The A Team

Acasos


Capitulo 3

Alvo Potter:

Cordélia Blanc. Esse era o nome da garota que estava sentada três cadeiras à frente e que tinha toda a minha reputação em mãos.
– Alvo, você está suando frio. - Holly comentou.
– Como você espera que eu fique? - Sussurrei. - Se essa garota abrir a boca minha reputação já era.
– É só falar com ela, explique a situação.
– Bom, é que a gente meio que discutiu ontem.
– O que disse a ela? - Questionou arqueando a sobrancelha.
– Nada demais, eu só disse que se ela estava em um bordel ou era prostituta ou lésbica.
Holly deu uma sonora gargalhada que atraiu a atenção de todos na sala.
– Tudo bem, senhorita Parker? - O professor perguntou.
– Me desculpe. - Ela disse tentando controlar a risada. - Pode prosseguir a aula.
Quando todos voltaram a prestar atenção na explicação eu sussurrei.
– O que foi isso?
– Você está muito ferrado e sinceramente, se ela falar vai ser muito bem feito.
– Obrigada pelo apoio. - Falei revirando os olhos.
– Mas de qualquer forma, não custa tentar, na hora do intervalo você fala com ela.
Eu assenti e voltei a fazer anotações no meu caderno. Durante o resto da aula eu não conseguia parar de olhá-la, ficava pensando no que eu iria falar e assim que o sino tocou eu saí rápido para poder alcançá-la.
– Cordélia. - Chamei.
Ela se virou e ao me encarar deu um sorriso debochado.
– Olha, você por aqui? Tenho que admitir que estou surpresa.
– Eu não vim brigar, quero me desculpar por ontem.
Ela me encarou desconfiada.
– Abra o jogo, o que quer de mim?
– Por que acha que eu quero alguma coisa? - Questionei na defensiva.
– Quando me viu você ficou mais branco que um papel e passou a aula inteira me encarando, e esse pedido de desculpas repentino.... Fala logo o que você quer.
– Não conte a ninguém que me viu ontem no Sept Péchés, tudo bem?
– Por que não? - Perguntou sorrindo travessa.
– Eu tenho uma reputação a zelar.
– Ah, já sei. Você faz o tipo bom menino, não é?
– Vai guardar segredo ou não? - Eu já estava impaciente.
– Vou guardar seu segredo, mas com uma condição.
– E qual seria?
– Vai ficar me devendo um favor.
– Tudo bem. - Até que no fim das contas não foi tão difícil.
– Mas tenho pena da sua namorada, ela parece ser uma boa pessoa.
– Holly não é minha namorada.
– Não? Nossa, então você é lento mesmo. - Ela disse me virando as costas e seguindo pelo corredor.
Holly, minha namorada? Essa foi boa. Fui até a cantina e encontrei a mesma sentada em uma mesa.
– Como foi? - Perguntou.
– Ela vai ficar calada.
– Deu muita sorte, Potter.
– Nem me fale, mas eu fiquei devendo um favor.
– Cuidado, essa de ficar devendo um favor pode te colocar em uma roubada.
– Não vou pensar nisso agora, o importante é que eu consegui.
Ela colocou um copo de refrigerante para mim e nós brindamos ao meu sucesso.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Scorpius Malfoy:

Depois do café da manhã, Lily teve que sair para se encontrar com sua mãe deixando Anthony e eu sozinhos naquela casa.
– E então, o que faremos pelo resto da tarde? - Anthony perguntou meio inquieto.
– Podemos ir dar uma volta pela cidade. - Sugeri.
– Até que é uma boa ideia.
Ele pegou as chaves do seu carro e partimos rumo ao centro de Londres. As ruas que apenas tinha visto desertas noite passada, agora estavam cheias de gente. Pessoas andavam de um lado para o outro completamente alheias ao mundo. A cidade continuava a mesma, como meu pai dizia essa é a cidade do contraste, ora milenar ora moderna, caminhamos por uma rua inteiramente comercial e resolvemos parar para tomar um café.
– Sim, me conte mais sobre sua ruiva. - Anthony falou enquanto esperávamos na mesa que alguém viesse nos atender.
– Não é minha ruiva. - Respondi.
– Mas logo vai ser, confie em mim, sou um ótimo detetive, prometo que vou encontrá-la.
– Obrigado, cara.
– Eu estou curioso a respeito de uma coisa... - Ele comentou.
– O que seria? - Questionei.
– O que estava fazendo no Sept Péchés? Você não faz o tipo que na primeira noite em uma cidade vai atrás de um bordel.
– Alvo me levou.
– Já devia ter imaginado. - Falou revirando os olhos. - Alvo faz pose de bom menino para todo mundo, mas na verdade gosta da vida boêmia.
– Lily sabe sobre ele?
– Nem imagina. Eu descobri por acaso.
– Você pretende contar? - Perguntei.
– Não, isso é problema dele.
Um silêncio se estabeleceu e eu observava o movimento da rua por uma grande janela de vidro. Tudo estava tão calmo...
– Bom dia, o que vão querer? - Perguntou uma moça que aparentava uns 18 anos.
– Eu quero um café expresso. - Disse Anthony.
– E eu vou querer.... - Não consegui terminar a frase, meus olhos não podiam acreditar no que estavam vendo.
Do outro lado da rua, saindo de uma farmácia. Não era possível.
Levantei rapidamente e fiquei encarando aquela figura para ter certeza se era real.
– Scorpius, está tudo bem?
Não o respondi. Saí correndo do café e fui atravessando a rua pelo meio dos carros, os motoristas buzinavam e deferiam insultos, mas eu não dava atenção. Comecei a procurá-la e avistei um ponto vermelho no fim da rua, fui andando rapidamente e quando estava perto o suficiente.
– Com licença. - Falei.
Ela se virou e quando encarei aqueles olhos azuis tive certeza. Era ela. Parecia cansada, estava muito pálida e possuía olheiras embaixo dos olhos. Eu passei tanto tempo analisando-a que nem percebi que toda aquela situação havia ficado estranha.
– Me desculpe, eu... - Que ótimo, fiquei tão concentrado em achá-la que não pensei no que iria falar quando isso acontecesse.
– Eu estou com pressa, será que pode ser breve? - Ela falou sem me encarar.
– Eu, bom, eu a vi ontem no Sept Péchés e...
Ela se virou e continuou seu caminho.
– Espere...
– Não estou no meu horário de trabalho. - Disse ríspida.
– Eu só quero conversar.
– Ninguém quer só conversar com uma prostituta.
– Acredite em mim. - Disse olhando em seus olhos. - Só quero conversar. Sou escritor e só queria trocar algumas palavras com você.
– Por que? - Ela questionou.
– Eu te achei fascinante.