Dês de que descobriram que sou ofídioglota minha vida tem se tornado bem mais difícil.

Para tentar evitar os olhares de medo e de desconfiança eu tentava me manter afastado. Com afastado eu queria dizer que ou comia muito mais cedo que os outros ou bem mais tarde no salão principal - quando não pedia para Rony me trazer - eu faltava em quantas aulas possíveis e nas que eu ia me sentava ou no fundo onde era mais difícil de ser encarado ou bem de frente ao professor onde eu não via os olhares.

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Conversava praticamente só com Grifinórios e mesmo esses desconfiavam um pouco de mim, mas pessoas como os Weasley's, meus parceiros de dormitório, Hermione, uma amiga lourinha e meio doida da Gina pareciam nem se importar, ignorando completamente meu nome nos boatos que rodavam pelo castelo.

Se me perguntasse quais as melhores partes do dia eu responderia com certeza que era quando Rony e Mione faltavam as aulas comigo e ficávamos no salão comunal comendo doces e conversando. Eu também gostava dos treinos de quadribol, das conversas com Sirius de noite e das aulas do curso.

As aulas do curso eram ótimas! Eu já falei sobre elas? Além de eu aprender bastante, sobre assuntos realmente interessantes, meus professores simplesmente ignoravam tudo de estranho que estava acontecendo em Hogwarts. Acredite, parceiro, eles eram demais.

Alguns dias depois do primeiro encontro no Clube de Duelos, Justino foi atacado, e Nick Quase-Sem-Cabeça estava junto. Infelizmente eu fui o primeiro a encontrá-lo e depois que eu quase me esgoelei gritando por ajuda, as pessoas ainda acharam que fui eu que o ataquei. E fui levado direto até à sala do diretor.

Depois que Dumbledore deixou claro que não acreditava que eu estava machucando os outros, até que eu não achei tão ruim ir para sua sala. Afinal, eu já estava querendo falar com ele. Enquanto conversávamos eu contei sobre a voz que ouvi antes de Madame Nor-r-ra ser atacada, e perguntei se a voz podia ter algo a ver com minha ofídioglosia. Foi quando ele contou:

"Ano passado, Harry, eu revelei que o amor de sua mãe te marcou, mas não foi só isso. Ao tentar te atacar e ao falhar Voldemort passou alguns de seus poderes à você"

Sério, essas duas frases foram o bastante para me fazer faltar nas aulas nos dois próximos dias. Sirius ficou parado olhando para mim por meio minuto quando eu - com os olhos cheios de água - contei, e depois disse "isso não importa, Harry, isso não os tornam iguais, você continua sendo a mesma pessoa. Você ainda é o meu filho" depois disso eu apenas derramei algumas lágrimas como um idiota enquanto ficávamos em silêncio.

Suspiro e soco muretinha da "janela" dessa torre.

Em uma das aulas que eu faltei, enquanto eu perambulava pensativo, encontrei essa torre, ela era pequena, devia ter servido como uma pequena sala de estudos algum dia, mas agora tudo que tinha era uma enorme abertura como se fosse uma janela, além de uma carteira bamba e duas cadeiras. Eu gostava daqui, quase ninguém conhecia esse lugar e ele tinha uma vista interessante da floresta proibida. Cheguei a passar horas aqui, sentado sobre a janela lendo ou simplesmente suspirando enquanto ouvia musicas. O únicos que sabiam que eu vinha para cá eram Rony e Hermione, e os gêmeos Weasley também, mas esses só descobriram por causa do Mapa do Maroto.

Talvez eu devesse voltar, já estava escurecendo e em algumas horas começaria o curso. Quando já iria dar as costas para a janela, a porta se abre e um homem se aproxima se apoiando na janela também. Ele era alto, o cabelo loiro estava bem arrumado, e as mangas de sua camisa estavam arregaçadas mostrando as tatuagens, e o óculos roxo da mesma cor da gravata davam um aspecto legal em toda a roupa.

– Como me achou, professor Singh? - Pergunto e ele suspira.

– Ás vezes eu acho que você só me chama de professor Singh para me irritar.

Sorriu de lado, ele tinha razão. Eu praticamente só chamava meus professores do curso pelo primeiro nome.

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– Você não respondeu minha pergunta, John. - Digo.

Ele recai a cabeça.

– Aqueles seus amigos ruivos me disseram onde você devia estar.

– Fofoqueiros. - Murmuro em português. - E o que queria falar comigo? - Pergunto - Minhas aulas só são daqui duas horas.

– Precisava conversar com você, de preferência longe das maluquices de Tonks.

– Sobre qual assunto?

– Sobre as coisas estranhas que acontecem no castelo

Ah, qual é? A melhor coisa em você e na Tonks é que não falam sobre isso!

– Não nos culpe, somos obrigados a nos preocupar com você. Essa é uma das maldições de ser professor. - Ele diz. Uma coisa em John que eu gostava era que ele era despreocupado, como Sirius, e ainda sim muito responsável, de novo como Sirius. Só que ele não é implicante como o meu padrinho pulguendo. - E eu não vim falar sobre o perigo que ronda o castelo, mas sim como você está reagindo ao ser dito como culpado.

– Eu não sou culpado de nada. - Medito.

– Sei que não, nunca que você faria algo assim. Eu só quero saber como você está?

Fico em silêncio, até que pergunto:

– Quanto tempo para as ferias de Natal?

– Não fujaaa do assuntooo– Ele cantarola.

– É claro que eu não estou bem! Eu passei de o mais querido da escola para a escória. E não digo isso por populariedade, eu só não quero mais ser odiado.

– Ninguém te odeia, Harry, só estão com medo.

– E vou ficar feliz agora porque ser temido é melhor do que odiado. - Murmuro com sarcasmo.

– Relaxe, Harry. - John pede pondo sua mão sobre meu ombro. - Você tem amigos, não está sozinho, e logo vão descobrir tudo o que está acontecendo. - Dizendo tudo isso, sua mão relaxa em meu ombro e ele sorri se encaminhando para fora da saleta. - Ah, você está de folga hoje, sem curso.

Sorriu concordando.

Pulo me deitando sobre a mureta. Se eu caísse era bem capaz de morrer, seriam dez metros bem dolorosos. Porém, eu contava com quase meio metro de pedra para deitar.

Enquanto colocava o fone de ouvido - escutando a música It's my life - a porta da saleta se abriu outra vez.

Caraca, para uma sala privada eu estava recebendo bastante visitas.

– Oi, Harry.

– Gina? - Pergunto me sentando. Uma das minhas pernas para cada lado da janela.

– D-desculpa, é que Mione me pediu para trazer seu jantar, ela estava fazendo uma tarefa, e-então... - Ela gagueja, e só então eu percebo o prato de comida coberto por um guardanapo de pano.

– Obrigada, Gininha. - Agradeço pulando da janela.

– De nada. - Ela sorri me entregando o prato ainda.

Enquanto me direciono em direção á mesa bamba.

– Você já comeu? - Pergunto.

– Já sim.

– Tenho algumas balas aqui, você quer? - Pergunto tirando um pequeno saquinho do bolso da capa.

Eu tinha certeza que ela ficou corada enquanto se sentava na outra cadeira e pegava um dos caramelos

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