One more night

Capítulo 23


Bella acordou bem cedo e levantou com muito cuidado para não acordar Edward. Assustou-se com Jacob que estava na porta do quarto a encarando com um olhar muito acusatório.

—Não me olhe assim mocinho. – Repreendeu o puxando para fora da casa. Para a sua sorte a rua estava deserta e qualquer coisa poderia dizer que estava apenas passeando com o cachorro. Entrou sorrateiramente em casa.

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—Acordou cedo filha? – Renée estava parada na porta da cozinha. Bella gemeu e virou para encarar a mãe.

—Sim, perdi o sono e fui dar uma volta com o Jacob. – Evitou olhar diretamente para ela ou acabaria se entregando com a mentira.

—E como foi a festa? – Perguntou animada, ela até tinha tentado ir, mas Charlie não era muito de festas.

—Ótima. Muito divertida.

—Edward também foi?

—Sim, estava lá com a Tanya. – Respondeu como se não fosse nada demais.

—Com a Tanya? – Perguntou chocada. Esme não tinha lhe contado isso. - Ele é louco?

—A Tanya que é. – Alguém bateu a porta.

—Deixa que atendo. –Renée correu para abrir a porta e deu de cara com Tanya enrolada em um roupão.

—Sua filha está? – Perguntou já entrando na casa.

—Quem é mãe? Tanya o que faz aqui?

—Cadê ele?

—Ele quem? – Bella se manteve o mais longe possível, enquanto Renée correu para chamar o marido.

—Não se faça de sonsa. – Acusou chegando perto, Jacob rosnou para ela. A porta estava aberta e ele acompanhava a cena e estava alerta para ajudar a dona. – Mantenha esse cachorro longe de mim.

—Olá Tanya como vai? – Charlie perguntou aparecendo na cozinha, tinha descido correndo. Renée tinha ido buscar os amigos, a sobrinha deles era imprevisível e eles saberiam melhor como lidar com ela.

—Só quero saber cadê o Edward. – Começou a chorar. – A gente ia casar, mas ela estragou tudo com esse golpe do baú. – Bella ia retrucar, mas o pai fez sinal para que não o fizesse, ele já tinha lidado com muitas pessoas malucas.

—Eu entendo e sinto muito, porque não vamos lá para fora conversar? – Se aproximou dela e colocou os braços em seu ombro a guiando para fora.

—Seriamos tão felizes juntos.

—Eu sei. – Ele a consolava.

—O que houve? – Carlisle perguntou preocupado, estavam todos ainda de pijama.

—Não serei sua nora. – Tanya respondeu caindo em prantos.

—Que alivio. – Esme suspirou.

—Kate já está chegando. – Carlisle a abraçou e Charlie se afastou. – Fique calma querida.

Kate chegou alguns minutos depois, Carlisle já havia ligado durante a noite e pedido para que ela viesse buscar a irmã, sabia que a sobrinha aprontaria algo e temia pela vida de Bella. Da última vez a coitada quase teve os cabelos queimados.

Era noite de Ação de Graças, os Swan, os Cullen e os Denali estavam reunidos para comemorar. Edward e Bella tinham acabado de voltar de Seattle e os dois pareciam bem próximos, para o desespero de Tanya, que tinha sido liberada do centro de reabilitação para poder passar o feriado com a família. Foram todos para a mesa, Irina estava ajudando a tia acender as velas, Tanya também se ofereceu para ajudar. Acendeu a mais próxima de Bella e por um “descuido” acabou deixando a chama encostar no cabelo de Bella. A sorte que Edward estava ao seu lado e foi rápido o suficiente para apagar o fogo, despejando toda a água que estava em um jarro. Bella ficou furiosa com os dois.

—Você me molhou. – Gritou empurrando o vizinho.

—Eu te salvei, não seja grossa. Deveria ter deixado seu cabelo pegar fogo. – Bella analisava o estrago.

—E você Tanya, queria me matar?

—Me desculpa, sou um pouco desastrada. – Fingiu inocência. – Bella foi para casa furiosa e teve que cortar as pontas do cabelo que estavam chamuscadas.

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—Tio será que poderia pedir ao Edward que não ligue mais para Tanya? Agora vou ter que aturar essa lamúria até o Alasca.

—Sinto muito Kate. Pode deixar que vou falar com ele.

—Peço desculpas por qualquer inconveniente que minha irmã tenha causado.

—Pelo menos o caro de ninguém foi detonado.

Desde pequenos Tanya nutria uma paixonite por Edward. Em uma festa os dois acabaram se beijando e Edward se arrependeu amargamente, primeiro ela era sua prima e segundo ele gostava de outra garota. Ele prometeu que aquilo não voltaria a repetir e sabia que não tinha significado nada, tinha sido apenas um selinho. Mas, para Tanya aquilo foi a prova que faltava para mostrar que seus sentimentos eram correspondidos pelo primo. Desde então ela passou a persegui-lo, todas as vezes que se viam ela ficava colada nele, mandava várias mensagens e cartas. Edward fazia questão de ignorar tudo, mas ela era insistente. Ele estava morando em Seattle e tinha saído para uma boate com alguns amigos. Conheceu uma garota e começou a flertar com ela, quando de repente sentiu alguém lhe abraçando por trás.

—Oi amorzinho.

—Tanya? – Perguntou assombrado. – Como me achou aqui?

—Te segui seu bobinho e ainda bem que fiz isso. Vou tirar essas piriguetes de perto de você. – Foi até a loira que estava flertando com o primo e jogou a bebida na cara dela. – Isso foi para apagar o seu fogo. Vai perseguir o homem de outra. – Empurrou a garota.

—Deixa de ser louca. – Edward segurou a prima. – Me desculpe, ela tem problemas. – A tirou de lá antes que a louca fizesse algo pior. – Tanya você deveria ser internada, é uma louca. – Gritou com a prima a fazendo chorar.

—Você só me maltrata. Eu te amo tanto, mas só recebo ofensas em troca. Como sofro. – Fez drama e levou as mãos à cabeça.

—Fique aqui que vou pagar a conta e já volto. Vou levá-la para casa. – Quatro minutos, foi o tempo que Edward levou para pagar a conta e se despedir dos amigos. Três minutos e meio foi o tempo que Tanya levou para pegar um taco de basebol e quebrar o carro do primo. Saiu correndo quando os seguranças apareceram. Edward quase não acreditou quando viu o seu carro todo amassado e com os vidros quebrados.

—Esse carro é seu? – Um dos seguranças perguntou.

—É... Era... O que aconteceu? – Perguntou analisando o estrago. Teria que pagar uma fortuna para consertar.

—Não sei, uma loira estava com um taco de basebol, você deve feito algo de muito grave para irrita-la. – Os seguranças se afastaram deixando Edward sozinho a lamentar. Ele ligou para Bella pedindo uma carona, ela prontamente negou, mas ao escutar o que tinha acontecido quis conferir pessoalmente a tragédia.

—Tenho que dar os parabéns para Tanya. – Comentou rindo ao chegar ao local.

—Eu vou acabar com aquela psicopata. Agora nem sei aonde foi parar.

—Espero que tenha ido para bem longe. Tenho medo dela. – Tremeu ao falar. – Mas onde ela conseguiu um taco de basebol?

— Bella está bem? – Esme perguntou preocupada.

—Estou sim, nós estamos. – Colocou as mãos sobre o ventre. – Mamãe vai te proteger.

—E cadê o Edward? – Charlie quis saber.

—Foi dormir na casa dele, para evitar outra confusão como a daquela vez.

Os Cullen, os Swan e os Denali tinham ido acampar, era verão e o clima era perfeito para curtir a natureza. Tinham escalado, feito trilhas, nadado na cachoeira e contado várias histórias ao redor da fogueira. Tinham se dividido em várias barracas e Kate estava junto com Tanya para vigia-la, mas não teve muito sucesso, já que no meio da noite ela deslizou pela barraca e foi até a de Edward. Retirou as roupas e se deitou ao lado dele depositando beijos pelo seu rosto.

—Isabella sabia que não ia resistir. – Respondeu se virando e abraçando a mulher ao seu lado ainda de olhos fechados.

—ISABELLA? Que palhaçada é essa Edward? – Ele levantou assustado.

—TANYA?

—Sim, eu mesma. Porque achou que você aquela sem sal? – Ele ligou a lanterna e se assustou ao notar que a prima estava nua.

—Sai daqui sua maluca. – A empurrou para fora. Tanya começou a gritar e acordou todos.

—O que está acontecendo? – Eleazar perguntou.

—Ele me agarrou pai. – Acusou indo para junto da mãe.

—Mentira. Ela que entrou na minha barraca. – Bella e Kate começaram a ri.

—Não está se ajudando Cullen. Que feio abusando de uma pobre moça inocente.

—E você não se intrometa, sua...

—Olha como fala comigo Tanya, aposto que você tentou seduzi-lo.

—Foi mesmo, eu não fiz nada tio. Eu juro.

—Acreditamos em você filho. É melhor dormir conosco e amanhã conversamos. – Todos assentiram.

—Tanya precisa se tratar, eu tenho medo dessa menina. – Renée abraçou a filha.

—Todos temos. – Esme concordou.

—Bom dia. O que está acontecendo? – Edward perguntou passando a mão no cabelo e pelo olhar do pai sabia que estava em apuros.