Capítulo 9

Ela se dirigiu a mim e me abraçou forte. Eu apenas fechei os olhos e apreciei aquele momento, a dor que sentia no momento não era nada perto de senti-la de verdade perto de mim.

– O que aconteceu? –Senti um vazio em meus braços ao ter que me separar dela.

– Você levou três tiros enquanto tentava salvar ... – Dig foi interrompido.

– A mim, me desculpe por isso. – Felicity ficava linda quando se sentia culpada.

– Eles quase fugiram, mas Sarah e Roy conseguiram pegá-los e nós conseguimos te achar em cima do prédio, sangrando.

– Onde está Sarah? – Percebi que Felicity retesou o corpo, como se ficasse receosa com a menção do nome dela.

– Ela teve que voltar para Nyssa. Ela disse que precisava estar em Nanda Parbat.

– Ra's al Ghul. – O nome dele era como um sopro de tenebrosidade.

– Você sabe que ele a estava pressionando. – Roy tentou me levar para o motivo principal da partida de Sarah, a segurança dos Lance.

– Eu sei. Mas eu tenho medo de algo aconteça com ela.

– Ela está bem. – Felicity tocou meu braço. – Ela é durona.

– Bom, acho que vou subir um pouco. – Queria uma cama para dormir e sonhar com Felicity e eu naqueles momentos de amor que vivemos.

No dia seguinte, já estava melhor e resolvi dar uma volta, andei pelas ruas de Starling City numa tarde fria enquanto me perdia em pensamentos, sabia que havia chegado o momento de saber o que fazer com tudo aquilo que eu sentia por ela. E isso diria muito sobre meu futuro. Descobrir que eu a queria estava sendo mais difícil de lidar na realidade do que naqueles sonhos, ela estava tão longe e tão perto que não podia escolher entre guardar tudo em segredo ou gritar para o mundo inteiro. Ainda mais pensando no fato de que ela não sabia do que havia se passado em minha cabeça, não sabia do meu amor, de tudo o que eu havia revelado para a Felicity de meus sonhos, para mim mesmo.

Estava atravessando a Prissley, quando ela veio em minha direção. Estava atolada de roupas de frio, com seus óculos costumeiros e que sempre deram a ela um ar de inteligente e sexy, algo misterioso e revelador. Sorri, como se nada mais pudesse ser feito. Como se tudo no mundo pudesse ser transformado através daquele simples gesto. E ela sorriu pra mim, um sorriso que conseguiu abrir o Sol naquela tarde fria e aquecer meu coração em gelo.

– Oliver! Que bom te ver. Está melhor?

– Com certeza. Obrigado de novo.

– Não precisa agradecer. Hei, quer tomar um café comigo?

– Bom, eu estava pensando em voltar. – Vi o rosto decepcionado e fiquei com o coração em pedaços. – Mas pudemos ir a cave e pedir sushi, o que acha?

– Ohhh, ótimo. – Ela bateu palmas e seus olhos brilharam genuinamente. – Conheço um restaurante ótimo.

Tentamos arrumar tudo de um jeito apresentável, realmente queria que aquele fosse um encontro, mas ela jamais saberia disso. Precisava ir com calma.

Encontramos alguns panos e cadeiras, uma pequena mesa de pesquisas pra dois e voilà, tínhamos um local perfeito para jantar e tomar um refrigerante, já que não tinha nenhum vinho que eu pudesse roubar do Verdant.

– Fizemos um bom trabalho. – Disse ela colocando as sacolas na mesa.

– Com certeza. – Sorri despreocupado. Ela conseguiria ver as intensões por trás daquele casual jantar?

– Bom, eles estão com uma cara ótima. – Pegou copos e os encheu, ficou com uma caixinha e deu a outra para mim. – Tome!

­– Obrigado. – Levantei meu copo cor-de-rosa, um dos vários que ela levava todos os dias. –Gostaria de fazer um brinde.

– Ah, claro. – Levantou o dela. – Pelo que?

– Pela minha volta, mais uma vez. – Ela sorriu. – Por ter os melhores parceiros do meu lado e por ter a mulher mais bonita do planeta, nesta sala, comigo.

Vi os olhos dela se arregalarem com espanto ao meu comentário, ela por um segundo começou a procurar mais alguém naquele lugar. Mas era ela, sempre foi ela. A noite só estava começando para nós.