusa até para ele. Algo nela o fez beijá-la sem pensar, com uma cumplicidade perfeita, mas do nada ela o afastou e correu, como se tivesse cometido um crime horrível. Aquele ultimo olhar de confusão se projetava na sua cabeça cada vez que ele piscava e isso estava o deixando louco de preocupado, culpado e com mais uma série de sentimentos confusos.