Quando entramos no salão comunal vazio eu me permiti parar e me jogar sentado em uma poltrona.

– Você é ofídioglota. Por que não nos contou?

– Não é uma habilidade que eu me orgulhe. - Respondo.

– Por quê? - Hermione pergunta.

– Você não iria entender. - Respondo.

– Por que você não tenta explicar?

– Não estou afim.

– Olha, tudo bem você não querer dizer isso aos outros, mas nós somos seus melhores amigos! - Rony ralha.

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– Isso não importa! É apenas um dom idiota que eu não queria ter! - Digo me levantando. Rony e Mione se assustam com minha explosão - E para piorar, agora todos vão pensar que sou o herdeiro de Sonserina. - Suspiro esfregando meu rosto com força.

Rony e Mione me olham preocupado

– Temos que fazer alguma coisa. - Mione constata.

– Como o que? Descer lá embaixo e apagar a memoria de todos? - Rony pergunta com sarcasmo.

– Por mim tudo bem. - Digo.

Ficamos em silêncio, e quando eu já estava para pedir desculpas pela grosseria, Hemione pergunta:

– A quanto tempo você sabe que é ofídioglota?

Suspiro e me sento outra vez.

– Faz um tempão. Eu devia ter uns quatro ou cinco anos, Sirius quis passar um feriado em um hotel fazenda. Num dos dias eu estava brincando no jardim e vi uma cobra nos arbustos, achei que ela estava morta então comecei a brincar e falar com ela, mas aí ela começou a se mexer. Eu pedi para que ela não me mordesse e ela respondeu que não me morderia se eu a soltasse, eu estava abraçado com ela, eu soltei e continuei a conversar com ela.

– Ah, você simplesmente começou a falar com ela? - Hermione.

– Eu tinha quatro anos e sabia que era um bruxo! - Digo.

– Mas e se ela fosse venenosa?

– Ela não era.

– Como sabia?

– Era uma coral.

– Corais podem ser venenosas!

– E podem não ser.

– Como você saberia!?

– Héstia era legal.

Antes que Hermione dissesse algo, Rony ergue a mão a parando.

– Héstia? - Ele pergunta.

– É-é era o nome dela, e-e, me deixem terminar de contar a droga da história!

– Prossiga. - Rony sorri.

Bufo e continuo:

– Eu continuei falando com a cobra e depois brincamos de pega-pega...

– Oque?! - Hermione exclama e Rony tampa sua boca.

– Mas aí Sirius apareceu e me afastou correndo da cobra, ele não tinha entendido nada, eu comecei a chorar por que eu queria continuar brincando, e ele continuava sem entender nada, aí Héstia apareceu e ia morder o Sirius porque achou que ele estava me machucando e eu gritei para ela parar, Sirius quase chutou ela, mas eu também não deixei me mexendo todo e fazendo me deixar cair, eu peguei a cobra no colo e abracei. Meu padrinho quase teve uma cincópe e cobra só não me mordeu porque gostou de mim e porque eu estava salvando ela de um chute. Briguei com Sirius por ele quase ter batido na minha amiga e depois com Héstia por quase ter mordido no meu padrinho, naquela hora Sirius percebeu que eu conseguia falar ofídioglês e entendeu que ela não ia me machucar.

– Depois?

– Ãh, voltamos para casa e a Héstia virou meu bichinho de estimação. Eu gostava dela, enquanto ela estava viva Monstro não me enchia o saco.

– Mas ela era venenosa? - Hermione pergunta.

– Dane-se se ela era venenosa, Hermione! Droga, Harry, se você teve a tal amiga cobra por que odeia tanto seu dom?

Encolho os ombros abaixando a cabeça.

– Voldemort era ofídioglota. - Admito. Rony e Hermione arfam, Rony segura um guincho só por eu falar o nome. - E eu só descobri isso alguns meses antes de me mudar do Brasil quando soltei algumas cobras num zoológico para que elas assustassem alguns colegas mesquinhos.

– Você fez o que? - Eles gritam perguntando.

– Era só para assustar! - Me defendo.

– Harry! - Mione ralha.

– Era para ser só uma pegadinha!

Rony me olha escandalizado e então começa a gargalhar em silêncio, tremendo.

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– Não ria Rony! Alguém podia se machucar!

– Ãh... - Gemo de forma dolorosa.

Rony para de rir e me olha. Se você não sabe, ele tem um talento especial: Descobrir se eu escondo alguma coisa.

– Desembucha. - Ele pede.

– Naquele dia eu descobri que nem todas as cobras são confiáveis como Hestia... U-uma das cobras que eu soltei atacou uma mulher e ela quase morreu com o veneno. - Admito e Rony arregala os olhos e Mione a boca. - Eu juro que não achei que elas fariam algo assim, droga! Era para ser só uma pegadinha!

– Harry, o que passou...

– Hermione, calma, okay?! Isso já passou, e eu já aprendi minha lição!

– O que seu padrinho fez? Minha mãe teria arrancado minha pele. - Rony diz.

– Ele ficou bravo, muito bravo. E decepcionado. Àquela foi a única pegadinha que ele não gostou que eu fizesse. E-ele brigou comigo e foi muito frio, então terminou dizendo que não importava se eu tinha esse dom, contanto que eu não agisse como Voldermort.

– Não fala o nome dele, cara! - Rony pede em um tom dolorido.

– Eu já ouvi falar em alguns livros que você-sabe-quem era ofídioglota, mas sempre foram boatos.

– Bom , Sirius já o viu cara a cara, ele tinha uma cobra chamada Nagine, acho que era uma píton. Eles eram inseparáveis... Como eu e Héstia.

– Por isso você não gosta desse dom? - Hermione pergunta.

– A verdade, Mione, é que tudo que tem a ver com Voldemort, para mim é interessante e ao mesmo tempo repugnante, e eu simplesmente odeio o fato de termos algo igual.

Mione se aproximou e sentou-se no braço do sofá ao meu lado, ela me puxou e me abraçou rapidamente. Rony se largou do meu lado e empurrou meu ombro.

– Desculpe por gritar com você, mas é chato saber que você tem mais um dom que eu não tenho. - Rony diz, embora a desculpa fosse séria, e ele realmente odiava as coisas que eu tinha e ele não, sabia que ele não tinha gritado por ciúmes, essa história era só para me animar.

– Tá, valeu, Rony, Hermione. - Agradeço. - Acho que eu vou dormir... E é melhor eu contar o que aconteceu ao Sirius.

Me levanto e começo a subir as escadas. E ainda consigo ouvir eles começando a pensar num plano para tirar as suspeitas das minhas costas... Num plano que não daria certo, assim que o boato se espalhasse - e com certeza ia se espalhar - todos achariam que eu era o Herdeiro de Sonserina. Não tem volta.

Depois de tomar um longo banho eu me jogo em minha cama, por algum motivo não tinha ninguém no quarto, o que me deu a oportunidade de alcançar o espelho no criado.

– Sirius. - Chamo e no espelho a imagem do teto escuro do quarto de meu padrinho aparece. - Sirius! - Chamo mais alto e ouço um gemido fraco.

– Harry? - Sirius pergunta pegando o espelho na mão e acendendo o abajur. - O que foi, cegueta? - Ele pergunta sonolento se sentando.

Tomo fôlego e respondo com uma voz meio falha.

– Descobriram que sou ofidioglota.

As sobrancelhas de meu padrinho se erguem em surpresa.

– Me conte o que aconteceu. - Ele pede preocupado.

– E agora todos acham vão achar que eu sou o Herdeiro da Sonserina.

– Você devia ter contado para mi ante...

– Não faz nem uma hora que aconteceu, eu nem sei o que estão falando lá embaixo.

– Se faz tão pouco tempo, como sabe que a situação esta tão ruim? - Ele pergunta

– Eles me olhavam com medo, pai! Como se eu fosse um monstro! - Admito.

Eu queria gritar, eu precisava gritar MUITO alto!

– Fique calmo, Harry, amanhã de manhã eu vou para a escola...

– Não. - Interrompo. A ideia de precisar de meu padrinho para me defender de boatos era ridícula, e só pensando nas palavras que fui entender. - Você tem razão! São boatos, eu não vou abaixar a cabeça por um absurdo!

Se eu iria me sentir mal pelos boatos? Obvio. Mas foda-se a opinião deles, eu poderia até me magoar, só que nada além de raiva eu demonstraria.

– Tudo bem, sei que pode muito bem aguentar algo assim. - Ele diz sorrindo.

– Uhun. - Concordo. - Você me ensinou bem como aguentar desaforos...

– Mas isso não o impede de se sentir mal, não é?

– Negativo... - Murmuro e meus olhos, que até então estavam direcionados para a parede encaram meu padrinho. - Por que eu tenho esse dom? Quer dizer, c-como?

Não aguentei ficar sem perguntar.

– Eu não sei, Harry. Quando descobri que era ofídioglota, eu pesquisei toda sua árvore genealógica, você não tem nenhuma descendência com Salazar Sonserina, o mais próximo ancestral que vocês compartilham é o pai dos irmãos Perverell, você não é o herdeiro dele, entendeu?

– Então como eu sou ofídioglota?

– Não faço a mínima ideia... Porém, talvez, Dumbledore saiba de algo.

– Como ele saberia? E como eu falo com ele? Mando uma carta?

Siriús ri de meu desespero.

– Ele sabe de mais coisas do que eu posso imaginar, e para falar com ele pasta pedir uma audiência com ele à professora McGonnagoll.

– Tá.

– E não se esqueça de me contar tudo o que puder.

– Pode deixar, padrinho, não quero outro Berrador.

Sirius sorri e logo sua imagem some, suspiro guardando o espelho e me escondo nas cobertas. Amanhã eu falaria com professor Dumbledore, e talvez descobrisse por que desse dom ridículo que só serviu para me dar um amiga venenosa.

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