Winter is Coming

Capitulo 8- part 2


Rickon possuía cabelos castanho-avermelhados, olhos claros e a pele pálida, ele acariciava o seu lobo negro de olhos verdes e profundos, o qual chamava de Cão Felpudo. Rickon ouviu o som de batidas na porta e em seguida o trinco da mesma soltar um estalo, ergueu os olhos para ver quem tinha entrado, por um momento pareceu não acreditar no que via mais em seguida correu e pulou nos braços da garota pálida que o encarada com olhos doces e azuis.
– Sam! Pensei que tinha me abandonado - disse o pequeno com um sorriso enorme, porém seus olhos denunciavam sua tristeza.
– Claro que não Rickon, nunca ouviu bem? Nunca. Eu nunca irei deixa-lo para trás você é meu irmão, meu precioso irmão! - ela disse ajoelhando-se para ficar a altura do garotinho - eu trouxe um presente para você, você quer ver?
O garoto assentiu diversas vezes, nem se lembrava da última vez que foi presenteado e sentiu-se intensamente feliz.
Sam colocou as mãos nas costas e tirou um bonequinho engraçado, feito com panos e algodão, com os pontos um pouco tortos, pois teve que fazer as pressas.
– não é o mais bonito dos... - dizia Sam, mas o abraço do pequenino lhe surpreendeu e as palavras entalaram em sua garganta
– eu te amo Sam - falou Rickon ainda abraçando-a - não quero que vá embora
– eu também não quero lhe deixar - disse Sam, e lágrimas escorreram por sua face sem seu consentimento - mas eu tenho que fazer entende? Eu não posso deixar o papai sozinho com aquela gente, você pode cuidar de Winterfell por mim Rickon? Pode?
– posso! - disse o garotinho com a voz firme, tão corajoso quanto um garoto de cinco anos poderia ser
– fique perto de Jon, ele vai proteger você, o proteja, por favor.
Rickon assentiu novamente e Sam beijou-lhe a testa. Eles ficaram mais horas brincando e Sam cantou para ele sua música preferida "Snow"
(...)
Após ter dito ao seu irmaozinho tudo o que sentia por ele e tranquilizá-lo, Sam se dirigiu ao gabinete do senhor seu pai, onde tinha certeza que encontraria o mesmo e o Rei conversando. Ao seu lado Snow White dava passos graciosos, sua pelagem era negra e macia, em seu peito os pelos brancos estavam bagunçados, seus olhos azuis e cintilantes vagavam pelo corredor durante a caminhada. Snow White sempre havia sido fiel a sua dona, quando estava quieta a loba era calma e pacífica, mas a garota sabia bem como a White ficava agressiva quando era ameaçada ou ameaçavam a Sam. A garota olhou para a loba por um momento e pensou "pelos deuses! Estão crescendo muito rápido". Os lobos em pouquíssimo tempo já atingiam o tamanho de metade de um cavalo de guerra. Sam parou em frente à porta dupla de madeira, respirou fundo e a abriu. Para sua surpresa o Rei estava lá mais não o senhor seu pai, ao lado do Rei estava seu filho mais velho, Joffrey Baratheon. Ambos a encararam por algum tempo até que a garota falou em voz firme
– Vossa graça, perdoe-me por incomoda-lo, mas tratasse de um assunto urgente
O Rei fez um gesto com as mãos gordas para que ela continuasse
– amanhã será o dia da viagem a Porto Real, irei deixar tudo para trás, minha família e amigos, porém, por favor, meu Rei deixe-me levar minha loba, Snow White me faz companhia, não serei a mesma sem ela - disse a garota
– um lobo gigante em Porto Real? Está besta não é um animal de estimação! É um monstro! - disse Joffrey levantando-se da cadeira
Sam desejou internamente que os deuses atirassem Joffrey de um penhasco, pensou então que esse trabalho poderia ser facilmente feito por ela mesma e sorriu para si mesma.
– calado Joffrey!-berrou o Rei, o homem se aproximou de Sam, seu hálito cheirava a vinho - se é o desejo de minha Lyanna assim será
Sam pareceu confusa com as palavras do rei, mas nada disse
– Garota Loba - resmungou Joffrey
– principezinho - retrucou Sam, sua vontade era dizer Covarde mas sabia que acabaria em encrenca.
permaneceram em silêncio por algum tempo, ate que Sam resolveu que não deveria perder tempo naquele lugar.

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– obrigado Vossa Graça, prometo que manterei a Snow White longe da Rainha, do Príncipe e de qualquer outro que não deseje a presença dela – disse Sam

Ela fez um leve reverencia ao homem cujas barbas estavam sujas de gordura, e depois outra ao garoto loiro.

– aonde você vai? – perguntou Joffrey

Sam o encarou, e pensou que não haveria motivos para o Principe fazer aquela pergunta. Desde que chegara a Winterfell não lhe dirigira uma palavra, apenas alguns olhares durante o banquete. Constatou que o garoto sofre de algum distúrbio mental ou simplesmente gosta de irrita-la.
– para o pátio, meu Príncipe- disse Sam- ou para a Arena
– o que uma dama faz nesses lugares?- perguntou Joffrey
Sam agora estava irritada a ponto de socar o rosto do loiro. Ele estava invadindo sua privacidade e isso a jovem não admitiria.
– ora essa Joffrey - disse o Rei enquanto sentava-se na cadeira - pare de fazer perguntas, está assustando a garota
– apenas aprecio uma boa luta, gosto de assistir aos treinos - disse Sam forçando um sorriso
– eu vou com você, lady Samantha - disse Joffrey
A garota continuou com o sorriso no rosto, mas o que o garoto havia dito não lhe alegrara nem um pouco. Não sentia-se confortável na presença do Príncipe, sentia algo pesado quando estava perto do mesmo, algo negro, de alguma forma ela sabia que o príncipe não lhe traria felicidade e estremeceu ao imaginar o senhor seu pai lhe entregando ao jovem loiro no altar, seu coração palpitou, por medo, medo de que o Rei e o senhor seu pai fizessem um acordo para unir as casas através do casamento do príncipe herdeiro com a filha mais velha do lorde de Winterfell. Fez o possível para afastar o pensamento de sua mente, e quando deu por si estava caminhando pelos corredores ao lado do Príncipe.
– quantos anos têm? - perguntou Joffrey
– quatorze anos, meu príncipe - disse Sam com a voz tão baixa que quase parecia um sussurro. Ela ainda estava intrigada com Joffrey, se o príncipe estivesse interessado nela por que não a procurou quando chegou em Winterfell? Qual era o problema daquele garoto? O que ele queria?
– está ansiosa para chegar em Porto Real? - perguntou o príncipe
A garota sentia-se ainda mais nervosa com o fato que o garoto não olhava em seus olhos enquanto falava, não sabia o que ele queria fazer com ela, mas sabia que não deveria confiar nele
– sim estou, Sua irmã a Princesa Alyssia contou-me que lá é um lugar maravilhoso - mentiu Sam
Finalmente haviam chegado a Arena, Sam podia escutar o som de aço chocando em aço, olhou para o céu cinzento e sentiu o frio aumentar, olhou para a Arena onde Robb lutava com o protegido, Theon Greyjoy e sorriu ao ver que o irmão estava vencendo.
Joffrey odiava aquele lugar, odiava o cheiro, as pessoas, o frio, tudo. A única coisa que queria era voltar para casa e deitar-se na sua cama, com travesseiros de penas e tecidos macios. Olhou para a garota ao lado, ela era bonita, isso era fato, desceu o olhar para seus seios e constatou que eram pequenos comparados ao de sua irmã ou de qualquer outra mulher do sul. A menina observava com atenção a luta na arena, ela parecia gostar daquele tipo de coisa, o que era estranho para uma mulher, ainda mais uma Lady de Winterfell. Ele lembrou-se do que sua mãe havia dito, para conquistar a outra nortenha, ela não revelara o motivo apenas dizia para seduzi-la, Joffrey praguejou baixo, pois percebeu que seria uma tarefa demasiada difícil. Samantha o olhava como se fosse uma criatura qualquer, não havia um brilho de amizade ou amor naqueles olhos azuis.
"Quando eu for Rei”,pensou consigo mesmo "colocarei a cabeça dessa vadia em uma estaca, como ela ousa me olhar assim? Será que sabe quem eu sou? Ela deveria sentia-se honrada por estar comigo agora."
Samantha começou a caminhar para perto da Arena, e o príncipe a seguiu. Ao se aproximarem do lugar, Sam percebeu certo movimento no Arsenal, olhou com mais atenção para a janela e percebeu que era Jon que ali estava. Pediu ao Príncipe permissão para sair e ele concebeu embora como sempre não tenha olhado em sua face. Ela se aproximou do Arsenal e abriu a porta com cuidado
– Jon? - chamou
Ninguém respondeu. Sam caminhou entre as prateleiras de madeira com inúmeras espadas sob elas. O lugar era mal iluminado e viu movimentos de sombras, de duas sombras. Ela se aproximou mais apertando o livro que tinha em mãos contra o peito. E então ela viu... Sua respiração parou e o livro que tinha em mãos caiu. Jon afastou a garota sem delicadezas e a mesma olhou para Sam com um sorriso sarcástico
– o que está acontecendo? - Sam disse quase gritando
Lágrimas pediam para sair, mas a morena [N/A: morena pela cor do cabelo] não permitiria, ela não conseguia acreditar no que viu, Jon estava beijando outra garota e o pior de tudo, beijando a sua inimiga de infância, Jeyne Poole.

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– Sam, não é nada disso que esta pensando – disse Jon se aproximando

Sam deu um passo para trás. Sua respiração agora estava acelerada, ela fechou as mãos em punho

– Não, claro que não! Estou tendo alucinações – Sam falou em alto volume – desculpe, sou louca!

– Samantha deixe-me explicar – Jon disse, sua voz era firme.

– não, eu não quero saber de merda nenhuma! – Sam pegou um vaso de porcelana que estava em cima da prateleira, olhou para Jon e mordeu os lábios com força – seu desgraçado!

Ela atirou o vaso na direção do garoto

– idiota! Mentiroso! Você jurou pra mim, jurou que não iria nunca me trair! – Sam continuou gritando e percebeu que lagrimas já escorriam por sua face

– Lady Samantha, você esta bem? – perguntou uma voz as suas costas, sor Theodore a encarava com seus olhos verdes cheios de preocupação.

A garota limpou as lagrimas com as costas da mão, e soltou todo o ar preso nos pulmões enquanto mais lagrimas escorriam.

– opa – falou Jeyne Poole pela primeira vez – deve ser tão triste perder quem ama não é... Ainda mais, para outra mulher...

Sam a encarou e se aproximou dela, levantou a mão e deu uma tapa tão forte no rosto na garota que custava acreditar que era à força de uma mulher, ainda mais uma daquele tamanho.

– você deveria pensar bem antes de entrar no meu caminho, Jeyne – Sam disse em tom ameaçador para a garota que estava caída no chão com as duas mãos por cima do rosto- eu sou uma Stark de Winterfell, eu tenho fúria de um lobo dentro de mim! Você não sabe do que é capaz uma mulher traída – ela suspirou – traída e vingativa!

– Sam, eu não a beijei! Ela me beijou – Jon disse

– ah claro, e o pobre Jon Snow não foi capaz de se defender de uma mulher... Pelos Deuses Jon não minta para mim – Sam falou dando as costas para o rapaz, ela não tinha tanta certeza assim de que ele estava mentindo porem a raiva havia tomado conta dela.

– Sam! Mais que droga! Você precisa me escutar, eu vou lhe contar tudo, mas você precisa me dar uma chance – Jon falou, seus olhos estavam marejados. Desde pequeno desejou a garota, sempre a protegeu e sempre a amou, e agora por culpa de uma vadia filha do intendente iria perdê-la? Não, isso não poderia acabar assim...

– tudo bem... – Sam engoliu em seco - outra hora, eu... eu preciso me acalmar

– mas Sam... – Jon tentou se aproximar, mas Theodore o impediu.

– deixe-a se acalmar – ele sussurrou – uma mulher traída é deveras perigosa

Jon assentiu e viu a sua amada sair do arsenal e Theodore a seguir