Depois de ser acusado de assassinato de bichinhos de estimação, Hogwarts não foi a mesma. Todos pareciam ter medo da lenda da Câmara Secreta, Mione até obrigou o profº Binns a contar a história. Eu não me importava muito, me parecia ser só alguém fazendo alguma pegadinha ridícula, puf.
Mas indo para um assunto realmente interessante. Hoje seria o primeiro jogo de quadribol da Grifinória. Estava realmente animado e pretendia vencer o mais rápido possível, pois (1) era contra a Sonserina, (2) eu queria mostrar ao Draco que não é só de vassouras que se fazem jogadores, (3) o jogo foi aberto para as famílias dos jogadores o que significava que tanto Sirius quanto Lucius Malfoy estariam assistindo.
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Não ia dar boa coisa.
Wood passava suas últimas táticas de jogo que eu, sem opção, prestava atenção. Batia o pé com tanta velocidade que daqui a pouco não vou precisar mais da vassoura para voar.
– ...Somos os melhores, mas as vassouras deles ganham das nossas, não há como negar. Mas treinamos muito mais, temos mais talento, vamos vencer. - Olívio diz.
– Tudo bem, Wood, entendemos. - Jorge começa.
– Seu discurso foi realmente inspirador. - Fred elogia.
– E entediante. - Jorge completa.
Wood ignora eles e se vira para mim.
– Vai depender de você, Harry, mostrar a eles que um apanhador tem que ter mais que um pai rico. Chegue ao pomo antes de Draco ou morra tentando. Nós temos que vencer hoje, é muito simples.
Ergo uma sombrancelha, o que?
– Por isso nada de pressioná-lo, Harry. - Jorge diz picando o olho.
– Melhor irmos jogar agora. - Fred propõe.
Quando entramos no campo fomos saudados por toda a Grifinória, Cornival e Lufa-Lufa.
Respiro fundo, subimos nas vassouras e partimos para o ar. O time sonserino já estava nos esperando, nos olhando com aqueles sorrisos convencidos, faltava pouco tempo para o jogo começar então olho para os camarotes procurando Sirius.
E lá estava ele. Só o identifiquei pelo cabelo comprido preso na nuca e caindo sobre o ombro. Ele gritava e batia palmas mais que todos nas arquibancadas. No começo eu sorri por ele estar ali, mas aí vi quem estavam sentado bem na frente dele. Malfoy e Snape.
Realmente, é melhor pegar esse pomo logo de uma vez.– penso colocando o visor sobre meus óculos. O visor era feito de couro e dava a volta em minha cabeça, impedindo que eu perdesse meus óculos no meio do jogo.
O jogo começa. Lino começa a narrar e eu subo mais alto para poder uma visão melhor.
Enquanto eu assistia a Grifinória perdendo em número de gols e procurava o pomo dava uma olhada ou outra para o camarote. Até onde eu podia perceber não tinha briga não, Sirius parecia concentrado no jogo e Malfoy e Snape conversavam entre eles.
Os sonserinos estavam sessenta pontos na frente, eu precisava pegar esse pomo.
Já tinha o visto duas vezes, mas ou foi só um vislumbre ou estava longe demais para mim disparar alertando o doninha que estava muito mais perto.
Suspiro, coloco o visor na testa tentando ver melhor só com os óculos.
Passo os olhos por todo o campo, só precisava passar os olhos pelo pomo que eu ia correr atrás dele.
– Como que está as coisas aí, cicatriz? - Draco berra, seguro um urro de raiva e viro olhando-o com ódio, e vendo o pomo poucos centímetros ácima da orelha da Doninha que se ocupava rindo de mim.
Estreito os olhos. Se eu fosse até ele e a doninha acabe o vendo e o pegando?
BAM!
– AAARGH!– Urro.
No tempo que fiquei parado olhando para a doninha acabei recebendo um balaço no cotovelo direito. Tinha quebrado o osso, muído, tenho certeza. Minha visão escurece por um momento e quase caio da vassoura, mas então lembro de meu objetivo. O Pomo. Acelero a Nimbus 2000, em direção ao loiro. Meu braço doía muito, mas eu ia pegar esse pomo. Voo o mais rápido possível, Draco me encara com medo, achava que eu ia ataca-lo.
– Que di... - Ele diz se desviando para o lado.
Tiro a mão boa da vassoura e tento agarrar o pomo meio a cegas: sinto os dedos se fechando sobre a bolinha, mas como eu estava preso a vassoura apenas pelas pernas acabo caindo levantando poeira. Ouço os gritos alegres nas arquibancadas enquanto eu tentava me manter acordado.
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Meu braço estava num ângulo muito estranho. Sentindo muita dor, ouço mais gritos e assobios.
Levanto o pomo com a mão boa.
– Ahã, ganhamos. - Murmuro me mantenho acordado por pura força de vontade.
Algumas pessoas vinham em minha direção, entre elas Lockart, Hagrid, Rony e Mione. E um cachorro vinha na frente de todos, correndo. Quando estava a dois metros de mim Sirius volta a forma humana.
– E então? O que achou do jogo? - Pergunto com a voz fraca.
Ele ri e me apoia para que eu me sentasse. Os outros já estavam em volta, Mione se ajoelhou perto de mim, Gina me olhava preocupada meio escondida atrás de Rony, o time me olhava grato e preocupados, Colin Creevey tirava fotos furiosamente e Lockhart sorria - por que ele sorria?
– Foi ótimo, maravilhoso. Agora deixa eu arrumar seu braço. - Sirius diz preocupado.
– Deixe comigo! - Lockhart se favorece.
Olho para meu padrinho negando com a cabeça, desesperado. O Lockhart não!
– Esta tudo bem, estou acostumado a fazer... - Sirius começa gentilmente.
Mas o loiro se aproxima mesmo assim.
– Bobagem, deixa que eu fa... - Lockhart
– Rala. - Sirius manda o encarando seriamente, mas logo voltando ao meu braço. A cara que Lockhart fez foi hilária, sério, se meu braço não estivesse doendo tanto eu iria rir.
Viro o rosto, não era muito agradável ter os ossos remendados. Mas como eu estava acostumado - anos e anos de esportes - só trinco os dentes quando Sirius lança o feitiço.
– Pronto, né? - Pergunto.
– Sim. - Ele responde sorrindo.
Rony e Mione me ajudam a ficar de pé e eu olho para os grifinórios ali. Todos preocupados.
– O que foi? A gente venceu!
Alguns se entreolham e começam a rir e comemorar. Sirius me põe nos ombros e eu começo a dar risada, risadas que ficam muito mais fortes quando vejo a cara de bunda dos sonserinos.
UHUUUL!
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